Na última terça-feira (5/6), representantes e técnicos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estiveram na Universidade Federal de Lavras (UFLA) para instalar um receptor da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo (RBMC), que é a principal estrutura geodésica no território nacional. O equipamento capta sinais de satélite para o levantamento de dados para o Sistema de Posicionamento Global (GPS), sendo o ponto de partida para o georreferencimento de imóveis rurais.
De acordo com o professor do Departamento de Engenharia (DEG/UFLA), Rodrigo Villela Machado, a Universidade passa a manter a guarda do equipamento, que deve funcionar 24 horas por dia. “Quanto mais próxima a área estiver do aparelho base, mais rápida é feita a determinação do posicionamento geodésico. Além de ser uma necessidade para a RBMC, vai contribuir como monitoramento para fins de pesquisas ligadas à agricultura de precisão, equipamentos agrícolas, veículos autônomos, e outras que utilizem sistema de posicionamento”, explica.
O chefe da Divisão de Ordenamento Fundiário e superintendente substituto do Incra, Marcelo da Cunha, explica a importância da ampliação da RBMC para a atualização dos dados geodésicos do país. “Todo país precisa ter seus dados geodésicos atualizados e em cima de um sistema de referência. Em um território de dimensões continentais como o do Brasil, precisamos densificar o máximo possível essa rede. Para o Sul de Minas, é estratégico ter um equipamento na UFLA para um transporte de coordenadas mais ágil e eficiente”, ressalta. De acordo com Marcelo, existem cerca de cem equipamentos para coletar coordenadas para análise espacial em todo o território brasileiro.
Desde 2001, com a Lei 10.267, os imóveis rurais são obrigados a descrever seus limites, características e confrontações por meio do georreferenciamento. A análise espacial desses terrenos também contribui para a segurança jurídica dos registros dos imóveis, pois as coordenadas são imutáveis, tornando as delimitações mais precisas.
Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.