Foi dada a largada para a Semana Fairtrade, que acontece de 21 a 25 de maio, na Universidade Federal de Lavras (UFLA). Desde a manhã desta segunda-feira (21/05), na Cafeteria CafEsal, estão sendo oferecidos cafés de produtores com certificação Fairtrade em diferentes métodos de preparo. Além disso, foi concebida, especialmente para a semana, uma bebida à base de café harmonizada com suco de laranja, também com certificação.
Além das ações na Cafeteria Escola, estão previstas, ao longo de toda a semana, reuniões internas e encontro de produtores com a comunidade acadêmica, dentro do projeto “Universidades Latino-Americanas pelo Comércio Justo”. As atividades são coordenadas pela Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil (BRFAIR) e pela Coordenadora Latino-Americana e do Caribe de Pequenos Produtores e Trabalhadores do Comércio Justo (CLAC), em parceria a Agência de Inovação do Café (InovaCafé) e a Cafeteria CafEsal.
O Fairtrade contribui para o desenvolvimento sustentável ao proporcionar melhores condições de troca e a garantia dos direitos para produtores e trabalhadores à margem do mercado. Trata-se de uma parceria comercial, baseada no diálogo, na transparência e no respeito, visando maior equidade no comércio internacional. Além disso, busca-se contribuir para o desenvolvimento sustentável, por meio de melhores condições de troca e garantia dos direitos para produtores e trabalhadores à margem do mercado, principalmente no Hemisfério Sul.
Abertura oficial e reuniões interna marcam o segundo dia da Semana Fairtrade na UFLA
Foi realizada, na manhã desta terça-feira (22/5), a abertura oficial do evento. O Centro de Cultura foi o local escolhido para sediar as atividades. A abertura contou com a presença do diretor InovaCafé, professor Luiz Gonzaga de Castro Junior, e do professor do Departamento de Administração e Economia (DAE/UFLA) e coordenador de Inovação e Parque Tecnológico da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Inbatec), Paulo Henrique Leme, além de representantes das instituições organizadoras e membros de associações e cooperativas com certificado Fairtrade.
A coordenadora regional Cone Sul da CLAC/BRFair, Catalina Jaramillo, deu início aos trabalhos, seguida do presidente da BRFair e da Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do Espírito Santo (Cafesul), Renato Teodoro, que ressaltou que a parceria com a UFLA acontece de forma prática, apresentando as necessidades que possuem à Universidade. O professor Luiz Gonzaga de Castro Junior informou, na ocasião, que o papel da UFLA é promover a oportunidade de diálogo e aproximação entre os envolvidos. “Temos muito com o que contribuir para a disseminação das políticas de comércio justo e também podemos auxiliar, por meio de professores e pesquisadores, com orientações e contribuições estratégicas”, pontuou. “Ressalto que a questão de estarem em organizações faz toda a diferença. Já é sabido, por meio de pesquisas, que as regiões cujos produtores têm maior aproximação com associações e cooperativas vêm se desenvolvimento muito além daquelas que contam somente com ações desarticuladas”.
O professor Paulo Henrique Leme, por sua vez, manifestou o desejo de que a semana promova muitas parcerias, o que vem ao encontro de um dos principais objetivos do projeto “Universidades Latino-Americanas pelo Comércio Justo”, que é realizar a aproximação entre produtores e comunidade acadêmica. “Estamos oferecendo a oportunidade para que apresentem suas demandas, sejam em termos de produção, qualidade, gestão, marketing, entre outras. E aproveito para destacar dois desafios que, na minha opinião, devem ser alcançados: a valorização da certificação que vocês possuem e o fortalecimento do comércio justo no mercado interno”, disse.
Presente ao evento, o membro do Conselho Diretor da CLAC e presidente da Cooperativa de Cafés Especiais de Boa Esperança, André Reis, explicou sobre a importância da certificação Fairtrade para os produtores. “Além da garantia do preço mínimo, que cobre os custos de produção, há a reversão para o desenvolvimento das organizações, conforme necessidades. Assim, podem ser desenvolvidos projetos específicos, como no caso da nossa cooperativa, onde focamos o ‘prêmio’ em programas de extensão rural e em projetos ambientais e sociais”. Segundo acredita, o pequeno produtor, isoladamente, não consegue se proteger de um commodity, nem pode arcar com os custos de uma consultoria agronômica particular. “Assim, ele fica à mercê do mercado. Ao fazer parte de uma associação ou de uma cooperativa, o produtor passa a ter acesso a vários benefícios e, consequentemente, fica mais protegido, uma vez que haverá o fortalecimento conjunto”, ressaltou.
Ascom Inovacafé