Ela pode parecer estranha por fora, ganhou o nome de “fruta do dragão” em alguns países, mas o sabor suavemente adocicado da pitaia tem atraído muita gente. A fruta, da família cactaceae, é típica de regiões de clima quente e teve sua origem no México. No Brasil, o cultivo da pitaia começou na década de 90, com a produção concentrada no estado de São Paulo. Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), o primeiro cultivo feito para estudos teve início em 2007, com o objetivo de ampliar as pesquisas com essa frutífera. Desde então, uma série de experimentos têm sido desenvolvidos como: propagação, adubação, poda, polinização artificial, colheita e pós-colheita.
Para o professor do Departamento de Agricultura (DAG/UFLA), José Darlan Ramos, o cultivo da pitaia pode ser uma grande alternativa de diversificação da propriedade, sendo indicada principalmente para o pequeno produtor “Ela é uma frutífera que tem uma boa aceitação, e se encaixa nos princípios da agricultura familiar, não exige muito em seu manejo, apresenta certa rusticidade e por isso não necessita de uso de agroquímicos, consequentemente colaborando com a conservação do meio ambiente.”
A fruta é escamosa e possui três principais variedades para o consumo: Hylocereus polyrhizus, vermelha por dentro com casca rosada, conhecida como pitaia vermelha, a Hylocereus megalanthus, com polpa branca e casca amarela, que é a pitaia-amarela, e a Hylocereus undatus, de polpa branca e casca rosada, que é a mais comum, a pitaia-branca.
Cada uma delas com sua particularidade, de acordo com o professor: “A pitaia de casca vermelha e polpa branca e a vermelha de polpa vermelha possuem um mercado equilibrado entre si, contudo a de casca amarela e polpa branca pode apresentar tem o dobro do preço”. A explicação de acordo com o pesquisador, é por conta da baixa produtividade, ainda, das espécies devido à ao fato do cultivo ainda ser recente: “Existe uma série de dificuldades que a pesquisa ainda não conseguiu resolver, na verdade, as pesquisas estão se iniciando com a pitaia vermelha de polpa branca e com a de polpa vermelha. Das três, a amarela é a que tem melhor sabor, mas demora muito para se desenvolver e atingir a maturação. Ainda há muito para ser estudado. ”
No mercado, o valor comercial da pitaia é alto já que a oferta é menor que a demanda, conforme explica o professor Darlan: “Apesar de ter tido um alto crescimento no plantio nos últimos dois anos, essas plantas ainda não começaram a produzir. Na nossa região, a produção do fruto vai de novembro a maio. No início desse período o preço é alto, contudo em janeiro e fevereiro o preço cai. O quilo chega a variar de R$100 no início e final da colheita e chega a R$8 no pico da oferta.” Para o especialista, com o tempo é possível que esse preço se estabilize e que a fruta possa ser encontrada com mais facilidade “Talvez num curto período tenhamos tecnologias disponíveis para prolongar esse período de oferta, que facilite tanto para o mercado quanto para o produtor.”
E você, já conhece a pitaia? Em breve uma série de matérias sobre a fruta serão disponibilizadas aqui na nossa página.
Karina Mascarenhas- jornalista, bolsista Dcom/Fapemig.
Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.