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Só 12,1% dos jovens entre 18 e 24 anos são universitários

Folha de São Paulo, 20/12/07

Angela Pinho, Antônio Gois e Fábio Takahashi

A taxa, que estava estagnada em 9%, obteve crescimento, mas não deve alcançar meta estipulada para 2011, de 30%

Repetência e ingresso tardio no ensino básico estão entre razões para que a chegada dos jovens à universidade ocorra com mais de 24 anos

Apenas 12,1% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos estão matriculados em algum curso superior. O número, divulgado ontem, mantém o país distante da meta do Plano Nacional de Educação de chegar a pelo menos 30% em 2011.

Integrantes do próprio governo admitem que será muito difícil o país chegar a esse patamar daqui a quatro anos.

O presidente do Inep (instituto de pesquisa ligado ao MEC), Reynaldo Fernandes, argumenta, por outro lado, que o número ficou estagnado no patamar de 9% durante muito tempo e só começou a se mover recentemente. De 2005 para 2006, as matrículas de jovens no ensino superior cresceram 1,2 ponto percentual -o índice era de 10,9 há dois anos e havia sido de 10,4 em 2004.

Uma das razões para esses baixos valores é a repetência ou mesmo a entrada tardia do aluno na educação básica, que faz com que ele ingresse na universidade com mais de 24 anos. Há também o fato de os alunos do ensino à distância -que correspondem a 4,4% da presencial- serem, em média, seis anos mais velhos do que os estudantes da educação presencial.

Ainda assim, porém, se todos os matriculados no ensino superior tivessem entre 18 e 24 anos -faixa considerada adequada para esse nível- a taxa de matrícula ficaria em 20,1%.
Os dados divulgados ontem confirmam ainda que, embora não seja suficiente para o índice geral de matrículas, a graduação à distância registrou crescimento de 80,7% em relação a 2006, contra 5,4% da educação presencial no período.

Lula e FHC

O censo da educação superior de 2006 fecha os números do setor durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após cinco anos de quase estagnação, o número de vagas oferecidas pelas instituições federais de ensino superior aumentou 14,4% de 2005 para 2006, o maior crescimento nos últimos dez anos. Esse aumento, porém, ainda não se refletiu no número de alunos matriculados e, com isso, o presidente Lula terminou seu primeiro mandato registrando um crescimento inferior ao verificado nos dois mandatos de FHC.

Considerando apenas as matrículas -ou seja, o total de alunos que estudavam em todas as séries do ensino superior-, o crescimento no primeiro governo Lula (2003 a 2006) foi inferior ao dos dois mandatos de FHC (1995 a 1998 e 1999 a 2002). No governo Lula, o número de alunos em universidades federais cresceu apenas 4%. No primeiro mandato de FHC, essa variação foi de 11% e, no segundo, de 20%.

Jovens do DF vivem melhor; SP ocupa o terceiro lugar em ranking

Pesquisa considera mortalidade, qualidade de ensino, matrículas e renda

O Distrito Federal é a unidade da federação em que os jovens vivem melhor, enquanto Alagoas é o pior lugar. A conclusão é de um estudo do pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, da Ritla (Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana). O ranking foi feito de acordo com o IDJ (Índice de Desenvolvimento Juvenil), que é bianual e considera indicadores de mortalidade, qualidade de ensino, matrículas e renda. Semelhante ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), vai de zero a um.

O Distrito Federal aparece em primeiro lugar, com 0,666, substituindo Santa Catarina (0,647), que liderava o ranking desde 2003, quando o índice foi criado. São Paulo ficou em quarto lugar em 2003 e 2005 e, neste ano, subiu uma posição, com 0,627. Na lanterna nos três anos, Alagoas fica com 0,367. O número do Brasil é de 0,537 -0,002 a mais do que nas duas últimas medições.

O paulistano Cássio Sá de Camargo, 29, que se mudou para Florianópolis (SC) há sete anos, dá a sua versão para o resultado: ‘O povo daqui vive para curtir a vida, para ser feliz. Em São Paulo, as pessoas pensam muito em dinheiro’.

Desigualdade

O Relatório de Desenvolvimento Juvenil faz também um diagnóstico da desigualdade no Brasil. Mais de um terço (35%) dos jovens de 15 a 24 anos que estão entre os 10% mais pobres não trabalham nem estudam. Para Jacobo, o dado mostra que a expansão de matrículas no ensino fundamental não chegou a outros níveis escolares.

No outro extremo, o dos 10% mais ricos, esse percentual é de 8%. Entre todos os jovens, essa situação de falta de trabalho e de estudo atinge 20% dos brasileiros de 15 a 24 anos.
A maior aparente ociosidade é encontrada entre mulheres, o que pode ser um reflexo da dificuldade de entrada no mercado de trabalho e da incidência de gravidez entre adolescentes, especialmente nas faixas mais pobres. Entre os homens, o percentual dos que não estudam nem trabalham é de 13%, variando de 23% entre os mais pobres a 6% entre os mais ricos.

Somente entre as mulheres, o percentual total sobe para 28% -mais que o dobro entre os homens-, indo de 46% entre as mais pobres a 10% entre as mais ricas.

No caso dos homens, a principal explicação para esses percentuais menores é o fato de a maioria deles já estar no mercado de trabalho, seja conciliando emprego e estudo (41% dos casos), seja somente trabalhando (20%).

Entre as mulheres jovens, essa inserção no mercado é bem menor: apenas 15% conciliam as duas atividades e 25% só trabalham.

Faculdades têm 1 milhão de vagas ociosas

O Globo, 20/12/07

Evandro Éboli

Número, referente a 2006, representa quase metade da oferta em todo o país

BRASÍLIA. Mais de um milhão de vagas oferecidas nas instituições de ensino superior no país em 2006 — exatas 1.025.955 — ficaram ociosas, ou seja, não foram preenchidas pelos estudantes que participaram do vestibular. Esse número representa 49% das vagas oferecidas em todo o país. Em 2005, esse percentual foi de 43%. Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2006, divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Nacionais (Inep), ligado ao Ministério da Educação, 97,3% das vagas ociosas foram oferecidas por faculdades privadas.

Nas universidades públicas, onde os vestibulares são mais disputados, quase a totalidade das vagas foi preenchida.

Das 298.191 vagas ofertadas por essas instituições, 271.499 foram preenchidas. A ociosidade foi de apenas 8,9% (26.692 vagas).

Taxa de jovens matriculados subiu de 11% para 12%

O censo revelou ainda que o acesso ao ensino superior continua subindo em ritmo lento. Cresceu apenas um ponto, de 11% para 12%, a taxa de escolarização, que significa o percentual da população com idade entre 18 a 24 anos que está matriculada num curso superior. O Plano Nacional de Educação, aprovado pelo Congresso prevê que, até 2011, 30% dos jovens com essas idades estejam na universidade.

Em proporção, o índice de expansão dos alunos matriculados no ensino superior continua em queda, se considerados anos anteriores. Apesar do salto de 4,9 milhões matrículas em 2005 para 5,3 milhões em 2006, o aumento foi de 6,4%, inferior aos 6,9% de 2005 e aos 7,1% de 2004. Em 2003, essa taxa foi de 11,6% e em 2002, de 14,8%.

Outra constatação do censo é que, das 2.270 instituições de ensino superior no país, 2.022 (89%) são privadas. As outras 248 (11%) são públicas.

No setor público, 37% das instituições são universidades.

No país, 7 milhões de jovens não têm ocupação

O Globo, 20/12/07

Demétrio Weber

Levantamento mostra que 19,9% dos brasileiros de 15 a 24 anos de idade não estudam nem trabalham

BRASÍLIA. Quase sete milhões de brasileiros de 15 a 24 anos, o equivalente a 19,9% da população nessa faixa etária, não estudam nem trabalham. É o que mostra relatório lançado ontem pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla). Segundo o estudo, menos da metade dos 34 milhões de jovens do país freqüentava a escola ou a universidade no ano passado.

Em 2005, mais jovens eram assassinados ou morriam em acidentes de trânsito do que no início da década, embora tenha havido redução nas taxas de homicídios em 2004 e 2005. No mesmo período, caíram as notas em português e matemática.

O Relatório de Desenvolvimento Juvenil cruza informações de educação, saúde e renda, para avaliar as condições de vida da juventude. O Distrito Federal ficou em primeiro lugar no ranking estadual, com Índice de Desenvolvimento Juvenil (IDJ) de 0,666, na escala até 1. O Rio de Janeiro ocupa a oitava posição, com 0,548 — acima da média nacional de 0,535 —, e Alagoas, a última, com 0,367.

Inspirado no Índice de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que compara a qualidade de vida nos países, o IDJ restringe-se à realidade brasileira.

Jovens que não têm ocupação são os mais pobres

O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do estudo, acha preocupante que um em cada cinco jovens não vá à escola nem trabalhe. Em 2006, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, 29,3% dos jovens somente estudavam, enquanto outros 17,7% estudavam e trabalhavam. Ao todo, eram 46,9% na escola ou na faculdade — outros 33,1% só tinham emprego. Quem não fazia um coisa nem outra, tinha, em média, menos anos de estudo e menor renda familiar.
Ou seja, era mais pobre.

— É o círculo vicioso da pobreza — disse Julio Jacobo.

Citando pesquisas no Distrito Federal e em Pernambuco, Jacobo diz que esses adolescentes passam o dia na rua ou em bares, trilhando um caminho que invariavelmente leva à criminalidade.
Segundo o relatório, são 6,9 milhões no país. Ele lamentou que menos da metade dos jovens freqüente a escola. Pior: só 33,1% cursam o ensino médio ou superior, pois boa parte dos jovens ainda não terminou o ensino fundamental, por causa do abandono e da repetência.

Segundo o sociólogo, o maior drama, porém, é a falta de qualidade do ensino. A série histórica do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) do Ministério da Educação (MEC) mostra que, de 1995 a 2005, as notas de português e matemática caíram tanto na 8asérie (9º ano, onde o ensino fundamental dura nove anos) quanto no 3º no do ensino médio: — Jogamos pelo ralo três anos de estudo. É como se um aluno da 8asérie tivesse estudado apenas cinco anos.

Ele defendeu programas para dar mais acesso a computadores e internet. Hoje, mesmo na escola pública e nos centros gratuitos, os menos pobres são os que usam mais a informática.

O Rio ficou em último lugar no indicador de saúde, puxado pela mortalidade de jovens por causas violentas, em que também ocupa a última posição, com taxa de 130,7 mortes para cada cem mil jovens contra 79,3 na média nacional. O Maranhão tem a menor taxa de mortalidade por causas violentas, com 40,9. Em termos nacionais, a taxa de homicídios caiu na esteira do Estatuto do Desarmamento, mas vem aumentando o número de jovens mortos no trânsito.

Jacobo diz que a desigualdade de renda é uma das principais causas da violência. Ele lembrou que, no Rio, as favelas ficam dentro da cidade e que os jovens pobres se espelham no padrão de consumo da população com maior poder aquisitivo.

Jovens negros também têm piores indicadores.

Taxa de analfabetismo entre os jovens é baixa Nem tudo, no entanto, são más notícias. O analfabetismo entre os jovens era de 2,4%, concentrado no Nordeste. Em dez estados, não passava de 1%, caso do Rio. Em São Paulo, o melhor colocado, era de 0,7% e em Alagoas, o pior, de 8,2%. A taxa de jovens freqüentando o ensino médio ou a faculdade, como é previsto para quem tem 15 anos ou mais, subiu ligeiramente de 29,2% para 33,1%, entre 2001 e 2006.

O IDJ utiliza dados de 2005 e 2006 já divulgados pelo IBGE, o Ministério da Saúde e o MEC.

Do somatório de seis indicadores, nasce o índice. A renda é calculada com base no salário mínimo. Os aumentos acima da inflação, no entanto, distorceram o índice, impedindo comparações entre anos diferentes.

Esta é a terceira edição.

A primeira foi divulgada em 2003 e a segunda, em 2005.

O diretor-executivo da Ritla, Jorge Werthein, defendeu a adoção de políticas públicas duradouras nos três níveis de governo — União, estados e municípios — para enfrentar o problema: — Já temos todos os indicadores.

O que falta é uma política de longo prazo que não mude a cada quatro anos, com a troca dos governantes — disse Werthein.

“Jogamos pelo ralo três anos de estudo.

É como se um aluno da 8asérie tivesse estudado apenas cinco anos Julio Waiselfisz, autor do estudo Já temos todos os indicadores. O que falta é uma política de longo prazo que não mude a cada quatro anos Jorge Werthein, diretor da Ritla

No setor privado, porém, pouquíssimas, apenas 4,3%, são universidades. O censo mostrou que prevalece no país a pequena instituição de ensino superior: 67,5% têm até mil alunos matriculados.

Curso de educação à distância cresceu 571% em três anos O levantamento registrou ainda um grande crescimento nos cursos de educação à distância (EAD). De 2003 a 2006, houve um aumento de 571% em números de cursos e de 315% no número de matrículas.

Em 2005, os alunos de EAD representavam 2,6% do total de estudantes. Em 2006 passaram a ser 4,4%.

Segundo o presidente do (Inep), Reynaldo Fernandes, os números mostram que é preciso dar atenção ao ensino à distância, que teve mau desempenho no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).

— Não dá mais para se tratar ensino à distância como algo residual. O Enade já havia mostrado que o desempenho desses alunos é o pior — disse Fernandes.

Concerto Especial de Natal em comemoração aos 100 anos da Ufla

O Concerto Especial de Natal foi uma realização da Universidade Federal de Lavras (Ufla) e da Comissão dos 100 anos da Ufla.

Com a promoção do Coral Vozes do Campus e do Museu Bi Moreira, o evento, contou com o apoio da Paróquia Sant`ana, Edinho’s Buffet, Expedito Modas, Fiorella Boutique e Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão – Faepe e Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural – Fundecc.

O Concerto Especial de Natal foi realizado dia 18/12, na Matriz de Santana, com a participação da Orquestra Pró-Arte Sinfônica de São João Del Rei – OPAS e do Coral Vozes do Campus, que aconteceu em 3 partes.

Como ingresso os organizadores solicitaram a doação de produtos de higiene pessoal que foram doados aos idosos do Lar Augusto Silva (Asilo de Lavras).

Orquestra Pró-Arte Sinfônica de São João Del Rei – OPAS

Tem início em 29 de maio de 2007 a Orquestra Pró-Arte Sinfônica de São João Del Rei. Seu começo foi difícil. A incerteza de sua existência era desafio a cada ensaio, mas graças ao empenho e à vontade de se fazer boa música deste grupo a formação da orquestra foi possível. Encontrou na Orquestra Ribeiro Bastos o apoio essencial para a realização do seu trabalho: estrutura física e bom relacionamento que os músicos de lá trouxeram.

O grupo OPAS possui em sua formação uma orquestra e um coro. Assim, sendo a OPAS pretende, na medida do possível, trazer ao público não só a música orquestral como também a música coral. Além disso, possui também, uma orquestra jovem, a OPA Jovem, realiza o importante trabalho social de formação de novos músicos.

Orquestra Pró-Arte Sinfônica de São João Del Rei realizou, desde a sua estréia, três apresentações, duas em São João Del Rei e outra em Barbacena sendo a sua quarta apresentação, honrosamente em Lavras.

Na apresentação a Orquestra Pró-Arte Sinfônica de São João Del Rei contou com a participação especial de Paulo Ramos. Os comentários das peças foram pronunciados pelo músico Abgar Tirado e a regência coube ao maestro, Rodrigo Sampaio Pereira.

Coral Vozes do Campus

Formado por alunos, servidores, professores e pessoas da comunidade lavrense, o Coral Vozes do Campus tem se apresentado em várias solenidades oficiais e em outras cidades mineiras, sendo um espaço interessante para aqueles que queiram dele participar.

Na apresentação, o Coral Vozes do Campus contou com a participação especial de Ozéias Reis.”

Finalizando as apresentações, o Coral Vozes do Campus se apresentou com a Orquestra Pró-Arte Sinfônica de São João Del Rei.

Programa
Antônio Vivaldi – Concerto em Mi Maior – RV 269 “La Primavera” das Quatro Estações: Allegro, Largo e Pianíssimo sempre, Allegro e Ligia Velofiche – Violino Solo.
E. Grieg Peer Gynt – Suiteº 1 Opus 46, Morning Mood e Ases’ Death – Suite nº 2 – Opus 55, Solvej Song.
L. V. Beethoven – Sinfonia nº 5 em Dó menor Opus 67 – Allegro com brio
A. Vivladi – Glória em Ré Maior RV 589 – Glória, Et in terra pax hominibus, Laudamos te, Gratias agimus tibi, Propter magnan gloria, Domini Deus, Domini Fili Unigeniti, Domine Deus, Agnus Dei, Qui tollis peccata mundi, Qui Sedes ad dexteram, Quonian tu solus Sanctus e Cum Sancto Spiritu
J.S.Bach – Jesus Alegria dos Homens.

O Concerto contou ainda, com a participação especial de Selma Regina da Silva – Soprano, Sônia Maria Neves – Soprano e Kissya Andrade – Contralto.

Homenagens
A maestrina Norma Lúcia de Matos, em nome do Coral Vozes do Campus, prestou uma especial homenagem ao reitor da Ufla, Antônio Nazareno Guimarães Mendes.

O reitor Antônio Nazareno Guimarães Mendes fez a entrega simbólica dos materiais arrecadados para a Irmã Branca, que representou o Lar Augusto Silva.

A musicista Ana Maria Kill fez a entrega de um presente da Expedito Modas ao Maestro Rodrigo Sampaio Pereira.

A maestrina Delva Emerich Portilho de Oliveira fez a entrega de um presente da Fiorella Boutique à maestrina Norma Lúcia de Matos.

Radicalismo político ou manifestação legítima?

Folha Dirigida, 18/12/2007

Bruno Vaz

A recente onda de ocupações de reitorias devido à discussão do Reuni causa polêmica na comunidade acadêmica. Os alunos estão exercendo seu legítimo direito de se manifestar ou a prática atenta contra as normas democráticas? Truculência, atitude, falta de diálogo, forma de se fazer ouvir.

As recentes ocupações das reitorias de universidades federais por parte dos alunos, motivadas pela adesão ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), do Ministério da Educação (MEC), suscitaram uma grande polêmica entre os integrantes da comunidade acadêmica. De um lado, reitores e docentes favoráveis à proposta do governo, assustados com o tipo de manifestação estudantil, que visou obstruir a discussão da proposta nas instituições. Do outro, representantes do movimento estudantil, críticos de um modelo vigente que, segundo eles, não dá voz aos estudantes no momento da tomada de decisões nas universidades.

As ocupações tomaram conta de várias instituições em todo o país, pouco antes do prazo final dado pelo MEC para que as universidades aderissem ao Reuni, 29 de outubro. No Rio, das quatro universidades federais, todas elas palco das manifestações estudantis, o placar ficou empatado. Enquanto os reitores de duas instituições, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), não se intimidaram com as ocupações e enviaram suas propostas de adesão no prazo, na Universidade Federal Fluminense (UFF) e na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (Rural), os alunos conseguiram atingir seu objetivo, adiando o envio da proposta para o ano que vem.

Como um segundo prazo foi estabelecido pelo MEC, a última segunda-feira, dia 17, as duas instituições acabaram, tardiamente, enviando suas propostas finais. A onda de ocupações foi iniciada pouco depois que a maior instituição do país, a Universidade de São Paulo (USP), teve sua reitoria ocupada durante

50 dias por um grupo de estudantes que não aceitava a promulgação de um decreto do governador de São Paulo, José Serra, que, segundo eles, ameaçava a autonomia universitária. O ato, que praticamente paralisou todas as atividades da instituição durante o período, ganhou repercussão nacional e foi seguido por ocupações esporádicas, em outros estados, numa espécie de advertência dos alunos. No caso do Reuni, apesar da pressão dos estudantes, 36 das 58 universidades vinculadas à Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) enviaram suas propostas ao MEC em outubro. O programa prevê, entre outras coisas, a elevação gradual da taxa de conclusão média dos cursos de graduação e da relação de alunos de graduação por professor, além da ampliação da oferta de vagas nos cursos de graduação. Para isso, o MEC disponibilizará um aumento de até 40% dos recursos relativos ao orçamento de cada instituição.

Dirigentes da UNE em lados opostos

A polêmica das ocupações coloca em lados opostos dois dirigentes ligados ao movimento estudantil. Para o ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e atual presidente da Associação Brasileira de Educação, João Pessoa de Albuquerque, o ato de ocupar espaços públicos para impedir a discussão de qualquer proposta é lamentável. ‘Sou definitivamente contra a invasão de prédios públicos, seja qual for a causa. Ainda mais no caso de estudantes universitários, que serão os futuros profissionais liberais de nosso país e não devem, desde cedo, adotar uma prática tão irresponsável quanto ocupar e destruir o patrimônio público’, declara o educador.

Atual presidente da UNE, Lúcia Stumpf não concorda com a tese de que os alunos foram intransigentes ao tentarem impedir a discussão. ‘O processo de disputa de idéias na universidade se constrói de forma dinâmica e diversificada, tanto nos espaços institucionais como através de manifestações públicas. As ocupações de reitorias são uma forma legítima de manifestação dos estudantes’, defende a aluna.

Segundo ela, os atos são resultado de uma política interna que não permite a participação dos alunos no processo de discussão dos rumos da universidade pública. ‘Os estudantes têm pouco espaço de participação nas instâncias deliberativas da universidade. As universidades públicas ainda precisam avançar muito na consolidação de sua democracia interna. Tanto na forma de escolha dos dirigentes como na representação dos estudantes nos órgãos colegiados’, especifica a dirigente.

Atualmente, boa parte das universidades públicas dá aos professores maior participação no processo de votação das suas normas internas. Ainda segundo Lúcia, as ocupações foram a forma encontrada pelos alunos de se fazerem ouvir no processo de discussão do Reuni. ‘O movimento estudantil sempre conquistou suas bandeiras e direitos através de muita pressão e mobilização. As ocupações em espaços públicos são uma forma democrática de chamar a atenção dos governos e da sociedade para as nossas reivindicações. Quando são pacíficas, as ocupações não representam nenhuma arbitrariedade ou intolerância.’

Para o presidente da ABE, porém, a justificativa não é válida. ‘Quando eu fui presidente da UNE, entre 1953 e 1954, reivindicávamos as nossas demandas através de greves, manifestações, documentos, reuniões com as autoridades competentes, ou seja, através do diálogo. Esta é a melhor forma de se solicitar as coisas. Este processo atual de ocupações deve ser terminantemente combatido’, declara. A opinião dos reitores é parecida com a do atual presidente da ABE.

Em manifesto assinado pelo conselho pleno da Andifes, as ocupações são classificadas como antidemocráticas pelos administradores das instituições de ensino superior públicas do país. ‘Vimos manifestar o mais veemente repúdio à ação violenta e antidemocrática das invasões de reitorias e impedimento de decisões legítimas e soberanas de Conselhos Universitários, patrocinadas por grupos de estudantes que, com péssimo exemplo, não honram as melhores tradições do movimento que pretendem representar.’ Os dirigentes aproveitaram para criticar a forma de atuação dos universitários. ‘A truculência tem caracterizado tais manifestações, em contraste com a atitude democrática de dirigentes das universidades federais que, sem exceção, têm submetido aos conselhos superiores as grandes decisões institucionais. Os lamentáveis episódios caracterizam o conteúdo fascista e totalitário desse tipo de manifestação política, que não condiz com as liberdades democráticas, a normalidade institucional e o pleno estado de Direito em vigência no Brasil’, diz o texto.

Associação com movimentos sociais

Uma possível relação com as ocupações que movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), por exemplo, realizam para conseguir atingir seus objetivos também é motivo de discordância entre os dirigentes da UNE. ‘O MST é parceiro dos estudantes em muitas lutas, sempre fizemos manifestações e atividades em conjunto com o movimento, mas as ocupações sempre foram formas de manifestação do movimento estudantil e, nos casos mais recentes, as pautas já estavam colocadas há algum tempo’, diz Lúcia.

João Pessoa, por sua vez, não descarta uma possível associação entre os movimentos. ‘Não tenho certeza para dizer se houve contágio por parte de movimentos sociais que ocupam terrenos, prédios públicos, mas esta não é uma hipótese que deve ser descartada. O mais importante, no entanto, é que estas invasões são comandadas por minorias, ou seja, a grande maioria dos universitários não agiria desta forma truculenta’, acredita o educador.

Afastado do olho do furacão, já que por ser estadual e não participar do Reuni a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) não sofreu com ocupações, o reitor da instituição, Nival Nunes, ao analisar o fenômeno, lembra que muitos reitores de universidades federais já foram ligados ao movimento sindical. E pede mais diálogo aos alunos. ‘Nos anos 80, o movimento sindical tinha uma preocupação com a redemocratização do espaço público e isso foi muito importante para todas as universidades. Inclusive, vários reitores de universidades federais saíram do Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), quadros excelentes que conseguem enxergar o que é a universidade. Eu acho que os estudantes precisam discutir como estão as bolsas, o projeto político-pedagógico. A universidade é plural, todos precisam estar discutindo e, pelo menos na Uerj, as associações têm demonstrado um certo grau de maturidade.’

Brasil e Chile constroem parceria em educação a distância

Portal MEC, 18/12/07

Uma delegação composta por três representantes do Ministério da Educação do Chile visitou na semana passada a sede da Secretaria de Educação a Distância do MEC. A equipe veio conhecer de perto a experiência do governo brasileiro em educação a distância, passo importante para a construção de uma parceria entre os dois países neste setor.

Durante dois dias de reuniões técnicas, a delegação foi apresentada às principais políticas brasileiras na área de produção de conteúdos educacionais, infra-estrutura para instalação das Tecnologias da Informação e Comunicação nas escolas públicas e formação de professores para utilizar as diversas mídias no processo de ensino e aprendizagem.

Os representantes do governo chileno tiveram, ainda, a oportunidade de conhecer pessoalmente escolas públicas e Núcleos de Tecnologia Educacional implantados pelo Ministério da Educação no Distrito Federal ― uma amostra do que vem sendo feito pelo MEC em todo o país.

A visita da delegação do Chile ocorre três meses depois de uma equipe do MEC ter feito visita semelhante ao país andino. “Em setembro, tivemos a oportunidade de conhecer escolas chilenas e os projetos que eles têm desenvolvido nesta área. Agora foi a vez de eles conhecerem a nossa política nacional para a educação a distância”, explica Carmen Prata, que coordena a Rede Interativa Virtual de Educação (Rived) ― iniciativa que tem por objetivo a produção de conteúdos pedagógicos em suporte digital.

De acordo com a coordenadora, os dois encontros possibilitaram identificar o que é comum aos dois países nesta área e traçar um plano de trabalho para ações colaborativas que incluiriam a realização de projetos virtuais conjuntos entre alunos e professores chilenos e brasileiros, o compartilhamento de conteúdos pedagógicos e o intercâmbio de políticas na área de educação a distância.

“Uma ação imediata seria o compartilhamento de recursos através do Banco Internacional de Recursos Multimídia que o MEC colocará no ar em breve”, explica a coordenadora, que vê um grande potencial no intercâmbio do Brasil com os demais países latino-americanos. “A expectativa do Brasil é poder compartilhar suas boas experiências no uso das tecnologias em educação e poder enriquecer suas ações com as experiências dos demais países da América Latina.”

Assessoria de Imprensa da Secretaria de Educação a Distância

Novos formandos em Colação de Grau Especial

Em sessão especial do Conselho Universitário da Universidade Federal de Lavras (Ufla), foi realizada hoje (18/12) a Colação de Grau dos formandos dos Cursos de Agronomia, Zootecnia, Administração, Medicina Veterinária, Ciência da Computação, Ciências Biológicas e Química.

A solenidade dirigida pelo reitor em exercício Elias Tadeu Fialho e chefe de gabinete Valéria da Glória Pereira Brito, aconteceu no Auditório da Biblioteca Central.

Para prestar o Juramento foi convidada a formanda Michelle Faria Alves que prestou o compromisso regular.

Agronomia
Adelávio Rocha dos Santos, Everton Moreti de Carvalho, Fernanda Machado da Fonseca, Helder Luciano Barassa, Hélio Corbucci Trefiglio, Leandro Nunes de Melo, Manuel Felipe de Oliveira Domingos, Marcus Vinicius Gomes Siqueira, Paulo César Oliveira e Renan Assis Cavalcante

Zootecnia
Marina Caldeira Carvalho e Wilma Gonçalves de Faria

Administração
Ana Elisa Stacanelli de Avelar, Fabrício Art Urbano e Lilian Barros de Oliveira

Medicina Veterinária
Juliana Hayashi Tannura, Paulo Renê da Silva Júnior e Priscilla Mirian de Souza Silva

Ciência da Computação
Marlon Mendes Mendonça e Vinicius Dupas Bragagnollo

Ciências Biológicas
Luís Fernando Tessarioli e Michelle Faria Alves

Química
Daniela Josa e Pedro Henrique de Oliveira Gomes

Concerto Especial de Natal hoje á noite

A Universidade Federal de Lavras (Ufla), como parte integrante das comemorações de seu centenário promove o Concerto de Natal com a apresentação artística da Orquestra Pró-Arte Sinfônica de São João Del Rei e do Coral Vozes do Campus.

Programa: 1ª parte – Orquestra Pró-Art – Vivaldi, Grieg, Beethoven e
2ª parte – Gloria de Vivaldi – Coral Vozes do Campus e Orquestra

O evento acontece na Igreja Matriz de Sant´ana, dia 18/12 (hoje), às 20 horas.

Como ingresso os organizadores solicitam a doação de produtos de higiene pessoal que serão doados aos idosos do Lar Augusto Silva (Asilo de Lavras)

Esclarecimentos sobre o GEAP

A Pró-reitoria de Assuntos Estudantis, Comunitários e Culturais (Praecc), através da Coordenadoria de Saúde, comunica que um representante da GEAP estará presente à reunião para prestar esclarecimentos sobre o plano de saúde, tais como: relação de dependentes, agregados, rede de hospitais e médicos, dentistas, autorização para realização de exames e cirúrgias, limite de procedimentos, etc.

A reunião acontecerá no Salão de Convenções, dia 20 de dezembro (quinta-feira)às 14 horas.

Mais informações: (35) 3829-1110