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Pesquisa da UFLA estuda efeitos da interação entre pulgões e formigas sobre feijoeiros

A interação entre formigas e pulgões provoca alterações sobre a produtividade da planta hospedeira? Essa foi uma questão que pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) buscaram responder em uma pesquisa feita com feijoeiros (Phaseolus vulgaris), na qual analisaram plantas em dois contextos ecológicos distintos (isolado e na presença da comunidade). Todos os tratamentos, exceto o controle, foram infestados com afídeos, popularmente conhecidos como pulgões, da espécie Aphis craccivora.

No experimento, os pesquisadores isolaram ou expuseram os feijoeiros a cinco tratamentos diferentes. Em dos deles, isolaram as plantas da comunidade de artrópodes (deixando as plantas com formigas e pulgões; e somente com pulgões). Em outros dois, as plantas não foram isoladas da comunidade (sendo um contexto com a comunidade completa e outro, livre somente das formigas). O quinto foi de controle (planta completamente isolada). Após o ciclo de vida do feijoeiro, de aproximadamente três meses, foi avaliada a quantidade de frutos e de sementes produzidas e examinadas a biomassa, germinabilidade das sementes e taxa de plântulas anormais.

O estudo concentrou-se na avaliação dos efeitos da interação formiga-afídeo sobre as plantas hospedeiras em dois contextos ecológicos distintos: isolados e na presença de toda comunidade de artrópodes. Na prática esses diferentes contextos simulam diferentes tipo de manejo de cultivo orgânico. O contexto isolado simula o cultivo orgânico convencional, em que a monocultura diminui a biodiversidade local, mas não impede a presença da interação formiga-afídeo. Já o contexto da comunidade completa simula o cultivo orgânico agroecológico, onde há maior biodiversidade local.

Verificou-se que, nos experimentos com a presença de outros artrópodes, as formigas afetaram negativamente a produção de frutos e sementes. Por outro lado, quando formigas e pulgões estão isolados do restante da comunidade na planta, a interação afetou positivamente a produção de frutos e sementes.

“Um dos principais alimentos que a formiga precisa para obter energia é o carboidrato e quando interagem com pulgões elas o obtêm através de um líquido excretado pelos pulgões. Estes alimentam-se da seiva das plantas e produzem um líquido açucarado, conhecido como honeydew”, explica o pesquisador Ernesto Cañedo Júnior, doutorando em Entomologia na UFLA. As formigas “cuidam” dos pulgões, protegendo-os de inimigos naturais, transportando-os, limpando o excesso do líquido excretado e, em certos casos, alimentam-se deles. “É como se os afídeos fossem ‘vacas de leite e corte’ para as formigas”, compara Ernesto. O consumo do honeydew pelas formigas também beneficia a planta e o pulgão, porque o acúmulo do líquido leva à proliferação de fungos que podem matar os afídeos e que prejudicam a fotossíntese dos vegetais.

Os efeitos positivos da interação de formigas e pulgões estão relacionados à “limpeza” oferecida pelas formigas, que impedem o desenvolvimento de fungos na superfície das folhas. No caso dos feijoeiros produzidos em local aberto, a presença de formigas potencializa os danos causados à planta pelos pulgões, pois as formigas protegem os pulgões dos demais artrópodes que agem como predadores naturais dos pulgões.

Foram comparados dados de feijoeiros submetidos a esses ambientes: taxa de germinação das sementes produzidas; peso e número de sementes; número de frutos; e se havia má formação das plântulas. As plantas submetidas ao contexto isolado, com formigas e pulgões, produziram mais frutos e grãos. No contexto isolado, as plantas com formigas produziram aproximadamente 39% mais frutos e 48% mais sementes do que plantas sem formigas. No contexto envolvendo a comunidade, as plantas com formigas produziram aproximadamente 35% menos frutos e 40,5% menos sementes do que plantas sem formigas. A biomassa, germinação e taxa de feijões anormais não diferiram entre os tratamentos avaliados.

“Esses dois tipos de plantio produzem dois tipos distintos de resposta das plantas. Avaliamos alguns parâmetros de aptidão da planta ainda poucos explorados em estudos envolvendo interações entre formigas e afídeos, sobretudo em plantas com ciclo de vida curto”, conclui Ernesto. O estudo também avançou sobre como as interações ecológicas podem variar dependendo de métodos de manejo de culturas orgânicas.

Embora não ocorram entre todas as espécies, as interações entre formigas e afídeos podem afetar as plantas hospedeiras de várias maneiras. Mas a maioria dos estudos havia medido apenas a quantidade de frutos e sementes produzidos, e não testaram a viabilidade da semente.

Reaproveitamento

Outro mérito da pesquisa foi produzir conhecimento de ponta utilizando materiais descartados. Para construir os viveiros que propiciaram as condições de isolamento, os pesquisadores construíram gaiolas com produtos reaproveitados da construção civil dentro do câmpus da UFLA, evitando seu descarte. Exceto o tecido, foram reaproveitados pedaços de mangueira, 470 metros e 225 metros de vergalhão de ferro. Os 125 vasos utilizados no experimento também foram reaproveitados de experimentos prévios realizados pelo Departamento de Entomologia.

O artigo que descreve a pesquisa foi publicado recentemente no periódico PlosOne e pode ser acessado aqui (em inglês).

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

 

SiSU e PAS: divulgada segunda chamada para a UFLA – matrículas de 3 a 7 de março

A Diretoria de Registro e Controle Acadêmico (DRCA) divulgou, no dia 20/2, a segunda chamada do Sistema de Seleção Unificada (SiSU) e do Processo de Avaliação Seriada (PAS), para ingresso na UFLA no primeiro período letivo de 2017. O prazo para que os convocados nessa chamada se matriculem irá de 3 a 7 de março de 2017. Acesse as listas com as convocações:

A matrícula pode ser feita presencialmente na DRCA (Centro Administrativo da UFLA), das 8 às 12 horas e das 14 às 17 horas, ou mediante o envio dos documentos exigidos nas instruções referentes à sua modalidade de ingresso. O estudante pode entregar pessoalmente essa documentação ou enviá-la por Sedex com data de postagem até 7 de março. Confira as instruções de matrícula:

SiSU

PAS

O site da DRCA possui uma página específica para os calouros ingressantes no primeiro período de 2017. Nesse endereço, é possível consultar a convocação atual e a lista de espera, fazer download da ficha-cadastro (disponível a partir do dia 3 de março, às 8 horas) e da declaração étnico-racial, e acessar as informações necessárias para a matrícula.

Terceira chamada

A próxima chamada está prevista para o dia 9 de março, para o SiSU e para o PAS. A matrícula dessa chamada será de 10 a 14/3/2017. Nas instruções de matrícula, é possível visualizar as datas previstas para as demais chamadas.

Início do período 2017/1

De acordo com o calendário acadêmico dos cursos de graduação, a previsão de início do período letivo 2017/1 é no dia 2 de maio. 

Saiba mais detalhes sobre a vida acadêmica no Blog do Calouro.

 

Restaurante Universitário não funcionará durante o Carnaval

A Coordenadoria de Alimentação, vinculada à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (Praec), comunica que o Restaurante Universitário da UFLA estará fechado nos dias 26, 27 e 28 de fevereiro (domingo, segunda e terça-feira do Carnaval). Na quarta-feira de cinzas (1º de março) serão servidos somente almoço e marmitex, mas não haverá o jantar.

UFLA propõe ações de recuperação de nascentes para Moçambique

A atuação conjunta de extensionistas e pesquisadores da UFLA com a ONG Fraternidade Sem Fronteiras levou à criação de um plano de recuperação ambiental para Muzumuia, região carente de Moçambique. A proposta foi apresentada durante um seminário, no dia 9p.p, incluindo o projeto de recuperação de uma nascente degradada e um projeto de instalação de um viveiro de mudas nativas. Na ocasião, também foram doados livros e periódicos da Editora UFLA para o Instituto Superior Politécnico de Gaza (ISPG), localizado na cidade de Chokwe, próximo a Muzumuia e parceiro moçambicano do projeto.

A ideia de estabelecer um projeto para a recuperação de nascentes partiu do professor Gilmar Tavares (DEG). No ano passado, quando participou de uma caravana de voluntários daquela ONG para Muzumuia, desenvolveu capacitações e seminários de Agroecologia para agricultores familiares locais. Mas também observou a dificuldade da população em obter água potável: “Estarrecido, constatei que as pouquíssimas fontes e minas de água potável naturais estão sendo destruídas na volúpia de se conseguir esta água. Porém, as pessoas agem por desespero e desconhecimento, e não por maldade”, conta o professor.

Ele requisitou apoio voluntário à professora Soraya Alvarenga Botelho (DCF), que aceitou o convite e formou uma equipe de professores e estudantes para proporem um plano participativo de recuperação e conservação da nascente de Muzumuia – prevista para ser a primeira Unidade Experimental Participativa (UEP). Como UEP, o modelo de recuperação e proteção de nascentes poderá ser replicado em todo o país, assim como o viveiro de mudas florestais nativas. Este ainda poderá abastecer futuros programas de reflorestamento.

Um dos participantes é o moçambicano João Faustino Munguambe, doutorando na UFLA em Engenharia Florestal. Ele visitou o país em dezembro e fez um diagnóstico técnico que serviu para a elaboração do projeto de recuperação. Trouxe, também, um novo parceiro, o ISPG que mobilizará recursos logísticos e de pessoal para a missão pioneira, implantando as ações locais propostas pela equipe.

Durante o seminário na UFLA, os livros e revistas (voltados às ciências agrárias) foram entregues a Priscilla Alexandre, representante da ONG, que apresentou significativo documentário sobre ela. Em março, membros da Fraternidade Sem Fronteiras irão ao Moçambique e farão a entrega dos materiais ao ISPG. Os materiais doados pela Editora UFLA farão parte do acervo técnico e científico do Instituto.

A parceria entre a UFLA e a Fraternidade Sem Fronteiras teve início em 2016. A ONG fornece alimentação a crianças carentes em Moçambique e sentiu a necessidade de desenvolver tecnologias socioambientais agroecológicas com as famílias de agricultores familiares dessas crianças. Naquele ano, foi articulada inicialmente uma parceria participativa com o professor Gilmar Tavares, devido à idealização e atuação no Projeto Vozes da África, em franco desenvolvimento na República Democrática do Congo.

 

 

Dips publica resultado preliminar de Mudança Interna, Transferência Externa e Novo Título para 2017/1

Os candidatos que concorreram a uma das 775 vagas nos cursos de graduação da UFLA, por meio do Edital Dips 227/2016 (Mudança Interna, Transferência Externa e Novo Título) já podem conferir o resultado preliminar. A Diretoria de Processos Seletivos (Dips) publicou esse resultado, para ingresso no período letivo 2017/1, no dia 15 de fevereiro. O resultado final será divulgado a partir de 8 de março – quando também serão disponibilizadas as instruções de matrícula para essas formas de ingresso.

Para a Mudança Interna, os candidatos devem conferir o resultado preliminar no endereço www.sig.ufla.br. Já os da Transferência Externa e de Novo Título estão disponíveis no site da Dips: www.dips.ufla.br.

A classificação dos candidatos foi baseada nas notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) realizado há no máximo cinco anos. Das vagas ofertadas, 368 foram destinadas para Mudança Interna; 250 para Transferência Externa; e 157 para obtenção de Novo Título. Nesta última modalidade, 50 vagas são ofertadas para o curso de Bacharelado em Química, já que para concorrer a essas vagas, o candidato deverá ser diplomado, obrigatoriamente, em Licenciatura em Química.

Resultados e informações