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Dicas de Português: uso do porque, porquê, por que ou por quê

O uso dos porquês é um dos assuntos da língua portuguesa que mais causa dúvidas entre os falantes. Para que o emprego dos porquês seja feito de forma correta, é essencial entender e distinguir as quatro formas: porque, porquê, por que ou por quê.

Quando usar porque?

Porque (junto e sem acento) é usado principalmente em respostas e em explicações. Indica a causa ou a explicação de alguma coisa.

Porque pode ser substituído por:

  • pois;
  • visto que;
  • uma vez que;
  • por causa de que;
  • dado que;

Exemplos com porque

  • Choro porque machuquei o pé.
  • Ela não foi à escola porque estava chovendo.

Substituição do porque

  • Choro pois machuquei o pé.
  • Choro visto que machuquei o pé.
  • Ela não foi à escola pois estava chovendo.
  • Ela não foi à escola uma vez que estava chovendo.

Porque é uma conjunção subordinativa causal ou explicativa, unindo duas orações que dependem uma da outra para ter sentido completo.

Quando usar por que?

Por que (separado e sem acento) pode ser usado para introduzir uma pergunta ou para estabelecer uma relação com um termo anterior da oração.

Por que interrogativo

Possuindo um caráter interrogativo, por que é usado para iniciar uma pergunta, podendo ser substituído por:

  • por que motivo;
  • por qual motivo;
  • por que razão;
  • por qual razão.

Exemplos com por que (interrogativo)

  • Por que você não foi dormir?
  • Por que não posso sair com meus amigos?

Substituição do por que (interrogativo)

  • Por qual motivo você não foi dormir?
  • Por qual razão você não foi dormir?
  • Por qual motivo não posso sair com meus amigos?
  • Por qual razão não posso sair com meus amigos?

Com este uso, por que é formado pela preposição por seguida do pronome interrogativo que.

Por que relativo

Estabelecendo uma relação com um termo antecedente, por que é usado como elo de ligação entre duas orações, podendo ser substituído por:

  • pelo qual;
  • pela qual;
  • pelos quais;
  • pelas quais;
  • por qual;
  • por quais.

Exemplos com por que (relativo)

  • Não achei o caminho por que passei.
  • As razões por que fui embora são pessoais.

Substituição do por que (relativo)

  • Não achei o caminho pelo qual passei.
  • Não achei o caminho por qual passei.
  • As razões pelas quais fui embora são pessoais.
  • As razões por quais fui embora são pessoais.

Com este uso, por que é formado pela preposição por seguida do pronome relativo que.

Quando usar por quê?

Por quê (separado e com acento) é usado em interrogações. Aparece sempre no final da frase, seguido de ponto de interrogação ou de um ponto final.

Por quê pode ser substituído por:

  • por qual motivo;
  • por qual razão.

Exemplos com por quê

  • Você não comeu? Por quê?
  • O menino foi embora e nem disse por quê.

Substituição do por quê

  • Você não comeu? Por qual motivo?
  • Você não comeu? Por qual razão?
  • O menino foi embora e nem disse por qual motivo.
  • O menino foi embora e nem disse por qual razão.

Por quê é formado pela preposição por seguida do pronome interrogativo tônico quê.

Quando usar porquê?

Porquê (junto e com acento) é usado para indicar o motivo, a causa ou a razão de algo.

Aparece quase sempre junto de um artigo definido (o, os) ou indefinido (um, uns), podendo também aparecer junto de um pronome ou numeral.

Porquê pode ser substituído por:

  • o motivo;
  • a causa;
  • a razão.

Exemplos com porquê

  • Todos riam muito e ninguém me dizia o porquê.
  • Gostaria de saber os porquês de ter sido mandada embora.

Substituição do porquê

  • Todos riam muito e ninguém me dizia o motivo.
  • Todos riam muito e ninguém me dizia a razão.
  • Gostaria de saber os motivos de ter sido mandada embora.
  • Gostaria de saber as causas de ter sido mandada embora.

Porquê é um substantivo masculino, podendo sofrer flexão em gênero: o porquê, os porquês.

Dicas para o uso dos porquês

Por que = Usado no início das perguntas.
Por quê? = Usado no fim das perguntas.
Porque = Usado nas respostas.
O porquê = Usado como um substantivo.

 

Paulo Roberto Ribeiro

DCOM

UFLA e InovaCafé comemoram participação na Expocafé 2018

A Expocafé, maior evento nacional de transferência de tecnologias para a cafeicultura, encerrou, na última sexta-feira (18/5), sua 21ª edição. Realizado no Campo Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em Três Pontas/MG, o evento contou com 160 empresas expositoras e público estimado de 12 mil pessoas ao longo de três dias de realização. A Universidade Federal de Lavras (UFLA), idealizadora da feira e hoje parceira e membro do conselho gestor, marcou presença com um estande histórico, concebido pela Agência de Inovação do Café (InovaCafé).

Os visitantes puderam ter acesso a informações e imagens que contaram uma trajetória iniciada em 1998, quando a cafeicultura sul mineira era majoritariamente manual e grande parte dos produtores não tinha acesso à mecanização. “A proposta do estande foi construir um espaço para resgatar a memória da Expocafé e dar destaque àqueles que contribuíram para que ela se tornasse a maior feira de café do Brasil”, destacou o diretor da InovaCafé, Luiz Gonzaga de Castro Junior. “A Expocafé cumpriu e tem cumprido sua missão, que é viabilizar, verdadeiramente, a mecanização para os produtores”, completou.

O estande também trouxe mais uma novidade: a participação da Cafeteria CafEsal, cafeteria escola da Universidade. O time de colaboradores, formado por estudantes, contabilizou 170 litros de café, divididos em café coado e bebida gelada à base de café. “A feira foi uma excelente oportunidade para dar visibilidade à nossa cafeteria escola, que é um laboratório de ensino e pesquisas fundamentado no tripé produção/indústria/cafeteria. Pudemos proporcionar, ainda, condições para que os estudantes vivenciassem a realidade de feiras e grandes eventos, além do contato com produtores de todo o país”, ressaltou Castro Junior.

A Editora UFLA, comemorando 20 anos de existência, também compôs a estrutura do estande, comercializando livros e publicações vinculadas à cafeicultura e ao agronegócio. Para 2018, o diretor da InovaCafé informou que planeja a ampliação do projeto da UFLA ligado à história da Expocafé, com mais memórias, informações, conhecimentos e benefícios para todo o setor cafeeiro.

Impressões – O estande histórico da InovaCafé/UFLA reuniu centenas de visitantes e alguns deles aproveitaram para relembrar a trajetória da feira e de seus próprios negócios. O produtor Rene Pires Eustachio, de 95 anos, que possui propriedades em Casa Branca/SP e Bambuí/MG, contabiliza a participação em 15 edições da Expocafé. “Nasci em uma fazenda de café e desde cedo já tinha intimidade com a lavoura. Formei-me dentista e fiz carreira como ortodontista, mas nunca me distanciei do café. Agora me dedico à cafeicultura e quero acompanhar tudo o que existe de novidade em termos de técnicas e máquinas, para que eu possa aplicar nas minhas propriedades. Para quem tem história, como eu, o estande da UFLA mostrou-se um repositório extraordinário”, atestou.

Armindo Oliveira, ex-produtor de café e hoje proprietário de torrefação na cidade de Crucilância/MG, também registra diversas participações na feira. “A Expocafé consegue juntar todos os elos da cadeira produtiva do café e foi responsável por mudar a mentalidade da região e do país em relação à produção, ao manejo e à tecnologia”, disse. “Vendo as imagens do estande, é impressionante constatar o desenvolvimento da feira e o aumento de sua estrutura”, finalizou.

Ascom InovaCafé

UFLA realiza pela primeira vez espetáculo teatral acessível em Libras

Iniciativa do Projeto Asas trouxe a Lavras peça premiada de Belo Horizonte, com interpretação em Língua Brasileira de Sinais

A noite fria desse domingo (20/5) foi aquecida pelo humor irreverente da peça “Como sobreviver em festas e recepções com buffet escasso”, produzida e interpretada por Carlos Nunes. O Salão de Convenções da Universidade Federal de Lavras (UFLA) foi palco da exibição que tem 18 anos e, que pela terceira vez foi acessível em Libras “É um grande prazer fazer o espetáculo e saber que ele está sendo traduzido todo tempo para que as pessoas possam aproveitar e rir junto com a gente”, comentou Carlos.

O evento foi promovido pelo projeto de extensão Acessibilidade na Saúde em Atendimento aos Surdos (Asas), que teve início em agosto de 2017, e conta com estudantes dos cursos de Educação Física, Nutrição e Medicina. O objetivo do Asas, de acordo com o tradutor e intérprete de Libras da UFLA, Welbert Sansão, é capacitar os discentes para inserção no mercado de trabalho para que estejam aptos a atender a comunidade surda. São realizados encontros semanais para o ensino da Libras e há também as atividades de extensão na Escola Estadual Cinira de Carvalho, com palestras, workshops e oficinas junto à comunidade externa da UFLA.

Com público de todas as idades, a apresentação foi muito elogiada por quem esteve presente “A peça é muito boa, o ator é muito engraçado e interagiu bem com a plateia deixando a gente bem à vontade. Gostei muito de ter os intérpretes de libras dando a oportunidade de acesso às pessoas com deficiência auditiva. É muito importante criar espaços de participação e interação deles em todas as ações desenvolvidas na comunidade” relatou o estudante de Administração Pública, Jeferson Neri.

Lavras recebeu pela primeira vez uma peça teatral interpretada em Libras. “Nós acreditamos que a saúde nas relações biopsicossociais está ligada diretamente com as relações sociais, e o teatro propicia essa inserção,” enfatizou Welbert.  Além de propiciar cultura, o ingresso foi uma forma de promover ação social, já que os alimentos arrecadados serão doados ao Lar Augusto Silva, que acolhe idosos em Lavras.  

Texto e fotos: Karina Mascarenhas- jornalista, bolsista Dcom/Fapemig. 

BRFair, CLAC e UFLA realizam Semana FairTrade em comemoração ao Dia do Comércio Justo

Em maio, mais especificamente no segundo sábado do mês, é comemorado o Dia Internacional do Comércio Justo. Com o intuito de celebrar a data, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) sediará, nos dias 21 a 25, uma série de atividades envolvendo o projeto “Universidades Latino-Americanas pelo Comércio Justo”. A iniciativa será coordenada pela Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil (BRFAIR) e pela Coordenadora Latino-Americana e do Caribe de Pequenos Produtores e Trabalhadores do Comércio Justo (CLAC), em parceria a Agência de Inovação do Café (InovaCafé) e a Cafeteria Escola CafEsal. 

A programação terá início no dia 21, na CafEsal, com a Semana dos Cafés Certificados Fairtrade. Ao longo de toda a semana, será ofertado um cardápio especial com cafés de diferentes produtores servidos em métodos especiais de preparo. A Sugestão da Barista (opção de bebida à base de café que varia semanalmente) também será diferenciada, por meio da harmonização de suco de laranja com certificação FairTrade com os cafés da semana.  

Os dias 22 e 23 serão destinados a reuniões de organizações certificadas e de pequenos produtores. Já no dia 24, no anfiteatro da InovaCafé, acontece reunião da comunidade acadêmica com os produtores da BRFAIR e de associações de cafeicultores e produtores de laranja vinculados ao Fairtrade, apresentando demandas e ideias relacionadas à área de pesquisa e extensão, de acordo com a necessidade de suas cooperativas, comunidades e organizações. À tarde, haverá a culminância das atividades na Cafeteria CafEsal.      

A UFLA é reconhecida pelas suas ações focadas em sustentabilidade e é considerada a instituição de ensino mais sustentável da América Latina. Em 2014, a BRFAIR e a CLAC iniciaram seu relacionamento com a universidade, apresentando o projeto de Universidades Latino-Americanas pelo Comércio Justo. Após cumprimento de alguns critérios, a UFLA foi reconhecida pelo comitê internacional como a primeira Universidade pelo Comércio Justo do Brasil.  

Sobre o Comércio Justo (Faitrade)

O Fair Trade contribui para o desenvolvimento sustentável ao proporcionar melhores condições de troca e a garantia dos direitos para produtores e trabalhadores à margem do mercado. Trata-se de uma parceria comercial, baseada no diálogo, na transparência e no respeito, visando maior equidade no comércio internacional. Além disso, busca-se contribuir para o desenvolvimento sustentável, por meio de melhores condições de troca e garantia dos direitos para produtores e trabalhadores à margem do mercado, principalmente no Hemisfério Sul.

Ascom InovaCafé

UFLA recebe Swami Ramananda em palestra sobre paz e compaixão em tempos de conflito

Na última segunda-feira (14/5), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) recebeu o monge americano de Yoga, Swami Ramananda na palestra “Cultivando a paz e compaixão em tempos de conflitos”, realizada no Anfiteatro do Departamento de Administração e Economia (DAE/UFLA).

Na ocasião, o palestrante abordou sobre como os ensinamentos e práticas do Yoga podem auxiliar as pessoas a encontrar solo firme em meio a tantas turbulências do mundo, tornando-as consciente dos seus medos e conflitos internos, para assim fazer as pazes com seu próprio coração e transmitir essa mensagem de paz.

Swami Ramananda é um monge do Yoga Integral reconhecido mundialmente, que tem se dedicado à prática por mais de 40 anos. Atualmente mora na cidade de Buckingham, Virginia, nos Estados Unidos.

A palestra contou com a presença de cerca de 80 pessoas de Lavras e região, sendo arrecadados alimentos não perecíveis, bem como roupas e calçados, que foram destinados para entidades filantrópicas da cidade.

O evento foi promovido em parceria com o projeto da UFLA de “Yoga e Qualidade de Vida”, coordenado pela professora do DAE, Viviane Santos Pereira e o Centro de Yoga Integral Satchidananda (CYIS).

Interessados em acompanhar outras informações podem solicitar a participação no grupo Yoga na Capela do Facebook.

Luciana Tereza- estagiária Dcom/UFLA, com colaboração da professora do DAE, Viviane Santos Pereira.

Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira dá início às atividades da Expocafé 2018

 O 9º Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira deu início, nessa terça-feira (15/5), à programação da Expocafé 2018, realizada na cidade de Três Pontas/MG. Organizado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), por intermédio do professor do Departamento de Engenharia, Fábio Moreira da Silva, e de equipe técnica da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig/Lavras), o evento permitiu o intercâmbio de informações sobre tecnologias e produção mecanizada, por meio de palestras vinculadas ao tema central “Manejo mecanizado e colheita seletiva visando à qualidade do café”.  

O simpósio reuniu pesquisadores, professores, universitários, técnicos e cafeicultores de diversos estados brasileiros.   O dispositivo de honra foi composto pelo professor Fábio Moreira da Silva, o diretor de Operações Técnicas da Epamig, Trazilbo José de Paula Júnior, a responsável da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Café), Roseane Vilela, e o coordenador técnico da Expocafé e pesquisador da Epamig, César Elias Botelho.  

Idealizador do simpósio em 2010, Fábio Moreira referiu-se à Expocafé como “a maior feira da cafeicultura mundial com foco em manejo de lavoura, colheita e toda a tecnologia destinada à melhoria da produtividade do café no Brasil”. Em sua fala de abertura, o professor ressaltou o avanço da cafeicultura em termos tecnológicos. “A atividade, hoje, está mais moderna e renovada, permitindo que a safra seja mais estável. Temos muito o que comemorar em termos de avanços, mas é preciso que momentos como este aconteçam para que possamos debater, aprender e crescer sempre mais, sobretudo em um momento em que a demanda por cafés especiais aumentou substancialmente”, destacou.  

Trazilbo José de Paula Júnior, por sua vez, mencionou a importância do tema cafeicultura para a Epamig, sendo um dos 12 programas de pesquisa da instituição. “Estamos cada vez mais convencidos do importante papel das tecnologias agrícolas e da inovação em todas as etapas, do plantio à pós colheita. O dia de hoje é fundamental para que conheçamos os resultados do que vem sendo realizado, de forma muito proveitosa”, disse.     

Palestras

Após os pronunciamentos, foi aberto o ciclo de palestras. A primeira delas, “Tecnologia de preparo do solo e plantio do cafeeiro”, ministrada por Daniel Veigas Soares, da Reagro, trouxe exemplos de lavouras mecanizadas, destacando fatores como o alinhamento de plantio, com maior comprimento de rua em linhas que facilitam a atuação das máquinas. “Buscamos sempre o bom plantio, o preparo adequado do solo e uma carga equilibrada de produtividade ao longo dos anos”, informou.  

O palestrante mencionou a necessidade de um planejamento prévio, que envolve, antes da preparação do solo, definição de área, variedade, maturação, espaçamento, época do plantio, entre outras necessidades. Ele também explicou sobre a sistematização do terreno, com o cumprimento de etapas que abrangem a aplicação de calcário, se necessário, a passada de grades pesada e leve, a subsolagem e a detecção do ponto de umidade do solo. Ele ainda trouxe informações relativas a plantadeiras e apresentou um exemplo de dimensionamento de máquinas e mão de obra com vistas à melhor organização da atividade.    

O consultor e engenheiro Hélio Casale foi o responsável pela segunda palestra do dia, intitulada “Diferentes manejos para sustentabilidade econômica”. Sua apresentação teve início com a seguinte definição: “O café é uma cultura que dá estabilidade ao proprietário, à economia da região, distribui melhor a renda, ocupa mão de obra na seca, não é perecível e valoriza o solo que ocupa”.

Em termos de manejo, Casale citou quatro tipos. Segundo definiu, o manejo dos matos é feito para manter o solo sempre recoberto de matos mortos ou semimortos, visando reduzir a erosão superficial, regular a temperatura do solo, manter a biodiversidade vegetal e aumentar o teor da matéria orgânica do solo.   O manejo das águas é realizado de forma a cuidar para que toda a água de chuvas ou de irrigação fique retida, sendo lentamente cedida para as plantas, evitando estresse que causa a interrupção do crescimento normal. Já o manejo das plantas objetiva manter hastes verticais com desbrotas logo após a colheita e um repasse em fevereiro de cada ano, visando o Índice de Áreas Foliar (IAF) ideal. Por fim, o manejo equilibrado da fertilidade prevê a análise do solo a cada dois anos, assim como das folhas, que deve acontecer antes de cada adubação e da florada principal.  

Dando sequência às palestras, o engenheiro agrônomo da UTZ-Certified, Eduardo Sampaio, trouxe a temática “Desafios e soluções para a cafeicultura do Brasil em relação às variabilidades climáticas”. Segundo ele, ao produzir cafés é preciso levar em consideração pontos como fraquezas, fortalezas, ameaças e oportunidades. “Como fraquezas ressalto a questão da união, o pouco conhecimento dos concorrentes e das tarifas internacionais e a desconexão entre urbano e rural”, disse. Como fortalezas, foram citados fatores como tradição, pesquisa, clima, cadeira organizada, maquinário, produção e processamento e mercado interno.  

Já em relação às ameaças, Sampaio mencionou o uso intensivo de insumos, temperaturas extremas, radiação excessiva, legislação trabalhista não atualizada, qualidade de mão de obra e custo da terra. Quanto às oportunidades, teve especial menção a demanda por cafés especiais. Como adequações à variabilidade climática, foram destacados o melhoramento genético e plantas modificadas, novas metodologias de implantação/manejo e melhoria da condição climática para o café, independentemente da variedade.    

Outras contribuições

O professor do Instituto Federal do Sul de Minas, José Marcos Angélico de Mendonça, abordou o tema “Inovações na pós-colheita e qualidade do café”. Ele trouxe questões como a fermentação do café, processo de alta complexidade com fatores de ampla variação. “Quando conseguimos atingir o equilíbrio, as condições e o tempo adequado, criamos uma nova roupagem para um café que era tido como defeituoso”, ressaltou. Sobre a secagem, Mendonça reforçou que o limite máximo para que ela ocorra é de 40º. A palestra também trouxe informações sobre as metodologias de avaliação de café utilizadas no Brasil e a descrição de padrões sensoriais, conforme instruções normativas.  

O engenheiro agrícola da Penagos, Ezequiel de Oliveira, deu prosseguimento às atividades, abordando o tema “Novas tecnologias de pós colheita e secagem do café”. Para ele, é preciso atuar na redução da “janela” de colheita do café, por meio de investimentos em tecnologias e máquinas, a fim de processar maior volume em um período mais curto. Promovendo a redução, diminui-se a incidência de café no chão, colhe-se mais cedo e mais rápido, reduz-se os custos de colheita e pós colheita e melhora-se os resultados de bebida da propriedade.  

O tema subsequente, “Estratégias para maior uniformidade de maturação e qualidade de bebida”, foi conduzido pelo agrônomo e suporte técnico da Satis, César Pirajá. Ele trouxe como exemplo de inovação de um produto que promove um ganho na quantidade de frutos cereja e um menor índice de café de chão, por meio de aplicação via folha. Como aconselhamento aos produtores, Pirajá destacou a procura por informações advindas de universidades e centros de pesquisas, assim como novas tecnologias disponíveis, que podem apresentar uma boa relação custo/benefício.  

Por sua vez, a palestra “Gestão da qualidade na produção de café” foi ministrada pela cafeicultora e presidente da Brazil Specialty Coffee Association (BSCA), Carmen Lúcia Chaves de Brito. Ela tratou da importância dos processos de gestão na produção de cafés especiais, dando um testemunho do que ocorre em sua propriedade. Segundo acredita, a construção de uma equipe comprometida e sensibilizada com a produção irá garantir a qualidade do resultado final. Ela também mencionou questões estratégicas do negócio, como investimentos e a constante busca por inovações e melhoramentos genéticos visando resultados qualitativos.  

Encerrando as contribuições do dia, foi ministrada pelo professor Fábio Moreira (DEG/UFLA) a palestra “Avanços tecnológicos na colheita seletiva visando à qualidade do café”. Ele dissertou sobre os parâmetros necessários para realizar a colheita seletiva, como regulagem de máquinas e indicações de duas e até 3 passadas de colhedora, o que tem aumentado a possibilidade de o Brasil fornecer cafés especiais. Ele explicou, ainda, como calcular o índice de colheita, que correlaciona a velocidade com a vibração da máquina, visando a maior eficiência do processo.  

Ascom InovaCafé 

Estande da UFLA na Expocafé traz resgate histórico da feira

O estande da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Agência de Inovação do Café (InovaCafé) na Expocafé 2018,  maior evento nacional de transferência de tecnologias para a cafeicultura e apresentação de novidades em máquinas e equipamentos, foi sucesso de público logo em seu primeiro dia de visitação, nessa quarta-feira (16/5). O local reuniu centenas de pessoas, que puderam passear pela história da feira, cujos primórdios datam de 1998.  

Concebida por uma equipe da UFLA, a Expocafé buscou, logo em sua primeira edição, atuar frente à significativa carência em relação aos equipamentos destinados à cafeicultura, praticamente desconhecidos dos produtores do Sul de Minas, de elevado preço e de baixa eficiência. Assim, o estande conta os principais fatos ligados a essa trajetória, por meio de painéis contendo fotos, artes gráficas e principais marcos ano a ano.  

O estande temático contempla, ainda, ilha da Cafeteria Escola CafEsal, comandada por estudantes da Universidade, com oferta de café e bebida gelada à base de café, além de espaço destinado à Editora UFLA, que comemora 20 anos de existência, com a comercialização de volumes ligados à cafeicultura e demais atividades agrícolas.  

Alisson Mesquita Assunção e Rosilena Mendonça Assunção ficaram encantados com os painéis adesivados no local, ressaltando que a história da feira é a própria história de evolução da cafeicultura. “Eu, que sou cafeicultor, fico impressionado ao constatar o quanto avançamos em termos tecnológicos e de conhecimento. Lembro bem, logo nas primeiras edições, da derriçadora de azeitonas adaptada para a cafeicultura, importada da Itália e trazida para apresentação em dinâmicas de campo”, destacou Alisson.  O estande da UFLA/InovaCafé pode ser visitado até as 18 horas de sexta-feira (18/5).  

Abertura oficial

Na manhã de quarta-feira, aconteceu a abertura oficial da Expocafé 2008, na tenda de eventos local, com a presença maciça de autoridades locais, da região e do estado, entre as quais esteve o pró-reitor de Extensão e Cultura da UFLA, João José Granate de Sá e Melo Marques, no ato representando o reitor José Roberto Soares Scolforo.  

A solenidade também contou com o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em exercício, Amarildo José Brumano Kalil, o presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Rui da Silva Verneque, o deputado estadual Emidinho Madeira, o presidente da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), Marco Valério Araújo, o prefeito municipal de Três Pontas, Luiz Roberto Laurindo Dias, além de representantes de órgãos, instituições e cooperativas.  

Após a solenidade, o pró-reitor da UFLA, durante visitação ao estande, destacou a contribuição, ao longo de 21 anos, da universidade pública, que tem como uma de suas principais atribuições servir à sociedade. “Hoje a feira atingiu um nível de profissionalismo e dinamismo tal que permite à UFLA considerar sua missão como inteiramente bem sucedida, permitindo que concentremos em nossas finalidades de ensino, pesquisa e extensão”, pontuou.

Ascom Inovacafé

UFLA e Expocafé: contribuições históricas para a cafeicultura

Em 2018, a Expocafé, a maior feira nacional de transferência de tecnologia e de extensão do agronegócio café, completa 21 anos de existência. Realizado atualmente pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o evento teve, em seus primórdios, a fundamental contribuição da Universidade Federal de Lavras (UFLA) como idealizadora e realizadora das edições de 1998 a 2009 e, hoje, como parceira e integrante do conselho gestor. Com a intenção de relembrar alguns momentos emblemáticos da história da Expocafé, a UFLA, por intermédio da Agência de Inovação do Café (InovaCafé), desenvolveu um estande, aberto à visitação de 16 a 18 de maio.  

O público poderá ter acesso aos principais marcos da feira ao longo dos anos, além de fotos e materiais gráficos que marcaram sua trajetória. E para entender em que circunstâncias se deu o surgimento da Expocafé, é preciso voltar no tempo, mais precisamente ao cenário da cafeicultura no Sul de Minas encontrado na década de 1990.  

Em 1997, o projeto “Avaliação de métodos de colheita de café” – capitaneado pelo professor de Engenharia Agrícola da UFLA, Nilson Salvador, em parceria com o também professor da área, Fábio Moreira da Silva – era responsável por avaliar máquinas de arruação, colheita e limpeza. A fazenda do “Sr. Juquinha”, um dos grandes produtores de café da região, localizada em Santana da Vargem/MG, foi o local escolhido para a realização do trabalho.   Durante as avaliações, observou-se uma significativa carência em relação aos equipamentos destinados à cafeicultura.

O maquinário existente no mercado era praticamente desconhecido dos produtores, de elevado preço e de baixa eficiência. À época, a colheita era praticamente manual e não havia a preocupação de programar a lavoura para a mecanização de todas as suas etapas. Além disso, as máquinas não eram projetadas para as condições de manejo do café na região, como alinhamento e distância entre ruas, cultivar/variedade de café, número de plantas por cova, declividade do terreno e arruação, por exemplo.  

Outra constatação é de que havia um grande interesse por parte dos produtores de resolver os seus problemas inerentes ao alto custo da colheita e à dificuldade de mão de obra qualificada para a colheita do café. “Mediante essas observações, veio a ideia de procurar atender aos anseios dos produtores e auxiliar, ainda, a indústria no que se refere à divulgação dos equipamentos disponíveis”, relata Salvador.  

A UFLA, dessa forma, resolveu promover a junção do ensino, da pesquisa e da extensão com o sistema envolvendo a mecanização do café. “A ideia era fazer com que aprendêssemos mais, buscássemos problemas no campo para trazer para a universidade e centros de pesquisa, além de usar a extensão para divulgar o que existia em termos de mercado”, resume.  

O professor Fábio Moreira, por sua vez, lembra da primeira pesquisa na área de mecanização realizado no âmbito do programa BIOEx-Café, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 1997. A temática envolvia a utilização de máquinas portáteis para manejo e colheita semimecanizada. No ano subsequente, ele participou de visita à Itália, juntamente com representantes de cooperativas da região, e retornou com muitas novidades em termos de maquinário, entre elas derriçadoras de azeitona para serem aplicadas na cafeicultura. Logo, as inovações passaram a integrar a programação da Expocafé por meio de demonstrações diretamente no campo.  

O evento

Nilson Salvador conta que logo veio o questionamento de onde fazer um evento que pudesse atender todas as necessidades e alcançar bastante êxito. Até então, as feiras de maior porte estavam restritas aos grandes centros e capitais, locais aonde os cafeicultores não chegavam. Foi então que se decidiu pela realização no campo, que era a verdadeira “casa” do produtor, além de ser um espaço que possibilitaria a demonstração de máquinas diretamente na lavoura.   Em abril de 1998, após conversas junto à presidência da União Cooperativa de Agropecuária Sul de Minas (Unicoop), aventou-se a possibilidade de realização do evento no município de Três Pontas/MG.

No mesmo mês, também foi apresentada proposta junto à Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel). Ambas as cooperativas se dispuseram a patrocinar o projeto da feira. Paralelamente, houve visita à fazenda São Sebastião, de propriedade do Sr. Deca Miranda, e o local demonstrou possibilidades de atender à proposta do evento, com energia elétrica, fácil acesso e uma lavoura ao lado. Nilson Salvador relata que saiu de lá com uma responsabilidade enorme: realizar o evento em pouco tempo, mais especificamente em 24 de julho de 1998.   

Em maio daquele ano, comitiva do evento sul mineiro, composta por integrantes da UFLA, de representantes regionais e de grandes cooperativas, encaminhou-se à Agrishow, em Ribeirão Preto/MG, com a incumbência de atrair expositores e provar que havia mercado consumidor na região. “O primeiro contato foi com uma empresa fabricante de colhedoras automotrizes de café, que se mostrou muito resistente. As próprias empresas não acreditavam que as máquinas poderiam trabalhar por aqui, somente no Cerrado Mineiro. Mas saímos de lá com parcerias no segmento de máquinas em geral, de agroquímicos e insumos, transportes, máquinas agrícolas e embalagens”, enumera.  

Com a proposta concreta e a iminência de realização de um evento de porte nacional, a equipe de colaboradores da UFLA foi crescendo. Foi montada, na ocasião, uma completa estrutura, com acessibilidade, estacionamento, restaurantes, água potável, sanitários, recepção, energia e segurança. O saldo foi muito positivo, com um público estimado de 5 mil pessoas e a garantia de continuidade em próximas edições.   “Não posso deixar de mencionar importantes parceiros que auxiliaram na construção dessa história, como cafeicultores e instituições como Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/MG), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Prefeitura Municipal de Três Pontas, cooperativas agrícolas, entre outros”, cita.  

A Expocafé foi realizada na Fazenda São Sebastião até 2002. A estrutura passou a ser insuficiente para o porte do evento, que foi crescendo ao longo do tempo e apresentando novas exigências, com a migração para novo local, que é a Fazenda Experimental da Epamig, utilizada até hoje para sediar a feira. A UFLA manteve-se como realizadora da Expocafé até 2009. Em 2010, foi concedido o direito de realização do evento à Epamig, uma das empresas parceiras e membro do conselho gestor.  

Contribuições para a cafeicultura  

Segundo o professor Nilson Salvador, a Expocafé foi uma alavanca de desenvolvimento da cafeicultura nacional. “Estamos falando do maior evento de café do mundo em relação à mecanização da cafeicultura”, destaca. Para ele, as principais contribuições da feira são inúmeras, a saber: estímulo para que os produtores tenham uma visão mais empresarial e competitiva, produção de cafés de melhor qualidade, manejo adequado da cafeicultura nacional e no exterior, ampliação do cenário de oferta de máquinas agrícolas e melhoria da eficiência operacional e na redução de custos.   Salvador cita, ainda, o aumento da demanda de cafés especiais, o desenvolvimento de insumos relacionados à pós-colheita do café e sua comercialização, o incentivo ao desenvolvimento de políticas públicas para o agronegócio café, o desenvolvimento de novos produtos derivados, o direcionamento de pesquisas voltadas às necessidades do segmento e o incentivo à formação de núcleos de pesquisa no país.  

O ex-reitor da UFLA (2004-2012) e também coordenador do programa BIOEx/Café, Antônio Nazareno G. Mendes, reconhece a importância estratégica da idealização da Expocafé pelos pesquisadores e professores da universidade há pouco mais de 20 anos. “Nos orgulhamos da participação que a UFLA tem nesta parceria, como organizadora do evento por mais de 10 anos e como colaboradora, juntamente com a Epamig, Cocatrel, Prefeitura de Três Pontas e outros parceiros. São incontáveis as contribuições que ela deu à cafeicultura brasileira, particularmente no tema ‘mecanização da lavoura cafeeira’, tornando a produção dos cafés do Brasil  ainda mais sustentável”, opina.  

O ex-presidente da Cocatrel, Francisco Miranda de Figueiredo Filho, em cujo cargo esteve por 21 anos, ressalta que a história da Expocafé se mistura à história da mecanização do Sul de Minas. “Com a feira e a disponibilização de conhecimentos e informações ao produtor, foi possível desmistificar a ideia de que a região era acidentada e inviável para o uso de máquinas. Nossos terrenos são ondulados e, com os tratos adequados e a melhoria das condições de declividade, a mecanização mostrou-se muito possível. A vontade do produtor uniu-se, assim, às possibilidades, fazendo com que mais de 60% das lavouras da região contem, hoje, com algum tipo de mecanização”, afirma.  

Ascom Inovacafé

Abertas inscrições para os cursos gratuitos de inglês do NucLi

O Núcleo de Línguas da Universidade Federal de Lavras (Nucli/UFLA) anuncia novas turmas de cursos presenciais do programa Inglês sem Fronteiras (IsF). Os cursos serão ministrados entre 4 de junho e 14 de julho, incluindo duas semanas de atividades on-line, em consonância com o período letivo da UFLA.

Para se inscrever, os interessados devem acessar, até às 12h do dia 22/5, o site Idiomas sem Fronteiras e abrir a opção “Aulas presenciais”. É necessário possuir pontuação no Toefl ITP ou estar ativo no My English Online (MEO).

Os seguintes cursos serão ofertados:

– A2 (32h) Produção Oral: interações acadêmicas; compreensão oral: palestras e aulas 
– B1 (32h) Produção Oral: debates; produção oral: comunicações acadêmicas; Toefl ITP: Preparatório 

Em caso de dúvidas, a orientação é entrar em contato com o NucLi pelo telefone (35) 3829-3127, pelo e-mail nucli@dri.ufla.br, pelo endereço Idiomas sem Fronteiras – UFLA no Facebook ou presencialmente na sala do núcleo, localizada no pavilhão 6, sala 10.

Luciana Tereza- estagiária Dcom/UFLA.

O que você precisa saber sobre Doenças Negligenciadas e como elas afetam sua vida

Para debater o tema, será realizado na UFLA o IV Simpósio Brasileiro de Doenças Negligenciadas, de 24 a 26 de maio.

Mais de um milhão de pessoas morrem por ano no mundo por doenças que podem ser prevenidas e são consideradas negligenciadas. Saiba mais sobre essas doenças, que serão tema de Simpósio na UFLA em maio.

As doenças tropicais negligenciadas (DTNs) afetam, todos os anos, milhões de pessoas no mundo, principalmente de baixa renda. Causadas por vírus, bactérias, vetores e protozoários, esses males, muitas vezes, são consequências da falta de moradia e de saneamento básico. 

Tais enfermidades estão mais presentes do que se imagina: dengue, zika, chikungunya e leishmaniose são apenas algumas das doenças listadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como negligenciadas, conforme explica a professora Joziana Muniz de Paiva Barçante, do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Lavras (DAS/UFLA). “A OMS considera 17 grupos de doenças negligenciadas, e elas exigem ações diferenciadas em diversas partes do mundo, com grupos de pessoas que se reúnem para definir formas de controle de prevenção, diagnóstico, erradicação e ações de ações voltadas para a informação da população. Dos 17 grupos, 14 estão presentes no Brasil. O Ministério da Saúde possui uma série de programas estratégicos de combate e controle de diversas dessas doenças”.

A denominação “negligenciadas” é uma menção ao fato de que essas doenças são as que menos recebem investimentos em pesquisas, produção de medicamentos e vacinas, mesmo sendo as que mais matam no mundo. Segundo a OMS, a estimativa é de que um bilhão de pessoas tenham recebido tratamento para, pelo menos, uma doença tropical negligenciada somente no ano de 2015. Para a especialista, o grande problema dessas doenças, além do investimento financeiro, é em relação à falta de informação sobre elas no meio social. “Não é só a doença que é negligenciada; a própria população tem poucas informações. Por isso, nós, das universidades, temos a capacidade de levar conhecimento para estas pessoas, orientando sobre as medidas de prevenção, que, muitas vezes, são desconhecidas.”

Dada a importância de se debater a respeito dessas doenças, será realizado, de 24 a 26 de maio na UFLA, o IV Simpósio Brasileiro de Doenças Negligenciadas (IV SBDN). Serão mais de vinte temas que abordarão, por exemplo, as leishmanioses, a hanseníase, as arboviroses (que incluem doenças como dengue, zika, febre chikungunya e febre amarela), a doença de chagas, as helmintoses (ascaridíase, teníase e esquistossomose são exemplos), sífilis e HIV. O evento é voltado para os profissionais de saúde “É um simpósio que integra a universidade com o serviço de saúde. Vários profissionais que atuam na atenção primária foram convidados; a intenção é estreitar esses laços e, assim, melhorar a qualidade de vida da população, ” enfatiza Joziana.

Para alertar a população sobre as doenças negligencias mais comuns e suas formas de contaminação, prevenção e tratamento, a diretoria de comunicação da UFLA preparou uma série de reportagens que serão divulgadas nas páginas da Universidade na Internet nos próximos dias.

Karina Mascarenhas – Jornalista bolsista Fapemig/DCOM

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.