Na próxima terça-feira (25/7), na Universidade Federal de Lavras (UFLA), às 14 horas, haverá o lançamento dos livros Gestão Pública Municipal, de autoria de José Roberto Pereira e João Batista Rezende (UFLA) e Teoria do Ator-Rede e Adequação Sociotécnica, de José de Arimatéia Dias Valadão e Jackeline Amantino de Andrade no anfiteatro do Departamento de Administração e Economia (DAE), bloco 3.
O lançamento será acompanhado de palestras e uma tarde de autógrafos.
Este livro contextualiza o desenvolvimento histórico dos municípios brasileiros desde o período colonial até a atualidade e procura explicar como se encontram em termos de potencialidade administrativa (incluindo as dimensões sociopolítica, institucional-administrativa, econômico-financeira e socioambiental) frente aos problemas políticos, socioeconômicos, institucionais e ambientais.
Para isso, construiu-se o Índice de Gestão Pública Municipal (IGPM) com base em dados dos 853 municípios de Minas Gerais como referência para análise dos municípios brasileiros. O conteúdo do livro trata de forma transversal as áreas de conhecimento da história, da sociologia política, da economia, do meio ambiente e da administração pública. São analisados no contexto histórico, político e administrativo desde o período colonial, seu papel na história política, administrativa e social do Estado brasileiro.
A Gestão Pública Municipal é analisada à luz dos quatro paradigmas de administração pública (patrimonial, burocrático, gerencial e societal), fundamentando-se no processo de municipalização e de descentralização no contexto brasileiro. Os resultados mostram a realidade dos municípios quanto às principais dificuldades e problemas administrativos por meio dos indicadores que compõem as dimensões sociopolítica, institucional-administrativa, econômico-financeira e socioambiental.
Além disso, são apresentas uma discussão crítica sobre a administração pública municipal no Brasil e uma proposição de uma política pública para formação e profissionalização de pessoas para compor o quadro administrativo das prefeituras municipais por meio da participação das Universidades brasileiras e de possíveis instituições parceiras.
Teoria do Ator-Rede e Adequação Sociotécnica
É possível contar a história de uma tecnologia social como a Pedagogia da Alternância (PA) e analisar seus processos atuais de expansão por meio da Teoria do Ator-Rede e das discussões de Adequação Sociotécnica? Esta obra se propõe a esse desafio. Para isso, parte das discussões atuais sobre a Teoria do Ator-Rede e das abordagens de Adequação Sociotécnica, e os inter-relaciona com rotinas organizacionais e tecnologias sociais. A Pedagogia da Alternância é o caso empírico analisado e que proporcionou evidenciar novas conceituações e definições desses construtos, principalmente como as tecnologias sociais podem ser atualmente compreendidas.
Diferentemente de pensar que tecnologias sociais, como é o caso da Pedagogia da Alternância, são “produtos, técnicas e/ou metodologias reaplicáveis” que “causam transformações sociais”, conforme tem se consolidado conceitualmente no Brasil, este livro vai mostrar que, pelo contrário, a Pedagogia da Alternância faz parte das mudanças realizadas pelas próprias associações de atores envolvidas com essa tecnologia social, sendo vista como um conjunto de inscrições, definidas e implementadas por cada associação resultante de suas próprias translações. As dificuldades atuais de se adequar as tecnologias sociais às demandas e necessidades das comunidades atendidas se dão porque as bases sociotécnicas em que se baseiam as implementações e reaplicações das tecnologias sociais, visando a mudanças e transformações sociais, não são unicamente causas, mas também os próprios efeitos das translações dos atores-rede envolvidos com essas tecnologias.
O livro, desse modo, é um convite para o leitor seguir os rastros (ou o transladar, como se diz na linguagem da Teoria do Ator-Rede) de uma das tecnologias sociais de maior sucesso no contexto mundial atualmente. A Pedagogia da Alternância possui mais de 1300 centros, espalhados desde países historicamente de Primeiro Mundo, como Itália e Portugal, na Europa, passando pelos emergentes, como Brasil e Argentina, na América Latina, a países notadamente pobres, como Ruanda e Senegal, na África. Além disso, o leitor encontrará uma análise detalhada dos processos atuais de expansão da PA, os diversos ordenamentos de suas rotinas organizacionais e uma argumentação clara dos motivos que levam essa tecnologia social a ser considerada um instrumento de transformação social nas localidades em que tem sido aplicada.
Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.