Suinocultura deve crescer ainda mais nos próximos anos




Minas Gerais é hoje o quarto maior produtor de carne suína do país, de acordo com levantamento da Associação Brasileira da Indústria Importadora e Exportadora de Carne Suína (ABIPEC). Este destaque nacional faz com que produtores e pesquisadores do estado discutam a qualidade do produto e alternativas para torná-lo ainda mais competitivo no mercado. Assuntos que estão sendo tratados durante o III Simpósio Mineiro e I Conferência Internacional de Suinocultura, que teve início na manhã desta quarta-feira, dia 16, no Salão de Convenções da Ufla.

Promovido e organizado pelo Núcleo de Estudos em Suinocultura da Ufla (Nesui), em parceria com a Associação de Suinocultores de Minas Gerais (ASEMG), o evento oferece a pesquisadores a oportunidade de apresentarem novas tecnologias com resultados que possam contribuir com a suinocultura brasileira. O reitor em exercício, Elias Tadeu Fialho, que também é especialista nesta área, prevê um aumento substancial no setor de proteína animal, com destaque para a suinocultura que tem apresentando um crescimento considerável nos últimos anos.

Segundo Fialho, o setor de carne suína tem contribuído de maneira decisiva para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, movimentando, inclusive, a produção de milho e farelo de soja, utilizados na ração dos animais. “Temos boas perspectivas para o desenvolvimento do setor nos próximos anos. Até 2020 o Brasil deverá ser um dos maiores fornecedores mundiais de proteína animal e a suinocultura terá grande contribuição para isso. Minas Gerais exerce grande influência nesse cenário, já que possuímos um dos principais centros produtor de material genético do Brasil”.

O coordenador dos eventos, prof. Vinícius Cantarelli, disse que o Simpósio tem como objetivo o estreitamento das relações entre o mercado internacional e nacional, com intercambio de informações e tecnologia. “Pretendemos com essa iniciativa atender a demanda de informações de alunos e produtores, levando ao conhecimento de todos novas tecnologias, contribuindo, dessa forma, com o crescimento da suinocultura”.

 

Novos tempos

Apesar do potencial que o Brasil possui para o desenvolvimento da suinocultura, o consumo médio do produto é de 14 quilos por habitante ao ano, índice bem inferior ao registrado em diversos países da Europa que consome 45 quilos. Durante a abertura do simpósio, o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Irineu Wessler, disse que a baixa adesão ao produto está relacionada à falta de informação sobre os benefícios que a carne suína pode trazer a saúde.

Para desvendar mitos e mostrar ao consumidor os benefícios da carne, a Associação desenvolve um projeto de desenvolvimento da Suinocultura. A iniciativa teve início com um amplo trabalho junto aos consumidores para detectar o que pensam e desejam do produto. A partir daí, várias ações foram implementadas e os resultados têm sido bem satisfatórios. “Verificamos que o consumidor quer um produto prático, com maior visibilidade e qualidade. Trabalhamos a carne nas gôndolas de alguns supermercados, de forma mais harmônica e de fácil acesso, e colocamos pessoas habilitadas a prestarem esclarecimentos e incentivar o consumo. Nessa ação, registramos um crescimento de 210% nas vendas”, explica Wessler.

O presidente da ABSC afirma que o Brasil tem um potencial não muito explorado, tanto no mercado interno, quanto no externo. Segundo ele, o país possui o terceiro maior rebanho do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos e China. Cerca de 10% de toda a produção é destinada ao mercado externo “Vamos explorar ainda mais a nossa capacidade. Nosso objetivo inicial é aumentar em dois quilos o consumo médio dos brasileiros ao ano, abrir o mercado interno e incentivar o consumo interno” conclui.

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