Em sua 18ª edição, o Encontro Sul Mineiro de Cafeicultores reuniu produtores, estudantes, pesquisadores e docentes na Agência de Inovação do Café (InovaCafé). As atividades, que ocorreram na quinta-feira (5/5), incluíram apresentações relacionadas às dinâmicas de campo sobre o uso do polímero hidrorretentor no plantio do cafeeiro, inovações em pós colheita do café, sistemas de café sustentável, apresentação de cultivares, manejo nutricional do cafeeiro, inovações tecnológicas na cafeicultura.
O evento é organizado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e contou com o apoio da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), da Prefeitura Municipal de Lavras, da InovaCafé, do Consórcio Pesquisa Café, do Polo de Excelência do Café e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café).
Tradição e apoio à cafeicultura
“Parece que foi ontem que iniciamos esse projeto, em setembro de 1995, quando em um esforço conjunto entre a Emater, Epamig, UFLA e outros órgãos apoiadores, nós iniciamos o primeiro encontro sul-mineiro de cafeicultores. Já naquela época, o grande número de participantes mostrava que essa era uma ação certeira, de extrema necessidade para o setor. Devido ao grande crescimento do evento, tivemos a expansão e ampliação da iniciativa para outros municípios, com a criação no ano de 2000 do Circuito Mineiro de Cafeicultura”, explica o professor titular da UFLA e tutor do Necaf, Rubens José Guimarães.
O senhor Joaquim Bani, do município de Carmo da Cachoeira (MG), participa pelo quinto ano consecutivo do evento, e relata que a cada edição o encontro está melhor, apresentando inovações e tecnologias que contribuem com a cafeicultura.
Durante a abertura do evento, o diretor da InovaCafé, professor Luiz Gonzaga de Castro Júnior, reforçou que a Agência é um ambiente voltado para os cafeicultores, onde são realizados diversos trabalhos que contemplam vários aspectos da cadeia do café.
O Gerente Regional da Emater-MG, Marcos Fabri Júnior, enfatizou que o evento fortalece a parceria entre a iniciativa pública e privada, o que contribui e colabora com o desenvolvimento da comunidade cafeeira. Ele também falou sobre a importância da cadeia de valor do café. “Antigamente falávamos em cadeia produtiva do café; hoje falamos sobre a cadeia de valor do café, porque, mais do que produzir, precisamos ter valor, do nosso produto, do nosso suor de cada dia, do nosso pão, e valor naquilo que o agricultor familiar faz, que é produzir com qualidade, dignidade, produzir para alimentar do brasileiro e ainda exportar o restante da nossa produção. Mais de 70% do que está na mesa do brasileiro vem da agricultura familiar. Parabenizamos vocês pelo trabalho, e nos colocamos à disposição para ser a ponte entre a necessidade de vocês e as organizações que podem promover pesquisas e soluções para as suas demandas”.
O chefe do setor de cafeicultura da UFLA, professor Virgílio Anastácio da Silva, falou sobre a importância de a Universidade compartilhar informações diretas com os cafeicultores. “Não adianta a universidade desenvolver pesquisas para elas ficarem nas prateleiras; não adianta termos os melhores resultados de pesquisas se não forem compartilhados com vocês, produtores. As portas estão sempre abertas para que vocês dialoguem com a nossa equipe. Vamos elevar a cafeicultura a um nível mais alto, não apenas em produtividade e qualidade, mas também em valorização do nosso produto”.
Filha de produtores da agricultura familiar do município de Coqueiral (MG), Francielle de Paula Carvalho participou pela segunda vez do evento e pretende seguir carreira na área, com formação técnica em cafeicultura. Ela comenta: “assistir as palestras e visitar os estandes é uma experiência enriquecedora. Venho representando o meu pai e posso ter acesso as novas máquinas que estão no mercado. Fico atenta às novas tecnologias que vêm sendo aplicadas na lavoura”. Francielle informou que o resultado da participação no encontro no ano de 2015 foi o conhecimento do hidrogel (um polímero hidroretentor que vira gel quando misturado na água). O produto que foi utilizado na horta da família vem apresentando resultados satisfatórios.