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Ciclo de palestras é realizado em Três Pontas com participação de estudantes da UFLA

inscriçãoEstudantes da Universidade Federal de Lavras (UFLA) estarão presentes na organização e no grupo de palestrantes do II Ciclo de Palestras da Associação de Atletismo de Três Pontas (AATP), que começa nesta quinta-feira (30/7) e termina no sábado (1º/8). O evento, de entrada gratuita, levará à população do município informações sobre diferentes temas, como direito, saúde, cidadania, diversidade cultural, esporte, meio ambiente, entre outros.

A AATP é presidida pelo estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária da UFLA Tiago Henrique da Silva. Na organização do evento, ele conta com o apoio do estudante de Ciências Biológicas Lucas Eduardo Giradello.  Entre os 15 palestrantes dos três dias de programação, estão o estudante de Direito Vagner da Silva Batista e o coordenador do Núcleo de Cultura Internacional da UFLA, Daniel Kalambayi Kalonji, que também é estudante de Engenharia de Controle e Automação.

As palestras dos estudantes ocorrerão no sábado (1º/8). Às 14h, Vagner abordará a temática da redução da maioridade penal, apresentando à população os argumentos favoráveis e contrários à proposta. “Quando ingressamos no curso de Direito e começamos a ter contato com o conteúdo, logo constatamos que todo esse saber precisa ser difundido, que a população precisa ter acesso ao Direito. Fico contente em poder contribuir com o evento, servindo a sociedade com as informações que adquirimos na academia”, comenta.

Já Daniel, que é da República Democrática do Congo, iniciará sua apresentação às 14h40. “África: cultura, costumes e tradições” é o título da palestra. “Vejo o evento como uma oportunidade importante para compartilharmos com a população a cultura africana e outras informações sobre o continente. Infelizmente, as pessoas ainda confundem a África com um país.”, diz.

Confira toda a programação do Ciclo de Palestras, que será realizado no Anfiteatro Moacyr Pieve Miranda, na sede da Associação Comercial e Agroindustrial (Acai), centro de Três Pontas (MG).

 

Professores do DCC representaram a UFLA em Congresso realizado em Recife

Cinco professores posicionados próximo a banner do evento.
Da esq. p/ a dir., os professores: Ana Paula, Joaquim e Luiz Henrique, seguidos pelo professor da UFOP Luiz Merschmann.

Buscando atualização profissional e intercâmbio de experiências com a comunidade acadêmica e científica de outras instituições de ensino, professores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) participaram do XXXIII Congresso da Sociedade Brasileiro de Computação. O evento, organizado pelo Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco da Universidade Federal de Pernambuco (CIn/UFPE), foi realizado no período de 20/7 a 23/7, em Recife (PE).

Os representantes da UFLA no Congresso foram o chefe do Departamento de Ciência da Computação (DCC/UFLA) Joaquim Uchôa; o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação, professor Luiz Henrique Andrade Correia; a coordenadora do Bacharelado em Sistemas de Informação (BSI), professora Ana Paula Piovesan Melchiori; e a coordenadora do Bacharelado em Ciência da Computação (BCC), professora Marluce Rodrigues Pereira.

A programação foi constituída por diferentes eventos paralelos, organizados em palestras, exposições de trabalhos científicos, cursos e debates. O professor Luiz Henrique, por exemplo, participou do Fórum de Coordenadores de Pós-graduação em Ciência da Computação. Os professores Joaquim, Marluce e Ana Paula participaram do  Curso de Qualidade, que apresentou novas tendências no ensino na área de Computação e destinou-se a coordenadores de curso e dirigentes. Além disso, eles participaram também do Fórum de Graduação (no qual a professora Ana Paula assumiu a coordenação das atividades), bem como do Workshop de Educação em Informática (WEI) e do Seminário Computação e Universidade (Secomu). Entre os temas debatidos nesse seminário destacaram-se a evasão em cursos de Computação, a flexibilização curricular e a inovação.

De acordo com a professora Ana Paula, a presença dos membros do DCC nesses eventos é essencial para que a UFLA esteja preparada para enfrentar os desafios do ensino da Computação. “Entre os problemas que vêm ganhando espaço nos últimos anos destaca-se o fato de que, apesar da contínua oferta de postos de trabalho na área, os cursos não têm conseguido aumentar sua demanda entre os adolescentes”, comenta.

A professora relata que durante as atividades  desse tipo de evento é possível conhecer as formas pelas quais outras instituições estão gerindo problemas que são comuns no segmento, como como a evasão, por exemplo. “Através de relatos de experiência é possível identificar quais as ações são eficazes para também aplicarmos em nossa instituição de ensino. Além disso, permite o estabelecimento de contato com outros profissionais na área de Computação, facilitando a realização futura de cooperação em projetos”.

Brasil tem Estatuto da Pessoa com Deficiência – conheça as ações da UFLA na busca pela acessibilidade

O entrevistado Nilmar Machado está sentado à frente do computador,.
Nimar Machado utiliza as instalações do NAUFLA para realizar suas atividades acadêmicas.

Depois de 15 anos de tramitação, o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146) foi sancionado em 6 de julho. São 124 artigos que garantem às pessoas com deficiência direitos em diferentes áreas, inclusive na educação. Pelo documento, ao poder público é atribuída a tarefa, por exemplo, de desenvolver e acompanhar pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia assistiva.

Os três artigos vigentes que versam sobre o direito à educação contemplam a necessidade de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, que possibilite à pessoa com deficiência o desenvolvimento de seus talentos e habilidades, segundo seus interesses e necessidades. Para o advogado e estudante de Administração Pública da Universidade Federal de Lavras (UFLA) Nilmar Machado, que possui deficiência visual, a aprovação do Estatuto é um avanço significativo, fruto de longas e numerosas discussões. “Essa lei sistematiza todo o arcabouço jurídico sobre o assunto. Com todos os direitos consolidados em um único documento, fica mais fácil que o cidadão com deficiência, e toda a população, os conheça”. Nilmar destaca o fato de que o Estatuto institui a pena de reclusão para os crimes cometidos contra a pessoa com deficiência.

Apesar de considerar que dois vetos feitos ao Estatuto ainda devem ser discutidos, o que já está sendo feito pelo Movimento Nacional das Pessoas com Deficiência, Nilmar afirma que o documento fortalece direitos já existentes e dá maior força ao estabelecimento de políticas públicas na área. A estimativa relatada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade) é de que no Brasil existem 45 milhões de pessoas com deficiência.

Acessibilidade na UFLA

Procurando avançar na questão, foi fundado na UFLA em 2012 o Núcleo de Acessibilidade (NAUFLA), ligado à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (Praec). O objetivo das atividades do NAUFLA é garantir todas as condições para que pessoas com deficiência ingressem no ensino superior e tenham os recursos necessários para desenvolver todo o seu potencial no ambiente acadêmico. Segundo a coordenadora do Núcleo, professora Helena Libardi, a instituição ainda tem muito a melhorar, mas alguns passos já foram dados. Abaixo, estão relatados alguns deles.

– O NAUFLA tem hoje um espaço no Pavilhão de Aulas 3. Lá, estudantes assistidos pelo Núcleo têm acesso a computadores e podem se dedicar aos estudos. Uma nova estrutura física que será construída na Avenida Norte deverá abrigar o Núcleo no futuro, melhorando as condições de instalação.

– Quando os estudantes com deficiência apresentam necessidade de acompanhamento por monitores, editais são publicados para seleção de bolsistas. Os monitores auxiliam principalmente na viabilização de material especial necessário aos estudos. Por exemplo, a gravação de conteúdos em voz é um apoio importante para o estudante com deficiência visual. Atualmente, estão ligados ao NAUFLA quatro monitores bolsistas e um voluntário.

– Foram empossados em 2015 dois servidores técnicos administrativos que são tradutores-intérpretes de Língua de Sinais e têm atuado em diferentes frentes na Universidade, tornando conteúdos acessíveis a pessoas com deficiência auditiva. O trabalho já iniciado por eles dá mostras à comunidade de que a Universidade busca se preparar para receber novos públicos. Eles atuam em parceria com a professora de Libras do Departamento de Educação (DED), Érica Alves Barbosa Medeiros Tavares, em um programa educativo chamado “UFLA acessível em Língua de Sinais”. Os tradutores-intérpretes ligados ao NAUFLA são Wanderson Samuel Moraes Souza e Welbert Vinícius de Souza Sansão.

– Sempre que um estudante com necessidades especiais procura atendimento, os integrantes do NAUFLA – com a atuação de um núcleo pedagógico formado por professores de diferentes departamentos – reúnem-se para analisar as demandas apresentadas e definir estratégias para atendimento a essas necessidades. Integram esse núcleo, além da professora Helena, os professores do Departamento de Ciência da Computação (DCC) André Pimenta e José Monserrat Neto; as professoras do Departamento de Ciências Exatas (DEX) Rosana Maria Mendes e Evelise Roman Corbalan Gois Freire; e as professoras do DED Érica Alves Barbosa Medeiros Tavares e Pryscilla Duarte de Melo. A também professora do DED Elaine das Graças Frade contribui como consultora.

– Existem três computadores portáteis exclusivos para empréstimo aos estudantes com deficiência. Programas leitores de tela também já foram adquiridos. Uma linha braile está em processo de compra e a aquisição de outros equipamentos, como uma impressora 3D para a produção de material didático, está nos projetos do NAUFLA.

– As novas estruturas físicas construídas no câmpus já seguem as especificações exigidas pela legislação, de maneira a garantir o acesso de pessoas com deficiência.

– Disciplinas eletivas, voltadas à questão da acessibilidade, são oferecidas aos estudantes. A disciplina Produção de Material Didático para o Ensino Inclusivo busca principalmente preparar estudantes das licenciaturas. Já a disciplina Acessibilidade em Sistemas Computacionais é oferecida nos cursos da área de informática.

– A UFLA trabalha na adequação de seu Portal na Internet para melhorar sua acessibilidade às pessoas com deficiência. Uma comissão, coordenada pelo professor do Departamento de Ciência da Computação (DCC) André Pimenta Freire, está  responsável pela implantação na instituição do Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (e-MAG). André é membro do NAUFLA, além de desenvolver pesquisas com foco Governo Eletrônico centrado no Cidadão para promoção da inclusão no Programa de Pós-Graduação em Administração Pública. A comissão tem representantes da Diretoria de Gestão e Tecnologia da Informação (DGTI), da Assessoria de Comunicação (ASCOM) e do NAUFLA. A previsão é de que até dezembro de 2015  muitos avanços se consolidem nessa área.

Desafios

A adequação da rotina acadêmica às necessidades da pessoa com deficiência ainda traz desafios para professores e técnicos administrativos da universidade. Para a coordenadora do NAUFLA, esses desafios vêm do fato de a legislação ser recente, anterior à formação da maioria dos profissionais. “A barreira da desinformação é muito grande. Muitos professores ainda não sabem o que fazer para atender ao aluno com deficiência”, explica. “Por isso, a função do Núcleo é justamente auxiliá-los nesse novo fazer pedagógico”.

Para Helena, a UFLA abraçou a causa da inclusão, não só motivada pela legislação, mas pela importância de garantir todas as condições para que a pessoa com deficiência possa se desenvolver plenamente. “Percebemos que toda a administração está aberta e sensível à causa”, diz. No entanto, ainda é necessária uma transformação cultural. “Precisamos de toda a comunidade acadêmica envolvida com a questão. Que todos estejam atentos às necessidades desses estudantes. Que sejam parceiros para orientá-los a procurar o NAUFLA. Pedimos que os coordenadores de cursos nos ajudem a identificar esses alunos.”

A professora relata que é comum o estudante passar o semestre todo com dificuldades ocasionadas por síndromes ou deficiências que não lhe permitem acompanhar o conteúdo por métodos tradicionais, sem procurar o auxílio do Núcleo. “Muitas vezes, eles não sabem que a universidade oferece esse suporte. Em outras situações, têm receio de se expor. Mas é necessário deixar claro que o NAUFLA não irá fazer nada sem o consentimento do próprio aluno. Nossas ações são discretas e têm apenas objetivo de facilitar o acesso e o desenvolvimento desses estudantes”.

De acordo com Nilmar, que utiliza os serviços do NAUFLA, a estruturação do Núcleo foi um ganho importante. “É um avanço da Universidade em relação ao quesito acessibilidade”, diz. Ele pondera que a pessoa com deficiência ainda se depara com desafios, como a dificuldade de adaptação curricular e a estigmatização por parte dos membros da comunidade acadêmica, mas reconhece que há indicativos de mudanças. “Ainda encontramos pessoas que não acreditam em nossas potencialidades, e os conteúdos das disciplinas muitas vezes ficam inacessíveis, mas vejo que UFLA tem buscado equacionar esses problemas”.

A proposta do Estatuto da Pessoa com Deficiência foi apresentada no ano 2000 pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e se tornou lei em 6 de julho de 2015, sancionada pela presidente Dilma Rousseff.

UFLA aprova projeto de pesquisa com planta medicinal no Programa de Pesquisa para o SUS

pesquisaO projeto do doutorando do Programa de Plantas Medicinais Aromáticas e Condimentares (PPMAC) Luiz Fernando Annunziata Trevisan foi uma das 56 propostas aprovadas no Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS). Sob a coordenação do professor do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Lavras (DMV/UFLA) Raimundo Vicente de Souza, o estudo tem o objetivo de desenvolver um medicamento fitoterápico com potencial para prevenir, tratar e controlar a hipertensão arterial e a formação de cálculos renais.

O Termo de Outorga, para liberação do recurso de mais de 260 mil reais a ser utilizado na pesquisa, foi assinado pelos pesquisadores na terça-feira (7/7). A seleção das propostas foi feita pelo Edital 14/2013 da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).

O extrato da planta estudada pode se transformar em alternativa eficaz e economicamente viável para o Sistema Único de Saúde (SUS), se comprovada sua ação benéfica para prevenção, tratamento e controle da pressão alta e dos cálculos renais. Com o investimento na pesquisa, será possível realizar os estudos exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que se comprove a eficácia, a segurança e o controle de qualidade do fitoterápico.

O doutorando trabalha com o tema desde 2007 e já constatou que um dos componentes da planta em questão é capaz de provocar o relaxamento em estruturas que possuem músculo liso, como artérias e ductos urinários. Até o momento, foram feitos testes toxicológicos, pré-clínicos e de eficácia, além dos testes in vivo. Com a aprovação da proposta no PPSUS, os trabalhos agora serão pela elaboração dos testes exigidos pelas agências reguladoras para registro, patente e comercialização do medicamento, para disponibilizá-lo no SUS – o que constitui objetivo final, previsto no edital. O prazo previsto para conclusão das ações é de dois anos.

“O desenvolvimento de um medicamento, com tecnologia nacional, seguro, de baixo custo, que possa ser utilizado no SUS em pacientes acometidos por hipertensão arterial e urolitíase é por si só o maior benefício trazido à sociedade por esta proposta, além da disponibilização do conhecimento sobre a planta, permitindo sua introdução em farmácias verdes e hortas medicinais”, explica o doutorando do PPMAC, ligado ao Departamento de Agricultura (DAG/UFLA).

As atividades de pesquisa serão realizadas em diferentes laboratórios da UFLA: Laboratório de Fitoquímica do Horto de Plantas Medicinais (DAG), Laboratório de Fisiologia e Farmacologia Veterinária (DMV), Laboratório da Microbiologia do Alimento (DCA) e Laboratório de Botânica Estrutural (DBI). São colaboradores no projeto o coordenador do PPMAC, professor José Eduardo Brasil Pereira Pinto; o professor do Departamento de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais Fernão Castro Braga; a professora Departamento de Agricultura (DAG/UFLA) Suzan Kelly Vilela Bertolucci; o professor do Departamento de Biologia (DBI/UFLA) Manuel Losada Gavilanes e a professora do Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA/UFLA) Roberta Hilsdorf Piccoli.

O PPSUS, que apoiará a pesquisa coordenada pelo professor Raimundo Vicente e pelo doutorando Luiz Fernando, é um programa que tem a proposta de descentralizar o fomento à pesquisa em saúde entre os diferentes estados do país, contribuindo para o atendimento a especificidades regionais e para a redução das desigualdades.

Aprovação de uso do nome social na UFLA é reconhecida como avanço por membros da comunidade acadêmica

Divulgação - DCE UFLA Na Pegada.
Divulgação – DCE UFLA Na Pegada.

O Conselho Universitário da Universidade Federal de Lavras (CUNI/UFLA) aprovou no início de maio a resolução que regulamenta a utilização do nome social na instituição (Resolução CUNI Nº 021). Com a medida, estudantes e servidores terão assegurado o direito de utilização do nome social nos registros acadêmicos e funcionais da UFLA. Trata-se de mais um passo para se garantir a motivação de diferentes públicos para ingresso no ensino superior, assim como sua permanência no ambiente universitário.

Garantindo que transgêneros, travestis e transexuais sejam nominados conforme sua identidade de gênero, a Universidade apresenta-se como espaço de acolhimento e vivência da diversidade e do direito à diferença. O reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo, diz que a decisão é um avanço importante. “Se o nome de registro civil remete a um gênero com o qual a pessoa não se identifica, os constrangimentos ocorrerão. Por isso, a identificação pelo nome social, na rotina acadêmica, pode ter reflexos positivos até mesmo sobre os índices de evasão, no caso dos estudantes”.

Pela Resolução, o nome social do estudante será o único a ser exibido em documentos de uso interno, como diários de classe, listas de presença, divulgação de notas e resultados de editais, cadastro de dados e informações de uso social, comunicações internas de uso social, endereço de correio eletrônico e nome de usuário em sistemas de informática. No entanto, em documentos oficiais como históricos escolares, diplomas e afins, será necessária a utilização do prenome constante no registro civil, seguido pelo nome social do estudante entre parênteses.

Os servidores que solicitarem a utilização do nome social também terão sua inscrição garantida nos mesmos registros e documentos citados no caso dos estudantes, além de lista de ramais telefônicos e outras formas de comunicação social da Universidade. Na identificação funcional, o nome social estará na parte principal do documento e o prenome do registro civil aparecerá apenas no verso.

Construção Coletiva

O documento é resultado do trabalho de uma comissão especial designada para o tema, que contou com a participação de servidores da Ouvidoria, Biblioteca Universitária e membros do PETI Direito, com o apoio das professoras Cláudia Maria Ribeiro e Catarina Dallapicula, do Departamento de Educação (DED/UFLA).

O trabalho desta comissão teve início em outubro de 2014, quando foi realizada uma campanha de conscientização dos servidores da Biblioteca, por meio do Projeto Saber+, com a participação das professoras Cláudia Ribeiro e Catarina Dallapicula, que abordaram a sexualidade e gênero na universidade.

Para o diretor da Biblioteca Universitária, Nivaldo Calixto Ribeiro, a importância dessa legislação está em abrir espaço para todos públicos, independente da sua identidade de gênero ou qualquer outra peculiaridade. “Acredito que devemos ter meios de incluir, devemos estar preparados para receber qualquer pessoa e não esperar que aconteçam constrangimentos para iniciar as medidas corretoras”, destaca.

Com a aprovação pelo CUNI, os setores da UFLA têm um prazo para providenciar adequações necessárias ao recebimento de requerimentos de servidores e estudantes que desejarem a utilização do nome social. E para que o benefício possa se estender também a outros públicos, foi estruturada uma comissão, formada por membros do Conselho, que apresentará uma proposta complementar a essa já aprovada. O objetivo é fazer com que qualquer pessoa da comunidade acadêmica que se sinta constrangida com seu nome (ou com parte dele) possa também solicitar a utilização do nome social. Tão logo essa comissão termine seus trabalhos, o conteúdo da proposta será apreciado pelo CUNI.

A coordenadora de Assuntos Estudantis do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Cynthia Valéria Oliveira, comentou a aprovação da utilização do nome social pelo CUNI: “O DCE considera o fato como uma conquista, porque garante a públicos que já estão na Universidade – e a outros que ainda irão ingressar – o respeito à identidade de gênero”. Cynthia lembra que o DCE, em reunião como reitor em 30/3, defendeu a pauta como prioritária para discussão pelo Conselho. “Empreendemos um diálogo com a reitoria para que a UFLA seguisse o caminho que já vem sendo trilhado por outras universidades. O Coletivo LGBT de Lavras foi nosso parceiro nessa defesa”, diz.

Um avanço reconhecido

O agrônomo Lucas Muzzi formou-se na UFLA em 2014. Hoje no mercado de trabalho, ele tomou conhecimento sobre a proposta de regulamentação da utilização do nome social na Universidade e manifestou satisfação ao saber que a medida foi aprovada. Lucas conta que ingressou na graduação em 2005 e resolveu afastar-se da instituição no período em que passava pela transição de gênero. “Só consegui retornar ao ambiente

Lucas Muzzi, ex-aluno da UFLA, atualmente é produtor rural e presta acompanhamento técnico a produtores de café orgânico em assentamentos de reforma agrária. Ele comemorou a aprovação do uso no nome social pela instituição.
Lucas Muzzi, ex-aluno da UFLA, atualmente é produtor rural e presta acompanhamento técnico a produtores de café orgânico em assentamentos de reforma agrária. Ele comemorou a aprovação do uso no nome social pela instituição.

universitário em 2012, depois que havia alterado meu nome no cartório”, diz.

O ex-aluno não descreve nenhuma situação específica vivenciada na UFLA que tenha lhe imposto constrangimentos, mas admite que o desconforto está sempre presente, por se tratar de um local de muita interação social, em que o nome da pessoa está presente em diferentes documentos e situações.

Foram aproximadamente quatro anos de intervalo até o retorno à Universidade. Ele novamente realizou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e voltou à UFLA para concluir Agronomia. “Se a utilização do nome social já fosse possível naquela época, eu teria voltado antes. Cheguei a pesquisar outras universidades que já tinham essa prática, porque realmente era um diferencial para mim”, explica.

Para Lucas, a medida é um incentivo para que transgêneros, travestis e transexuais sintam-se motivados a ingressar na Universidade e tenham acesso ao curso superior. “Há sempre certa apreensão e certa insegurança, porque não sabemos como as outras pessoas irão lidar com a questão. Se há a possibilidade de adoção do nome social, as barreiras são menores”.

No primeiro semestre deste ano, 68 servidores tomaram posse de seus cargos na UFLA

posse3A Universidade Federal de Lavras (UFLA) teve, no primeiro semestre de 2015, 68 novos servidores empossados. Desses, 40 são professores e 28 são técnicos administrativos. As últimas posses desse período ocorreram em 30/6. Considerados os últimos três anos e meio, ingressaram no quadro da instituição 447 profissionais. Embora o acréscimo efetivo no quadro seja menor, devido a aposentadorias, exonerações e redistribuições, o período é marcado pela tentativa contínua de recomposição da equipe.

Desde 2012, 261 técnicos administrativos e 186 professores tomaram posse. Em 2014, a instituição registrou o recorde de 180 posses. Atualmente, a UFLA tem, em atuação, 625 professores e 561 técnicos administrativos. Mesmo com os números apresentando elevação, o diretor de Desenvolvimento de Pessoas, Georges Francisco Villela Zouein, diz que a carência de profissionais ainda é grande, o que exige esforços contínuos da Pró-Reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (PRGDP) e da Reitoria nas negociações com Ministério da Educação (MEC). “A Universidade experimenta um grande desenvolvimento e a demanda por profissionais tem sido crescente”.

Ainda assim, cada conquista tem sido comemorada, já que a Universidade passou por um período (entre 1996 e 2007) em que o número de técnicos administrativos estava em queda constante. Em 1995 eram 431 técnicos. O quantitativo chegou a baixar para 347 em 2007, pelo fato de não haver reposição, em escala suficiente, dos servidores que deixavam a instituição.  A partir de 2007, o quadro retomou o crescimento. Hoje, o aumento real no número de servidores técnicos administrativos ainda está aquém do desejado, se consideradas as vacâncias.

Na edição de março/abril do Jornal UFLA, a pró-reitora de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, Valéria da Glória Pereira Brito, comentou que a expansão do quadro de pessoal que vem ocorrendo é reflexo da busca por um acesso sustentável à educação superior. “Foi por meio dessa expansão que novos cursos de graduação e pós-graduação foram implantados, permitindo que a UFLA fortaleça ainda mais os laços entre a comunidade e a universidade, pois as ações de expansão têm como consequência a democratização do acesso e a qualidade da educação superior, repercutindo nos processos político-culturais da sociedade”, avaliou.

Na busca por avanços

Com o objetivo de subsidiar a busca pelas vagas que ainda são necessárias para a Universidade, foi formada uma comissão para fazer o dimensionamento de seu corpo técnico-administrativo – Portaria RE nº 344 de 26 de março de 2015. A avaliação da força de trabalho em cada setor e nos departamentos irá possibilitar a demonstração dos investimentos que a Universidade ainda requer na composição de seu quadro de pessoal. A comissão tem a participação de membros da PRGDP, da Pró -Reitoria de Planejamento e Gestão (Proplag), da Diretoria de Gestão e Tecnologia da Informação (DGTI), de representantes da Comissão Interna de Supervisão do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-administrativos (Cista) e do SindUFLA, além de servidores pertencentes a outros deptos/setores da UFLA.

Associação Comunitária dos Bairros Jardim Glória e Campestres I, II e III tem o suporte da Incubacoop

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Reunião realizada no PSF – Jardim Glória com coordenadores da ACBJGC. Foto: divulgação.

Membros da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (Incubacoop/UFLA) estiveram no Programa Saúde da Família do bairro Jardim Gloria (PSF-12) para o desenvolvimento de um trabalho com os coordenadores da Associação Comunitária dos Bairros Jardim Glória e Campestres I, II e III (ACBJGC). A Associação procurou a Incubacoop há cerca de dois meses, buscando suporte e orientação para colocar em prática diferentes projetos.

Uma das fases do trabalho desenvolvido pela Incubacoop envolve a realização do Diagnóstico Rápido Participativo e Emancipador (DRPE), método pelo qual os próprios membros da Associação são incentivados a refletir sobre suas demandas e sobre possíveis necessidades de transformação.  O DRPE foi aplicado em 26/6, com a presença de seis membros da Incubacoop e de oito integrantes da ACBJGC. Para a gestora da Incubadora, Érica Alves Marques, os objetivos foram atingidos. “Conseguimos estimular o diálogo de modo que o próprio grupo definisse o que deve ser feito. Agora, nosso papel será auxiliá-los na busca de seus objetivos”.

De acordo com o coordenador de Meio Ambiente da ACBJGC Eduardo Aparecido Pereira, o suporte da Incubacoop poderá ajuda-los e transformar projetos em realidade, como a implantação do Parque Municipal do Campestre, a conquista de uma sede própria e o investimento na reciclagem de lixo. Antes do trabalho realizado em 26/6, membros da Incubadora e da Associação já haviam se reunido em outros dois momentos, nos quais foram trocadas informações necessárias ao estabelecimento da parceria.

Sobre a Incubacoop

A Incubadora é um projeto de extensão da UFLA em curso desde 2005. Seu propósito é auxiliar grupos que desejam se organizar em cooperativas. O trabalho também se estende a associações. Atualmente, seis empreendimentos recebem o atendimento da Incubacoop. Trabalhadores que se encontram em situação de trabalho precarizado e desempregados que buscam uma recolocação no mercado formal são públicos beneficiados pelo apoio ao cooperativismo.

A coordenação das atividades da Incubadora é feita pelo professor do Departamento de Administração e Economia (DAE) José Roberto Pereira. Uma equipe de 16 pessoas, que envolve estudantes de graduação e pós-graduação, é responsável pelo desenvolvimento dos projetos.

Lemaf recebeu visita de pesquisador americano que é a referência mundial em biometria florestal

Harold Burkhart e John Welker (na região central da foto), acompanhados do reitor da UFLA e dos participantes da palestra proferida no Lemaf.
Harold Burkhart e John Welker (na região central da foto), acompanhados do reitor da UFLA e dos participantes da palestra proferida no Lemaf.

A interlocução entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e o Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia (conhecido como Virginia Tech) teve mais um avanço na última semana. Nos dias 30/6 e 1º/7, o pesquisador americano Harold Burkhart esteve no Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal (Lemaf), em atividades que visam à formalização de uma parceria entre as duas instituições. Harold Burkhart é reconhecido mundialmente pela excelência de sua produção na área de biometria florestal.

No dia 1º/7, o pesquisador ministrou uma palestra no auditório do Lemaf, para um público que reunia estudantes de pós-graduação e graduação, professores e outros profissionais. A apresentação feita por ele apontou diferentes formas de se fazer modelagem florestal a partir do uso de informações do melhoramento genético. O título da apresentação foi “Modeling Genetic Improvement Effects on Growth and Value of Forest Plantations”.

A palestra foi proferida em inglês e contou com uma tradução simultânea feita pelo vice-presidente e diretor de Tecnologia e Serviços Internacionais da maior empresa de consultoria florestal americana – American Forest Management (AFM), John Welker. O empresário acompanhou Burkhart na visita e também deu contribuições durante a exposição do conteúdo. A interação e a participação do público, ao final da palestra, deram mostras do interesse despertado pelo tema.

Antes do evento, no dia 30/6, Welker e Burkhart participaram de reunião com o reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo, para discutir as propostas de parceria e de realização de pesquisas conjuntas. Com orientações da Diretoria de Relações Internacionais (DRI), os pesquisadores deixaram a Universidade já de posse de documentos necessários à formalização futura de uma cooperação entre a UFLA e a Virginia Tech. Para a confirmação definitiva da parceria, ainda são necessários fluxos administrativos que a viabilizem. A proposta é que a integração contemple intercâmbio de estudantes e pesquisadores, possibilidades de estágios para alunos na empresa liderada por Welker, assim como a realização conjunta de pesquisas envolvendo eucalipto, pinus, sensoriamento remoto, entre outros.

Welker havia estado na UFLA em maio, quando já propunha parcerias na área de recursos florestais. Pela proposta, a relação entre a universidade e a empresa à qual está ligado possibilitaria a professores e estudantes a oportunidade para condução de pesquisas principalmente nas áreas de biometria e silvicultura. Em 2014, a AFM abriu uma subsidiária com sede em Curitiba (a Latin American Forest Management – LAFM), para a prestação de serviços a clientes internacionais interessados em investimentos florestais no México, América Central e América do Sul. Nos Estados Unidos, a AFM é uma das empresas integrantes da cooperativa florestal conhecida como Forest Modeling Research Cooperative (FMRC) sediada na Virginia Tech. Burkhart é coordenador/diretor dessa cooperativa, atuando na geração de produtos para as empresas cooperadas.

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Durante a estada de Harold Burkhart (à dir.) na UFLA, a formalização de uma parceria com a Virginia Tech foi objeto de conversas com o professor Scolforo .

O interesse na cooperação com a UFLA ocorre devido à experiência da instituição na área de biometria florestal de eucalipto. Além das produções da Universidade voltadas para o setor de biometria florestal, o conhecimento gerado na área de sensoriamento remoto também se tornou um atrativo para a formalização da cooperação. Para o professor Scolforo, o saldo da aproximação é positivo para estudantes e profissionais, assim como para a instituição como um todo. “Além de ser uma importante atividade de internacionalização, as relações com a Virginia Tech e com a LAFM dão projeção aos estudos e pesquisas em manejo e biometria florestal, realizados na UFLA, garantindo um reconhecimento por diferentes segmentos”, diz.

Ministério da Saúde seleciona projetos de pesquisa que contribuam para fortalecimento do SUS

saudeBuscando incentivar projetos de pesquisa científica e tecnológica que possibilitem o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e a melhoria das condições de saúde da população, o Ministério da Saúde publicou edital para selecionar propostas. Até 15/7, às 23h59, é possível que os pesquisadores façam suas inscrições. O edital foi lançado por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE/MS).

O chamamento público define 23 perguntas de pesquisa que devem ser contempladas pelas propostas inscritas. Elas englobam temas como o Programa Mais Médicos, a utilização do Prontuário Eletrônico do Cidadão (e-SUS AB), hepatites virais, situação vacinal da população, atenção hospitalar, entre outras questões de saúde pública. No total, mais de 23 milhões de reais serão destinados ao fomento das pesquisas.

O resultado da seleção de projetos deve ser divulgado em 14/8 e o início da contratação dos aprovados está previsto 17/8.

Consulte o edital.

Acesse a plataforma da  SCTIE/MS para inscrever um projeto de pesquisa.

Projeto A Magia da Física explica conjunção entre planetas: fenômeno estará visível até meados de julho

Foto de palestra sendo proferida na UFLA
Professora Karen explica o fenômeno conjunção.

Desde o dia 19/6, um observador desavisado que olha para o céu entre 18h e 19h30 percebe algo curioso: aparentemente duas estrelas de muito brilho, bem próximas uma da outra, na direção do pôr do Sol, destacam-se na paisagem. O que esse observador precisa saber é que os protagonistas da cena, na verdade, são os planetas Vênus e Júpiter, que passam pelo fenômeno astronômico chamado conjunção. O movimento orbital dos dois planetas fez com que, nesta época do ano, eles ficassem na mesma linha de visão, para quem os observa de algumas regiões da Terra.

Em seu trabalho contínuo de popularização das informações científicas, a equipe do Projeto A Magia da Física e do Universo realizou sessão aberta ao público, destinada a explicar o fenômeno. A reunião ocorreu em 30/6, às 18h, no Museu de História Natural da Universidade Federal de Lavras (MHN/UFLA). Essa seria a data de maior visibilidade do fenômeno, observável a olho nu. No entanto, devido à nebulosidade, os participantes do evento não puderam fazer a observação do céu, embora tenham aprendido detalhes sobre as conjunções a partir da apresentação feita pela professora do Departamento de Física (DFI) Karen Luz Purgoa Rosso.

Sobre o fenômeno

A aproximação entre Vênus e Júpiter se tornou visível a partir do dia 19/6. Logo no dia 20/6 os dois planetas, bem próximos, formaram um triângulo impactante no céu, incluindo a Lua. Em 30/6 foi a data de maior aproximação entre os astros (o chamado “apulso“), ficando a distância entre eles em cerca de 22 minutos de arco ou ~0,36 graus, às 18h. A Lua voltará a estar próxima dos dois planetas em 18/7. A partir de então, eles estarão em afastamento. O fenômeno ocorre na constelação de Leão e torna-se visível entre 18h e 19h30, na direção do pôr do Sol. Após esse horário, os astros estão abaixo da linha do horizonte.

A conjunção irá se repetir em 26/10, mas nessa data a observação deverá ser feita antes do nascer do Sol. Na semana anterior, a aproximação já poderá ser contemplada.

Conhecimentos astronômicos e história

Não foi só o movimento dos planetas e a organização do Sistema Solar que despertou a atenção de quem estava presente no MHN para saber mais sobre as conjunções. A professora Karen relatou também aspectos históricos que revelam a maneira como a humanidade sempre lidou com esses fenômenos. Segundo ela, no passado, a ligação da Astronomia com o dia-a-dia das pessoas era muito maior. “Os povos tinham o hábito de observar o céu, e o faziam com objetivos práticos (como saber a época certa para plantio e colheita, por exemplo) e também artísticos”.

A partir do processo de observação do céu, as diferentes culturas desenvolveram histórias – contos que explicavam, à sua maneira, aquilo que viam. Assim foram nominadas pelos gregos as 12 constelações. Karen ressaltou que os índios brasileiros e algumas comunidades africanas ocupavam uma região do planeta a partir da qual tinham uma visão muito semelhante do céu. Assim, muitos fenômenos eram vistos simultaneamente nos dois locais. “Apesar da distância geográfica, as histórias contadas por ambos acerca do mesmo fenômeno, quando se encontravam, eram, curiosamente, parecidas”.

Uma das histórias utilizada tanto por tupis-guaranis quanto por africanos para interpretar a presença das estrelas brilhantes que aparecem próximas à Lua era a da Lua e suas duas mulheres. A Lua seria o homem e Vênus, sempre por perto da lua minguante, seria a primeira mulher. Em determinados períodos, era Júpiter quem estava perto da lua cheia. Eles afirmavam que a Lua nunca se encontrava, ao mesmo tempo, com suas “duas mulheres”. Não há registros de histórias desses povos que relatem a conjunção, fenômeno pelo qual as duas mulheres ficam juntas e chegam a se encontrar com a Lua.

Professora Karen encerrou o encontro afirmando que a imaginação deu origem a muitas histórias que fazem parte da cultura. Dessa forma, convocou a todos para serem observadores e contadores de novas histórias. “Eu trouxe para você outra história, a história da ciência”, completou, antes de utilizar o software Stellarium para simular o movimento dos astros e explicar em detalhes a conjunção. “Essa é uma forma de entermos o que observamos no céu”.

A Magia da Física e do Universo

O projeto de extensão é coordenado pelos professores do Departamento de Física (DFI) José Alberto Casto Nogales Vera e Karen Luz Burgoa Rosso . Tem o apoio do MHN, do DFI e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além de contar com colaboração das pró-reitorias de Assuntos Estudantis e Comunitários (Praec), de Extensão e Cultura (Proec), de Pesquisa (PRP), de Graduação (PRG) e do Programa de Pós-Graduação em Física.