O certificado de “Universidade Azul” (Blue University), concedido à Universidade Federal de Lavras (UFLA) em maio de 2016, foi relembrado de forma especial nessa quarta-feira, 22 de março – Dia Mundial da Água. Dando continuidade ao seu compromisso de prezar pela correta gestão das águas e garantir acesso à água gratuita e de qualidade dentro do câmpus, um vídeo publicado nas páginas oficiais da Universidade nas mídias sociais lembrou a comunidade sobre necessidade de estarem todos mobilizados para a preservação desse recurso natural.
Uma das principais recomendações para os frequentadores do câmpus é para que avisem a Prefeitura Universitária caso identifiquem vazamentos ou situações de desperdício. Isso pode ser feito pelo telefone (35) 3829-1503 ou pelo e-mail prefeitura@prefeitura.ufla.br. Outras orientações básicas envolvem o fechamento de torneiras, a economia de água em atividades de campo e experimentos e o cuidado no descarte de resíduos nos encanamentos e principalmente em laboratórios.
O tema foi abordado ao vivo na Rádio Universitária e no telejornal TVU Notícias, com a presença do reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo. Ele enfatizou a mensagem de que as pessoas devem estar envolvidas com as causas ambientais e cuidar dos recursos naturais, não deixando a mobilização apenas para momentos críticos.
Lembrou que, em 2014, boa parte do País, inclusive Lavras, passou por um período de estiagem que afetou as reservas hídricas e exigiu racionamento. “A água é um bem-comum, que deve ser utilizado com equilíbrio e responsabilidade, de forma sustentável, para garantirmos também o acesso das gerações futuras”.
Água na UFLA
O reconhecimento da UFLA como “Blue University” – a segunda universidade do mundo a obter o título – ocorreu em 2016, na Suiça, em consequência do compromisso firmado pela Instituição, por meio de seu Plano Ambiental e Estruturante, de garantir água gratuita e de qualidade à sua comunidade, bem como por todos os processos que garantem autossuficiência na produção, tratamento e distribuição da água no câmpus. O certificado é outorgado por iniciativa do movimento global Blue Community (Projeto Comunidades Azuis) – do Council of Canadians.
Para concessão do título, o movimento avalia se a comunidade ou instituição reconhece a água como um direito humano; promove o consumo de água por meio de infraestrutura pública e gratuita; a gestão da água é feita de forma responsável; mantém serviços de tratamento da água para consumo e residuais; cultiva parcerias para defender o direito à água em nível internacional e desenvolve pesquisas sobre a gestão sustentável da água.
A UFLA, com uma comunidade de mais de 15 mil pessoas, tem a demanda de cerca de 1 milhão de litros de água por dia. Esse volume inclui o consumo humano (800 mil litros em média), o cuidado com animais (80 mil), os afazeres em estufas e casas de vegetação (120 mil litros) e as obras (50 mil litros). Todo o fornecimento vem de reservas próprias, já que há 15 nascentes no câmpus.
Durante as entrevistas concedidas nesta quarta, professor Scolforo lembrou que um conjunto de medidas tem sido adotado para a gestão adequada das águas na UFLA:
– Ao longo dos últimos sete anos, mais de cem mil mudas, de diferentes espécies, foram plantadas para revegetação de nascentes e margens dos cursos d’água. “A vegetação cresce e permite a redução do impacto da água da chuva sobre o solo, contribuindo para que haja infiltração e benefícios às nascentes”.
– A Estação de Tratamento de Água foi parcialmente ampliada e tem capacidade para tratar 1,6 milhão de litros/dia.
– Novas estruturas físicas são projetadas para contemplar a captação da água das chuvas, que pode ser utilizada em descargas, por exemplo.
– Laboratórios foram estruturados para que possam realizar análises mais precisas da qualidade da água.
– Poços artesianos foram ativados.
Entre as ações, podem ser lembradas, ainda, a construção de uma nova barragem, a substituição de destiladores dos laboratórios e as campanhas para o uso consciente da água. A UFLA mantém também uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) considerada referência em tecnologia e inovação. A estrutura garante que água seja adequadamente tratada antes de voltar ao ambiente. O resíduo sólido proveniente da ETE é utilizado em pesquisas voltadas para a produção agrícola. Já o Biogás resultante do tratamento é utilizado como fonte de energia alternativa para operar o próprio sistema, produzindo energia elétrica ou para aquecimento do efluente.
A manutenção de uma estrutura própria para atendimento à demanda interna da Universidade é uma iniciativa focada na sustentabilidade, que proporciona também uma economia de recursos, que são então investidos no próprio Plano Ambiental e no ensino, permitindo um fortalecimento contínuo das ações.
Na avaliação do reitor, as ações permitem que a UFLA esteja hoje mais preparada para períodos de crises hídricas, mesmo aqueles de seca prolongada. Mas enfatiza que essa gestão precisa ser feita de forma compartilhada com a comunidade acadêmica. “E dentro de nosso âmbito de atuação – o câmpus – faremos todo o gerenciamento necessário para que todas as ações sejam feitas levando-se em conta as necessidades da população do entorno e do meio-ambiente como um todo”.
Assista à entrevista concedida pelo reitor à TVU na quarta-feira (22/3). Foram abordados também os resultados da UFLA no IGC, o conceito 5 obtido pelo curso de Direito na avaliação do MEC e questões orçamentárias da Universidade.