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Ufla abre inscrições para Especialização em Residência Médico-Veterinária

A Universidade Federal de Lavras (Ufla), através da Pró-Reitoria de Pós-Graduação abriu inscrições para o processo de seleção do Programa de Especialização em Residência Médico-Veterinária (PERMV) do Departamento de Medicina Veterinária (DMV), para preenchimento de 4 vagas na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, 4 na área de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais e 2 na área de Diagnóstico por Imagem em Pequenos Animais.

As inscrições poderão ser efetivadas no período de 14 de novembro a 14 de dezembro de 2007.

O exame de seleção será realizado nos dias 18 e 19 de dezembro de 2007 no Departamento de Medicina Veterinária, a partir das 8 horas.

O Programa de Especialização em Residência Médico-Veterinária é uma modalidade de Curso de Pós-Graduação Lato sensu Presencial, com duração de 12 meses, no mínimo, podendo se estender até 24 meses.

O início das atividades estão previstas para o dia 3 de janeiro de 2008 às 7 horas no Hospital Veterinário do Departamento de Medicina Veterinária.

A ficha de inscrição, edital, folder e cartaz do PERMV encontram-se disponíveis na Secretaria de Lato sensu do DZO/Ufla – www.prpg.ufla.br e www.openufla.com.br e no Portal do PERMV – www.posgraduacao.ufla.br/rmv

Mais informações: (35) 3829- 1851 com Lucimara. E-mail: sls02@ufla.br

Conselho Pleno aprova modelos de alocação de técnico-administrativos e de CDs e FGs

Trinta e três Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) participaram da LXVIIª reunião ordinária do Conselho Pleno da Andifes, que aconteceu de 10 a 13 de novembro na Universidade Federal do Piauí (UFPI). O encontro, presidido pelo vice-presidente da Associação, reitor José Ivonildo do Rêgo (UFRN), contou com a presença do governador do Estado, Wellington Dias, do prefeito de Teresina, Silvio Mendes, do secretário da Educação Superior (SESu/MEC), Ronaldo Mota, da diretora do Departamento de Desenvolvimento da Educação Superior (Dedes/SESu/MEC), Maria Ieda Costa Diniz, e da coordenadora geral da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra), Léia de Souza Oliveira.

Expansão em andamento nas IFES

A diretora Maria Ieda Diniz apresentou um relatório da repactuação das expansões realizadas nas IFES a partir de 2003. De acordo com o documento, de 2005 a 2010, cerca de R$ 1,5 bilhões serão distribuídos para as instituições. Destes, aproximadamente R$ 675 milhões já foram repassados e outros R$ 913 milhões serão distribuídos às IFES nos próximos anos. No próximo ano, as instituições devem receber cerca de R$ 392 milhões para as expansões em andamento.

De 2005 a 2007, foram alocados 5.197 docentes e 3.338 técnicos-administrativos. Até 2010, outros 5 mil docentes e 2 mil técnicos-administrativos devem ser alocados nas IFES.

O relatório da repactuação das expansões em andamento apontou, ainda, que, de 2003 até agora, foram criadas 12 novas IFES – UNIVASF, UFT, UFABC, UFGD, UFRB, UFERSA, UFJM, UFTM, UNIFAL, UTFPR, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e Universidade Federal do Pampa – e outras três estão em processo de criação – Universidades Federais do Oeste do Pará, da Integração Latino-Americana e da Fronteira Sul. Nesse período houve, também, a consolidação e a implantação de 64 campi universitários em todas as regiões brasileiras.

Reuni

Também foi apresentado pela SESu um relatório de adesão ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). De acordo com o documento, trinta e seis IFES aderiram ao programa na primeira chamada, que se encerrou no dia 29 de novembro. A expectativa é que outras 17 instituições apresentem seus projetos na segunda chamada, que se encerra no dia 15 de dezembro.

O Reuni pretende aumentar o número de vagas, reduzir taxas de evasão, ampliar a mobilidade estudantil e articular a educação superior com a educação básica, profissional e tecnológica. A previsão é de que as IFES alcancem 1 milhão de matrículas até 2011.

O total de investimentos previstos, que não inclui despesas de custeio e pessoal, é de R$ 2 bilhões entre 2008 e 2011. Adicionalmente, o orçamento de custeio e pessoal aumentará gradativamente até atingir, ao final de cinco anos, 20% a mais do orçamento executado em 2007 (tabela abaixo).

A SESu está realizando check list em todos os projetos apresentados pelas IFES para verificar sua qualificação processual. Os projetos que passarem por essa triagem serão encaminhados para a análise dos pareceristas, que os avaliarão com base nos seguintes critérios: coerência e consistência global do projeto; análise de coerência, consistência e exeqüibilidade de cada uma das dimensões; e inovação.

Para serem efetivados, os processos que forem aprovados pelos pareceristas ainda precisarão passar pela Comissão de Homologação do Reuni e pela SESu. Só então a Secretaria assinará com as IFES o acordo de metas.

Previsão de acréscimo orçamentário a partir do Decreto nº 6.096/2007(valores em milhares de reais)

Modelos de distribuição de TAs e de CDs e FGs

O Conselho Pleno da Andifes aprovou os modelos de distribuição de técnico-administrativos e de CDs e FGs apresentados pelo presidente da Comissão de Recursos Humanos da Associação, reitor Timothy Mulholland (UnB). O primeiro modelo refere-se a 5 mil vagas de técnico-administrativos, sendo 1.500 para expansão e 3.500 para reposição. O segundo modelo diz respeito a 600 CDs e FGs, das quais 200 para expansão.

Os modelos estão em discussão há quatro meses. Durante esse período, as IFES puderam debatê-los e encaminhar as suas sugestões de aprimoramento nas diversas reuniões do Conselho Pleno da Andifes. Nos próximos dias, a Associação, em conjunto com o Ministério da Educação, estará conferindo a base de dados e aplicando os modelos para que, depois disso, aconteça a publicação das Portarias referentes às vagas de técnico-administrativos e à distribuição de CDs e FGs.

Modelo de Assistência Estudantil

Foram apresentadas e discutidas as diretrizes que devem nortear o Modelo de Assistência Estudantil. Este modelo deve contemplar aqueles estudantes que realmente precisam de assistência para concluírem seus estudos, como os egressos de escolas públicas e os pertencentes às classes D e E, entre outros. Esteve presente durante o debate a presidente do Fórum de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace), Corina Martins Espíndola.

Os dirigentes definirão o modelo a ser utilizado durante a próxima reunião ordinária do Conselho Pleno da Andifes, que acontecerá no dia 12 de dezembro, em Brasília.

Recursos da SESu para 2008

A Andifes apresentará um documento a SESu propondo que os recursos da Secretaria às IFES para 2008 sejam utilizados de duas formas. Uma parcela será destinada às emergências que ocorram nas instituições ao longo do próximo ano; e outra, distribuída igualmente entre as IFES para programas de melhoria do desempenho acadêmico.

A segunda parcela de recursos da SESu será destinada aos seguintes programas: Recuperação, Modernização e Implantação de Laboratório no Ensino de Graduação; Modernização Tecnológica dos Meios Didáticos-Pedagógicos das Atividades de Ensino; Ampliação e Atualização do Acervo Bibliográfico e Modernização dos Sistemas de Bibliotecas; Melhoria de Redes e Aquisição de Equipamentos de Tecnologia da Informação; Modernização da Estrutura Organizacional da Gestão Acadêmico-Administrativa; Infra-Estrutura (saneamento, esgoto, sistema viário, tratamento de resíduos); e Renovação da Frota.

Reformulação da Comissão de Desenvolvimento Acadêmico

Os pró-reitores de graduação e de extensão das IFES serão estimulados a participar da Comissão de Desenvolvimento Acadêmico da Andifes, onde são debatidos, prioritariamente, os temas referentes a essas áreas.

Fasubra

A coordenadora geral da Fasubra, Léia de Souza Oliveira, demonstrou preocupação com o plano de saúde dos servidores das IFES e com a continuação do cumprimento do acordo de encerramento da greve feito com o governo federal.

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes)

A escola e a desigualdade

Correio Braziliense, 13/11/07

Alain Touraine, Sociólogo

Aquilo que uma sociedade diz da educação, como é, como deveria ser, nos informa muito mais do que qualquer outro discurso acerca da natureza e dos objetivos dessa sociedade. Já é uma razão suficiente para se ler com o maior interesse os resultados do estudo dirigido por Juan Casassus, responsável pelo programa da Unesco sobre o estado da educação na América Latina e Caribe, intitulado A escola e a desigualdade, lançado ontem em Porto Alegre. Dever-se-ia começar a ler e julgar esse livro partindo dos dados comparativos que apresenta com relação à qualidade da educação nos diferentes países, no campo e na cidade, nos diferentes setores sociais etc., já que nos repassam resultados e análises percucientes e que são de uma qualidade nitidamente superior a tudo que se encontra à nossa disposição na atualidade.

J. Casassus demonstra, com cifras concretas, analisadas segundo métodos estatísticos sofisticados, que grande parte da desigualdade que se observa na escola e na sua saída é produzida nela mesma e não é herdada das diferenças entre as famílias cujos filhos vão à escola. Tal afirmação repensa os debates sobre a educação, obrigando a abandonar-se todas as interpretações que eximem a escola de suas responsabilidades na desigualdade social, porque, é bom que recordemos, seria a desigualdade de marcha a ré, nas famílias e no meio social, que explicaria a desigualdade de oportunidades e de resultados tão fáceis de observar.

Certamente que as diferenças entre os meios sociais de origem determinam uma interferência profunda e quando se analisam de forma elaborada os dados que permitem comparar, por exemplo, escolas rurais com escolas urbanas, percebe-se que é a desigualdade entre as famílias o fator preponderante. Mas o que ecoa como explosão é que as variáveis internas da escola têm um peso maior com respeito à igualdade ou desigualdade do que as variáveis exteriores a ela.

A desigualdade aumenta em parte porque o afastamento dos professores em relação a seus alunos deixa o terreno livre para a ação do ambiente social, o qual, como é de se prever, é mais favorável para aqueles meninos que provêm de famílias de rendas mais altas e de maior nível educacional se comparados com os das famílias de parcos recursos culturais e, por isso mesmo, incapazes de ajudar o jovem a visualizar um futuro desejável. Entretanto, o segundo resultado sobre o qual insiste Juan Casassus é mais preciso ainda e seu peso, alega o autor, é mais forte do que o conjunto dos outros fatores reunidos. Trata-se da presença ou ausência na escola de um ambiente emocional favorável ou não ao aprendizado. E aqui o autor nos apresenta a imagem de uma aula quase ideal na qual uma professora muito preparada transmite aos meninos o gosto pelo conhecimento e dedica o essencial de seu trabalho ao estabelecimento de boas relações com os estudantes.

Da leitura do livro inferimos que, em lugar de esperar resultados positivos de um crescimento econômico prolongado ou de uma ação revolucionária, vemos que é possível agir aqui e agora. É possível melhorar os resultados de todos os países do continente, diminuir a desigualdade definindo as prioridades que uma sociedade deve adotar para sair da situação atual, que é duplamente perversa, objetivamente pelo baixo nível dos resultados e, subjetivamente (ou politicamente) porque os países da América Latina, como muitos outros no mundo, se negaram e ainda se negam a considerar como os principais responsáveis, para o bem ou para o mal, os sistemas escolares.

A clareza das conclusões, a qualidade técnica das análises, a forma como se questionam os diferentes modos de análises fazem do breve estudo um documento que deveria ocupar um lugar central na formação dos professores e não somente na América Latina. Os países mais ricos, que são também os mais orgulhosos de seu sistema educacional, também têm tanto que aprender com Juan Casassus como os países pobres ou aqueles que estão em uma situação intermediária.

Uma descoberta mais importante ainda é identificar hoje o papel predominante que representam os fatores internos nos resultados escolares e, portanto, na desigualdade de oportunidades contra a inserção na vida profissional. Meu desejo é que a Unesco e os editores tomem o mais rápido possível as medidas necessárias para que um texto desta envergadura e desta importância transcenda o público receptor dos relatórios — não raro excelentes — que são produzidos pelas organizações internacionais e os centros de estudo. O livro é tão revelador que deveria chegar ao mais amplo público possível e, em particular, ao círculo dos que decidem, sejam professores ou membros da elite política.

Ufla recebeu Diretoria e Conselho Curador da Fapemig

A Universidade Federal de Lavras (Ufla), recebeu o evento “Fapemig no Interior”, com participação da Diretoria e do Conselho Curador da Fapemig, nos dias 12 e 13 de novembro, com a presença de reitores e representantes das Universidades Federal de Ouro Preto,Alfenas, São João del Rei, Minas Gerais,Diamantina e Lavras.

A realização da reunião do Conselho Curador da Fapemig na Ufla, teve como objetivos: a apresentação Institucional da Fapemig, o envolvimento regional, ouvir a comunidade acadêmico-científica e conhecer os projetos desenvolvidos pela Ufla.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais é a única agência de fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico de Minas Gerais. É uma fundação do Governo Estadual, vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, tendo seus recursos financeiros assegurados pela Constituição do Estado.

Foram convidados para compor a mesa de honra o reitor da Ufla em exercício, Ricardo Pereira Reis; conselheiro José Policarpo Gonçalves de Abreu, representando a presidente do Conselho Curador, Lucilia de Almeida Neves Delgado; presidente da Fapemig José Geraldo de Freitas Drumond, diretor científico, Mário Neto Borges, diretor de Planejamento, Gestão e Finanças, Paulo Kleber Duarte Pereira, reitor da Ufop, João Luiz Martins, pró-reitor de Pesquisa, José Roberto Soares Scolforo, pró-reitor de Pós-Graduação, Joel Augusto Muniz e diretora executiva da Fundecc, Iara Alvarenga Mesquita Pereira.

Durante a cerimônia de abertura, realizada no auditório da Universidade, o pró-reitor de pesquisa José Roberto Scolforo destacou a atuação da Fapemig no apoio aos pesquisadores locais. ‘A Fapemig representa, atualmente, a fonte de recursos mais expressiva para a Ufla, seja na concessão de bolsas, na realização de projetos ou na organização de eventos’.

Ele ressaltou, também, a participação da Fundação na estruturação do núcleo de propriedade intelectual. A Ufla, assim com o a Funed, a Unimontes e a Epamig, faz parte de um projeto piloto da Fapemig de incentivo à proteção intelectual. Esse projeto prevê a estruturação de núcleos e a capacitação de profissionais para atuar na área. ‘Há dois anos, a Ufla possuía apenas dois registros de patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Hoje, após o trabalho em conjunto com a Fapemig, a Universidade detém 17 registros de patente, além de marcas e softwares’, acrescenta Scolforo.

No dia seguinte, a reunião teve continuidade com a participação de membros da comunidade acadêmica regional. Foram apresentadas as demandas e feitas as sugestões ou críticas. Como destaca o conselheiro José Policarpo Gonçalves de Abreu, presidente em exercício do Conselho Curador, essa é a hora certa para falar. ‘As sugestões são discutidas posteriormente e, se for o caso, transformadas em ações ou programas da Fapemig’, explica.

Entre as demandas levantadas estão a criação de uma bolsa de produtividade para pesquisadores prestes a se aposentar e a expansão do programa de bolsas de iniciação tecnológica.

Finalizando a reunião, conselheiros da Fapemig, reitores e convidados visitaram diversos setores da Ufla, entre eles os Laboratórios de Biologia Molecular; Laboratório de Microscopia Eletrônica; Departamento de Ciência da Computação e Laboratório de Computação Científica; Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal; Laboratório Central de Química; Laboratório Central de Sementes e Laboratório Central de Química Ambiental.

Homenagem

No ano em comemoração ao centenário de fundação da Universidade Federal de Lavras, a maior honraria outorgada pela Instituição a pessoas e instituições é a “Medalha Comemorativa do Centenário”, num gesto simbólico da reitoria em homenagem a todos os parceiros que contribuíram para a construção da história da Escola Agrícola de Lavras, da Escola Superior de Agricultura de Lavras e da Universidade Federal de Lavras.

O reitor em exercício, Ricardo Pereira Reis, prestou uma homenagem à Fapemig, na pessoa do presidente José Geraldo de Freitas Drummond e ao Conselho Curador, na pessoa do presidente conselheiro José Policarpo Gonçalves de Abreu, em reconhecimento à permanente colaboração para o desenvolvimento institucional e à profícua parceria estabelecida, o que contribuiu para a consolidação da Ufla como referência de qualidade no ensino, na pesquisa e na extensão universitária.

Fapemig no Interior

O Programa Fapemig no Interior foi criado em 2005 pelo Conselho Curador da Fundação, órgão responsável por elaborar as diretrizes institucionais. O Conselho se reúne todos os meses na sede da Fapemig, em Belo Horizonte. De acordo com a proposta do Programa, duas dessas reuniões passam a ser realizadas em uma cidade do interior do Estado.

A primeira reunião foi realizada em Itajubá. Em seguida, foi a vez de Montes Claros receber o Conselho. Em 2006, as reuniões se realizaram em Viçosa e Ouro Preto. A reunião de São João Del Rei foi a primeira de 2007. Após Lavras, a cidade que receberá o Conselho Curador é Uberlândia, em maio de 2008.

Nem a chuva atrapalhou a beleza do Festival

Com uma produção impecável, o Festival de Batuque Cultural, mostrou na sua primeira edição a que veio, impressionando a todos que estiveram presentes

Aneliese Castro

Nem mesmo o mal tempo do último sábado, conseguiu estragar a beleza e a produção impecável, da 1ª edição do Festival de Batuque Cultural. As cores de uma decoração muito bem preparada, os ambientes que cada tenda proporcionou, oficinas apreciadas por dezenas de visitantes, apresentações de teatro e cinema, a feirinha de alimentos e artesanato e os shows de música, foram elogiados por todos que visitaram e participaram deste primeiro sábado de Festival.

De acordo com a coordenadora do evento, Natália Carvalho, o resultado foi muito satisfatório para a primeira vez de um acontecimento como esse na cidade. “Nossa intenção é plantar a semente do movimento cultural em Lavras. Essa cidade tem tudo para ser um pólo de diversidade cultural e o Festival de Batuque pode ser o grande impulsionador para que isso se torne uma realidade”, comenta.

O presidente da Comissão do Centenário Luiz Antônio Lima, agradece a presença dos professores, servidores e alunos e fala da resposta positiva que foi alcançada pela produção. “Foi fácil perceber o retorno da cultura e do rock apoiado pela Ufla. As bandas, de alta qualidade, elogiaram muito o profissionalismo da organização do evento. Quem não foi perdeu”, conclui Luiz Lima.

Ao final da tarde, o grupo “Mucambo” – de São João del Rey – com sua apresentação de Maracatu, fez a “tenda Palco” tremer. O ritmo dos tambores e chocalhos levantou o público, que pulava e dançava. Todos (coordenadores, produtores, oficineiros e visitantes) eram unânimes em expressar sua satisfação com o sucesso daquele momento.

O Festival de Batuque Cultural ainda irá acontecer em duas próximas edições.

Mais informações no site: www.centenario.ufla.br/batuquecultural

Estudo lança luz sobre problemas infantis na escola

Portal Terra, 13/11/07

Benedict Carey

Educadores e psicólogos há muito temem que crianças que estejam começando na escola com problemas comportamentais enfrentarão problemas em seus futuros anos de estudo. Mas duas pesquisas recentes sugerem que esses temores talvez sejam exagerados.

Uma delas concluiu que os alunos de jardins de infância identificados como perturbados se saem tão bem quanto seus colegas, no ensino básico. A segunda constatou que crianças que sofrem de diferentes formas de deficiência de atenção na verdade são vítimas de lentidão no desenvolvimento no cérebro, e não de um defeito ou déficit mental.

Os especialistas dizem que as conclusões dos dois estudos, que estão sendo publicados hoje por duas revistas científicas diferentes, podem mudar a maneira pela qual cientistas, professores e pais compreendem e administram crianças incômodas ou emocionalmente retraídas, nos anos iniciais de escola. Os estudos podem até levar a uma reavaliação das possíveis causas de comportamento perturbador em algumas dessas crianças.

´Acredito que essas conclusões possam tomar grande importância, e nos forcem a perguntar se esse tipo de problema, expresso na forma de comportamento incômodo, não seria secundário com relação às expectativas indevidas de maturidade que alguns educadores mantêm com relação às crianças assim que elas chegam à escola´, disse Sharon Ramey, diretora do Centro de Saúde e Educação da Universidade Georgetown, que não participou de nenhum dos dois estudos.

Em uma das pesquisas, uma equipe internacional de cientistas analisou os indicadores de desenvolvimento social e intelectual de mais de 16 mil crianças e constatou que os comportamentos perturbadores e anti-sociais no jardim de infância não se correlacionam aos índices de sucesso registrados ao final do ciclo de ensino básico.

Os alunos de jardim de infância que costumam interromper professores, desobedecer instruções ou até puxar briga com colegas tinham desempenho tão bom em leitura e matemática quanto crianças de nível semelhante de habilidade, quando os dois grupos de estudantes chegavam à quinta série, de acordo com o estudo.

Outros pesquisadores acautelaram que as conclusões do estudo, que estão sendo publicadas pela Developmental Psychology, uma revista científica, não implicam que os problemas emocionais de que as crianças sofrem sejam triviais ou incapazes de prejudicar seu desenvolvimento acadêmico, nos anos anteriores ou posteriores ao ensino básico.

No outro estudo, pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde americano e da Universidade McGill, no Canadá, usando técnicas de varredura magnética, constataram que os cérebros de crianças que sofrem de distúrbio de deficiência de atenção e hiperatividade em geral se desenvolvem de maneira mais lenta em algumas áreas do que os cérebros de crianças que não sofram esse tipo de distúrbio.

O distúrbio de deficiência de atenção se tornou o mais comum diagnóstico psiquiátrico para as crianças pequenas que exibem comportamento incômodo; estima-se que entre 3% e 5% das crianças em idade escolar sofram do problema. Os pesquisadores há muito debatem se isso é resultado de alguma deficiência cerebral ou simplesmente de um atraso no desenvolvimento.

Os médicos dizem que o relatório, que sai na Proceedings of the National Academy of Sciences, ajuda a explicar por que tantas crianças revertem o diagnóstico inicial de distúrbio de deficiência de atenção, quando passam do ensino básico ou ainda posteriormente, muitas vezes depois de tratamentos com medicamentos estimulantes que melhoram sua concentração, quando ainda pequenas.

As conclusões do primeiro estudo surgiram de uma colaboração entre uma dúzia de importantes pesquisadores, que decidiram reavaliar os dados de seis grandes estudos sobre o desenvolvimento infantil realizados de 1970 para cá. Cada um desses seis estudos acompanhou centenas de crianças da primeira infância até o ensino básico, registrando seu desempenho com relação a diversos indicadores, entre os quais a capacidade matemática e a de leitura, a estabilidade emocional, a capacidade de concentração, e a atenção. A maioria dos estudos utiliza relatórios de professores sobre os alunos a fim de avaliar o progresso emocional e social dos estudantes e sua capacidade de prestar atenção, quando isso lhes é requerido. Os pesquisadores ajustaram os resultados de sua avaliação com o objetivo de eliminar fatores como a renda familiar e a estrutura da família das crianças.

Embora houvesse baixa correlação entre problemas de comportamento no jardim da infância e o sucesso acadêmico posterior, os pesquisadores concluíram que os resultados obtidos em testes de matemática por crianças de cinco ou seis anos de idade apresentavam forte correlação com os resultados acadêmicos que elas viriam a obter na quinta série. A capacidade de leitura e os resultados quanto aos indicadores de atenção, no jardim da infância – áreas em que as crianças que sofrem de distúrbio de atenção costumam encontrar problemas – também serviam para a previsão de futuros resultados acadêmicos, mas apresentando correlações bem menos fortes do que no caso dos resultados de testes matemáticos. Os padrões se assemelhavam para meninos e meninas, e também para crianças de famílias afluentes e de famílias de baixa renda.

Os autores do estudo sugerem que os programas pré-escolares talvez devessem considerar a possibilidade de desenvolver métodos mais efetivos de treinamento matemático no período anterior ao ensino básico. As conclusões devem eliminar de vez as preocupações quanto à possibilidade de que crianças inquietas, incômodas ou retraídas, em seus anos de pré-escola, estejam condenadas a enfrentar futuros problemas acadêmicos.

´Para os jardim de infância, ao que parece os professores se provaram capazes de contornar esses problemas de comportamento de maneira que permite às crianças que sofrem esse tipo de dificuldade aprender tanto quanto as demais crianças que ostentam nível de capacidade básica semelhante´, disse o diretor do projeto de pesquisa, Greg Duncan, professor de desenvolvimento humano e políticas sociais da Universidade Northwestern. Essa constatação, em especial, afirmou Duncan, ´resultou em grandes controvérsias entre os psicólogos especialistas em desenvolvimento que avaliaram o estudo´.

Um dos psicólogos que discordam da teoria é Ross Thompson, professor de psicologia na Universidade da Califórnia em Davis. Ele afirma que seria um erro concluir, com base nos resultados, que os programas adotados para orientar o desenvolvimento emocional dos alunos de pré-escola fossem ineficientes. ´Isso seria uma tremenda, dupla, desvantagem para as crianças realmente difíceis´, disse ele. ´Primeiro, não receberiam ajuda para administrar melhor seu comportamento, e depois seriam classificadas como crianças-problema tão logo entrassem na escola´.

No segundo estudo, pesquisadores do governo no campo da psiquiatria compararam imagens de tomografias cerebrais de dois grupos de crianças: um deles composto por meninos e meninas que sofrem de distúrbio de atenção e o outro por crianças que não enfrentam esse problema. Os cientistas acompanharam as crianças – 223 em cada grupo – dos seis aos 16 anos, obtendo múltiplas imagens tomográficas de cada participante ao longo do período.

Em um cérebro que esteja se desenvolvendo normalmente, o córtex cerebral ¿o revestimento externo do cérebro, região em que se concentram os circuitos envolvidos no pensamento consciente- se adensa durante a primeira infância. Depois, reverte o curso e volta a se afinar, perdendo neurônios à medida que a criança vai se aproximando da adolescência. O estudo constatou que, em média, os cérebros das crianças que sofrem de distúrbio de atenção iniciam esse processo de ¿poda¿ aos 10 anos e meio de idade, cerca de três anos depois de seus colegas que não enfrentam a mesma dificuldade.

Cerca de 80% das crianças que sofriam de deficiência de atenção usavam ou haviam usado medicamentos estimulantes, e os pesquisadores não tinham como aferir o efeito dos medicamentos sobre o desenvolvimento cerebral. Os médicos consideram que os medicamentos estimulantes sejam uma boa maneira de estimular a atenção em curto prazo; o novo estudo não deve alterar essa posição.

Mas o maior atraso no amadurecimento do cérebro foi localizado exatamente naquelas áreas do córtex mais envolvidas com a atenção e o controle motor, disse o diretor científico do projeto, Philip Shaw, psiquiatra do Instituto Nacional de Saúde Mental. ´Essas são exatamente as áreas nas quais tínhamos a expectativa de localizar diferenças´, afirmou Shaw.

Tradução: Paulo Migliacci ME

The New York Times

Divulgado resultado parcial do IV Concurso de Qualidade de Cafés de Minas Gerais

A Emater/MG divulga o resultado parcial do IV Concurso de Qualidade de Cafés de Minas Gerais.

Nas categorias de cereja descascada – CD e natural – NAT, foram pré-classificados produtores dos municípios de: Machado, Carmo de Minas, Patrocínio, Araponga, Manhuaçu, Andradas, Poços de Caldas, Heliodora, Santo Antônio do Amparo, São Sebastião do Paraíso, Cabo Verde, Pedralva, Oliveira, São Tomás de Aquino.

O encerramento do Concurso será às 18 horas do dia 21 de novembro de 2008.

O leilão acontecerá no dia 21 de novembro, às 15 horas.

Mais informações: (35) 3821-0010 www.emater.mg.gov.br

Ufla recebeu a visita do Ministro Luiz Dulci

O ministro Luiz Dulci, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República esteve presente no evento “Diálogo de Concertação para Revitalização do Lago de Furnas”, que aconteceu na sexta-feira (9/11).

O evento promovido pela Universidade Federal de Lavras, Fórum das Instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão para Revitalização do Lago de Furnas, Associação dos Municípios do Lago de Furnas, contou com a presença de prefeitos da região, deputados e dirigentes de diversas instituições e entidades.

Foram convidados para compor a mesa de honra o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República Luiz Soares Dulci, reitor em exercício Ricardo Pereira Reis, deputado federal Odair Cunha, deputado estadual Antônio Carlos Arantes, prefeita municipal de Lavras Jussara Menicucci de Oliveira, presidente da Associação dos Municípios do Lago de Furnas, prefeito de Alfenas Pompilio de Lourdes Canavez e o presidente do Fórum-Lago Fabio Moreira da Silva.

Estiveram presentes os prefeitos ou representantes dos municípios de: Fama, Carmo do Rio Claro, Perdões, Bom Sucesso, Itutinga, Itumirim, Carmo da Cachoeira, São Bento Abade, Conceição de Aparecida, Candeias, Lavras, Luminárias, Carrancas, Varginha, Guapé, Alfenas, Aguanil, Ingaí, Nepomuceno, Boa Esperança, Ilicínea, Machado e Três Pontas.

Pela manhã, aconteceu o Seminário Técnico-administrativo e de Saneamento, no Anfiteatro do Departamento de Ciência da Computação – prédio novo – com as palestras ‘Diretrizes do Plano Diretor Participativo’, por Roger Menale e “Cenário do Diagnóstico de Saneamento dos municípios do entorno do Lago de Furnas”, pelo engenheiro Adauto Santos, do Ministério das Cidades. A partir das 14 horas, o evento foi transferido para o Espaço Santa Felicidade (Rua Altamiro Pinto, 131 – Lavras-MG).

Na programação pronunciamentos sobre a “Síntese dos Projetos Desenvolvidos na Região do Lago de Furnas”, pelo presidente do Fórum-Lago, professor Fábio Moreira da Silva; “Síntese dos Planos Diretores Participativos dos 50 municípios da região”, pelo presidente da Alago, prefeito Pompílio de Lourdes Canavez. Em seguida, foi anunciado o encaminhamento de novos projetos para o desenvolvimento sustentável do entorno do Lago de Furnas, como a Emenda Parlamentar do deputado Odair Cunha ‘ Implantação e melhorai de sistemas públicos de esgotamento sanitário em municípios de até 50 mil habitantes, com investimentos de mais de 2 milhões de reais. O projeto aguarda aprovação na Câmara dos Deputados.

Também, os projetos: Elaboração de planos diretores dos municípios do GD2, pelo professor Elias Rodrigues de Oliveira (Ufla); Plano de plantio direto para os municípios da região do Lago de Furnas, engenheiro agrônomo Lamartine martins (Monsanto); Projeto Recicla Óleo, professor Pedro de Castro Neto (Ufla); Inventário de recursos hídricos da bacia do Lago de Frunas, professor Alexandre Moreira dos Santos (Unifei) e Inventário Turístico, professora Maria Cristina Mendonça (Ufla).

Homenagem ao Ministro Luiz Dulci

Fundada em 1908, sob o lema do Instituto Gammon: “Dedicado a glória de Deus e ao Progresso Humano”, a Escola Agrícola de Lavras, depois Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal) e, hoje, Universidade Federal de Lavras (Ufla), é um exemplo vivo da concretização dos ideais de seu fundador, Dr. Samuel Rhea Gammon, e de seu primeiro diretor, Dr. Benjamim Harris Hunnicutt.

Neste século de existência, a Ufla consolidou-se pelo seu pioneirismo na extensão, pela extraordinária geração de conhecimentos científicos e tecnológicos, mas acima de tudo pela qualidade do ensino na formação de mais de 30.000 profissionais graduados, especialistas e pós-graduados em áreas estratégicas para o desenvolvimento do País, particularmente nas ciências agrárias.

Como marco do seu centenário a Ufla instituiu sua maior honraria através da Medalha Centenário e o certificado de Honra ao Mérito, agraciando assim, instituições e personalidades que se destacaram nas parcerias que ajudaram a elevar a Ufla ao estatus de instituição de excelência que a qualifica dentre as melhores universidades do País.

Dentre as parcerias podemos citar a Alago, instituição já homenageada, a partir da qual iniciamos em 2001 os trabalhos de formação do Comitê da Bacia do Lago de Furnas, trabalhos que levaram a região a ser incluída no programa do governo federal denominado: “Dialogo de Concertação”, coordenado pela Secretaria Geral da Presidência da República.

A primeira reunião do Dialogo de Concertação para o Desenvolvimento Sustentável no Entorno do Lago de Furnas ocorreu em dezembro de 2003, através da mobilização sociedade e atores locais com das diversas esferas do governo. Decorrente do Dialogo de Concertação foi criado em julho de 2004 o Fórum das Instituições de Ensino Pesquisa e Extensão para Revitalização do lago de Furnas (FORUM – Lago), agregando inicialmente a Ufla, Unfei, Unifenas, Efoa, Unis, Alago, Ibama, Emater.

O Fórum-Lago, cuja presidência está sediada na Ufla, conta atualmente com 14 instituições afiliadas e vem se destacando como grande ganho para região, tendo sido considerado modelo de destaque e sucesso de mobilização social no País, apresentado no I Salão Nacional dos Territórios promovido pelo MDA em novembro de 2006.

São inquestionáveis e praticamente incontáveis os benefícios já alcançados para a revitalização do Lago de Furnas decorrentes do Dialogo de Concertação e em especial a atenção que toda equipe da Secretaria Geral, atualmente presidida pelo Ministro Dulci, tem dado à nossa região e instituições.

Mediante tão profícuo programa social a Ufla, representando as demais instituições através do Fórum-Lago e Alago, prestou homenagem a Secretaria Geral da Presidência da República na pessoa do Exmº. Sr. Ministro Luiz Dulci, por ocasião da Reunião do Dialogo de Concertação para Revitalização do Lago de Furnas, que aconteceu dia 9 de novembro de 2007, integrando a semana comemorativa das atividades de extensão da universidade.

Desinteresse pela inovação

O Estado de São Paulo, 12/11/07

Enquanto nos países desenvolvidos as atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico são cada vez mais impulsionadas pela iniciativa privada, no Brasil elas continuam se circunscrevendo predominantemente ao setor público. Na França, por exemplo, 53% dos cientistas trabalham para empresas particulares. Nos Estados Unidos e na Coréia do Sul, esse porcentual já está próximo dos 80%. Entre nós, porém, apenas 16% dos pesquisadores atuam na iniciativa privada. Os 84% restantes trabalham em universidades públicas ou em órgãos governamentais, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura.

O resultado acaba sendo paradoxal: apesar do aumento dos investimentos do País em pesquisa e desenvolvimento, que pode ser constatado pela ampliação do número de doutores formados por universidades de ponta e pela elevação do número de artigos publicados por cientistas brasileiros em conceituadas revistas especializadas internacionais, as empresas nacionais continuam enfrentando dificuldades para incorporar as inovações científicas aos seus negócios e, com isso, ganhar produtividade, lançar novos produtos e conquistar novos mercados.

Trocando em miúdos, embora a ciência avance, “ela não vira Produto Interno Bruto”, como afirma o físico Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), uma das mais importantes agências de fomento ao desenvolvimento tecnológico do País. Isso acontece, diz ele em importante estudo recentemente divulgado pelo Estado, por causa da incapacidade de governos e empresários de construírem “pontes” entre o mundo da ciência e a realidade dos mercados.

Os cientistas fazem pesquisa de ponta, mas as empresas não sabem utilizar o potencial de inovação propiciado pelos institutos do setor público. E, como são elas que geram riquezas, o avanço da ciência não tem os efeitos que poderia ter no aumento da produção e na criação de novos postos de trabalho.

Segundo Brito Cruz, só quando o setor produtivo passar a registrar aproveitamentos significativos da inovação científica é que a economia brasileira reunirá condições para crescer num ritmo mais acelerado do que o atual. Para isso é indispensável a contratação de maior número de cientistas e pesquisadores e a presença de empresários nos principais órgãos deliberativos das universidades de ponta, assim como a modernização da legislação. Sancionada há dois anos com o objetivo de incentivar as empresas particulares a investirem em ciência e tecnologia, a Lei da Inovação Tecnológica foi o primeiro passo nesse sentido.

Mas, como lembra o diretor-científico da Fapesp, ainda há muitos desafios pela frente e a expansão da ciência e da tecnologia não pode ficar na dependência de financiamento direto do poder público. Para vencer esses desafios, uma saída seria adotar medidas inspiradas na bem-sucedida política posta em prática pela Finlândia e pela Suécia. Nas últimas décadas, indústrias desses países se tornaram líderes mundiais nas áreas em que as inovações são quase diárias, tais como a informática e a telefonia.

Graças a um engenhoso sistema de estímulos fiscais, à criação de comitês científicos, constituídos por professores universitários, pesquisadores e executivos de grandes empresas, e ao compromisso dos governantes de manter intocadas as “regras do jogo”, nos dois países a iniciativa privada pôde aumentar significativamente os investimentos em tecnologia. E, à medida que se converteram nos principais empregadores de cientistas e pesquisadores, as empresas finlandesas e suecas em pouco tempo se tornaram grandes conglomerados mundiais.

No Brasil, conforme reportagem recentemente publicada no Estado, muitas empresas têm interesse em firmar acordos com universidades públicas, mas esbarram em problemas que vão da falta de comunicação ao anacronismo da legislação. Nas agências públicas de fomento à pesquisa já não predomina o preconceito ideológico que condena parcerias com a iniciativa privada, mas elas reivindicam leis mais modernas para poderem formalizar acordos. E falta, enfim, um marco regulatório que encoraje o setor produtivo nacional a aumentar seu peso relativo em matéria de inovação tecnológica.

A Capes, o Sinaes e o futuro das Universidades

Revista Gestão Universitária – Edição 145

Samuel José Casarin

A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) divulgou o resultado de sua avaliação trienal (2004-2006) dos programas de mestrado e doutorado do país. Dos 2.266 programas avaliados, 219 (9,7%) foram conceituados com notas 6 ou 7 (em uma escala de 1 a 7) e 81 (3,6%) programas foram conceituados com notas 1 ou 2, fazendo com que estes corram o risco de serem fechados (descredenciados).

Os 219 cursos com melhores avaliações são aqueles programas comparáveis a equivalentes internacionais. Os demais 1.966 (86.7%) programas são considerados de qualidade intermediária, pois receberam conceitos entre 3 e 5.

De acordo com os critérios da Capes, a maior nota de um mestrado é 5 e a de um doutorado é 7. Assim, para que um programa de mestrado possa alcançar o status de doutorado ele precisa alcançar o conceito máximo na sua avaliação, ou seja, 5. Como todo mestrado é credenciado com conceito inicial 3, para que o mesmo alcance o conceito máximo (5) decorre um tempo mínimo de seis anos, visto que a avaliação da Capes é trienal.

Assim, um programa de mestrado credenciado este ano (2007), caso apresente um desempenho excelente, terá conceito 4 na sua próxima avaliação (em 2010) e conseguirá o conceito 5 em 2013. Somente a partir de 2014 este programa de mestrado poderá se transformar em um programa de doutorado, que, por sua vez só será avaliado em 2016. Transcorre aí um tempo mínimo de nove anos.

A realidade, no entanto, mostra que para um programa de mestrado passar de um conceito 3 para um conceito 4 exige da IES um grande esforço. Em outras palavras, exige a comprovação de uma grande produção científica – não só em quantidade, mas, principalmente, em qualidade.

Os programas de mestrado e doutorado que receberam as melhores avaliações estão concentrados em instituições de ensino público (Unicamp, Inpe, USP, UFRGS, UFRJ, UFMG), sendo que somente duas instituições privadas estão neste seleto ranking (FGV-SP e RJ e PUC-RJ).

Segundo o diretor de avaliação da Capes, o professor Renato Janine Ribeiro, nesta última avaliação trienal houve um aumento das exigências dos avaliadores. O que foi relatado acima mostra que o futuro de muitas instituições universitárias está seriamente comprometido, caso o Ministério da Educação – MEC leve ‘a ferro e a fogo’ os objetivos e metas do programa do Sinaes – Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior, em vigor desde a publicação da Lei 10.861/2004 e posto em prática a partir deste ano (2007) de acordo com a Portaria Normativa MEC 01/2007.

Pela legislação em vigor, uma universidade só pode ser considerada como tal se oferecer, no mínimo, três programas de mestrado e um programa de doutorado com avaliação positiva pela Capes. Dados, ainda de 2005, mostravam que apenas 38% das universidades brasileiras (entre públicas e privadas) atendiam este requisito. Passados mais de dois anos esse percentual pouco se alterou – se é que se alterou. Assim, a pergunta que fica no ar é: o que o MEC vai fazer quando os resultados das avaliações institucionais externas em curso revelarem o que todos já sabemos? Vai descredenciar várias universidades? Vai rebaixá-las para o status de Centros Universitários limitando suas autonomias?

O grande dilema a ser superado, caso os resultados das avaliações institucionais das universidades sejam desfavoráveis à elas, reside em um termo: reconhecimento. A maioria das universidades brasileiras, quando criadas não foram credenciadas, mas sim reconhecidas como universidades. Assim, como o MEC pretende recredenciar ou descredenciar uma universidade que não foi, legalmente, credenciada?

Credenciamento e Reconhecimento são dois termos juridicamente distintos. Daí o problema. Do MEC, é claro. A realidade das universidades particulares é que sejam oito, doze ou quinze anos, o prazo para atender ao exigido pelo MEC para se manterem com o status de universidade (três mestrados e um doutorado) pouquíssimas conseguirão essa proeza. O quadro é muito complexo para elas que se sustentam quase que exclusivamente das mensalidades cobradas pelos cursos de graduação e de pós-graduação lato sensu.

O distanciamento entre as universidades particulares e os órgãos de fomento (Capes, CNPq e Fapesp – aqui no estado de São Paulo) contribui ainda mais para dificultar a superação do obstáculo em discussão. Só para se ter uma idéia do tamanho do problema, a Universidade Estácio de Sá que conta com aproximadamente 150.000 alunos não tem ainda um programa de doutorado. Antes de perguntar qual o futuro da Universidade Estácio de Sá, há de se perguntar: interessa a Estácio de Sá um programa de doutorado?