Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (Ufla) receberam o primeiro lugar no Prêmio de melhor pesquisa aplicada da XXII Reunião LatinoAmericana de Rizobiologia realizada em Miguel Pereira, RJ em 2004.
O trabalho apresentado foi: ‘Biodiversity of nitrogen fixing Leguminosae nodulating bacteria in Brazilian ecosystems and selection of inoculant strains’ de autoria de: F.M.S.Moreira, M.J.B. Andrade, P.A.A.Ferreira, L. A. Florentino, E.C.Jesus, A.M.Lacerda, A.S.Lima, T.Marsh, E.G.Pereira, J.P.A.R.Pereira,A.L.L.Soares, , M.Swift, J.Tiedje.
O trabalho apresentado constou de 3 partes: uma síntese do trabalho desenvolvido desde 1982 com leguminosas florestais financiados pela FINEP/CAPES/CNPq, uma síntese dos trabalhos de Iniciação Científica, Mestrado e doutorado (bolsistas CAPES, CNPq) realizados no âmbito dos projeto ASB/TSBF/GEF/UNEP e Fapemig (que incluíram também dados obtidos durante realização do pós-doutorado na Michigan State University) e apresentação e de resultados preliminares do projeto BIOSBRASIL (CSM-BGBD).
Segundo a coordenadora do trabalho, profª Fátima Moreira – desde 1997, dois projetos multi-nacionais, multi-institucionais e multidisciplinares sobre biodiversidade do solo têm sido conduzidos na região Amazônica sob o suporte financeiro do GEF/UNEP, CNPq e CAPES. Bactérias fixadoras de nitrogênio que nodulam Leguminosae (BFNNL) estão entre os grupos funcionais de organismos do solo que têm sido estudados em diferentes sistemas de uso da terra. Amostras de solo foram coletadas em duas áreas: uma compreendendo uma faixa nos Estados, altamente desmatados do Acre e Rondônia e outra no Estado do Amazonas no Município de Benjamin Constant, uma área de floresta amazônica pouco desmatada e considerada importante em termos de biodiversidade. Macroptilium atropurpureum (siratro), Vigna unguiculata (caupi) e Phaseolus vulgaris (feijão) se mostraram espécies adequadas para capturar populações diversas de BFNNL ocorrendo nestes solos e portanto para o estudo de sua diversidade.
Comenta ainda que estirpes nativas de Bradyrhizobium, incluindo estirpes de espécies florestais (coletadas entre 1984-1987, através de projetos financiados pela FINEP), são bastante distintas genéticamente das estirpes usadas para inoculação em soja no Brasil, reforçando o fato de que estirpes de Bradyrhizobium já estavam bem estabelecidas no Brasil quando os inoculantes de soja foram introduzidos em 1950. Estirpes isoladas também variaram com relação a sua eficiência em fixar nitrogênio sob condições controladas em simbiose com Vigna unguiculata (caupi) e Phaseolus vulgaris.
Em outro projeto financiado pela FAPEMIG, CNPq e CAPES estirpes selecionadas para alta eficiência em condições controladas foram testadas em experimentos de campo no Estado de Minas Gerais. Elas promoveram produções similares a adubação com 80 kg . N-uréia ha-1. As estirpes de caupi – UFLA3-84 e INPA3-11B – foram aprovadas na ultima RELARE (2004) como novos inoculantes para esta espécie.