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Seminário na Ufla discute redes organizacionais e dinâmica territorial

Redes Organizacionais e Dinâmica territorial: a importância do capital relacional é o tema do Seminário, que acontece na Universidade Federal de Lavras (Ufla), no dia 8 de maio, às 8h30 no Anfiteatro da Biblioteca Central.

A prelecionista professora Gláucia Maria Vasconcelos Valle, concluiu sua tese de doutorado na Ufla e recebeu “Menção Honrosa Melhor Tese, pela Capes”.

Sua pesquisa foi orientada pelo professor Robson Amâncio, do Departamento de Administração e Economia(DAE) e co-orientada pelo professor John Wilkinson (UFRRJ) com o título “Laços como ativos territoriais: análise das aglomerações produtivas na perspectiva do capital social”. Lavras: Ufla, 2006, 388 p. (Tese de Doutorado em Administração).

A tese apresenta um novo referencial analítico para avaliar algumas dimensões relevantes do fenômeno do desenvolvimento das aglomerações produtivas. É introduzido o conceito de Capital Social Relacional ou, simplesmente, Capital Relacional, que significa o conjunto de recursos inseridos nos laços e conexões, que vinculam os atores produtivos entre si e com o “resto do mundo”, condicionando a natureza dos empreendimentos que são capazes de implementar.

Este conceito foi possível a partir da união de duas distintas construções teóricas: por um lado, capital social e, por outro, redes sociais, onde se destacam as temáticas dos “laços fracos” e do enraizamento (embeddedness). Estas reflexões foram, em seguida, ampliadas, com o resgate crítico e a associação das literaturas sobre empreendedorismo, articulação de redes e inovação, que permitiram tecer considerações sobre o caráter dinâmico que pode revestir o capital social em um dado território.

Foram explicitadas três proposições básicas: i.) durante o processo de desenvolvimento de uma dada aglomeração produtiva ocorre um adensamento das relações locais entre os diferentes atores produtivos presentes na localidade, concomitantemente a uma ampliação e diversificação de suas conexões com o mundo exterior; ii.) a ação empreendedora dotada de inovação possui a capacidade de afetar a configuração das redes de relacionamento existentes em um dado território e, também, a natureza dos recursos aí enraizados; iii.) empresas funcionam como “plataformas” de relacionamentos, dotando seus membros de ativos relacionais específicos, úteis para a criação de novas empresas em setores afins.

Para demonstrar a utilidade prática da elaboração teórica e aferir a adequação das proposições acima, foi realizada uma pesquisa de campo, na aglomeração produtiva de móveis de Ubá, em Minas Gerais, Brasil. A interação entre os conceitos teóricos e esta pesquisa permitiu a elaboração de uma metodologia inovadora, que possibilitou a criação de um conjunto de indicadores, para a mensuração do fenômeno de interesse, em outras regiões. Os resultados obtidos demonstram a utilidade da proposta metodológica desenvolvida; a importância da construção teórica na elucidação de certas dimensões até então desconhecidas da dinâmica territorial; a necessidade de se incorporar, nas análises sobre competitividade empresarial e desenvolvimento regional, os ativos relacionais, ou seja, o estoque de capital social, ao lado de outros recursos produtivos convencionais, já amplamente considerados.

Prorrogado o prazo do concurso para técnicos administrativos na Ufla

A Universidade Federal de Lavras (Ufla), por meio da Divisão de Seleção e Desenvolvimento da Diretoria de Recursos Humanos (DRH) e apoio da Comissão Permanente de Processo Seletivo (Copese), comunica que o prazo de inscrição para o concurso público destinado ao provimento de cargos técnico-administrativos em educação, regidos pela Lei no 8.112, de 11/12/90, será no período de 1 a 9 de maio de 2008.

São oferecidas 27 vagas, sendo 14 para nível superior e 13 para nível médio.

Vagas de nível superior: Administrador (1), Arquiteto e Urbanista (2), Arquivista (2), Bibliotecário-Documentarista (3), Engenheiro Civil (1), Engenheiro Eletricista (1), Jornalista (1), Pedagogo (2) e Secretário Executivo (1).

Vagas de nível médio: Assistente em Administração (13).

Todas as vagas terão regime de trabalho de 40 horas. Apenas a vaga de jornalista terá regime de 25 horas semanais.

Aos cargos que exigem escolaridade de nível superior (Administrador, Arquiteto e Urbanista, Arquivista, Bibliotecário-Documentalista, Engenheiro Civil, Engenheiro Eletricista, Jornalista, Pedagogo e Secretário-Executivo) o vencimento será de R$1.424,03 acrescidos de R$ 59,87. Para o cargo de Assistente em Administração: R$1.193,22 acrescidos de R$ 59,87.

As inscrições serão realizadas somente via Internet e deverão ser efetuadas no site www.drh.ufla.br/concurso/TA, a partir das 8 horas do dia 1º/5/2008, até as 18 horas do dia 9/5/2008 (horário de Brasília).

As pessoas portadoras de deficiência, amparadas pelo art. 37, VIII, da Constituição Federal e pelo art. 5º, § 2º, da Lei nº 8.112, de 11/12/90, poderão concorrer aos cargos cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras, na proporção de 1 (uma) vaga a cada 13 (treze) distribuídas para o cargo, em número inteiro.

A classificação final dos candidatos aprovados será homologada pelo Reitor e publicada no Diário Oficial da União, em conformidade com a legislação pertinente, e será disponibilizada nos seguintes locais: Comissão Permanente de Processo Seletivo e Diretoria de Recursos Humanos, ambas no Prédio da Reitoria, na Portaria do Câmpus da Ufla, e pela internet, no site www.drh.ufla.br/concurso/TA.

O prazo de validade do concurso será de 1 (um) ano, contado a partir da data da publicação da homologação, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da Ufla, conforme previsto no § 1º do Decreto 4.175, de 27 de março de 2002 e no art. 12 da Portaria nº 450, de 6 de novembro de 2002, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

O Edital na íntegra pode ser visualizado no site da Diretoria de Recursos Humanos (www.drh.ufla.br/concurso/TA).

Pesquisadores da Ufla são contemplados com bolsas para pesquisador visitante e pós-doutor da Fapemig

A Fapemig publicou nessa segunda-feira (5/5) a relação dos beneficiados com bolsa auxílio para as modalidades ‘Pós-doutor’ e ‘Pesquisador Visitante’. Foram concedidas, ao todo, 112 bolsas. Dessas, 103 são destinadas à primeira modalidade e nove, à segunda.

Pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) foram aprovados os projetos orientados pela professora Patrícia Duarte de Oliveira Paiva, com bolsa de Pós-doutorado Jr. para Schirley Fátima Nogueira da Silva Cavalcante Alves. Do professor Onofre Rojas Santos, com bolsa de Pós-doutorado Jr. para Márcio Pazetti. Do professor Eduardo Van Den Berg, com bolsa de Pós-doutorado Jr. para Flávia de Freitas Coelho. Da professora Lisete Chamma Davide, com bolsa de Pós-doutorado Jr. para Roselaine Cristina Pereira. Do professor Geraldo Andrade Carvalho, com bolsa de Pós-doutorado Jr. para Maurício Sekiguchi de Godoy e do professor José da Cruz Machado, com bolsa de Pós-doutorado Sênior para Maria Eloísa Salustiano.

O resultado corresponde à análise das propostas enviadas de setembro do ano passado até abril deste ano. Desde o início de 2008, as bolsas nestas duas modalidades são recebidas em duas entradas: a primeira entrada até o último dia útil de março e a segunda até o último dia útil de agosto. A alteração, recomendada pelas Câmaras de Assessoramento, se baseia no crescimento acentuado de solicitações nesta modalidade que requer, então, um julgamento comparativo entre as propostas além da já tradicional análise de mérito das mesmas. Outras informações sobre o fluxo estão disponíveis no Manual do Usuário www.fapemig.br/info/manuais/manual_usuario.php

Quem pode se candidatar?

Podem concorrer às bolsas para Pesquisador Visitante pesquisadores que tenham o título de doutor, no mínimo sete anos de experiência comprovada e produção relevante, nos últimos cinco anos, na área em que o projeto for desenvolvido. O candidato também não pode receber outra bolsa- auxílio e deve dedicar-se integralmente e exclusivamente às atividades propostas no plano do trabalho que executará.

Para os pesquisadores pós-doutores, o processo incluiu três modalidades de bolsas: Júnior, Sênior e Empresarial. Os requisitos básicos para os candidatos às duas primeiras linhas são ter o título de doutor há cerca de sete anos; não possuir outro vínculo empregatício; não possuir outra bolsa e trabalhar em regime de dedicação integral e exclusiva, trabalho com o desenvolvimento de projetos de pesquisa. Para a última modalidade, além dessas condições, é necessário que o pesquisador atue em alguma empresa e que se dedique a desenvolver melhorias para metodologias de produção, processos ou produtos.

Mais informações sobre os critérios para pleitear essas bolsas estão disponíveis no endereço www.fapemig.br/bolsas.php. Dúvidas podem ser solucionadas com a Central de Informações (ci@fapemig.br).

Capes divulga instruções para a edição 2008 dos Prêmios Capes de Teses

O Prêmio Capes de Tese tem como objetivo distinguir, anualmente, as melhores teses de doutorado aprovadas nos cursos reconhecidos pelo MEC e é concedido em cada uma das áreas do conhecimento. As teses premiadas nessa modalidade serão automaticamente inscritas para o Grande Prêmio Capes de Tese, que vai escolher três ganhadores, um em cada conjunto das grandes áreas.

De acordo com as instruções para a edição 2008 dos Prêmios, as Pró-Reitorias interessadas têm até o dia 30 de junho de 2008 para encaminharem as teses indicadas pelos cursos de doutorado.

Brasil e Cuba estreitam cooperação na área da informação científica e tecnológica

Brasil e Cuba firmaram protocolo de cooperação visando ao estímulo à cooperação, ao intercâmbio e ao apoio recíproco entre o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict/MCT) e o Instituto de Informação Científica e Tecnológica (Idict), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Cuba.

O Memorando de Entendimentos prevê que, a partir de agora, o Ibict e o Idict desenvolvam ações concretas para a promoção, a disseminação e a recuperação da informação, assim como a capacitação de recursos humanos, em nível de graduação e pós-graduação.

‘Cuba está muito avançada em universalidade e qualidade da educação, mas vive um relativo atraso no acesso às novas tecnologias e a sua disseminação. O Brasil, por sua vez, está bastante avançado na área da informação em ciência e tecnologia, embora possa explorar a expertise cubana em tecnologias de informação bibliográfica, usuários e bibliotecas’, explica Emir Suaiden, diretor do Ibict.

O primeiro passo a ser dado agora é fazer um diagnóstico sobre as potencialidades e as necessidades de cada um dos parceiros. A partir daí, os dois institutos devem começar um processo mais estreito de cooperação, com o possível envio de missões técnicas aos dois países.

A principal possibilidade nesta cooperação será o repasse pelo Brasil do know-how sobre produtos e serviços como inclusão digital, a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, o Sistema de Editoração Eletrônica de Revistas e o Sistema Brasileiro de Respostas Técnicas, entre outros. ‘Estamos otimistas quanto a este acordo. A cooperação pode trazer grandes benefícios tanto para o Brasil quanto para o povo cubano’, observa Suaiden.

Oportunidade para professores em universidades estrangeiras

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) e o Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores (DC/MRE) recebem inscrições, até 05 de junho, para a atividade de leitor brasileiro em instituições universitárias estrangeiras. Há vagas na África do Sul, Alemanha, Argentina, Áustria, Bulgária, China, Cuba, Dinamarca, EUA, Guiana, Guiné Bissau, Haiti, Moçambique, Nicarágua, Nigéria, Ucrânia e Zimbábue.

O interessado deve ter nacionalidade brasileira e fluência na língua estrangeira correspondente ao país para o qual pretende se candidatar. É necessário experiência didática no ensino de língua portuguesa para estrangeiros, na variante brasileira; de literatura e cultura brasileiras, bem como de teoria literária e lingüística. O exercício do leitorado será de dois anos, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período.

Auxílio financeiro – O leitor terá direito a passagens aéreas e auxílio financeiro mensal entre U$ 1 200,00 a U$ 4 000,00, de acordo com o país de destino.

Projeto pedagógico deve dar aos jovens visão mais ampla do mundo

Fazer com que o jovem na faixa dos 15 aos 17 anos se interesse pela escola e que a escola permita ao jovem descobrir suas potencialidades. Estes são desafios discutidos por um grupo de trabalho formado por especialistas da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) e do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. As discussões buscam delinear um projeto pedagógico para que o ensino médio se torne mais atrativo ao estudante e leva em conta, entre outros aspectos, a organização curricular, formação docente e o ingresso no ensino superior.

O ensino médio tem sido definido pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, como o elo frágil da educação básica. O diretor de concepções e orientações curriculares da SEB, Marcelo Pereira da Silva, concorda com o ministro e acredita que, atualmente, o ensino médio deixa de cumprir sua função principal – formar a juventude para um mundo em descoberta – na medida em que é orientado especialmente para o ingresso ao ensino superior.

A intenção do grupo de trabalho é que esta etapa de ensino ofereça ao estudante diversas perspectivas de futuro. “Isso significa pensar o ensino médio que garanta ao aluno sólida formação, e possibilite a ele conhecer o mundo da ciência, da cultura, do trabalho e da tecnologia”, afirma Marcelo. Para isso, os membros do grupo resolveram envolver a comunidade na discussão e reativaram o fórum nacional de coordenadores do ensino médio, com representantes de todas as secretarias estaduais de educação.

Também tomam parte dos debates membros do Conselho Nacional de Educação (CNE) e de entidades dos trabalhadores da educação, entre outras categorias. Na pauta de discussões está a formulação dos indicadores de qualidade do ensino médio, que incluem informações sobre o modelo de gestão, os projetos pedagógicos, o desempenho do aluno, perfil do corpo docente e condições de trabalho. A discussão passa também pelos componentes curriculares básicos que devem ser assegurados no ensino médio, além da forma como tem se operado a transição da educação básica para a superior.

Segundo Marcelo, o currículo escolar no país é tradicionalmente organizado por disciplinas, mas poderia ser flexibilizado. “O volume de informação que o jovem recebe hoje é muito grande”, avalia. Sobre o ingresso na educação superior, Marcelo diz que a transição entre educação básica e superior tem ocorrido fundamentalmente sob orientação do vestibular. “Isso faz com que, em muitas redes, o currículo do ensino médio passe a ser pautado pelos processos seletivos de ingresso em instituições de ensino superior”.

Ensino médio integrado – Uma das possibilidades de oferta do ensino médio discutidas é a integração entre ensino médio regular e formação profissional. “Queremos aprofundar esse modelo pedagógico de modo que não se reduza à profissionalização do ensino médio”, explica. Segundo Marcelo, a intenção não é que toda a oferta de ensino médio seja voltada à formação profissional, mas oferecer perspectivas ao aluno interessado em inserção no mercado de trabalho. O ensino médio integrado, já ofertado em centros de formação profissional e tecnológica (cefets) e escolas técnicas, atrela a formação propedêutica à profissional.

De acordo com Marcelo, o que diferencia o ensino médio de caráter profissionalizante do ensino médio regular não é a natureza desta etapa de ensino, mas a ênfase em determinada formação, no caminho profissionalizante ou não. “O aluno pode ir para outros campos, da cultura, das artes, da ciência”, exemplifica. Na visão dele, o fundamental é que esta etapa tenha como norte “uma formação que possibilite aos jovens descobrirem suas possibilidades”.

Reuni: responsabilidade para todos

Em agosto de 2003, a Andifes formalizou junto ao presidente Lula uma proposta para dobrar o número de alunos nas universidades federais, sem comprometer a qualidade e priorizando cursos noturnos, formação de professores para a educação básica, inovação tecnológica e a superação das desigualdades regionais. Na oportunidade o presidente determinou ao então ministro da educação que a proposta fosse incluída no PPA. Em março 2008, 53 universidades federais, presentes em todos os estados da federação, firmaram com o presidente um termo de compromisso com este objetivo.

Até 2012, serão 2,4 bilhões em investimentos, 93.319 novas vagas e 1.285 novos cursos de graduação. Destes, 696 são noturnos, 331 de licenciaturas, 640 de mestrados e 428 de doutorados. O total de matrículas alcançará 1,1 milhões de alunos. Serão criados 25 mil cargos e funções para ocupação escalonada nos próximos quatro anos, de acordo com o Projeto de Lei 3128/08 assinado recentemente pelo presidente.

Com estas metas, o programa ataca diretamente um problema estrutural reconhecido por todos que é o pequeno percentual de brasileiros no ensino superior, especialmente no público. Neste nível de ensino, os nossos indicadores são menores do que os da Argentina, Chile, Europa, EUA e Coréia. Esta realidade inibe o esforço para a superação do atraso relativo e para o desenvolvimento.

Por outro, lado todos os indicadores também mostram que as universidades federais têm um padrão acadêmico superior. Portando será reforçado o papel de referência para regulação e metas qualitativas do conjunto das IES.

Os números são eloqüentes e os efeitos diretos incontestáveis. Porém, há outros aspectos igualmente importantes, como o modelo que viabilizou o programa. A definição de diretrizes acompanhada dos meios para executá-las, induziu o planejamento estratégico nas universidades e no governo. Todos os projetos têm duração superior a quatro anos, isso significa que somente após o término dos atuais mandatos presidenciais, de reitores e de parlamentares teremos resultados plenos. Logo confere características de política de Estado beneficiando de forma permanente a sociedade.

O respeito à autonomia da instituição e a aceitação dos projetos condicionada à aprovação dos conselhos superiores, permitiu que cada IFES construísse o seu próprio destino, no longo prazo, de acordo com sua vocação. Esse processo gerou, e o termo de compromisso registrou, metas, insumos e cronogramas; logo, responsabilidade política e administrativa para os atores envolvidos: MEC, Planejamento, reitores, professores, Congresso Nacional. Todos agentes públicos do Estado.

A novidade é que estes compromissos, derivados de uma proposta surgida da Andifes e assumida pelo governo, poderão ter suas execuções fiscalizadas pelo TCU, pela CGU, pelo Ministério Público, mas também pelos signatários, pelo parlamento e por toda a sociedade.

O descumprimento injustificável de obrigação por qualquer das partes redundará em desgaste político e, talvez, em sanção administrativa. Esta sistemática, fruto de um intenso debate entre as IFES e o MEC, eleva as políticas públicas de educação a um novo patamar.

Um ganho involuntário e parcial, ainda não percebido, é a contribuição do REUNI para solucionar o iminente apagão de mão-de-obra qualificada. Bastou o PIB crescer 5,4% para este gargalo ao desenvolvimento se apresentar. Para uns é fácil ver o buraco na estrada, a escassez de energia, a criança sem aula. Para outros é motivo de orgulho a expansão industrial, o aumento do IDH e das exportações. Difícil para muitos é perceber que a solução desses problemas ou a perenidade desses êxitos exige mais profissionais bem preparados.

Involuntário e parcial porque faltou gestão de governo para coordenar esta política pública de educação com outras, e então, potencializar e otimizar este ganho. O REUNI e as expansões anteriores não foram cotejadas com as necessidades de profissionais para uma política industrial ou de inovação tecnológica, por exemplo, ou com demandas geradas por programas de governo. Assim foi com o PAC, mesmo com o PDE, e mais recentemente com os Territórios da Cidadania. O futuro demandará correções.

O Programa, como política de Estado e, por ter referência na qualidade, visão de longo prazo, com metas e bases gerenciais claras, quando completado, representará uma revolução na educação superior, com repercussão direta nos demais níveis de ensino e conseqüências espraiadas por todas as atividades econômicas. Certamente dará sustentação ao ciclo de desenvolvimento no qual o país aparentemente ingressou. Basta cada um cumprir a sua parte.

É neste contexto que a sociedade brasileira, especialmente os formadores de opinião e as agremiações partidárias, deve compreender que, em um país continental, políticas e serviços públicos de qualidade a que todo cidadão tem direito, e a que o Estado se obriga, implicam em recursos financeiros e humanos bem geridos, mas também substanciais e contínuos.

No Brasil os investimentos em educação em relação ao PIB ainda são baixos. A DRU retira anualmente, dessa área, valores superiores ao total previsto para esta expansão em quatro anos. Esta realidade precisa mudar.

Universidades terão recursos para criar material didático e formar professores

Brasília, 2/5/2008 – As universidades públicas federais e estaduais terão este ano R$ 2 milhões para elaborar projetos de formação inicial e continuada de professores e para criar materiais didáticos sobre a História da África e a cultura afro-brasileira. Essa é uma das ações do MEC para colocar em prática a Lei 10.639/2003, que trata do ensino obrigatório da História da África e da Cultura Afro-Brasileira nas redes de educação básica, públicas e privadas.

Para concorrer aos recursos do Ministério da Educação, as instituições podem apresentar três tipos de projetos: de formação de graduandos dos cursos de licenciatura e de pedagogia; de cursos de formação continuada de professores das redes de ensino da educação básica; e criação de material didático específico para ser usado nas salas de aula. Os materiais podem ser livros, vídeos, jogos ou brinquedos. A Resolução nº 14, de 28 de abril deste ano, dá prazo de 30 dias para apresentação de projetos ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia do MEC responsável pelo repasse dos recursos. O prazo para execução dos projetos é de 18 meses, após o repasse dos recursos.

Nos projetos de formação nas licenciaturas e pedagogia, a carga horária mínima para abordar a História da África e da Cultura Afro-Brasileira será de 30 horas. Já na formação continuada, as instituições podem propor cursos de extensão, com carga horária mínima de 60 horas; aperfeiçoamento, mínimo de 180 horas; e especialização, mínimo de 360 horas.
De acordo com o diretor de diversidade da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Armênio Schmidt, os materiais criados pelas universidades poderão ser utilizados de duas formas. Pelas próprias instituições nos cursos de graduação de professores e nos cursos de formação continuada nas redes estaduais e municipais. O mesmo vai acontecer com os livros, vídeos, jogos e brinquedos. Esses materiais didáticos, diz Armênio, farão parte dos cursos de formação inicial e continuada de professores e depois vão também para as salas de aulas das escolas públicas.

A resolução prevê que, para apresentar qualquer categoria de projeto – formação inicial, continuada ou de material didático -, e concorrer aos recursos do MEC, a instituição precisa ter um Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) ou grupo correlato. Segundo Armênio Schmidt, os Neabs são núcleos acadêmicos que desenvolvem atividades e pesquisas explicitamente vinculadas aos estudos afro-brasileiros e africanos e à educação para as relações étnico-raciais.

O diretor de diversidade diz que essas iniciativas do Ministério da Educação visam dotar, até 2010, todas as escolas públicas da educação básica de núcleos de professores com formação e de materiais mínimos para a implementação da Lei nº 10.639/2003. Prazos, recursos, formatos dos projetos estão na Resolução nº 14/2003, que trata do Programa de Ações Afirmativas para a População Negra nas Instituições Federais e Estaduais de Educação Superior (Uniafro).

Grupo de Trabalho – Ao mesmo tempo que financia projetos sobre conteúdos da formação de professores e da produção de materiais didáticos, o Ministério da Educação constituiu um grupo de trabalho para pensar um conjunto de políticas para a implementação da Lei nº 10.639/2003. Participam do grupo todas as secretarias do MEC, o Ministério da Cultura, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e representantes de movimentos negro, social e de universidades. O grupo programou cinco reuniões regionais e uma nacional. Em abril, explica Armênio, o grupo fez reuniões para ouvir a sociedade em Belém e em Cuiabá; em maio fará reuniões em Vitória, Curitiba e São Luís; em junho, em Aracaju; e em julho um encontro nacional, em Brasília.

Também em maio, informa o diretor de diversidade, o MEC vai celebrar convênios com a Petrobrás e a Fundação Roberto Marinho para mais uma etapa do projeto A Cor da Cultura. O ministério vai financiar projetos de produção de conteúdos audiovisuais e impressos sobre a temática étnico-racial. O projeto A Cor da Cultura existe desde 2005.

Ex-bolsista Bic Junior recebe premiação em Brasília

A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, o Ministério da Ciência e Tecnologia,o Ministério da Educação, o CNPQ e o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher promoveram no final do ano passado o 3º prêmio Construindo a Igualdade de Gênero, que consistia em um concurso de redações e artigos científicos nas categorias:estudantes de ensino médio, graduandos e graduados.

Leonardo Azevedo participou como estudante do Ensino Médio e foi um dos três premiados na etapa nacional. Nessa categoria foram inscritas 620 redações do Brasil inteiro, sendo que três ganharam na etapa nacional e outras 12 foram premiadas pelo seu estado correspondente.

Leonardo, que foi bolsista de Iniciação Científica Júnior, orientado pela professora Claudia Ribeiro, do Departamento de Educação da Universidade Federal de Lavras (Ufla), esteve em Brasília, no dia 30 de abril, para a solenidade de premiação, na presença da Ministra da Secretaria de Mulheres, do Ministro da Ciência e Tecnologia, do presidente do CNPQ e de representantes da Capes e do Ministério da Educação.

Sobre o concurso e acesso às redações veja no site – www.igualdadedegenero.cnpq.br