Até 21/5, em comemoração à 15ª Semana Nacional de Museus, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) desenvolve programação cultural especial. Entre as diversas atividades, foi realizada na segunda-feira (15/5), uma palestra intitulada ‘Os caminhos da pesquisa: o “não dito” na história recente da UFLA’.
Ministrada pelo professor do Departamento de Educação (DED) Ângelo Constâncio e com a presença de diversos estudantes da Universidade, a palestra abordou a importância das histórias preservadas nos museus, que são, de acordo com o professor, um lugar de encantamento, estudo, conversa e lazer.
O “não-dito” nos museus é aquilo que é esquecido na história, até mesmo de forma intencional, principalmente pela tendência maior de conservação e exposição de objetos e histórias relacionadas às classes mais favorecidas, ficando as menos favorecidas em segundo plano. Aplicando o tema à realidade da Universidade, o professor fez uma explanação sobre o período de transformação da antiga Escola Agrícola de Lavras (Esal) em Universidade, quando afloraram opiniões diferentes em relação à linha de atuação que deveria ser seguida e à manutenção ou não da marca Esal. No entanto, esses ditos do passado ficaram ausentes dos registros da história da Universidade e enquadram-se hoje em “não-ditos”.
A reflexão proposta durante a palestra sugere que é necessário pensar nos museus com uma expectativa mais ampla, que vá além do modo como é atualmente retratado, pois é um espaço legítimo, que valoriza o sociocultural, produz sons e silêncio, relaciona e discrimina ao mesmo tempo. E por trás de toda exposição, há também o que é dito no silêncio, e essa mensagem precisa ser refletida, pois dentro dessas ausências existem inúmeras possibilidades.
Texto: Panmela Oliveira, comunicadora e bolsista DCOM/Fapemig.