– Ler muito é garantia de um amplo vocabulário?
A resposta é “não”. Mas por quê?
A leitura pode ser atenta ou desatenta e, mais importante que isso, o leitor pode (ou não) incorporar a palavra ao seu “vocabulário mental”.
Além desse, há outro ponto crucial: é preciso usar a nova palavra para torná-la parte de seu vocabulário ativo. Se você não colocar em prática o uso de um vocabulário mais amplo, os sentidos das palavras serão identificados quando você ler, mas não haverá um aumento real no uso de novas palavras. É como tirar carta/carteira de motorista e nunca mais dirigir – sem a prática não se automatiza a troca de marchas, o olhar os espelhos, etc.
Nesse sentido, um primeiro passo pode ser a simples troca de verbos chamados “curingas” (corretos, mas menos precisos) por verbos mais específicos.
Substitua o verbo “dar”
Ele não me deu o relatório completo.
Escreva:
Ele não me entregou/ enviou o relatório completo.
Troque o verbo “ter”
Teve uma forte emoção.
Escreva:
Viveu/ passou por/ sofreu uma forte emoção.
Outro verbo curinga que pode ser substituído é o ”fazer”:
Fazia dez relatórios mensais.
Ele pode ser substituído:
Escrevia/ redigia/ produzia dez relatórios mensais.
Vale ressaltar que verbos curinga como “dar”, “ter” e “fazer” não estão errados gramaticalmente. Mas se o objetivo é aumentar o vocabulário e ser mais específico, procure explorar as possibilidades que a língua portuguesa nos oferece em termos de uso de palavras.
Uma simples troca que pode ajudar – e muito – a aumentar o seu vocabulário!
Paulo Roberto Ribeiro
DCOM