O Estado de São Paulo, 20/12/07
Lisandra Paraguassú
Cresceu o número de matrículas, principalmente na educação a distância
O número de matrículas no ensino superior cresceu no País entre 2005 e 2006. O último Censo do Ensino Superior, divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC), mostra que a taxa de escolaridade líquida – que considera apenas os jovens de 18 a 24 anos – passou de 10,9% para 12,1%. Mesmo pequeno, o crescimento é comemorado pelo MEC. É o maior registrado nos últimos anos.
“Nas décadas de 80 e 90, a taxa esteve estagnada em torno de 9%. Voltou a crescer agora. Só isso já é uma boa notícia”, afirmou Reynaldo Fernandes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). A taxa mostra que mais jovens na idade correta estão chegando ao ensino superior. Mas há também mais pessoas no ensino superior. A taxa de escolaridade bruta – calculada considerando-se todas as pessoas matriculadas, independentemente da idade, em relação ao número de jovens – também cresceu. Passou de 18,2% para 20,1%.
O ensino superior, no entanto, mantém ainda as desigualdades regionais. Na região Sul, a taxa de escolaridade líquida é de 17,1%, a mais alta do País. Sudeste e Centro-oeste têm 14%. Norte e a Nordeste não chegam à metade disso, ficam abaixo de 7%.
Boa parte desse crescimento do ensino superior pode ser creditado ao aumento dos cursos de graduação a distância. O censo mostra que as matrículas nesse tipo de ensino cresceram mais de 315% entre 2003 e 2006. O número de cursos oferecidos passou de 10 no ano 2000 para 349 em 2006, uma evolução de 571%.
No entanto, apesar do investimento que o governo federal pretende fazer em cursos a distância, a maior parte desse crescimento ainda é em instituições privadas. Isso porque o censo, ainda com dados de 2006, não conta as vagas criadas pela Universidade Aberta do Brasil (UAB), que entrou em funcionamento neste ano. Foram contadas apenas as vagas do programa Pro-Licenciatura, de formação de professores. “Até fevereiro, teremos 45 mil alunos na UAB. Até 2009, pretendemos chegar a 200 mil”, afirmou Carlos Bielschowsky, secretário de Ensino a Distância do MEC.
O ministério prevê, ainda, um aumento maior da participação das federais nesse crescimento a partir do censo 2007. Isso porque uma pesquisa prévia feita apenas com as federais mostra um aumento de matrículas no segundo semestre de 2006 que não chegou a ser detectado pelo censo. “A maior parte das federais iniciou a expansão no final de 2006. Esse movimento só aparecerá no próximo levantamento”, explicou Ieda Diniz, da Secretaria de Ensino Superior do MEC