Solidariedade em pauta: Minuto da Saúde fala sobre doação de sangue e medula óssea

Organizadores e participantes da roda de conversa

Nessa quarta-feira (24/5), foi dia de falar sobre solidariedade na Universidade Federal de Lavras (UFLA). Com um bate-papo descontraído no Centro de convivência da Universidade, os estudantes puderam esclarecer suas dúvidas sobre doação de sangue e medula óssea com o médico hematologista responsável pelo Posto Avançado de Coleta Externa (Pace) da Hemominas em Lavras, Luciano Carvalho Campos, e o captador Luiz Gustavo Pereira. 

A ação foi realizada pelo projeto Minuto da Saúde, iniciativa que une a Coordenadoria de Saúde (Praec) e o Departamento de Ciências da Saúde (DSA), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e da Diretoria de Comunicação da UFLA (Dcom). Essa foi a quarta ação do projeto neste ano para conscientizar os estudantes e a comunidade em geral sobre temas importantes relativos à saúde. A primeira realizada na UFLA pela equipe foi uma roda de conversa sobre DSTs e sexo seguro; a segunda atividade envolveu o tema “doenças mentais” e a terceira foi sobre leishmaniose tegumentar e hanseníase, realizada no centro de Lavras. 

A estudante de Medicina da UFLA Giovana Baptista Caldas está à procura de um doador compatível.

Entre os participantes da roda de conversa, três foram protagonistas de histórias reais: Amanda Nazaré de Abreu possui anemia sideroblástica congênita desde o nascimento. A doença é caracterizada por deficiência na produção de hemoglobinas e o tratamento exige transfusão semanal de bolsas de sangue. “Devido aos sintomas que possuo, como mal-estar, enjoo e cansaço, receber as bolsas de sangue é, para mim, como um oásis no meio do deserto”, afirma. 

Beatriz Coelho Marques, de 13 anos, foi beneficiada por muito tempo pelas doações de sangue. Aos 11 anos, quando foi diagnosticada com aplasia medular, a transfusão foi sua aliada para sobreviver: “Considero lindo o gesto de quem doa sangue, pois o doador, muitas vezes, faz o bem para alguém que nem mesmo conhece”, disse, emocionada.  Na busca por um doador de medula compatível, encontrou em sua irmã, na época com 2 anos, a chance da cura. 

Beatriz teve sua irmã, na época com 2 anos, como doadora de medula óssea.

A aplasia medular é uma doença marcada pela alteração no funcionamento da medula óssea, que passa a não produzir as células sanguíneas. Na época, estudantes da UFLA realizaram campanha em prol da adolescente. Confira a matéria aqui.

A campanha surtiu efeitos além dos limites do município: Aline Bastos de Paiva, estudante de Física da UFLA, se cadastrou como doadora de medula óssea e, em pouco tempo, recebeu a notícia de que era compatível com um paciente que estava na lista de espera: “Em nenhum momento eu hesitei em doar, pois a compatibilidade, além de ser rara, é a oportunidade de uma nova vida para quem necessita de medula óssea, e o processo para doação é bem simples”. O procedimento foi realizado em Belo Horizonte e as despesas com viagem, hospedagem e alimentação foram custeadas para ela e um acompanhante pelo Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Na época, o assunto também foi divulgado pela UFLA. Veja aqui.

Para se cadastrar como doador de medula óssea, é necessário comparecer ao Pace, que fica localizado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lavras. O interessado deve portar documento com foto, preencher o formulário e realizar uma pequena coleta de sangue para análise. A unidade funciona toda quinta-feira, das 8h às 11h.

Para doar sangue, é necessário comparecer ao mesmo local e no mesmo horário, além de: 

– ter e estar em boa saúde,

– não ter tido hepatite após os 11 anos de idade,

– ter entre 16 e 69 anos de idade (menores de 18 anos devem estar acompanhados de um responsável),

– pesar acima de 50 kg,

– ter dormido bem na noite anterior à doação,

– não ter passado por situações de risco para doenças sexualmente transmissíveis,

– não ter tido gripe, resfriado ou diarreia nos últimos 7 dias, 

Panfleto informativo distribuído durante o evento

– não ter ingerido bebida alcoólica 12 horas antes da doação,

– não usar drogas,

– não apresentar ferimento ainda não cicatrizado,

– não estar grávida ou em período de amamentação,

– não ter sido submetido a exame de endoscopia nos últimos 6 meses,

– não ter feito tatuagem ou piercing nos últimos 12 meses,

– não estar em jejum.

O Posto Avançado de Lavras é considerado modelo para as demais unidades do estado, pois foi o primeiro a funcionar de forma efetiva e semanalmente. O município possui uma demanda mensal de 200 a 250 bolsas de sangue, mas ainda são coletadas apenas 40 bolsas por semana, ou seja, aproximadamente 160 por mês.

A roda de conversa sobre a doação de sangue foi realizada na UFLA em dois horários – manhã e noite – e durante as atividades estiveram também presentes a pró-reitora de Assuntos Estudantis e Comunitários, professora Ana Paula Piovesan Melchiori; a coordenadora de saúde da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (Praec), Kátia Poles, além de estudantes e integrantes do Programa de Educação Tutorial Institucional de Biologia Parasitária (Peti-Biopar).  Kátia encerrou as atividades dizendo que “doar sangue é um ato de amor e solidariedade. Acredito que é um grande exercício de altruísmo -fazer o bem sem olhar a quem”.

Acompanhe as atividades do Minuto da Saúde no Facebook e fique por dentro das atividades realizadas pelo projeto.

Assista a entrevista feita pela TVU com o médico hematologista Luciano Carvalho Campos:

 

Confira as fotos do evento:

Texto: Panmela Oliveira, comunicadora e bolsista Dcom/Fapemig
Fotos: Panmela Oliveira e Mayara Toyama – estagiária Dcom/UFLA