Há séculos, o uso de óleos essenciais é feito pela humanidade, seja por conta de seus aromas ou propriedades terapêuticas. Além do uso para cosméticos, medicamentos e aromoterapia, atualmente, os óleos são muito importantes no combate a microorganismos.
Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), pesquisas já testaram os óleos para observar a ação bactericida, fungicida, antitumoral e parasitária, com a coordenação da professora Maria das Graças Cardoso, do Departamento de Química (DQI/UFLA).
O Brasil possui um grande número de plantas ainda não estudadas com relação ao seu uso, principalmente com relação aos óleos essenciais. Para a professora Graça, é possível que a cura para muitas doenças seja encontrada em plantas nativas “Um óleo essencial não tem apenas um componente, ele tem vários. Por exemplo, o óleo de menta tem de 20 a 30 componentes. Então, não sabemos ainda se é um componente ou a mistura desses que vai provocar um determinado efeito”.
A extração dos óleos pode ser feita de diversas partes das plantas, como folhas, frutos, cascas, raízes e sementes. Dependendo da planta, o óleo essencial terá características diferenciadas de aroma, cor e densidade, variando de qual parte da planta ele foi extraído. O modo de se obter o líquido também varia: “Os óleos podem ser extraídos de várias maneiras, as mais comuns e que são aceitas pela comunidade europeia são destilação a vapor, hidrodestilação ou fluídos supercríticos. Nos nossos laboratórios, trabalhamos com a técnica de hidrodestilação”, ressalta a professora.
De acordo com a Sociedade Nacional de Agricultura, há, pelo menos, 300 óleos essenciais de interesse comercial no mundo e, entre os 18 mais importantes, o Brasil lidera a produção de dois: laranja (Citrus sinensis) e lima destilada (Citrus aurantifolia). Dados da Comtrade (United Nations Commodity Trade Statistics Database), mostram que os maiores consumidores de óleos essenciais no mundo são os EUA (40%) e a União Europeia (30%), sendo a França o país líder em importações.
Reportagem: Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom
Edição do vídeo: Lídia Bueno, jornalista – bolsista Dcom
Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.