A história da UFLA é marcada pela tradição na produção do café. Desde o ano de 1995, o Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf), do Departamento de Agronomia (DAG/UFLA), realiza o Encontro Sul Mineiro de Cafeicultores. Em maio de 2018, a vigésima edição do evento reforçou a referência da instituição nos estudos em todas as etapas da bebida, que é preferência mundial.
Mais de mil inscritos vindos de 140 cidades de dez estados brasileiros, e até presenças internacionais, advindas de países como Honduras, Nicarágua e Japão, puderam percorrer as nove estações de palestras que foram montadas pela organização. Além disso, 60 estandes de núcleos de estudo ligados à agropecuária da UFLA expuseram suas pesquisas.
O tutor do Necaf, professor Rubens José Guimarães, está no núcleo desde sua fundação, em 1994, e organiza o encontro desde a primeira edição. Segundo ele, o evento, que era um encontro regional, cresceu tanto que constituiu o Circuito Mineiro de Cafeicultores. Desde então, a UFLA sedia uma das etapas deste Circuito.
O gerente regional da Emater, Marcos Antônio Fabri Júnior, também participa desde a primeira edição. Ele ressalta a importância da troca de informações entre os órgãos responsáveis pelo desenvolvimento do café na Universidade e os produtores rurais. “Eventos como o Encontro Sul Mineiro fortalecem a produção dos grãos e desenvolvem tanto o conhecimento quanto a renda dos cafeicultores”, ressalta.
Atual coordenador geral do Necaf, o estudante de Agronomia Vinícius de Carvalho Leite relata que o objetivo da organização é possibilitar um evento democrático que agregue pequenos e grandes cafeicultores das regiões próximas a Lavras e de todo o Brasil. “Buscamos envolver os produtores dentro dos pilares que conduzem a Universidade: ensino, pesquisa e extensão.”
Conhecimento de ponta acessível aos cafeicultores
Muitas pessoas presentes já são veteranas nesse encontro e Maria de Lourdes, que é de Carmo da Cachoeira, é uma delas. A dona de casa vem à UFLA desde a segunda edição, em 1996. Mesmo não lidando diariamente com o cultivo do café, repassa os conhecimentos para o irmão e os vizinhos que são cafeicultores.
João Adelcio Alves Costa, além de comerciante, é pequeno produtor de café em Campo Belo. “Grande parte do conhecimento que aprendo aqui consigo aplicar na plantação, adaptando as tecnologias que são apresentadas.”
Mário Dornellas Alvarenga é cafeicultor em Perdões e sempre se atualiza nos conhecimentos sobre a produtividade do café. Ele afirma que os encontros trouxeram tanta tecnologia ao produtor, que o aumento da produtividade de café no Brasil está intimamente ligado à melhoria tecnológica gerada na UFLA. “O grau de confiança que os produtores têm na UFLA faz com que bons frutos sejam gerados nos campos”, ressalta.
Neste ano, além do Necaf/UFLA, o encontro teve como realizadores a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/MG), e a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Faepe), que organizaram a estrutura do evento na área física da Agência de Inovação do Café (InovaCafé).