Várias atrações sobre meteoros vêm sendo realizadas na UFLA durante a Primavera dos Museus, que prossegue até o dia 23. No dia 20, foi iniciada uma exposição de meteoritos e houve uma palestra com o dono da coleção, o pesquisador Gabriel Gonçalves Silva – que abordou o tema Astrobiologia. Outra palestra, nesse dia, foi do membro da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon), Marcos da Silva, que trouxe equipamentos para a instalação de uma estação de monitoramento de meteoros na Universidade. Ele também falou sobre o fenômeno e sobre a Bramon.
Gabriel, doutorando da USP na área de Meteórica e Astrobiologia, desenvolve pesquisas de interação entre microrganismos e fragmentos de meteoritos. “Esses fragmentos são pobres em nitrogênio e fósforo. Dessa forma, não têm a função de abrigar vida”, observou. No entanto, ressaltou que alguns meteoritos apresentam matéria orgânica. Assim, já foram encontrados meteoritos nos quais, após a chegada na Terra, se desenvolveram colônias de bactérias e líquens. Essa é uma área na qual se pode pesquisar, futuramente, comportamentos de microrganismos e composição química dos astros, entre outros – o que pode contribuir para estudos inclusive sobre colonização espacial.
Um meteorito é a denominação dada a fragmento de asteroide, cometa ou restos de planetas desintegrados, quando alcança a superfície da Terra. Varia de tamanho e de composição, podendo ser metálico, rochoso ou metálico-rochoso.
Marcos Silva diferenciou, em sua palestra, os diferentes tipos de meteoros e apresentou os impactos mais relevantes ocorridos nos últimos 20 anos. Natural de Luminárias, ele frisou que Minas Gerais é o estado que conta com mais registros de quedas de meteoritos no Brasil. Com relação à Bramon, explicou seus objetivos: catalogar chuvas de meteoros, analisar composições dos meteoritos e colaborar com instituições de ensino. Integrando a rede, a UFLA passará a monitorar fenômenos, gerar dados e também a recebê-los de outras estações.
Para obter uma estação, é preciso dos seguintes equipamentos: uma câmera de segurança de modelo específico, instalada em área externa e adaptada (sem o filtro de infravermelho e acoplada a uma lente); um computador com placa de captura de vídeo; e softwares específicos para registro e análise de dados.
Estação B612, na UFLA
No Museu de História Natural será instalada a primeira estação de monitoramento de meteoritos, em caráter experimental. Receberá o nome de B612, uma alusão ao asteroide da obra “O Pequeno Príncipe”. Na visita, Marcos trouxe a câmera que será instalada no local. A instalação e operação da estação devem ocorrer nas próximas semanas. Para a instalação, deverá ser definido o campo de visão que a câmera atingirá, pois ela funcionará em conjunto com outras, no Estado – o pareamento melhora os resultados da observação de um fenômeno, aumentando as chances de calcular a área de queda do fragmento. Na região, já existem estações de membros da Bramon em Luminárias, Varginha, Bambuí e Maria da Fé.
Outras estações de monitoramento estão sendo articuladas em Lavras, dentro e fora do câmpus da UFLA. A articulação é feita, na UFLA, pelos professores Karen Luz Rosso e Jose Alberto Nogales, do Departamento de Física (DFI), e coordenadores do projeto “A Magia da Física e do Universo”.
Primavera dos Museus
A Primavera dos Museus é uma iniciativa nacional criada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que convida instituições de todo o Brasil para participar, por meio de programações individuais voltadas para a temática comum – neste ano, a temática está relacionada à preservação de memórias. Em 2017, mais de 900 museus oferecerão, juntos, 2500 atividades entre os dias 18 e 24 de setembro.
Na UFLA, os eventos são realizados pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec), Museus Bi Moreira e de História Natural (MHN), projeto “A Magia da Física e do Universo”, Programa de Educação em Solos (PEDS) e projeto de feiras de ciências itinerantes. A programação completa conta com exposições, apresentações artísticas, palestras, exibições, minicursos e visitas monitoradas.