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Metade dos cursos mal avaliados no Enade oferece bolsas no ProUni

O Estado de São Paulo, 31/07/07

Lisandra Paraguassú

Brasília – Depois de três anos de avaliações, o Ministério da Educação descobriu que quase mil cursos têm resultados sofríveis no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). Metade dessas faculdades ruins hoje oferece bolsas no Programa Universidade para Todos (ProUni) em troca de isenções de impostos por parte do governo. Neste ano, essas isenções devem totalizar R$ 126 milhões. Cruzamento feito pelo Estado mostrou que 462 dos 923 cursos com as notas mais baixas do exame estão oferecendo bolsas via ProUni para o próximo semestre letivo.

Ao todo, os cursos ruins representam 8% dos 5,8 mil oferecidos neste semestre no programa. O porcentual não é alto, mas as notas baixas incluem algumas das maiores instituições do País, que oferecem um bom número de vagas. É o caso, por exemplo, da Universidade Paulista (Unip). Ao mesmo tempo que tem cursos muito bem avaliados, a instituição aparece com 20 entre aqueles com as piores notas do Enade, em várias cidades do País – todos eles inscritos no ProUni.

“Acredito que esse é até um número esperado, dentro do normal. Não desqualifica o programa nem as instituições. O Enade não é o sistema completo de avaliação, não é feito por todos os alunos e alguns, muitas vezes, não têm compromisso com o resultado”, afirma o presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras dos Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo (Semesp), Hermes Figueiredo.

O Enade avalia a instituição por meio de uma prova feita com uma amostra dos alunos em dois momentos: o primeiro ano de curso e a graduação. A intenção é medir não apenas o conhecimento do formando, mas quanto a instituição conseguiu agregar de conhecimento ao longo do curso. A cada ano, o ministério avalia um grupo de cursos por áreas de conhecimento. O primeiro grupo foi avaliado em 2004 e o último, em 2006. Só neste ano o MEC passou a ter uma avaliação completa de todas as instituições.

O cruzamento levou em conta as instituições que tiveram conceito 1 e 2 no Enade, somados aos conceitos IDD – índice criado pelo MEC para medir o conhecimento agregado entre o ingresso na faculdade e a formatura. No caso daquelas que tiveram conceito 1, foram consideradas as com IDD até 4. Para aquelas que tiveram conceito 2, consideradas até as que tiveram IDD 1 e 2.

No total, 85 cursos tiveram conceitos 1 e IDD até 4. Dessas, 56 estão no ProUni. Entre as piores – com conceitos 1 e 1 -, 13 de 21 estão no programa. Aquelas com conceito 1 e IDD 2 são 24,ou 63% do total. No conceito 2, com IDD 1 e 2, está o maior número de instituições: 838. Dessas, quase a metade (406) também faz parte do programa.

Na semana passada, o presidente Lula sancionou lei que prevê a saída do ProUni de instituições com duas avaliações ruins seguidas no Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes) – e não mais em três, como ocorria antes. O sistema inclui não apenas o Enade, mas uma avaliação das condições do curso, feita por visitas de especialistas às instituições.

A lei considera um período de seis anos até que um curso mal avaliado seja retirado do programa. Isso porque um sistema completo de avaliação inclui o Enade mais a visita. Os primeiros cursos, da área de saúde, avaliados em 2004, ainda não foram visitados. As primeiras avaliações de curso serão feitas neste ano, junto com a segunda prova do Enade. Em 2010, será feita a segunda visita e, só então, se a instituição mantiver a má qualidade, poderá ser retirada do programa.

“O tempo é importante, mas não mais que um processo justo”, justifica o secretário de Ensino Superior do MEC, Ronaldo Mota. “Temos de permitir a uma instituição corrigir seus erros. Seria fácil fazer algo mais pirotécnico, mas poderíamos cometer injustiças.”

O secretário lembra que a lei que criou o ProUni foi aprovada pelo Congresso com a previsão de três avaliações para o descredenciamento, ao contrário do que queria o MEC. Por isso, foi feita uma nova, diminuindo o tempo. “Mas nada impede que, no meio do processo, haja a suspensão de vestibulares ou retirada do ProUni, caso o ministério verifique irregularidades graves na instituição.”

Inaugurado Teatro de Bolso em Lavras

Uma sala de espetáculos com capacidade para 85 pessoas e tecnicamente equipada para receber produções de teatro, dança e música.

O Teatro de Bolso surge num momento de marasmo cultural em Lavras, onde a falta de espaços adequados limitam muito a produção teatral local e praticamente impede grupos de fora de virem se apresentar por aqui. Alem de apresentações semanais de teatro, de quinta a domingo às 21 horas, o Teatro de Bolso implantará projetos de música e dança.

Foram oferecidas em julho, cursos e oficinas para crianças, adolescentes e adultos, com grupos profissionais do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo, além de vários da região. Já está sendo divulgado a Campanha de Popularização do Teatro em Lavras, que acontecerá no mês de setembro, de quinta a domingo com espetáculos infanto-juvenis as 17h30 e espetáculos adultos as 21 horas.

O Teatro de Bolso iniciou a sua primeira temporada do teatro, com dois espetáculos, um adulto e outro infanto-juvenil que ficarão em cartaz até o final de agosto. No segundo semestre uma campanha denominada A ESCOLA VAI AO TEATRO pretende incluir escolas locais num processo de formação de platéias.

ESPETACULOS EM CARTAZ ATÉ FINAL DE AGOSTO

· QUATRO GRAUS DE HUMOR – 4 atores, 4 motivos pra você morrer de rir. Uma coletânea de cenas de humor que enfocam personagens e situações do nosso cotidiano, apresentados sempre com um humor critico e especialmente produzidos para divertir o espectador. O espetaculo esta sendo apresentado desde o dia 13 de julho. Humberto Mello e Homero Carvalho dividem a direção e atuam no elenco, juntamente com Herbert Martins (também responde pelas coreografias) e Kenia Dias.

· FOLIA DO BOI BUMBA – é um espetáculo musical infanto-juvenil, da autora lavrense Alcione Lopes, que enfoca o folclore brasileiro, levando o espectador a refletir sobre a riqueza e importância de se preservar nosso folclore, nossa cultura e nossas tradições. O espetáculo está sendo apresentado de quinta a domingo, às 17 horas e tem a direção de Homero Faria que também atua e no elenco, Helbert Martins (também responde pelas coreografias), Humberto Mello, Deivison Batista e Kenia Dias.

E-mail: teatrodebolso@bol.com.br

Expansão das Ifes: planejamento e gestão ligados à qualidade da educação

Trabalhar para obter uma estrutura eficaz de planejamento e gestão da educação superior. Esse é o foco principal do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, apresentado, na tarde desta quinta-feira (26/07), pelo secretário executivo do Ministério da Educação, José Henrique Paim, durante o 1º Seminário Nacional do Reuni. O evento contou com a participação do secretário da Educação Superior (SESu/MEC), Ronaldo Mota, do secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Duvanier Paiva Ferreira, do presidente da Andifes, reitor Arquimedes Diógenes Ciloni (UFU), e do presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães.

Para o secretário Henrique Paim, outra característica importante do programa é o respeito à autonomia universitária. Não há, portanto, um modelo único a ser seguido por todas as instituições. ´As políticas públicas serão construídas conjuntamente, respeitando as especificidades de cada instituição e de cada região do país´, explicou.

O presidente da Capes, Jorge Guimarães, falou sobre a importância das universidades explicitarem no planejamento suas metas para a pós-graduação. ´É importante que as instituições apresentem suas fortalezas e também suas fraquezas para podermos avançar de forma quantitativa e qualitativa´.

O professor Arquimedes Ciloni fez um relato do histórico da expansão das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), demonstrando que a Andifes se preocupa, desde a sua criação, com essa demanda da sociedade. ´O Reuni caracteriza mais um avanço nesse sentido e, dessa forma, a Associação apóia a intenção do Governo Federal em implantar o programa´, afirmou.

De acordo com o professor Arquimedes Ciloni, a Andifes apresentou ao MEC uma série de questionamentos quanto à operacionalização, ao financiamento e ao respeito à diversidade institucional constantes no Decreto do Reuni. Uma das questões apontadas por ele é a dificuldade de implantação de 18 alunos para cada professor de graduação, uma vez que o padrão internacional aceito é o de 16 alunos por professor, levando-se em consideração, também, a pós-graduação.

Para o presidente da Andifes, é importante que se analise a viabilidade de todos os pontos constantes no Reuni e que se apresentem propostas que garantam oportunidades para todas as Ifes, respeitando a vocação de cada instituição. ´Precisamos entender a expansão como um projeto permanente e, como tal, necessida oferecer às Ifes perspectivas quanto a recursos humanos e financeiros que a sustente´, concluiu.

Reuni

O programa se propõe a reforçar iniciativas para a ampliação das vagas e a elevação da qualidade da educação superior. Entre os objetivos propostos para os próximos cinco anos, estão a elevação gradual da taxa de conclusão média dos cursos de graduação presencial para 90% e também o aumento da relação de alunos de graduação por professor para 18. Hoje, a relação é de dez alunos por professor.

Opiniões

´Os atores são os importantes neste caso. E, certamente, a qualidade desses atores que executam o projeto é tão ou mais importante que o projeto em si´. – secretário da Educação Superior, Ronaldo Mota.

´A Andifes defende enfaticamente o processo de expansão que as Instituições Federais de Ensino Superior vêm conseguindo implementar. Mas precisamos entender a expansão como um projeto permanente e, como tal, necessida oferecer às Ifes perspectivas quanto a recursos humanos e financeiros que a sustente´. – presidente da Andifes e reitor da UFU, Arquimedes Diógenes Ciloni.

´O Seminário possibilitou um aprofundamento bastante interessante sobre o Decreto do Reuni. Com isso, podemos dizer que avançamos consideravelmente quanto aos esclarecimentos que necessitamos a cerca desse programa. Precisamos, agora, discutir os prazos´. – segundo vice-presidente da Andifes e reitor da UFT, Alan Barbiero.

´O Reuni é muito bem-vindo. A perspectiva de que possamos acrescentar 20% no nosso corpo discente é extremamente positiva. O que precisamos agora é debater as formas como o programa será implementado´. – reitor da UnB, Timothy Martin Mulholland.

´O Reuni é uma grande oportunidade que se apresenta para que cada Instituição Federal de Ensino Superior pense e apresente o seu projeto e a sua estratégia, tanto do ponto de vista conceitual da educação como um todo, quanto da expansão da sua graduação e pós-graduação. Dessa maneira, contribui para o desenvolvimento da educação brasileira´. – reitor da UFMT, Paulo Speller.

´O Reuni é uma grande oportunidade para as Instituições Federais de Ensino Superior, uma vez que o Governo Federal se dispôs a investir em planejamentos que as instituições já vinham fazendo de forma isolada. O grande mérito do Decreto é que as Ifes possuem total autonomia de estratégia e liberdade para determinarem qual o momento adequado para ingressar no programa. Esse é um projeto amplo, desejado e com grande expectativa de conquistas´. – Diretora Geral da FFFCMPA, Miriam da Costa Oliveira.

´Essa é uma conquista para a educação e esse debate das universidades com o Governo Federal é extremamente importante. Este é um momento histórico e as Instituições Federais não podem perder de vista a busca constante da inclusão dos estudantes na educação superior´. – Coordenadora Nacional do Fonaprace, Corina Martins Espíndola.

´O Decreto representa um momento de revigoração do sistema federal de ensino superior, que apresenta uma proposta para a sua reestruturação e a sua expansão e aspectos que flexibilizam o conceito de universidade´. – Coordenador do Forgrad, Marcos Laffin.

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes)

Capes abre inscrições para intercâmbio entre Brasil e França

Portal Capes, 27/07/07

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) recebe inscrições, até 2 de outubro, para o Programa Capes-Brafitec. O programa é realizado com a Conferência dos Diretores de Escolas Francesas de Formação de Engenheiros, para apoiar parcerias entre instituições de ensino superior do Brasil e da França, na área das engenharias. Há financiamento para intercâmbio de estudantes de graduação e mobilidade de docentes. As atividades terão início em março de 2008.

Cada parceria receberá até R$ 120 mil, por ano, para financiamento das passagens aéreas, diárias e bolsas de estudos. Além disso, as equipes brasileiras receberão recursos de custeio no total de R$ 10 mil. De acordo com a coordenadora adjunta da Cooperação Internacional da Capes, Fátima Battaglin, o Capes-Brafitec possibilita que estudantes de engenharia brasileiros e franceses cursem disciplinas em nível de graduação, em instituições parceiras. “O aluno estará inserido na instituição parceira do outro país durante um ou dois semestres. Nesse período, além dos conteúdos próprios do curso, irá aprender uma nova língua e ter contato com uma nova cultura” destaca. Para participar do intercâmbio, os estudantes devem ter concluído 50% dos créditos requeridos pelos respectivos cursos.

A coordenadora destaca ainda a importância do programa para os professores. “Durante as missões de trabalho, os docentes participam de planejamentos conjuntos, fazem palestras e ministram aulas no país parceiro”, explica. O período máximo de permanência é de 60 dias.

Avaliação – As propostas serão avaliadas, em uma primeira etapa, por consultores da Capes. Serão considerados aspectos como a coerência da proposta, objetivos, e relevância do tema. A seleção final será feita em novembro próximo, durante reunião conjunta Brasil-França. Serão considerados o mérito acadêmico-científico das propostas e o interesse de cada agência financiadora. Saiba mais sobre o Capes-Brafitec. (Fátima Schenini)

Orçamento de universidades federais poderá ter aumento de 20%, prevê ministério

Agência Brasil, 26/07/07

Brasília – O orçamento das universidades federais deve aumentar em 20% no ano que vem. A projeção é do secretário-executivo do Ministério da Educação, José Henrique Paim Fernandes, que participou hoje (26) do 1º Seminário Nacional do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).

“O Reuni visa garantir um acréscimo de 20% no orçamento das universidades. Se fizermos um cálculo sobre o orçamento atual de todas as universidades federais, teríamos um valor próximo de R$ 2 bilhões”, disse Fernandes. Ele explicou que o Reuni tem o objetivo de melhorar a infra-estrutura, ampliar o corpo docente e aumentar a oferta de vagas.

Já o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Arquimedes Diógenes Ciloni, que também participou do seminário, lembrou os problemas que as universidades federais enfrentam e sugeriu aumento na velocidade de contratação de docentes, além de ampliação na quantidade de recursos para investimentos. ‘É preciso uma infra-estrutura mais digna’, resumiu.

Na avaliação do presidente da Andifes, o aumento de 20% no orçamento deverá gerar um crescimento de 35% no número de vagas nas universidades federais nos próximos dez anos.

O Decreto nº 6.096, que regulamenta o Reuni, foi publicado na terça-feira (24) no Diário Oficial da União. O texto aponta entre os principais objetivos do programa a ampliação de vagas, a redução das taxas de evasão, a melhora das políticas de inclusão e assistência estudantil, a construção e readequação da infra-estrutura nas universidades e a ampliação do quadro de docentes.

Instituto Fernand Braudel analisa perspectivas para a educação

Agência Estado, 27/07/07

Norman Gall, diretor-executivo – Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial

Um dos sete Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU é garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos os sexos, terminem um ciclo completo de ensino básico

O fracasso das escolas públicas desafia a consciência política e as instituições de muitas sociedades. Por que as crianças não conseguem aprender a ler? Por que muitas não conseguem fazer exercícios simples de aritmética? Qual a relação entre ignorância e desordem social? Como operar uma sociedade complexa sem uma população instruída? Como serão nossas sociedades daqui a 10 ou 20 anos se nossas crianças não conseguirem aprender?

O fracasso das escolas é um fenômeno internacional. O Brasil não está sozinho diante dessas questões. Muitos países – Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, Grécia, Rússia, Japão, China, Índia, Chile, Peru, Colômbia e México, para citar alguns – discutem falhas graves na educação pública. Nos Estados Unidos, essas deficiências levaram a disputas políticas pelo controle das escolas nas grandes cidades, entre elas Nova York, Chicago, Los Angeles, Denver e St. Louis. As escolas da Califórnia, por exemplo, já estiveram entre as melhores dos EUA, mas em 2005 seus estudantes de 14 anos ficaram em 49º lugar em leitura entre os 50 Estados.

Nas últimas três décadas, as escolas americanas foram debilitadas por cortes de impostos, poderosos sindicatos de professores e burocracia, enquanto interesses entrincheirados resistiam a mudanças e apresentavam desculpas para a mediocridade. Profissionais jovens e talentosos deixavam o magistério atraídos por oportunidades de empregos mais fáceis e com salários melhores numa economia em expansão. Num estudo das escolas “falidas” da Califórnia realizado ao longo de 18 meses, uma comissão da Universidade Stanford advertiu: “Os problemas estruturais são tão profundos que o aumento de verbas e intervenções pequenas e graduais provavelmente não farão nenhuma diferença, a menos que sejam acompanhados pelo compromisso com uma reforma geral.”

A maioria dos brasileiros concorda que as escolas públicas não estão ensinando. A cada ano, a mídia noticia o mau desempenho dos estudantes em exames nacionais e internacionais. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) constatou que metade dos alunos da quarta série era incapaz de ler um texto simples. Os resultados dos alunos do ensino médio pioraram quando comparados com anos anteriores. Apenas 53% das crianças brasileiras conseguem concluir a educação primária. O Brasil fica persistentemente em último ou penúltimo lugar em exames internacionais como o Programa de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa) da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre os alunos de 15 anos em 41 países ricos e pobres.

Uma nova janela de oportunidade para a reforma escolar abriu-se quando o governo federal anunciou um Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) que inclui: (1) exames de alfabetização para crianças de 6 a 8 anos; (2) salário mínimo mensal nacional de R$ 850 para os professores; (3) treinamento contínuo de professores; (4) instalação de computadores em todas as escolas; (5) melhor transporte escolar; (6) a expansão do Bolsa-Família para incluir alunos até 17 anos; (7) expansão do ProUni para oferecer bolsas integrais e empréstimos a estudantes em universidades privadas; (8) a criação de um Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e um plano de metas para as redes municipais e estaduais de ensino; (9) apoio técnico e financeiro para aproximadamente mil municípios com os mais baixos índices de qualidade. É a primeira vez que o financiamento federal é ligado a indicadores de desempenho. No entanto, tem havido pouco debate sobre como melhorar o desempenho.

O que fazer? No Brasil, o debate sério para superar o fracasso das escolas mal começou. Esta série de artigos tentará estimular a discussão de como enfrentar as dificuldades. Uma equipe do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial passou cinco semanas em Nova York para estudar a dinâmica da corajosa e inovadora reforma escolar liderada pelo prefeito Michael Bloomberg.

O primeiro artigo explora as perspectivas para a reforma escolar em Nova York e São Paulo à luz das condições políticas, institucionais, demográficas e econômicas. O segundo artigo se concentra no ensino e no aprendizado. O terceiro trata de maneiras de superar a desordem e a violência nas escolas, que impedem o ensino e o aprendizado. O quarto propõe políticas para melhorar a qualidade da educação pública primária e secundária. Os alcances das necessidades para melhorar o desempenho das escolas são detalhados pelo Instituto Fernand Braudel em seu programa de pesquisa e debate público Reforma do Ensino em São Paulo e no Brasil, disponível no site.

Falta só ´decisão política´ para acordo ortográfico no Brasil

Portal UOL, 25/07/07

O Brasil aguarda apenas uma decisão política interna para a aplicação do acordo ortográfico, disse nesta quarta-feira (25) à Agência Lusa o presidente da Comissão de Língua Portuguesa do Ministério da Educação, Godofredo de Oliveira Neto.

´Falta uma decisão política para darmos início à fase de transição, principalmente no que diz respeito às editoras brasileiras´, afirmou Oliveira Neto, que também é diretor do Conselho Científico do IILP (Instituto Internacional de Língua Portuguesa) e subsecretário de Planejamento da Educação do Estado do Rio de Janeiro.

Logo que as novas regras comecem a vigorar, inicia-se um período de transição para que os Ministérios da Educação da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), associações e academias de letras, editores e produtores de materiais didáticos possam, gradualmente, reimprimir livros, dicionários, cartilhas e outros materiais.

Oito países fazem parte da CPLP: Brasil, Portugal, Timor Leste e cinco nações africanas (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe).

Segundo Oliveira Neto, a Colip (Comissão para Definição de Ensino-Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa) ´está de prontidão para ser acionada a qualquer momento´ para aplicar o acordo.

A medida incentivará a utilização do idioma pelas organizações internacionais, já que existência de duas ortografias prejudica a divulgação da língua portuguesa e a sua prática em eventos internacionais.

Amorim

Recentemente, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse à Lusa que ´seria muito importante, do ponto de vista editorial, que Brasil e Portugal estivessem juntos quando tiver início o acordo ortográfico.

Amorim recusou-se a responder, entretanto, se o Brasil adotaria as novas regras ortográficas sem Portugal.

Em princípio, a ortografia comum da língua portuguesa já pode entrar em vigor, porque três dos países lusófonos – Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe – já ratificaram o acordo e também o protocolo modificativo ao acordo, aprovado em julho de 2004, em São Tomé, durante cúpula da CPLP.

O protocolo modificativo permite que o acordo vigore com a ratificação de apenas três países da CPLP, sem a necessidade de aguardar que todos os outros membros da organização adotem o mesmo procedimento. Portugal já ratificou o acordo, mas ainda falta ratificar o protocolo modificativo.

Alterações

Segundo especialistas, as modificações propostas no acordo devem alterar 1,6% do vocabulário de Portugal. Os portugueses deixarão de escrever ´húmido´ para usar a nova ortografia – ´úmido´.

Desaparecem também da língua escrita em Portugal o ´c´ e o ´p´ nas palavras onde estas letras não são pronunciadas, como em ´acção´, ´acto´, ´baptismo´, ´óptimo´.

No Brasil, a mudança será menor, já que apenas 0,45% das palavras terão a escrita alterada. O trema utilizado pelos brasileiros desaparece completamente.

Outro exemplo é o fim do acento circunflexo nas paroxítonas terminadas em ´o´ duplo (´vôo´ e ´enjôo´), usado na ortografia do Brasil.

O alfabeto deixa de ter 23 letras para ter 26, com a incorporação do ´k´, ´w´ e ´y´. Apesar das mudanças ortográficas, serão conservadas as pronúncias típicas de cada país.

Mesmo com a alta do leite, custos superaram renda agrícola

O Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/Ufla) divulgou os Índices de Preços Agrícolas do mês de julho que constataram que houve alta, em média, nos preços dos produtos agropecuários e dos insumos agrícolas.

Em julho, o Índice de Preços Pagos (IPP) pelos insumos agrícolas aumentou 7,75%, enquanto o Índice de Preços Recebidos (IPR) pela venda dos produtos agropecuários teve uma variação positiva de 4,55%. A pesquisa do DAE/UFLA faz o levantamento mensal de 42 produtos e 187 insumos agropecuários.

No mês de julho, o preço do café teve uma queda de 3,5%, bem como as cotações do feijão e do milho, cuja variação para o produtor foi de -11,52% e -0,63%, respectivamente. Os preços de alguns produtos que compõem o grupo hortifrutigranjeiro também caíram no mês pesquisado: berinjela (-26,94%), couve-flor (-25,0%), pimentão (-25,33%), tomate (-27,71%) e laranja (-25,88%).

Já o preço pago ao pecuarista pelo leite fluido se manteve em alta pelo terceiro mês consecutivo. O produtor de leite recebeu 25,31% pela venda do produto tipo C e 18,64% pelo tipo B. Nos últimos três meses, o preço do leite ao produtor já subiu, em média, 41,07%.

Entre outras altas verificadas no campo destacam-se os preços do arroz (4,55%), da arroba do suíno (10,34%) e da arroba do boi gordo (3,21%).

Entre os insumos agropecuários, as maiores altas no mês de julho foram: sementes e mudas (9,31%), frete do leite (20,0%), animais de tração (12,64%), animais de rebanho (27,17%) e manutenção de equipamentos (6,58%).

Leite e derivados continuam pressionando a inflação

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Universidade Federal de Lavras (Ufla) ficou em 0,48%, no mês de julho. Em junho, esse índice havia sido de 0,39%. Com essas variações de preços, a inflação medida pela Ufla, em 2007, está acumulada em 2,98%.

Entre os onze grupos que compõem o IPC da Ufla, a taxa de inflação de julho ficou localizada principalmente na categoria alimentos, a exemplo do mês anterior, que teve alta, em média, de 1,9%. Os preços dos produtos in natura caíram 0,94%, bem como os dos semi-elaborados, que ficaram mais baratos 0,72%. No entanto, os alimentos industrializados aumentaram 4,72%. E foram as altas do leite e laticínios que puxaram a taxa de inflação do mês. Para o consumidor, o leite tipo C aumentou 9,29%, o queijo teve um aumento de 10,72%, a manteiga, acréscimo de 8,14% e a mussarela ficou mais cara 6,9%. No mês de junho, os produtos industrializados já haviam aumentado em 1,6%, puxados também pelo leite e derivados.

De acordo com o professor Ricardo Reis, coordenador das pesquisas do IPC e dos Índices de Preços Agrícolas, essa alta também ocorreu no campo, tendo o pecuarista recebido 25,31% a mais pela venda do leite fluido tipo C e 18,64% pelo leite tipo B. Ele afirma, ainda, que a taxa de inflação de julho só não foi maior em razão da queda nos preços das despesas com transporte (-0,54%), vestuário (-0,18%) e higiene pessoal(-0,02%), além da estabilização nos preços dos itens que compõem os grupos serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha) e despesas com moradia, que não se alteraram, em média, no mês de julho.

Além dos alimentos, a pesquisa da UFLA identificou altas nos preços das seguintes categorias: bebidas (1,45%), material de limpeza (0,31%), bens de consumo duráveis – eletrodomésticos, móveis e informática (0,17%), educação e saúde (0,01%) e gastos com lazer (0,13%).

O custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas teve uma variação de 0,85% em julho, passando a custar R$271,20. Em junho, esse valor foi de R$268,91.

Ufla realiza Simpósio Internacional de Transposição de Peixes na América do Sul

De 30 de julho a 03 de agosto, a Universidade Federal de Lavras, realiza o Simpósio Internacional de Transposição de Peixes na América do Sul (International Symposium on Fish Passages in South América).

Fizeram parte da mesa de abertura, o professor Antônio Nazareno Guimarães Mendes (reitor da Ufla), professor Antônio Donizeti de Oliveira (pró-reitor Adjunto de Pesquisa), professor. César Augusto Brasil Pereira Pinto (representando o professor José Donizeti Alves, chefe do Departamento de Biologia), professor Hilário Antônio de Castro (pró-reitor de Administração) e o professor Paulo dos Santos Pompeu (coordenador geral do simpósio).

Na manhã de hoje (30), o público assistiu a palestra “Características dos sistemas bem sucedidos de passagem para peixes” proferida pelo pesquisador Chris Katöpódis, do Instituto de Água Doce (Freshwater Institute), em Winnipeg, Canadá. Além de contar com a presença de pesquisadores e profissionais de sete paises (Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Alemanha, Chile e Argentina) e de nove estados brasileiros e Distrito Federal, incluindo representantes de instituições de ensino, pesquisa, órgãos ambientais, concessionárias de energia elétrica, empresa de engenharia e consultores.

Serão apresentados ao longo da semana 30 trabalhos com diferentes tipos de mecanismos de transposição de peixes que foram implantados e estruturados em toda América.

Para o coordenador professor Paulo Pompeu falar em transposição de peixes na América do Sul significa falar de grandes desafios “A maioria de nossos mecanismos ainda se baseia naqueles desenvolvidos para os peixes da América do Norte e Europa”.

O evento realizado pela Ufla, teve como apoiadores a Sociedade Brasileira de Ictiologia, o Centro de Transposição de Peixes, o Centro de Pesquisas em Hidraúlica e Recursos Hídricos da UFMG, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, o CNPq, a Cemig, o Cefet/MG, a Eletrobras, Furnas e Fapemig.

Cenário
A fauna de peixes de água doce da América do Sul é a mais diversa do planeta, com pelo menos 4.500 espécies válidas. Embora apenas uma pequena fração delas tenha comportamento migrador conhecido, devido à sua abundância e grande porte, elas são as mais importantes para a pesca.

Em muitos rios da América do Sul tem sido detectada redução nos estoques pesqueiros atribuída, dentre outros fatores, a falhas no recrutamento devido à interrupção da migração dos peixes. Entre as estratégias utilizadas para eliminar os efeitos do bloqueio causado por barragens na migração dos peixes está a construção de mecanismos de transposição.
Embora o número de passagens para peixes implementadas na América do Sul seja crescente, informações sobre o seu funcionamento e eficiência são difusas e, muitos aspectos, como problemas relacionados à manutenção dos movimentos para jusante, têm sido pouco tratados.

Esse Simpósio é o resultado de um esforço para reunir informações sobre a experiência da América do Sul com passagens de peixes e surgiu da necessidade de se tratar de maneira interdisciplinar o estudo do impacto de usinas hidroelétricas sobre a fauna de peixes e suas implicações ecológicas.

Mais informações: www.eventos.ufla.br/fishpassages