No campo da Biologia, a fisiologia vegetal é o estudo dos fenômenos vitais que ocorrem nas plantas baseados em processos físicos e químicos, uma área em crescente expansão no Brasil. Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), a fisiologia vegetal começou como disciplina nos cursos de graduação na década de 1970 e, posteriormente, em 1975, foi incorporada aos programas de pós-graduação, no curso de Fitotecnia. A primeira dissertação defendida nesse curso foi em novembro de 1976 e teve como temática a “Fisiologia em cafeeiro”, sob o título “Efeito de dosagens e número de aplicações de Cycocel, Ethrel e Ácido Giberélico na formação de mudas de cafeeiro Coffea arabica L. var. Mundo Novo”, de autoria de Marcio Bastos Gomide, sob a orientação de Sarasvate Hostalacio, ambos docentes do setor de Fisiologia Vegetal do Departamento de Biologia.
A ciência ganhou ainda mais relevância com a criação do Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal (PPGFV), em março de 1988. Na época, os professores Luiz Edson Mota de Oliveira e Amauri Alves de Alvarenga, com apoio dos professores João Marcio Carvalho Rios, Sarasvate Hostalacio e Marcio Bastos Gomide, do Departamento de Biologia e de diversos docentes de outros departamentos da ainda Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL), empenharam-se para criar o mestrado. “O que nos levou a criar esse programa foi o fato de que essa área era carente no Brasil. Nossa preocupação era de formar recursos humanos, para fomentar as pesquisas em Fisiologia Vegetal”, explica o professor Amauri.
A infraestrutura física da parte inicial do setor foi fruto de um projeto de pesquisa interdisciplinar que envolveu estudos de matas ciliares e revegetação de áreas marginais de reservatórios hidrelétricos, financiado através de um convênio entre a UFLA e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Conforme crescia, o curso se destacava nas qualificações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) “Já nas primeiras avaliações, nós já estávamos entre os melhores conceitos do Brasil”, enfatiza Luiz Edson.
Em 2000, teve início o curso de doutorado no PPGFV. Ao longo dos seus 30 anos, foram titulados 236 mestres e 100 doutores em Fisiologia Vegetal, além de dezenas de estudantes de iniciação científica. A maioria dos egressos do programa se espalhou por diversas instituições de ensino e pesquisa do país. Atualmente, a pós-graduação em Fisiologia Vegetal é coordenada pelo professor João Paulo Barbosa, que explica a contribuição do Programa para a internacionalização da UFLA. “Entre nossos titulados, temos um percentual bem significativo de alunos estrangeiros e de doutores que fizeram o doutorado sanduíche, ou tiveram na sua formação orientadores estrangeiros”. Essa participação de estrangeiros é de grande importância, pois destaca a visibilidade da Universidade no cenário internacional. De acordo com o levantamento do setor, das 100 teses de doutorado, 18 tiveram pelo menos um membro estrangeiro compondo a banca, num total de 23 membros estrangeiros e 36 teses foram redigidas parte ou integralmente em inglês. Uma tese recebeu menção honrosa no Prêmio Capes de teses em 2015. Para o futuro, a expectativa, segundo o professor João Paulo, é de “continuar com a formação de qualidade, prestando um bom serviço para a sociedade”.
Reportagem e imagens: Karina Mascarenhas, jornalista – bolsista Fapemig/Dcom
Edição do vídeo: Mayara Toyama, bolsista Fapemig/Dcom