O novo fator de impacto da revista científica Cerne, editada na Universidade Federal de Lavras (UFLA), colocou o periódico em posição de destaque internacional, por meio de classificação realizada pela base Web of Science. Com o resultado, a Cerne ocupa hoje a primeira posição entre as revistas brasileiras da área de Ciências Florestais com reconhecido fator de impacto. O desempenho da publicação, mensurado pelo índice denominado JCR, vem crescendo anualmente, com elevações que oscilam entre 20% e 30% a partir de 2015. “O JCR de 0.5 divulgado na última semana de junho é o maior da nossa história. Trata-se de uma conquista inédita para nós”, comemora o editor-chefe da revista, professor Lucas Gomide.
O resultado contribui para as ações de internacionalização da Universidade, porque o reconhecimento da qualidade do periódico aumenta a visibilidade dos artigos no cenário internacional, projetando o trabalho da instituição e dos autores, e colaborando para que as pesquisas divulgadas possam dar uma contribuição ainda maior à construção do conhecimento, já que um público mais extenso de acadêmicos tenderá a buscar por esses trabalhos e citá-los.
Sobre o fator de impacto
A Journal Citation Reports (JCR) é um índice calculado pela editora Thomson Reuters, tendo por base o número de artigos publicados por uma revista científica e o número de citações feitas a esses artigos. É uma classificação que identifica os periódicos mais expressivos da literatura acadêmica mundial.
Segundo o cálculo, quanto mais citações os artigos de um periódico recebem, proporcionalmente ao total de publicações feitas, maior será o JCR, ou fator de impacto. Revistas que possuem fator de impacto passam a ter maior reconhecimento internacional, já que existe um expressivo número de periódicos que não chega a esse patamar. Para aquelas que avançam nessa estatística, a projeção internacional só aumenta. É o que vem ocorrendo com a revista Cerne. Nos anos de 2015 e 2016, período que serviu às mensurações do JCR atual, os artigos da revista da UFLA foram citados por trabalhos publicados em periódicos de diferentes partes do mundo, como Estados Unidos, Irã, Portugal, Argentina, Uruguai, Turquia, Espanha e outros.
Os diferenciais da Cerne
O professor Lucas Gomide, que está na equipe da revista desde 2012 (atuando como editor-chefe a partir de 2014), comenta que o resultado alcançado em 2017 é fruto de um esforço contínuo e de grande dedicação. Ele relata a série de ações que vêm sendo empreendidas pela equipe e que foram essenciais para o crescimento da revista. “Um ponto fundamental foi a adoção, no segundo semestre de 2015, do inglês como idioma necessário para a submissão. Textos publicados em inglês ficam mais acessíveis ao intercâmbio com o mundo. Fomos a primeira revista brasileira da área a adotar esse critério. A partir dessa implementação, registramos um aumento de cerca de 20% em nossas publicações de autores estrangeiros. São pesquisadores filiados a instituições de países como Alemanha, Chile, Portugal, além de empresas/organizações nacionais e internacionais”, explica. Desde 2015 foram computados quase 52.000 acessos ao site.
Outras ações determinantes para o avanço da Cerne na base internacional foram:
– Definição e implantação de protocolos bem definidos para todos os processos internos da Cerne;
– A submissão tornou-se mais simples e acessível, a partir da utilização do sistema OJS. Atualmente a revista utiliza a versão mais atual do OJS, que permite uma melhor interface com celulares e tablets, tornando a revista uma das mais modernas nesse quesito. Os autores podem acompanhar, inclusive por meio de dispositivos móveis, toda a tramitação de seu trabalho após a submissão. O novo site, lançado em 2017, proporciona maior interação com o internauta e também colabora com a transparência dos processos;
– Adoção de critérios mais rígidos na seleção dos artigos, o que foi determinante para que o periódico hoje reúna apenas estudos de alta qualidade;
– Avanços na redução do período de tempo entre a submissão e a publicação dos artigos. Hoje, esse período médio é de 4 meses, o que segue padrões internacionais;
– Utilização do identificador DOI (Digital Object Identifier) foi incorporada nos artigos, bem como a adoção do ORCID (Open Researcher and Contributor ID) dos autores;
– Transformações no projeto gráfico da revista, o que contribui para que a leitura dos artigos seja mais agradável e organizada, seguindo as tendências internacionais;
– Os artigos incorporaram novas tecnologias como o uso do QR Code, para que o leitor de um trabalho impresso possa localizá-lo rapidamente na internet.
De acordo com Lucas Gomide, o aumento progressivo do fator de impacto deve-se, ainda, ao empenho de todo a equipe de trabalho. “Agradecemos o esforço dos editores, autores, professores do Departamento de Ciências Florestais (DCF), revisores ad hoc e da servidora que fez todo o trabalho de secretaria da revista, Danielle Alcântara”.
Mais sobre a Cerne
O periódico recebe a submissão de cerca de 250 artigos anualmente. Em torno de 60 deles são selecionados para publicação, distribuídos em edições trimestrais.
A revista Cerne publica seus trabalhos em 15 diferentes indexadores nacionais e internacionais, incluindo a base de dados SciELO, uma das mais rigorosas do mundo. No ranking Qualis-Capes, que avalia aspectos editoriais e técnicos dos periódicos da comunidade científica brasileira, a revista alcança o patamar A2 em duas áreas do conhecimento (Ciências ambientais e Planejamento urbano e regional / demografia) e B1 em outras quatro áreas, entre elas Ciências Agrárias I.
Fundada em 1992, seu primeiro volume foi impresso em 1994, sendo composto por um único número e 16 artigos científicos. Hoje, seguindo uma perspectiva sustentável e de expansão pela internet, realiza publicações totalmente digitais.
A submissão dos artigos é gratuita, levando em consideração a missão do periódico de se comprometer com a publicação de trabalhos originais que contribuam para o conhecimento da ciência florestal. Sua política editorial preza pela transparência e impessoalidade no processo, com a utilização do método Double Blind Review, em que redatores e revisores desconhecem seus pares de trabalho.
Para outras informações acesse o site: http://cerne.ufla.br/site/index.php/cerne