Fapemig vai liberar R$ 24 milhões para pesquisas em empresas

R$ 14 milhões é o valor que a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) destinará à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) para a terceira edição do Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas (Pappe). O valor foi anunciado neste dia 04 de abril, quando saiu o resultado da segunda chamada pública para subvenção do programa. Serão, ao todo, R$ 24 milhões para o edital, somada a contrapartida de R$ 10 milhões vindos da FAPEMIG e da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em uma proporção de 50% para cada.

Esta edição do programa terá recorde de recursos, chegando a destinar quase o dobro do valor disponibilizado às duas versões anteriores juntas. O diretor científico da Fapemig, Mario Neto Borges, destaca o caráter pioneiro da proposta, que foi apresentada por três parceiros: Fapemig, Fiemg e Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes). ‘Além disso, vale ressaltar algo inédito: pela primeira vez a indústria mineira, representada por sua Federação (Fiemg), se compromete a alocar recursos para incentivar a pesquisa e a inovação tecnológica’.

A Fapemig lançou o primeiro edital do Pappe em 2004, quando foram liberados R$ 6,6 milhões para 49 propostas contratadas, contemplando projetos de pesquisa que priorizam as áreas de agronegócios, energia, eletroeletrônica, tecnologia da informação, tecnologia ambiental e biotecnologia na saúde. Na segunda versão do edital, foram destinados, ao todo, R$ 5,7 milhões para propostas de 40 empresas.

De acordo com dados de pesquisa recém divulgada pela Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei), as empresas que investem em inovação tecnológica faturam mais do que as que não investem. O Pappe tem o objetivo de apoiar projetos que apresentem soluções tecnológicas de fácil inserção no mercado, que promovam impacto social ou comercial e que tenham sido desenvolvidos por pesquisadores vinculados ou associados a micro e pequenas empresas de base tecnológica localizadas em Minas Gerais. ‘O Pappe procura aproximar centros de pesquisa e empresas’, resume o presidente da Fapemig, José Geraldo de Freitas Drumond. ‘Com o Programa, espera-se um crescimento do número de pesquisadores que atuam na indústria. Em países como Estados Unidos e Alemanha, cerca de 80% deles estão no mercado e apenas 20% na academia. No Brasil, essa proporção é inversa’, diz.

Inovação

Entre os projetos contemplados em uma das versões anteriores do Pappe está o da empresa Alergolab, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A partir da pesquisa, a empresa passou a produzir kits para o diagnóstico de alergias respiratórias destinados a laboratórios de análises clínicas de todo o país. A técnica, desenvolvida sob a coordenação do professor Ernesto Akio Taketomi, detecta o nível de anticorpos para as principais proteínas causadoras de alergias, além de permitir o monitoramento de pacientes em tratamento, o que é importante para a obtenção de bons resultados. Os métodos anteriores utilizavam materiais radioativos, considerados relativamente instáveis, caros e perigosos. Já o método proposto pela equipe de pesquisadores da UFU utiliza uma técnica nova, que permite simplificar o processo e reduzir custos.

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