Todos os posts de Ascom UFLA

Confira os lançamentos das editoras universitárias

“Orientações Metodológicas para Produção de Trabalhos Acadêmicos”, Ana Rita F. Costa, Laura Cristina V. Pizzi, Maria Edna de Lima Bertoldo e Suzana Barrios – Seu conteúso introduz as questões mais comuns que envolvem a elaboração de um trabalho acadêmico, indo, assim, desde os procedimentos básicos para sistematização de um estudo mais produtivo, como aspectos lógicos e técnicos inerentes à estrutura e à redação de trabalhos científicos, até às orientações metodológicas e técnicas para a apresentação de trabalhos comumente utilizados no meio acadêmico. (UFAL)

“Os condenados da terra”, Frantz Fanon – alimenta os ideais de transformação e construção de uma sociedade melhor na Argélia e por toda a África. Um livro revelador para a massa colonizada, mostra quem lhes feriu a pele e a alma e lhes negava o ser. (UFJF)

“Da cidade de pedra à cidade de papel: projetos de educação, projetos de cidades (1959)”, Alarcon Agra do Ó – No final da década de 50 produziu-se, em Campina Grande, no interior da Paraíba, a percepção de que a cidade experienciava um caos, do qual decorria uma necessidade de organização. O autor analisa as eleições de 1959, quando os eleitores seriam chamados às urnas para escolher prefeito e os vereadores, e estava posta em circulação a crença de que este novo encaminhamento para a cidade seria uma função de uma boa escolha no dia da eleição. (UFCG)

“Manual para normalização de publicações técnico-científicas”, Júnia Lessa França e Ana Cristina Vasconcellos, colaboradoras: Maria Helena de Andrade Magalhães e Stela Maris Borges – Algumas pessoas se perguntam a razão da existência de normas (neste caso, as bibliográficas), com a sensação de que foram criadas não mais que como um instrumento de tortura do pesquisador. A resposta, contudo, é simples: seu objetivo é garantir a eficácia dos processos de comunicação. Sem elas, seria como se quem escreve falasse uma língua diferente de quem lê, multiplicando os ruídos. É com essa perspectiva que o Manual para Normalização de Publicações Técnico-científicas. (UFMG)

“José Genoino – Escolhas Políticas”, Maria Francisca Coelho – A publicação engloba desde a infância do deputado e sua época de militante no movimento estudantil em Fortaleza até a crise no PT. Entre os temas abordados pelo livro estão a opinião de Genoino sobre os processos de investigação da CPI do Mensalão e os erros do PT depois que chegou ao poder. (UnB)

“O Poder nas Organizações”, Cristina Amélia Carvalho e Marcelo Milano Falcão Vieira – A obra aborda as interferências econômicas, políticas e ideológicas das organizações na sociedade contemporânea. Ainda no livro, pode ser encontrada uma reflexão sobre o poder nas organizações e a análise de suas formas de exercício com ênfase no contexto social e histórico. (UFPE)

“Internet & Ensino: novos gêneros, outros desafios”, Júlio César Araújo (Org.) – O livro mostra a escrita digital e suas implicações pedagógicas. Com 19 artigos, a obra analisa o mundo digital e como ele cria novas práticas de linguagem, interferindo na realidade do ensino. (UFC)

“Controle social e política redistributiva no orçamento participativo”, Euzinéia Carlos – O livro insere-se no debate acerca dos dilemas e desafios para a consolidação da democracia na sociedade brasileira e lida, mais especificamente, com o tema da democracia participativa. Baseado em análise comparada das experiências de orçamento participativo de duas cidades da Região Metropolitana da Grande Vitória – Serra e a Capital – o livro busca tratar a relação entre políticas participativas e justiça social, na distribuição de bens públicos, e considera as políticas públicas sobre prioridades orçamentárias. (UFES)

“Arte, Educação e Cultura”, Marilda Oliveira de Oliveira (Org.) – A gênese da coletânea de artigos que compõem este livro é do Grupo de Estudos e Pesquisas em Arte, Educação e Cultura (GEPAEC) da UFSM que procurou contemplar as três linhas de pesquisa desse grupo: Arte e Cultura, Arte e Visualidade e Formação de Professores. Dessa forma medeia idéias, deflagra conceitos, aponta novas contribuições que podem servir aos estudantes e docentes da graduação e da pós-graduação das áreas da Arte, da Educação e da Cultura. (UFSM)

“Ensinar Saúde: a integralidade e o SUS nos cursos de graduação na área da saúde”, Roseni Pinheiro, Ricardo Burg Ceccim, Ruben Araujo de Mattos (Orgs.) – O Sistema Único de Saúde – maior empregador da área, com quase um milhão e meio de funcionários – serviu como campo de pesquisa para uma reflexão sobre a formação do profissional de saúde no país. O livro reúne artigos de dezesseis professores ligados ao Laboratório de Pesquisa sobre Práticas de Integralidade em Saúde (LAPPIS), nos quais são problematizadas questões como ensino e produção de conhecimento, integralidade, operacionalização de pesquisas e as relações ético-políticas em saúde, entre outras. (UFF)

“CHRONOS n.º 3 (“O Senhor das Águas”)”, publicação que contempla os saberes e a produção de conhecimento das diversas áreas desta universidade, editada pela Reitoria/Projeto Cultural – Nessa terceira edição, é abordada a questão ambientalista e suas injunções sobre os recursos hídricos mundiais, através da prospecção da vida e obra do pesquisador, cientista e professor José Galízia Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia, Membro da Academia Brasileira de Ciências e ex-presidente do CNPq. (UNIRIO)

“A memória viva de Onofre Lopes”, Tarcísio Gurgel (Org.) – O livro é originado da série de programas produzidos pela TV Universitária na década de 80. Além da reprodução da entrevista, a edição especial também traz farto material fotográfico, ilustrações, e, também, um DVD com o programa veiculado pela TVU. Nascido em São José de Mipibu, Onofre Lopes estudou em Natal e formou-se em medicina. Recebeu uma proposta de emprego para o interior do Estado, mas foi na Capital que construiu sua história, marcada pela obstinação. A partir da convivência com os problemas na área da Saúde do RN, Onofre Lopes liderou a criação da Faculdade de Medicina, consumada em 1955. (UFRN)

“Tratado de animais selvagens – Medicina Veterinária”, Jean Carlos Silva e Zalmir S. Cubas e José Luiz Catã – É um dos classificados para a primeira fase dos finalistas do Prêmio Jabuti 2007, o mais tradicional e importante prêmio literário do Brasil. A obra, que é interessante para os médicos veterinários especializados em animais selvagens, estudiosos e curiosos, reúne informações inéditas e exclusivas de 88 especialistas brasileiros e quatro convidados estrangeiros, sendo útil para o clínico de pequenos animais que atende bichos exóticos, como hamsters, papagaios, periquitos e tartarugas. A publicação também aborda os animais selvagens a respeito do envolvimento dessas espécies no ciclo de zoonoses (doenças adquiridas em contato com animais domésticos) e doenças emergentes, atingindo diretamente epidemiologistas, microbiologistas e médicos veterinários sanitaristas. (UFRPE)

“Incontrolável Marx”, Jorge Névoa (Org.) – A coletânea, co-edição da Edufba/Edunesp, reúne textos de especialistas brasileiros e estrangeiros , entre os quais Pierre Fugeyrollas, Louis Gill, François Chesnais, Jean Marie Brohm, Michel Lowy, Denis Collin, Edmundo Fernandes Dias , Antônio Câmara e Mauro Castelo Branco de Moura. Os ensaios da coletânea rebuscam o pensamento de Marx, sua atualidade e dimensão, discutem a relação do marxismo com as diversas ciências sociais e revelam a presença e atualidade do legado de Marx nos grandes debates do mundo contemporâneo. (UFBA)

‘Unidades de Conservação: Gestão e Conflitos’, Dora Orth e Emiliana Debetir (Orgs.) – Em seis capítulos, dez pesquisadores de diferentes regiões e especialidades dividem as suas experiências na área de gestão ambiental. O objetivo é oportunizar uma alternativa de repasse desses conhecimentos à sociedade, para que se possam aplicá-los na gestão de seu território. O GrupoGE começou a estudar os espaços de preservação ambiental em 2000, mas foi durante os anos de 2004 e 2005 que esse passou a ser o principal tema tratado pelo grupo. Essa é a primeira publicação da Coleção GrupoGE, que pretende divulgar os principais resultados das pesquisas executadas pelo grupo. (UFSC)

Capes aprova novos projetos na Argentina

Portal Capes, 20/07/07

Três projetos para o desenvolvimento de intercâmbio científico entre Brasil e Argentina foram aprovados pelo programa realizado entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) e a Secretaria de Políticas Universitárias do Ministério de Educação da Argentina (SPU).

O presidente da Capes, Jorge Guimarães, participou da reunião com representantes de instituições do Brasil e Argentina, no último dia 16, em Buenos Aires. O programa Capes/SPU tem como objetivo estimular a parceria entre instituições de ensino superior do Brasil e da Argentina que possuem cursos de pós-graduação considerados de excelência. As áreas beneficiadas são letras, zootecnia e ciência da computação.

Cada proposta selecionada irá receber da Capes R$ 50 mil para o financiamento das missões de trabalho, realizadas pelos pesquisadores e professores, além de missões de estudo feitas por estudantes. Também são pagas as passagens aéreas e diárias. A duração dos projetos é de dois anos. As atividades começam em agosto.

O professor Universidade Federal do Rio Grande do Sul (URGS), José Palazzo Moreira de Oliveira, integrante do projeto da área de ciência da computação, ficou satisfeito com o resultado do edital.“É importante essa troca de conhecimento e mobilidade de pesquisadores e alunos. Aprovação do nosso projeto foi essencial para que possamos manter e aprofundar contato com outros paises”, diz.

Atualmente, o programa Capes/SPU tem 23 projetos em andamento. Com as novas propostas para o ano de 2007 esse número sobe para 26. No total serão investidos R$ 815 mil.(Assessoria de Imprensa da Capes)

ADUFLA debate a expansão do ensino superior

A Secretaria Regional Leste do Andes-SN e a Associação dos Docentes da Ufla (AdUfla-SS) realizaram debate sobre a expansão do ensino superior, no dia 13 de julho, no Anfiteatro do Departamento de Agricultura, na Ufla.

Estiveram presentes representes de várias Associações Docentes da Regional Leste do Andes-SN, da qual participam Instituições de Ensino Superior dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo (é a maior regional do Andes-SN).

A abertura foi feita pela presidente da Regional Leste, professora Solange Bretas, que destacou a importância da discussão sobre a expansão do ensino superior no Brasil e do Andes-SN estar promovendo debates sobre o tema em todo o país. O professor Samuel Pereira de Carvalho, presidente da Adufla-SS, saudou os participantes, dando as boas vindas a Lavras. Em seguida instalou-se a mesa para a realização do debate, que teve como coordenador o professor Júlio Sílvio de Sousa Bueno Filho, diretor do Andes-SN e como debatedores os professores Paulo Rizzo, presidente do Andes-SN e Antônio Nazareno Guimarães Mendes, reitor da Ufla e membro das comissões de orçamento e de expansão da Andifes.

O professor Paulo Rizzo destacou a precarização da atividade docente nas Instituições Federais de Ensino Superior, por meio de iniciativas do governo federal que apontam para uma sobrecarga de trabalho ainda maior para os docentes, sem qualquer perspectiva de aumento salarial nos próximos anos. Citou o projeto REUNI, que prevê uma relação aluno/professor de 1/18 nas universidades federais nos próximos anos, o arrocho salarial previsto por uma década e a política de professor equivalente que está sendo adotada pelo MEC. O presidente do Andes-SN alertou os docentes para as condições atuais, que exigem muita pressão sobre o governo; segundo o professor Paulo Rizzo, o governo tem adotado medidas que pioram a educação universitária brasileira, como o Prouni (com bolsas para estudantes das universidades privadas), a Universidade Aberta do Brasil (que expande a oferta de oportunidades para ingresso nas universidades, mas por meio da educação a distância) e o REUNI (novo projeto de expansão do MEC), entre outras, que atacam a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, aprofundam o processo de mercantilização do ensino e precarizam as condições do trabalho docente.

O professor Antônio Nazareno Mendes fez uma apresentação sobre a expansão ocorrida nas Instituições Federais de Ensino Superior nos últimos 10 anos; lembrou o protocolo de intenções assinado pela Andifes com o governo federal em dezembro de 1998, ainda no governo FHC, que resultou na oferta de novas vagas e de novos cursos em muitas IFES, sem que o governo cumprisse sua contrapartida: aumento do orçamento de custeio, reposição do quadro de vacâncias de docentes e de técnicos administrativos,o que gerou um grave passivo nas universidades federais (falta de professores e de técnicos administrativos, deficiente infra-estrutura física de equipamentos e de recursos financeiros para pagamento até das despesas consideradas fixas pelas universidades. Segundo o professor Antônio Nazareno, foi esse o cenário encontrado pelo governo Lula, em 2003. O reitor da Ufla reconhece que o atual governo recuperou parte do passivo existente no quadro de professores e também no orçamento de custeio das IFES, mas praticamente nada foi feito para solucionar o problema no quadro de servidores técnico-administrativos e o que é pior, com a primeira etapa da expansão no governo Lula (interiorização), problemas foram ainda mais agravados pela criação e transformação de aproximadamente 75 novas unidades acadêmicas(entre universidades e novos campi) em todo o País. ‘Com a interiorização, gerou-se um novo passivo de pelo menos 10.000 docentes e cerca de 9.500 novos técnicos administrativos, além de investimentos e despesas de custeio projetadas em mais R$ 3 bilhões até 2010’, afirma o professor Nazareno. Quanto ao REUNI, projeto em discussão pelo governo federal que prevê a reestruturação das Universidades Federais pela criação de novos cursos (preferencialmente noturnos) e aumento de vagas nos cursos já ofertados, o professor Nazareno informou que a Andifes fez vários questionamentos ao MEC, particularmente relacionados as metas, que são muito ousadas, como a relação professor/alunos de graduação em cursos presenciais de 1/18, a taxa de conclusão média de pelo menos 90% e ainda o financiamento, que possibilita o aumento das despesas em apenas 20% nos próximos 5 anos (para pagamento de pessoal docente e técnico-administrativo e custeio), o que não atende as menores universidades. Ainda segundo o professor Nazareno, as expectativas estarão voltadas para dois seminários que acontecerão em Brasília, nos próximos dias: 26 e 27 de julho, pelo MEC e 7 de agosto, pela Andifes, quando se espera uma ‘nova orientação’ para o projeto REUNI, que possa ser discutida nas comunidades acadêmicas das Ifes, antes que propostas de planos de expansão sejam encaminhadas pelos Conselhos Universitários ao MEC.

Após as apresentações dos professores Paulo Rizzo e Antônio Nazareno, houve muita discussão pelos presentes, com encaminhamento de questões debatidas pelos professores por cerca de quatro horas.

Governo quer estimular a formação de mestres e doutores

Ampliar o acesso de professores universitários das redes pública e privada a programas de mestrado e doutorado, para continuar elevando o ensino superior de Minas. Essa foi uma das principais propostas discutidas pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e pela Associação das Fundações Educacionais de Ensino Superior (Afeesmig), no Fórum de Reitores das Instituições Públicas de Ensino Superior de Minas Gerais (Ipes), com a Câmara de Ensino Superior do Conselho Estadual de Educação.

Segundo o secretário Alberto Portugal, a proposta do Estado tem na qualidade seu enfoque principal, para que Minas consiga melhorar, ainda mais, os bons resultados conseguidos nas avaliações, sendo a última delas no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), realizado pelo Ministério da Educação. “Há a preocupação de estimular as escolas particulares a melhorarem suas posições”, disse.

De acordo com a avaliação, as cinco melhores universidades do Brasil são mineiras e públicas, sendo quatro delas federais e uma estadual.

O secretário ressaltou que a Sectes está disposta a promover novas discussões para que as instituições apresentem sugestões para compor a política do governo mineiro para o ensino superior. “Estamos dialogando com todos, pois acredito que, assim, chegaremos a projetos e programas mais próximos do que o ensino superior de Minas precisa na chamada Era do conhecimento”, afirmou Portugal.

Expansão com qualidade

O subsecretário de Ensino Superior, Octávio Elísio Alves de Brito, destacou que “Minas Gerais possui a maior rede de faculdades e universidades públicas e particulares do Brasil. A expansão é ponto importante das propostas, em fase de discussão e validação, assim como a valorização do ensino a distância e do ensino noturno, em perfeita sintonia com a qualidade”. Ele avaliou que a proposta foi bem recebida pelos convidados presentes às primeiras reuniões.

Octávio Elísio ressaltou que as escolas superiores particulares e as duas estaduais de Minas Gerais têm procurado aumentar o número de mestres e doutores em seus cursos. Lembrou o bom resultado obtido pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) no Enade. Entretanto, em sua opinião, existem fatores que ainda dificultam o acesso de professores de muitas faculdades aos programas de pós-graduação “stricto sensu”. Entre esses fatores estão a distância, em diversos casos, o número restrito de vagas e o alto custo para o profissional se dedicar ao mestrado ou doutorado.

O objetivo do Governo é trabalhar uma parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e as demais federais, formando uma rede em todas as regiões do Estado, capaz de atender aos professores que estão exercendo o magistério superior e ainda não tiveram oportunidade de chegar ao mestrado ou doutorado. “Na nossa reunião com as federais, percebemos o entusiasmo de todos em participar dessa rede que será fundamental, não apenas para as nossas duas universidades estaduais, que são novas e precisam ser consolidadas, mas, também, para todas as particulares que estão interessadas em ganhar qualidade e reconhecimento.”

Banco de Dados do Ensino Superior

Visando o trabalho de parceria em diversos aspectos do ensino superior, especialmente na definição do padrão de qualidade, a Sectes e o Conselho Estadual de Educação, que já trabalham juntos na supervisão do ensino superior, assinaram convênio para viabilizar equipamentos de informática para a produção de um banco de dados. Octávio Elísio deixou claro que o banco vai funcionar, nos próximos meses, na Sectes e no Conselho Estadual de Educação, para que haja compartilhamento de informações. “Simultaneamente à elaboração do banco de dados, a Sectes vai continuar discutindo com o próprio conselho e com as universidades públicas e privadas, fundações e faculdades a política do Estado para o ensino superior”, informou.

Educação e Saúde unem forças no ensino de medicina

Portal MEC, 19/07/07

Um resgate da unidade dos trabalhos da antiga pasta única, numa parceria mais sólida e institucional. Assim o ministro da Educação, Fernando Haddad, qualificou as ações conjuntas entre os ministérios da Saúde e da Educação realizadas nos últimos anos. Na quarta-feira, dia 18, Haddad participou, em Brasília, da abertura do seminário internacional Os Desafios do Ensino da Atenção Básica; Graduação em Medicina.

Em seu discurso, o ministro citou a criação da primeira comissão interministerial Saúde–Educação, que conta com chancela do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em portaria assinada no último mês, em contraponto a antigos grupos de trabalho temporais e efêmeros. “É uma nova fase de interação entre os dois ministérios, com a fusão do espírito público que deve reinar em nossos trabalhos.”

Além da comissão interministerial, destinada a encontrar ferramentas que estimulem o ensino de práticas de saúde, em contraste com o atual ensino de diagnósticos, a portaria presidencial criou o Programa de Educação Tutorial em Saúde (PET-Saúde), voltado para famílias. Realizado em universidades, o PET-Saúde vai incentivar a promoção de conteúdos acadêmicos, ao mesmo tempo em que estimulará a qualidade dos serviços práticos oferecidos pelos profissionais. Para estimular o ensino continuado, o ministro admitiu a possibilidade de reconhecimento pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), como mestrado, de programas de residência médica.

Haddad reiterou ainda a postura rigorosa do MEC ao conceder autorizações a novos cursos de medicina. Ele lembrou a Portaria nº 147, de fevereiro deste ano, com as novas regras para abertura de cursos de direito e medicina, e o Decreto nº 5.773, de 2006, que prevê parecer da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Conselho Nacional de Saúde nos pedidos de autorização. Além disso, o ministro afirmou que todas as instituições do ensino de medicina estão passando por renovação de reconhecimento. “Queremos colher mais subsídios das áreas afins e organizações como o Conselho Nacional de Saúde para sermos mais criteriosos com a autorização de abertura de cursos.”

Especialidades — O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, definiu como uma das maiores dificuldades do ensino da medicina o questionamento de todo o processo de preparação profissional. “Hoje, os alunos desejam ser especialistas em práticas diferenciadas de sucesso na medicina particular porque não conseguem ver prestígio em atendimento a comunidades”, afirmou. “Para que eles possam se realizar profissionalmente no exercício diário, precisamos valorizar e aumentar a confiança dos profissionais de atenção básica para que as mudanças provocadas sejam estruturais, não transitórias.”

O seminário, realizado no Hotel Blue Tree, em Brasília, será encerrado neste sábado, 21. Dele participam cerca de 500 inscritos, dentre gestores, professores, estudantes, médicos, representantes de entidades médicas, conselhos de saúde e acadêmicos de países da América Latina, do Reino Unido, dos Estados Unidos e da China, dentre outros.

Atenção básica — Uma série de ações na área da saúde pública, que vão desde a prevenção de doenças até a manutenção do bem-estar, passando pelo diagnóstico, tratamento e combate a agravantes, caracteriza a atenção básica. Os profissionais levam em conta cada paciente em suas individualidades e como parte de uma comunidade para que a promoção da saúde seja mais efetiva e que os danos causados pelo tratamento direcionado a diagnósticos pontuais sejam diminuídos.

Nas políticas públicas do Ministério da Saúde, a atenção básica tem a estratégia saúde da família como ação prioritária, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde.

Luciana Yonekawa

Mentes inquietas

Superdotados encontram amparo ético e legal na educação especial, mas a inclusão, na prática, está longe de ser realidade

REVISTA EDUCAÇÃO – EDIÇÃO 123

Valéria Hartt

Na sala de aula, casos de dislexia e transtornos de atenção já não soam estranhos aos ouvidos dos educadores. Mérito da prática da educação inclusiva, que bem ou mal incorpora o atendimento às dificuldades de aprendizagem, sob o reconhecimento de que podemos, sim, ser muito diferentes. O mesmo olhar, no entanto, encontra resistências quando o aluno em perspectiva apresenta habilidades incomuns entre os pares da mesma idade, demonstra talentos especiais ou potencial cognitivo superior. Sinal de que a educação inclusiva no Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer ao encontro do aluno superdotado.

Dados do Censo Escolar de 2005 revelam que menos de 0,3% das crianças e jovens inscritos nos programas de Educação Especial do ensino fundamental são identificados como superdotados. Há dois anos, somavam 1.928 alunos, em um universo de 640.317 com necessidades educacionais especiais.

‘São números que sugerem que o atendimento à demanda potencial está muito aquém do desejável e indicam a urgente necessidade de formação profissional para ampliar os índices de identificação desses alunos e garantir a eles serviços especiais’, reconhece a pedagoga Renata Rodrigues Maia-Pinto, analista de Planejamento e Gestão Educacional da Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (Seesp/MEC).

A construção da educação inclusiva

Mas há perspectivas de um novo cenário. No final de maio, a Seesp reuniu em Brasília 110 educadores de todo o país para mais um curso de formação destinado à implementação de Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S). Instituída em 2005, é a primeira política pública nessa área encampada pelo governo federal, ainda que se dê a passos lentos e careça de maior visibilidade.

Colégio Objetivo, em São Paulo: programa voltado ao incentivo de talentos existe desde meados da década de 80

A meta oficial é ambiciosa: prevê o atendimento a 20% dos alunos da rede, da pré-escola ao ensino superior, além de suporte pedagógico aos professores e orientação às famílias envolvidas. Por ora, a proposta começa a sair do papel e está longe de alcançar a amplitude pretendida. Há apenas um NAAH/S em cada uma das 26 capitais, além do Distrito Federal, cada um com estrutura para receber até 60 alunos.

Apesar da tímida implementação, o programa pode ter gerado seu primeiro efeito. O Censo Escolar de 2006 revelou aumento de 46,3% no número de alunos com altas habilidades atendidos na educação especial, agora com 2.553 crianças registradas.

A parceria com a Universidade de Brasília (UnB), firmada em fevereiro, reforça a capacitação de professores. No último encontro (A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades, 40 horas), a UnB ofereceu apoio prático e teórico, com a elaboração e edição de uma coletânea de quatro livros, distribuída a 5 mil professores.

Modelos pedagógicos

O programa brasileiro segue o modelo de enriquecimento proposto pelo psicólogo e educador americano Joseph Renzulli. A idéia é oferecer ao aluno oportunidades de aprofundar o conhecimento na sua área de interesse. Podem ser estudos independentes ou por meio de pequenos grupos de investigação, minicursos ou desenvolvimento de centros de interesse.

Como unidade autônoma, cada NAAH/S tem sua própria conformação, currículos flexíveis e abertos. O ponto em comum é o funcionamento no contra-período da escola regular, o atendimento multidisciplinar e o material básico – mais de 105 itens, entre equipamentos de informática, coleções para a organização de bibliotecas, jogos pedagógicos e de estratégia. De resto, valem parcerias, como a estabelecida pelo núcleo de Recife com o CNPq e a Universidade Federal de Pernambuco ou o convênio do NAAH/S de Mato Grosso do Sul com duas universidades em Campo Grande e uma em Dourados.

Em outros moldes, vem de Lavras a experiência do Centro para o Desenvolvimento do Potencial e Talento (Cedet), criado em 93 e hoje uma das mais reconhecidas práticas pedagógicas para dotação e talento. Em 1998, foi apontado como referência nacional e, quatro anos depois, destacado em estudo do conselho britânico. O sucesso do modelo mineiro inspirou a criação de outros centros, como o Cedet de Palmas, Vitória e São José dos Campos.

A proposta pedagógica inspira-se em educadores como Helena Antipoff, Abe Maslow e Paulo Freire, em um modelo que contempla hoje 833 alunos. Para a formação docente, o Centro mantém o primeiro e único curso de pós-graduação semipresencial (Especialização em Educação para Talentosos e Bem-dotados), incorporado à Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Lavras, em 2001.

Observação assistida

Com um plano individual, adequado ao seu talento, necessidades e interesses pessoais, cada criança encontra no Cedet atividades de enriquecimento curricular em três grandes áreas: comunicação, organizações e humanidades; ciência, investigação e tecnologia; criatividade, habilidades e expressão.

Pouco importa rotular o superdotado; o importante é atendê-lo. Mas quais são as escolas aptas a dar o atendimento adequado? Eunice Soriano de Alencar, Professora Emérita da UnB

A integração com a escola regular começa na identificação do aluno, apoiada nos quatro domínios preconizados pelo canadense François Gagné (inteligência e capacidade intelectual; criatividade e pensamento criador; capacidade socioafetiva e intrapessoal; habilidades sensório-motoras). Ao final do ano letivo, cada professor, da pré-escola à 4ª série, preenche uma folha de dados e aponta alunos que, segundo os critérios do Cedet, apresentam comportamentos e atributos indicativos de capacidade elevada.

A etapa seguinte é a observação assistida, realizada no próprio Centro. Só então a criança passa a receber atendimento. A partir da 5ª série, quando o conjunto de disciplinas faz recair sobre o aluno olhares de diferentes educadores, qualquer indicação à observação assistida deve ser validada pelocolegiado da classe.

‘Não utilizamos nenhuma situação envolvendo testes, medidas padronizadas ou meios de aferição psicológica. Nossa adesão continua fiel ao processo de conviver, observar e acompanhar a criança, coletar sua produção por meio de alguma forma de portfólio, fazer a avaliação grupal e individual, em cada situação’, explica Zenita Guenther, diretora-técnica do Cedet.

Contrastes

Há diferenças importantes entre a prática do Cedet, a proposta dos NAAH/S e a de uma terceira iniciativa, esta conduzida pelo Instituto Social Maria Telles (Ismart), da Fundação Lemann, que apóia alunos de baixa renda cuja principal característica é o talento acadêmico.

O Cedet dispensa os testes psicológicos na identificação, mas se detém nos percentuais conservadores, entre 3% e 5% da população geral.

O Ismart associa testes e a observação do aluno. A identificação é feita ao longo da 6ª série e a partir da 7ª o estudante passa a freqüentar escolas parceiras, da rede privada, como parte do Projeto Alicerce. Apenas se cumprir o desempenho exigido – aproveitamento de pelo menos 70% em todas as disciplinas – permanece como bolsista no ensino médio, em uma das escolas engajadas nos dois outros projetos do Instituto (Bolsa Talento e Espaço Talento), hoje nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza. No processo de seleção, também o Ismart se concentra na mesma porção de alunos, baseado em critérios como alto nível de desempenho escolar, acentuada atividade intelectual e motivação para aprender.

A política oficial propõe ir além: ‘De acordo com o nosso critério, acreditamos que podemos trabalhar com até 20% dos alunos da rede. Temos um potencial criativo muito grande a ser desenvolvido e isso pode acontecer em diferentes
áreas’, sustenta Renata Maia-Pinto.

Muitas visões

A falta de consenso sobre como lidar com o tema começa em sua própria compreensão, o que resulta em mais de 100 definições diferentes.

Sob a ótica da Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 3% e 5% da população mundial é constituída de superdotados, numa classificação que considera apenas indivíduos identificados por testes de QI superior a 140. Já a Secretaria de Educação Especial do MEC, utiliza um conceito ampliado, seguindo proposta aprovada pelo Departamento de Saúde, Educação e Bem-estar dos Estados Unidos, feita em 1972. ‘Superdotação caracteriza-se pela elevada potencialidade de aptidões, talentos e habilidades, evidenciadas pelo alto desempenho nas diversas áreas de atividade’, define a Seesp/MEC no manual lançado em 1999 para a formação de educadores. Estão contemplados aí não apenas os talentos cognitivos, de capacidade intelectual superior, mas também os talentos criativos, psicomotores e aptidões acadêmicas específicas.

A superdotação no ensino privado

Christina Cupertino, coordenadora do Poit: programação avançada e atividades de enriquecimento

A descoberta de talentos e seu atendimento por meio de um trabalho pedagógico sistematizado também se impõe como desafio para a rede privada. ‘Os professores, pedagogos e psicólogos não recebem, em seus cursos de formação, uma bagagem para lidar com esse aluno. Os pais, por sua vez, querem primeiro confirmar o diagnóstico. E daí? Não interessa rotulá-lo, mas atendê-lo em suas singularidades, em suas necessidades individuais. Que escola pode dar a ele atendimento adequado? Esse continua sendo o grande nó da questão’, aponta Eunice Soriano de Alencar, nome de referência na área. Hoje aposentada com o título de Professora Emérita da UnB, implementou de forma pioneira no país as linhas de pesquisa ‘Processos de Identificação e Atendimento ao Superdotado’ e ‘Criatividade nos Contextos Educacional e Organizacional’, pelo Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento, do Instituto de Psicologia.

O Colégio Objetivo, sediado em São Paulo, está entre os poucos a manter um trabalho estruturado para o aluno superdotado, identificado por meio de testes, observações e entrevistas com pais e professores. No Programa Objetivo de Incentivo ao Talento (Poit), criado em 1986, o aluno freqüenta a sala regular e recebe aulas especiais, formatadas por faixa etária e áreas de interesse. Assim, crianças do 1º e 2º anos podem, por exemplo, participar das oficinas de criatividade, enquanto o teatro de fantoches, as oficinas de brinquedos e de bonecos estão abertas a alunos do 3º ao 6º ano. Para o ensino médio, a proposta envolve a produção de programas de TV e sites para a internet (diagramação, ferramentas vetoriais e recursos de áudio), com animação em Flash.

‘São cursos de programação avançada e atividades de enriquecimento intelectual e afetivo’, define Christina Cupertino, coordenadora do Poit. O Programa ainda não foi adotado por nenhuma franqueada e continua restrito às unidades próprias do Colégio Objetivo em São Paulo, Barueri (Alphaville) e Cotia (Granja Viana).

Indicações e perigos da aceleração

Ao lado das propostas de enriquecimento, também a estratégia de Aceleração é considerada no atendimento ao superdotado. O aluno pode participar de cursos especiais, freqüentar matérias em salas mais avançadas ou, ainda, ingressar antecipadamente na pré-escola. São formas diferentes de aceleração curricular que, em tese, devem proporcionar ao aluno a oportunidade de avançar, no seu próprio ritmo.

‘A nossa cultura escolar não favorece a Aceleração, mas não é um modelo a ser desprezado. Não é melhor nem pior que o Enriquecimento, depende apenas de uma adequação’, defende Inês França, gerente-técnica do Ismart. Na mesma linha, Tânia Gonzaga Guimarães, da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal, onde se pratica uma das mais antigas experiências pedagógicas do país, cita diferentes teóricos para sustentar que a Aceleração, conduzida de forma adequada, tende a ser uma forma de enriquecimento, enquanto um programa de enriquecimento apropriado também comporta a aceleração.

Na prática, há casos como o de um jovem de 13 anos, que cursa o ensino médio em uma escola regular do Rio de Janeiro e freqüenta as aulas de Cálculo II do Instituto de Matemática da Universidade Federal Fluminense (UFF). No Cálculo I, foi aprovado em quarto lugar, com 6,4 de média final.

Cognição X desenvolvimento emocional

‘Nossa adesão continua fiel ao processo de conviver, observar e acompanhar a criança, avaliá-la em cada situação’
Zenita Guenther, diretora-técnica do Cedet

‘Entendemos que esse jovem fica com seu desenvolvimento afetivo e emocional comprometido quando deslocado de outros interesses próprios da idade. Valoriza-se apenas o cognitivo, sem considerar que esse indivíduo pode estar sofrendo por não estar sendo contemplado em suas necessidades emocionais e sociais’, diz Daniel Fuentes, diretor do serviço de Psicologia e Neuropsicologia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. A pertinência da visão de Fuentes é inegável, principalmente quando se considera que é freqüente entre os superdotados uma certa assimetria entre o desenvolvimento cognitivo e seu grau de maturidade emocional e psicossocial.

A psicóloga Cristina Maria Carvalho Delou, mestre e doutora em Educação e professora da Faculdade de Educação da UFF, reconhece a preocupação, mas assegura que a Aceleração é, em muitos casos, a melhor resposta para a inclusão. Toma como exemplo o mesmo jovem que se destaca nas aulas de cálculo da Universidade Fluminense, onde a especialista coordena um grupo de apoio a superdotados.

‘Quando o conheci, aos 12 anos, ele já dominava o alemão e hoje é poliglota, demonstra precocidade na leitura e um repertório muito avançado para a idade. Em uma classe regular, ele não teria o que conversar com jovens de 13, 14 anos, enquanto na UFF apresenta um nível de motivação altíssimo, sem nenhuma estereotipia. Por que, então, não deixá-lo simplesmente ser feliz?’, questiona. ‘Sem dúvida, vivemos muitas contradições e temos muito que caminhar no sentido da inclusão’, conclui.

Mitos e verdades

‘Os preconceitos levam muitas crianças a mascarar ou negar suas habilidades, em busca de aceitação’, alerta Denise Fleith, da UnB

No novo milênio, a visão multidimensional da inteligência, já apontada desde meados do século passado por teóricos como Joy Paul Guilford (Creativity, American Psychologist, 1950 e The Nature of Human Intelligence, McGraw-Hill, 1967), ganhou força com a projeção da obra de Howard Gardner, autor da teoria das Inteligências Múltiplas (Inteligências Múltiplas, 1995).

Mas no senso comum ainda prevalece a valorização do cognitivo. E a escola não é exceção.

‘A escola valoriza apenas duas inteligências: a lingüística e a lógico-matemática. Se você tiver essas inteligências bem desenvolvidas, não terá dificuldades na grande maioria das disciplinas. Quase todas utilizam essas habilidades não só para refletir os conhecimentos adquiridos, mas, fundamentalmente, avaliam esses conhecimentos a partir dessas duas inteligências. Já o contrário não é verdadeiro. Se o aluno for um brilhante desenhista, pintor, músico, atleta, dançarino etc., mas deixar a desejar nas outras disciplinas, certamente vai rodar’, diz a presidente do Conselho Brasileiro para Superdotação (ConBraSD), Susana Barrera Pérez.

Por essa janela coletiva, o superdotado ainda transita entre o estereótipo da genialidade e da aberração. De um lado, o estigma do aluno prodígio, do jovem inventor, do próprio gênio. No outro extremo, o esquisito, o nerd da classe, a raridade.

‘São preconceitos que levam muitas crianças a mascarar ou negar suas habilidades, em busca de aceitação. Sabem que suas características individuais podem levá-las à solidão, ao isolamento social e à rejeição pelos colegas’, alerta a pesquisadora Denise Fleith, Ph.D. pela Universidade de Connecticut e professora adjunta do Departamento de Psicologia Escolar e de Desenvolvimento do Instituto de Psicologia da UnB.

Os desafios para a inclusão

– Disseminar a área da superdotação, aprofundando o conhecimento da sociedade sobre o tema;
– Ressaltar as necessidades cognitivas, sociais e emocionais especiais dessa população;
– Combater mitos e falácias, como o de que o superdotado não necessita de mais recursos, podendo se desenvolver sozinho;
– Proporcionar treinamento especializado aos profissionais envolvidos;
– Proporcionar materiais adequados à necessidade do grupo;
– Desenvolver e utilizar técnicas modernas de identificação;
– Adaptar e diferenciar currículos e programas aos diferentes níveis, em escolas públicas e particulares;
– Implantar cursos de graduação e pós-graduação específicos para a área nas universidades brasileiras;
– Realizar mais pesquisas com essa população para a nossa realidade; Publicar e implementar a literatura especializada em nosso idioma.

Fonte: Altas Habilidades/Superdotação – Encorajando Potenciais (Angela M. R. Virgolim , SEESP/MEC, Brasília, 2007)

Paulo Speller defende expansão e servidores no CDES

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta terça-feira (17/07), da abertura da 22ª reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto, em Brasília. Em pauta, as reformas política e tributária e a instalação do grupo temático de biocombustíveis. Os conselheiros pediram ao presidente Lula ação mais incisiva no processo de elaboração da reforma política.

De acordo com o parecer do grupo de trabalho que cuidou desse tema, a reforma política é um assunto que deve ser tratado pelo conjunto da sociedade, o que inclui o Poder Executivo. ´´Cabe também ao governo, e ao presidente da República em particular, a iniciativa´´, diz o documento.

´´O processo de reforma política precisa de novo impulso daqui para a frente, com incisiva participação de Vossa Excelência´´, afirmou, em nome do grupo, dom Demétrio, ex-presidente da Caritas e membro da Pastoral da Terra, dirigindo-se a Lula.

O presidente Lula defendeu que a sociedade tome a iniciativa. ´´Durante um tempo, eu discuti esses temas. Depois, achei que não era uma coisa do Poder Executivo [a atribuição] de tentar determinar aos partidos a discussão sobre a reforma política. Mas a sociedade pode constituir uma plataforma de reforma política e discutir com os políticos´´.

Conselho pediu medidas para diminuir corrupção, mudanças no sistema partidário e processos eleitorais e regulamentação de mecanismos já previstos na Constituição, como plebiscito, referendo, iniciativa popular e consulta popular para revogação de mandatos. Também reivindicou mais formas de controle social na elaboração do Orçamento da União, estados e municípios.

Ensino superior – Membro do CDES, o reitor da Universidade Federal de Mato Grosso, Paulo Speller, reconheceu a necessidade de expansão, modernização, melhoria da eficiência e alterações acadêmicas no ensino de graduação e pós-graduação das Instituições Federais de Ensino Superior. Ao mesmo tempo, ele expressou sua preocupação no sentido de que se busquem mecanismos mais ágeis no processo de negociação entre os servidores públicos e governo federal, inclusive com a definição de calendário, prazos, direitos dos trabalhadores e obrigações da União. Com a regulamentação das mesas de negociação entre servidores e governo federal, é possível garantir mais agilidade nas mesas de negociação e alcançar resultados com maior rapidez.

Histórico – Fazem parte do CDES 13 ministros de Estado e 90 líderes da sociedade civil que debatem as principais questões nacionais e elaboram propostas que servem de base para as políticas públicas e para programas do governo. O novo conselho, composto por convidados do Presidente da República para o mandato 2007/2008, teve 46% de renovação e tomou posse na 21a reunião plena, em 17 de maio.

O CDES foi criado em 2003 pelo presidente Lula e teve como primeiro Secretário-Executivo o ministro Tarso Genro, substituído em 2004 por Jaques Wagner. Ele é coordenado por uma secretaria (SEDES) dentro da estrutura da Presidência da República e sua criação, pioneira no Brasil, foi inspirada no exemplo do Pacto de Moncloa, na Espanha. O CDES é um espaço para o debate das principais questões nacionais, propiciando diálogo entre líderes do governo, empresários e trabalhadores em torno do desenvolvimento do País. Muitas medidas concretas foram discutidas no âmbito do Conselho e implementadas pelo governo. Foi o caso de grande parte das propostas ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e à educação contempladas no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE).

Ascom/UFMT com Agência Brasil e Assessoria de Imprensa da SRI/PR

Últimos dias de inscrições para intercâmbio em Portugal

Portal Capes, 18/07/07

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) recebe inscrições, até sexta-feira, dia 20, para intercâmbio com Portugal. Professores, pesquisadores, e estudantes de doutorado brasileiros podem participar do programa, realizado em parceria com o Gabinete de Relações Internacionais da Ciência e do Ensino Superior de Portugal (Grices).

O Capes-Grices apóia projetos conjuntos de pesquisa de programas de pós-graduação de instituições de ensino superior brasileiras e portuguesas, que visem à formação de recursos humanos de alto nível em todas as áreas do conhecimento. As propostas apresentadas devem estimular o intercâmbio de estudantes de doutorado e a qualificação de docentes e pesquisadores. Cada projeto tem duração de dois anos, podendo ser prorrogado por mais um ano.

Os selecionados terão direito a passagens aéreas, seguro saúde, e bolsas nas modalidades doutorado-sanduíche e pós-doutorado. A liberação de recursos e o início das atividades estão previstos para janeiro de 2008.

(Fátima Schenini)

Capes lamenta morte de pesquisadoras em acidente aéreo

A diretoria e funcionários da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC) lamentam as mortes das pesquisadoras Valdemarina Bidone de Azevedo e Souza, e Vanda Ueda, no acidente do vôo 3054 da companhia aérea TAM, ocorrido na noite da última terça-feira, 17.

Para o diretor de Avaliação da Capes, Renato Janine Ribeiro, as palavras são insuficientes para expressar ou mitigar a dor de quem perde pessoas queridas. “Mas a Capes homenageia e lembra da importante contribuição dada por estas pesquisadoras à pós-graduação brasileira, que ajudaram a formar alunos. Com certeza eles perpetuarão esse trabalho e mostrarão que suas vidas não foram em vão. Manifestamos nosso carinho por elas a seus familiares, alunos e amigos’, disse.

Doutora em geografia humana pela Universidade de Barcelona, Vanda Ueda era professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e tinha um projeto de intercâmbio educacional para enviar seus alunos a universidades dos Estados Unidos, por meio do programa Capes-Fipse. Consultora da Capes na área multidisciplinar, a doutora em educação Valdemarina atuava como professora da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre (PUC-RS). Além disso, era coordenadora do programa de pós-graduação em gereontologia biomédica da mesma universidade.

Novos projetos entre Brasil e EUA são selecionados

O Programa de Consórcios em Educação Superior entre o Brasil e os Estados Unidos selecionou 12 projetos de intercâmbio educacional e de pesquisa para início em outubro deste ano. A análise foi feita durante a reunião da comissão binacional integrada por representantes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/Mec) e do Fundo para Melhoria da Educação Pós-Secundária (Fund for the Improvement of Post Secondary Education – Fipse), em Washington, de 11 a 14 de julho.

Ao todo serão investidos R$ 1,5 milhão. O objetivo do programa é financiar o intercâmbio de estudantes de gradução de diversas áreas e também a cooperação entre pesquisadores dos dois países. Além disso, os cursos de graduação brasileiros participantes conseguem modernizar a grade curricular e é possível o reconhecimento mútuo de créditos. Os projetos conjuntos escolhidos são das áreas de engenharias, meio ambiente, ciências agrárias, arquitetura, administração, cinema e inclusão social (multidisciplinar). Foram analisados 23 propostas de grupos de pesquisa de instituições brasileiras e norte-americanas.

De acordo com a coordenadora adjunta da Cooperação Internacional da Capes, Fátima Battaglin, também foi feita uma avaliação dos consórcios em andamento, definição do calendário de ações para 2008, além de discussões sobre novas diretrizes para o programa. “Avaliamos que os resultados têm sido excelentes, porque insere no cenário da pós-graduação estudantes mais qualificados, com domínio do idioma e experiência em outra cultura”.

Desde que foi criado, em 2001, o programa aprovou 51 projetos. Atualmente, estão em andamento 33 projetos.