A preocupação com um ensino de qualidade e o compromisso com o desenvolvimento de pesquisas que beneficiam diretamente a sociedade são alguns fatores que fazem da Ufla uma das instituições mais bem conceituadas e influentes do país. Uma realidade que pode ser constatada quando se verifica a aplicação de recursos e apoio de diversos órgãos de fomento do país a estudos realizados pela comunidade acadêmica.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) é uma das entidades que contribuem no desenvolvimento das pesquisas desenvolvidas na Ufla. Alguns resultados publicados no ano passado demonstram o grande investimento que a Fundação realiza na Universidade. Só para se ter uma idéia, no Edital Universal, 48 professores tiveram suas pesquisas aprovadas, representando um aporte financeiro de cerca de R$ 1,7 milhão.
Este edital é um dos mais esperados no meio científico do Estado, por oferecer apoio a projetos desenvolvidos em todas as áreas do conhecimento e reunir o maior volume de recursos. Essa iniciativa dá ao pesquisador a liberdade de propor o tema e permite melhor estruturação de laboratórios de pesquisa, permitindo, inclusive, o custeio de material bibliográfico.
Nova Incubadora da Ufla
A Ufla também foi contemplada com recursos para a implantação de uma Incubadora. Através do edital que incentiva a criação de Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica, a Fapemig destinou recursos para 14 instituições de Minas. De todas as beneficiadas, o maior volume de recursos foi destinado para a Ufla que receberá R$ 106.665,30.
O projeto aprovado, sob a coordenação do prof. José Roberto Soares Scolforo, será responsável pela criação da nova incubadora que apoiará as iniciativas de empreendedores que estejam comprometidos com a concepção e desenvolvimento de novos negócios de base tecnológica, visando ao incentivo e a implementação de projetos de inovação tecnológica em micro e pequenas empresas.
A incubadora terá sua sede no antigo Restaurante Universitário. A Incubadora dará continuidade às diversas ações relacionadas ao processo de inovação tecnológica que compreende a pesquisa, invenção, desenvolvimento de produtos e processos e a transferência de tecnologia para a sociedade.
Núcleo de excelência
A equipe de pesquisadores que desenvolvem os trabalhos de fitorremediação na Ufla tem bons motivos para comemorar. Um novo projeto foi selecionado no Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex MG), da Fapemig, garantindo recursos da ordem de R$ 707.068,53 que representarão um melhor suporte de equipamentos e um avanço nos experimentos já realizados. O projeto “Estratégias de Recuperação e Monitoramento de Áreas Impactadas por Atividades de Mineração: Implantação de Núcleo de Excelência em Pesquisas sobre Fitorremediação” prevê a criação de um novo setor, que contará com a parceria de diversas instituições nacionais e internacionais.
Participam da concepção deste grupo, além de diversos professores e pesquisadores dos Departamentos de Ciência do Solo, Biologia, Fitotecnia e Química da Ufla, as empresas Alcoa Alumínio S/A (Alcoa), Companhia Mineira de Metais (CMM), Embrapa, as Universidades Federais do Recôncavo Baiano (UFRB) e Rural de Pernambuco (UFRPE) e a University of Florida, EUA. A University of Guelph, no Canadá, também faz parte desta parceria. Foi nesta instituição onde o maior executivo da multinacional Kinross – Rio Paracatu Mineração (RPM), estudou e doou cerca de um milhão de dólares para pesquisas que se destinam à redução dos impactos ambientais nas áreas onde a empresa atua.
De acordo com o coordenador do projeto, prof. Nilton Curi, a proposta de criar um núcleo de excelência com instituições tão variadas é uma maneira de se diagnosticar seu caráter multidisciplinar, abrindo a oportunidade de intercâmbio com as pesquisas desenvolvidas no Brasil e em outros países. “Essa é uma característica desejável nas atividades de ensino e pesquisa. A parceria garante a viabilidade e a operacionalidade do Núcleo, já que diversas áreas de atuação dos trabalhos poderão atuar de forma integrada, visando adequar suas ações aos objetivos e necessidades dos projetos de pesquisa a serem desenvolvidos”.
A técnica de fitorremediação, praticada em vários países, ainda é pouco explorada no Brasil por desconhecimento do mercado e falta de capacitação técnica. O método consiste no uso de plantas para remover ou imobilizar contaminantes ambientais. Esse método apresenta inúmeras vantagens, graças aos baixos custos de manutenção, à proteção contra a erosão eólica e hídrica, à melhoria na estrutura do solo, ao aumento da fertilidade das terras e à recuperação da estética das áreas contaminadas por diversos elementos químicos prejudiciais à saúde, dentre os quais estão os metais pesados.