Ecologia de estradas: UFLA desenvolve estratégias para minimizar impactos da infraestrutura viária sobre a biodiversidade

A preocupação com a biodiversidade também passa pela malha viária brasileira. Estima-se que 475 milhões de animais são mortos por ano em acidentes nas rodovias e estradas de todo o País, o que tem levado pesquisadores da UFLA a desenvolverem projetos para reduzir os impactos do tráfego de veículos na biodiversidade.

Um deles é o BioInfra, uma iniciativa de amplitude nacional conduzida pelo Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas (CBEE) da Universidade. O projeto envolveu 18 instituições e 50 especialistas brasileiros na elaboração de 40 ações capazes de reduzir os efeitos negativos da infraestrutura viária terrestre sobre a biodiversidade, que estão sendo desenvolvidas e acompanhadas em um período de seis anos.

Em 2014, o CBEE também desenvolveu o Sistema Urubu, uma rede social de conservação da biodiversidade brasileira com o objetivo de reunir, sistematizar e disponibilizar informações sobre a mortalidade de fauna selvagem nas rodovias e ferrovias, auxiliando o governo e as concessionárias na tomada de decisões para reduzir esses impactos. Por meio de um aplicativo gratuito, qualquer pessoa pode registrar informações sobre atropelamento de animais silvestres, que são avaliados por pesquisadores e especialistas em identificação de espécies.

De acordo com o professor Alex Bager, coordenador do CBEE, o crescimento da malha viária nos próximos 20 anos vai impactar no aumento do número de atropelamentos se medidas preventivas não forem tomadas. “A ecologia de estradas beneficia a todos, uma vez que os atropelamentos causam efeitos negativos tanto na biodiversidade, quanto na população, seja pelos danos materiais ou até perda de vidas”, ressalta.

Veja a matéria da TVU sobre o BioInfra: 

Conheça mais sobre o Sistema Urubu:

http://cbee.ufla.br/portal/sistema_urubu/index.php  

Samara Avelar – jornalista DCOM/UFLA

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.