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Rumos da educação

Programa Bom Dia Brasil, 11/12/2007

Os novos números da educação brasileira atestam o mau desempenho dos alunos. Esse é o tema da entrevista com o ministro da Educação, Fernando Haddad. Os novos números da educação brasileira expõem o tamanho de um problema antigo: espanta o mau desempenho de nossos alunos em provas de ciências, matemática e português. Mas não se pode deixar também de reconhecer um mérito: ter os números é fundamental para enfrentar esse desafio. Só avança o país que conhece as suas chagas. Esse é o tema da entrevista com o ministro da Educação, Fernando Haddad.

Bom Dia Brasil – Foi um resultado que chocou o país, mas é fundamental ter esses números, saber que estamos no fim da fila entre 57 nações. Qual ação imediata para consertar isso?

Fernando Haddad – As decisões têm que ser tomadas agora e estão sendo tomadas. Mas os resultados virão no médio e longo prazo, porque em educação não se colhe os frutos no prazo de um mandato. Portanto, não pode ser uma tarefa de um partido político ou de um governo, é uma tarefa nacional. Os dados não devem nos orgulhar, mas não devem nos envergonhar. Dos países analisados, somos um dos países com menos renda per capita, com um dos mais baixos indicadores de distribuição de renda e investimento por aluno. Estamos nos comparando com países ricos. Se tomarmos o contexto latino-americano, vamos ver que estamos muito próximos de países como Colômbia e Argentina – este, um país com tradição na área de educação muito maior que a nossa. Temos que ter cautela. Entendo que esse pacto que está sendo feito em torno da educação entre governos estaduais e municipais vai se refletir em indicadores.

Há um estudo do Ipea que mostra a redução do número de alunos concluindo o Ensino Médio. Desde meados da década de 1990, o número crescia, mas cai a partir de 2002. Era esperada uma alta, como aumentou a inclusão no Ensino Fundamental, mas não foi o que aconteceu. Houve queda de 300 mil alunos. Estamos regredindo no Ensino Médio?

Não. A taxa de atendimento dos alunos entre 15 e 17 anos, a faixa do Ensino Médio, está estacionária. O que acontece é que as taxas de aprovação da 5ª a 8ª série não estão reagindo adequadamente. Temos um avanço nos anos iniciais do Ensino Fundamental tanto em desempenho como em rendimento. Fluxo e exames nacionais. Mas nos anos finais do Ensino Médio o reflexo ainda não chegou. Da 8ª série para o 1º ano do Ensino Médio está havendo uma retenção. Como a democracia joga a favor da queda das matrículas, porque os nascimentos são, cada vez, em menor número, se não houver uma correção de fluxo, a matrícula tende a estacionar ou até cair.

Na sua opinião, como a má formação dos professores influenciou nesse resultado?

Penso que essa é a principal variável a ser enfrentada no próximo período. Nós, na minha opinião, de maneira equivocada, transferimos a responsabilidade pela formação de professores para estados e municípios, pela Lei de Diretrizes e Bases de 1996, quando deveria ser atribuição da União, em virtude do fato de ela manter um parque enorme de universidades federais. O que queremos agora, por parte das universidades federais, é que elas assumam, com apoio financeiro do ministério da Educação, uma maior responsabilidade pela formação inicial e continuada do magistério.

O senhor disse que um país não colhe os frutos no prazo de um mandato. Mas o Chile vem apresentando resultado excepcionais e vem se distanciando cada vez mais de países latino-americanos como o Brasil. O que podemos aprender com esse exemplo?

O Chile, na verdade, está colhendo os resultados 15 anos depois da reforma educacional. O que houve no Chile foi perseverança, persistência, insistência nas reformas educacionais que começaram em 1991, com a ‘Concertación’. Quando todos davam o Chile como um caso de fracasso, ou seja, muito investimento, muito empenho, muita reforma e pouco resultado, os resultados começaram a aparecer 15 anos depois. Temos que seguir o exemplo de países como Irlanda, Coréia, Chile, que pactuaram um acordo nacional, insistiram e perceberam que o investimento pode até demorar, mas quando chega, emancipa um país.

UFLA tem novo vice-reitor

Com o pedido de exoneração do professor Ricardo Pereira Reis do cargo de vice-reitor, em 26 de novembro, o reitor, em conformidade com os previstos na Lei nº 9.192, de 21/12/95 e Decreto nº 1.916 de 23/05/96, convocou o Colégio Eleitoral, para organizar a lista tríplice para a escolha do novo vice-reitor, que completará o mandato até o mês de junho de 2008.

Na reunião, foram apresentados os nomes dos docentes Elias Tadeu Fialho, José Roberto Soares Scolforo e Joel Augusto Muniz, sendo eleito o professor Elias Tadeu Fialho.

O reitor Antônio Nazareno, no uso da subdelegação que lhe foi conferida pelo Ministro de Estado da Educação, por meio da Portaria n º 1.048, de 14 de outubro de 1996, publicação no Diário Oficial da União de 15 seguinte, p. 7543, Seção 2, procedeu à nomeação do vice-reitor Elias Tadeu Fialho, e sua posse aconteceu em cerimônia na sala dos conselhos, com a presença de amigos, familiares, servidores técnico-administrativos e docentes.

Redes públicas conseguem pagar o piso salarial dos professores

Portal MEC, 10/12/07

Florianópolis — O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o valor a ser pago por prefeitos e governadores como piso salarial dos professores não é uma medida inatingível a seus orçamentos. Ele se refere à possível aprovação do projeto de lei de autoria do governo propondo piso nacional do magistério, em tramitação no Congresso Nacional. “É uma questão de gestão administrativa”, disse Haddad, durante lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) na tarde desta segunda-feira, 10, em Florianópolis. Segundo o ministro, os gestores terão recursos do Fundeb para remunerar melhor os professores, já que 60% do fundo deve ser aplicado em salários.

“É preciso atrair talentos para o magistério a partir de uma remuneração maior: uma parcela significativa do Norte e Nordeste do país paga R$ 380 a seus profissionais”, destacou Haddad. Sobre os professores que recebem valor igual ou acima do proposto e consideram o piso baixo, o ministro afirmou que a solidariedade de classe deve permanecer em favor da maioria. A proposta de piso já aprovada pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados é de R$ 950 para professores com formação em nível médio para jornada de 40 horas semanais.

Outro ponto central do Plano de Desenvolvimento da Educação é a formação dos professores. “A União precisa tomar para si essa tarefa”, disse Haddad. Ele citou ações voltadas para essa finalidade como a criação da bolsa de iniciação à docência, planos de expansão e reestruturação das universidades federais, com aumento da relação professor/aluno e abertura de cursos noturnos de licenciatura. Também citou a Universidade Aberta do Brasil (UAB), cuja prioridade é formar a distância professores da educação básica já em exercício.

Santa Catarina é o segundo estado da região Sul a receber a Caravana da Educação e o 23º do país. Até agora, 3.878 municípios já aderiram ao plano de metas do Compromisso Todos pela Educação e se compometeram a seguir 28 diretrizes de qualidade para melhorar a educação básica, como alfabetizar as crianças até a idade máxima de oito anos e acompanhar individualmente o aluno para combater a evasão.

Maria Clara Machado

´O que a escola pública é capaz de fazer deveria surpreender´

O Estado de São Paulo, 10/12/07

Renata Cafardo

Fernando Haddad: ministro da Educação

Para ele, resultados do Pisa precisam levar em conta que o País tem um dos menores investimentos por aluno do mundo

Os resultados insuficientes no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que colocaram mais uma vez o Brasil entre os piores do mundo em leitura, matemática e ciência, não abalaram o ministro da Educação, Fernando Haddad. “O que a escola pública é capaz de fazer com um investimento de R$ 170 por aluno, por mês, deveria surpreender tanto quanto os resultados”, disse ele, em entrevista exclusiva ao Estado, dias depois da divulgação do exame.

Haddad se referia ao gasto anual por aluno no ensino fundamental do Brasil (US$ 1.159), um dos menores entre os países avaliados pelo Pisa. A quantia equivale a pelo menos um quarto da mensalidade média da escola particular brasileira.

O ministro acredita que mudanças virão com o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado por ele no início do ano, com metas de qualidade para todas as escolas. Na quarta-feira, o MEC anunciará mais R$ 500 milhões, como parte do PDE, para o ensino médio. Mas Haddad conta que está “apreensivo” com a eventual não-prorrogação da CPMF. Evitou dizer que o PDE poderia ficar comprometido, mas afirmou que o assunto é “grave demais”.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista, em que o ministro fala ainda da briga entre PT e PSDB sobre o ensino paulista. Para ele, apenas um “mal-entendido”.

Como o senhor analisa os resultados do Pisa, em que o Brasil continua entre os piores do mundo?

O Pisa reflete o ensino fundamental do País porque avalia jovens de 15 anos. Em português e ciência, há uma estabilidade, dentro da margem de erro. O incremento foi em matemática, embora seja o nosso pior resultado. O que parece que está acontecendo, a julgar pelo Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica, um exame nacional) e pelo Pisa, é que os anos iniciais do fundamental parecem reagir. Vamos ver nos resultados de 2007 do Saeb (que serão divulgados em abril) se isso é consistente ou não.

O Brasil continua atrás de outros países da America Latina.

Colômbia, Brasil, Argentina e México estão muito próximos. Uruguai se descola um pouco, mas caiu. E o país que finalmente se descola é o Chile, que colhe os resultados agora depois de 15 anos da reforma educacional. O que significa dizer que mais recursos e mais gestão na educação refletem nos indicadores de qualidade. Apesar da demora (e, em educação infelizmente essa é a regra), o resultado vem. Temos de aprender com países que têm uma história parecida com a nossa, embora nosso fardo histórico seja mais pesado – em primeiro lugar, pelo atraso no endereçamento da agenda da educação. A Argentina fez sua grande primeira reforma educacional em 1870. Nós temos um passado escravista que nenhum desses países têm, e temos uma tradição republicana muito mais recente.

Em 15 anos, o Chile colheu resultados. O Brasil vai demorar quanto?

Para não cair nisso de “esperar quantos anos”, fixamos as metas intermediárias no PDE. Uma delas é em 2009, mesmo ano do próximo Pisa. O nosso acompanhamento vai ser feito pelo Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, que foi estipulado para cada escola, com metas de aumento a cada dois anos). Eu espero que o Brasil cumpra as metas.

Se isso acontecer, vamos melhorar no Pisa?

Quando a educação melhora, melhora em todos os exames.

O governador José Serra disse que o senhor fez uso político dos resultados ao comentar o desempenho de São Paulo no Pisa, abaixo da média nacional.

Foi feita a pergunta sobre São Paulo, não partiu de mim o comentário. É obvio que a minha expectativa era de que São Paulo tivesse uma média superior à media nacional, pelo trabalho que tem sido feito. Não vejo no que isso possa ofender. Seria uma ofensa se eu dissesse que não esperava. Foi um grande mal-entendido.

Como o senhor analisa os resultados das escolas privadas no Pisa, também muito ruins?

Eu nunca acreditei na correlação entre renda e mérito. Há também uma elite dentro da escola pública, que se sai melhor. Mas o problema da educação é nacional. Precisamos lembrar que nossa escola pública tem o menor investimento por aluno de todos os países do Pisa. Mesmo nessas condições, ela consegue, com o investimento que representa um quarto ou menos de uma mensalidade escolar, não estar tão distante da escola privada. O que a escola pública é capaz de fazer com um investimento de R$ 170 por aluno por mês deveria surpreender tanto quanto os resultados.

Como aumentar esse valor?

Para isso temos que cumprir o Plano de Desenvolvimento da Educação, que exigirá mais recursos para a educação. O PDE, a partir de seu quarto ano, agrega R$ 19 bilhões ao MEC.

A não-prorrogação da CPMF atrapalha a educação?

Posso estar errado, mas eu considero isso um assunto grave demais. Eu temo a não-prorrogação e torço para que nada de ruim aconteça. Temo pelo eventual desequilíbrio fiscal que isso pode gerar. Cortar R$ 40 bilhões do orçamento não será uma tarefa simples, provavelmente vai comprometer o investimento em infra-estrutura e na área social.

Quanto a educação perderia com o fim da CPMF?

Não saberia dizer porque há um compromisso do ministro Guido Mantega de vincular novamente os recursos da DRU da educação (pelo mecanismo, a União pode tirar até 20% dos recursos da educação. Isso acabaria progressivamente, em troca da prorrogação da CPMF). Com a DRU, o orçamento do MEC perdeu, ao longo dos 12 anos, R$ 50 bilhões. A formação de um bom professor de física, química, biologia custa R$ 50 mil. Poderíamos ter formado 1 milhão de professores.

O PDE ficaria comprometido?

Espero que não. Apreensivo, eu confesso que estou.

Os melhores países no Pisa têm escolas que podem demitir seus professores sem consultar o governo. O senhor defende isso?

Em caso de falta grave, o professor pode ser punido com a demissão. Mas acredito que fazemos mau uso do estágio probatório, aquele período em que o professor é escolhido, mas só é efetivado depois de três a seis anos. Isso deveria ser feito em todos os Estados. É uma das diretrizes do PDE.

Esses países também têm mais aulas de ciências, leitura e matemática.

Volto a dizer que poderíamos ter formado 1 milhão de professores sem a DRU. Precisamos de professores em quantidade e em qualidade.

Mas a carga horária não é baixa só por falta de professor. Há alunos demais em algumas escolas, o que leva a quatro turnos em um só dia.

Em ciência e matemática, o maior problema é a falta de professores. Em leitura, para aumentar a carga horária, teria de ter o tempo integral. O Fundeb (fundo que agrupa e redistribui, com complementação da União, um valor mínimo por aluno nas redes públicas) remunera em 25% a mais a matrícula em período integral.

Quem é:
Fernando Haddad

É ministro da Educação do governo Lula desde julho de 2005. Antes disso, foi secretário-executivo do MEC

Haddad foi o criador do ProUni, que dá bolsas em universidades privadas para alunos de escolas públicas

Lançou neste ano o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), com metas de qualidade para cada escola do País

Andifes debate no MEC questões importantes para as Ifes

Na pauta, assuntos como a RedeIfes, o empenho de 2007, a Emenda Andifes de 2007, Cursos e Concursos e Emenda Andifes 2008

Na manhã desta sexta-feira (07/12), membro da Diretoria Executiva da Andifes e presidente do Grupo de Trabalho para Implantação da RedeIfes, reitor Edward Madureira Brasil (UFG), e o representante do centro-oeste do Diretório Nacional da Associação, reitor Timothy Mulholland (UnB), participaram de reunião com os secretários executivo (MEC), José Henrique Paim, de Educação a Distância (Seed/MEC), Carlos Eduardo Bielschowsky, e da Educação Superior (SESu/MEC), Ronaldo Mota.

RedeIfes

Com o lançamento da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a chamada TV Brasil – televisão pública criada pelo Governo Federal por meio da Medida Provisória 398 de 2007, o Ministério da Educação passará a ter um canal aberto digital dentro da grade de programação. O canal será dividido em quatro faixas de programação: TV Escola; Educação a Distância; Saúde e Ciência e Tecnologia; e O Melhor das Universidades.

É nessa quarta faixa que está a preocupação da Andifes. A Associação Brasileira de Televisão Universitária deseja gerir essa grade de programação. Contudo, o reitor Edward Brasil explica que essa gestão da ABTU será conflitante com o modelo horizontal de programação proposto pela RedeIfes, uma vez que a Associação adota um modelo vertical na escolha dos programas que serão veiculados. Dessa forma, seria importante que esta programação fosse direcionada às universidades públicas.

Uma nova reunião está agendada para o dia 17 de janeiro, quando será debatido um modelo de gestão para a faixa de programação intitulada ‘O Melhor das Universidades’. A idéia é que as universidades públicas consigam fazer parte da grade de programação com as mesmas condições das instituições privadas.

Empenho de 2007

Termina, hoje (07/12), o prazo para que as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) empenhem os recursos recebidos neste ano. Como não haveria tempo para que o empenho, a Andifes solicitou ao secretário José Henrique Paim uma ampliação deste prazo até o dia 14 de dezembro.

O secretário executivo do MEC sinalizou positivamente para a ampliação do prazo de empenho dos recursos, mas ressaltou que deve haver um esforço por parte das IFES para que todo o recurso seja empenhado até o dia 14 de dezembro. Caso contrário, o MEC perde o seu prazo de empenho e precisará devolver os recursos recebidos.

Cursos e Concursos

A decisão do governo federal de classificar todas as despesas com a realização de cursos e concursos como custeio e não mais como folha de pagamento foi outro ponto abordado durante a reunião. Com a nova medida, as IFES terão dificuldade em manter os concursos, como os de vestibular, e os cursos de capacitação para técnicos-administrativos.

Sobre essa questão, o secretário José Henrique Paim informou que já formalizou a questão junto à Subsecretaria de Planejamento e Orçamento (SPO/MEC), mas ainda não obteve solução para a demanda.

Emenda Andifes

O secretário José Henrique Paim informou que trabalhando para a liberação da Emenda Andifes 2007 junto ao Ministério do Planejamento (MPOG). Com relação à Emenda Andifes 2008, o secretário informou que deve conversar com o relator geral da Lei Orçamentária Anual (LOA), deputado José Pimentel (PT-CE), para solicitar a ampliação da Emenda de R$ 15 milhões para, pelo menos, R$ 60 milhões.

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes)

Capes recebe propostas para criação de cursos de pós-graduação

Portal Capes, 07/12/07

As pró-reitorias de pós-graduação de instituições de ensino superior de todo o país têm até 31 de março de 2008 para enviar propostas de criação de cursos de mestrado acadêmico, doutorado e mestrado profissional. Os projetos devem ser encaminhados à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC).

A diretoria de avaliação da Capes recomenda ao coordenador da proposta que leia atentamente o manual de preenchimento antes de começar a incluir os dados no Aplicativo para Propostas de Cursos Novos (Apcn) de 2008. A qualificação do corpo docente, a produção científica de cada um, as instalações de laboratórios e a capacidade de produção de conhecimento são algumas das informações que devem ser incluídas.

“Embora a criação de um curso de pós-graduação não seja algo trivial, não é necessário recorrer a escritórios de consultoria ou a especialistas para preencher o Apcn”, explica o diretor de avaliação, Renato Janine Ribeiro. Segundo ele, o aplicativo, acompanhado de um manual, foi criado justamente para tornar mais fácil a tarefa de propor um curso de mestrado ou de doutorado de maneira objetiva. “Assim, os proponentes devem se concentrar no mérito do projeto, não na forma de sua apresentação.”

A primeira edição do Apcn foi lançada em junho de 2004. De lá para cá, houve aperfeiçoamento do instrumento para o oferecimento de um serviço de qualidade às pró-reitorias das instituições e aos comitês de área que fazem a avaliação anual. A Capes recebeu, em 2007, 448 pedidos de abertura de cursos.

As instituições interessadas em enviar as propostas devem preencher o Aplicativo para Propostas de Cursos Novos, disponível na página eletrônica da Capes.

Estudante deve pagar por ensino superior público

Folha de São Paulo, 10/12/07

Fábio Takahashi

Entrevista com Wan-Hua Ma*

Para pesquisadora, tarifa na universidade viabiliza expansão e faz aluno estudar mais

A cobrança pelo ensino superior começou na China em 1997. No Brasil, a cobrança é vetada pela Constituição, que determina ‘gratuidade do ensino público’. Boa parte da Academia defende este modelo, pois entende que é dever do poder público oferecer educação.

A cobrança de taxas faz parte das reformas que o governo chinês começou a implementar nos anos 90 para aumentar o número de estudantes no ensino superior. O país conseguiu elevar o percentual de jovens no ensino superior de 3,4% em 1991 para 26,4% quinze anos depois. No Brasil, o percentual está em 17,5%, segundo dados da Unesco (braço das Nações Unidas para a educação).

Outra mudança foi a expansão de cursos superiores de caráter mais profissionalizante, com duração entre 2 e 3 anos, que já representam quase a metade das matrículas. No Brasil, eles são menos de 1%.

A China busca melhorar também em qualidade, o que já aparece em rankings internacionais. No ranking do jornal britânico ‘The Times’ há três universidades chinesas entre as 100 melhores do mundo. A de Pequim é a de maior destaque entre elas (36ª). A melhor brasileira é a USP (175ª).

Ma veio ao Brasil para participar de um seminário promovido pela Assembléia Legislativa de São Paulo, em parceria com professores da USP, com o objetivo de discutir políticas adotadas em outros países, para servirem de base para a proposição de possíveis novas leis. A pesquisadora concedeu a entrevista à Folha, em inglês, na semana passada.

FOLHA – Como a sra. analisa a atual situação do ensino superior chinês?
WAN-HUA MA – Após um forte crescimento nos últimos anos, o ensino superior tornou-se papel-chave no desenvolvimento da China, na produção de tecnologia e de capital humano. Para isso, alteramos o sistema, diversificando-o, pois não havia recursos para incluir todos os alunos em universidades de pesquisa. Estas são muito caras, precisam de laboratórios caros, por exemplo. Há também uma questão do mercado de trabalho. Não seria possível absorver todos esses alunos formados em ambiente extremamente acadêmico. O mercado de trabalho requer pessoas com diversos níveis de conhecimento. Para resolver um problema no computador, por exemplo, você não precisa de alguém com doutorado. Um técnico, formado em até três anos, estará muito bem capacitado. Também se economiza tempo e dinheiro dos estudantes [um curso de engenharia na China dura seis anos]. Para os países ricos, não faz tanta diferença você ter um doutor cuidando de problemas técnicos de um computador. Mas nós, países em desenvolvimento, não podemos seguir nessa direção, porque exige muito dinheiro. Claro que você pode ser um doutor, mas é preciso ter outras opções.

FOLHA – Como a expansão do ensino superior foi financiada?
MA – Em 1999, o governo estabeleceu que todas as universidades deveriam aumentar as vagas em 30%. Houve aumento de recursos do governo, mas insuficiente. Nosso investimento em educação é de apenas 2,7% do PIB [no Brasil, é de 4,7%]. Há uma forte pressão para que o governo aumente os recursos para o ensino superior.

FOLHA – O que a sra. acha da cobrança de taxas aos estudantes?
MA – Uma boa qualidade de ensino público beneficia o estudante. Claro que também é bom para a sociedade ter cidadãos bem formados, mas há benefícios privados para os alunos também. Eles conseguem bons empregos. Se você considerar esse benefício privado ao cidadão, ele então tem a responsabilidade de pagar pelo ensino. Na China, em geral, o estudante de universidade pública paga 20% dos custos do seu curso.

FOLHA – Foi difícil implementar esse sistema?
MA – Foi, mas fomos testando aos poucos, primeiro em um grupo pequeno de estudantes, por dois, três anos, no começo dos anos 90. Os resultados foram positivos. Os alunos passaram a estudar mais, porque viram o sacrifício que suas famílias fizeram para pagar. E os pais também ficaram contentes, porque os filhos passaram a estudar duro. Então, percebeu-se que o modelo funcionaria. Agora, todas as instituições cobram taxas. O custo ao aluno nas universidades públicas é o mesmo, 5.000 renminbi [moeda chinesa] ao ano [equivalente a R$ 1.200], que são pagos uma vez, em setembro. Parece pouco, mas os nossos salários são baixos, comparados com o de vocês do Brasil. O sistema causou um problema, porque há famílias que não podem pagar. Então foram criados programas de empréstimo, de bolsa-trabalho, entre outros. Mas o sistema ainda não é perfeito.

FOLHA – O ensino superior chinês prioriza alguma área?
MA – Estamos tentando construir universidades de classe mundial [de ponta], basicamente nas áreas científicas, como engenharia e ciência da computação. São áreas que têm grande impacto econômico.

FOLHA – Em quais pontos o Brasil pode seguir o modelo chinês?
MA – Não conheço tanto a situação brasileira. Mas, em geral, o conhecimento de outras línguas é importante, para se poder aproveitar a comunidade internacional [a China é o país que mais envia estudantes aos EUA]. Entender a língua de um outro país é um modo interessante de a pessoa entender como essa cultura funciona. Se você não sabe isso, não saberá como negociar com esse país.

FOLHA – Professores e pesquisadores na China têm total liberdade?
MA – Não vejo controle do governo. As pessoas sempre falam que não temos liberdade. Não sei o porquê disso.

* É professora da Escola de Educação da Universidade de Pequim (China), onde pesquisa políticas internacionais de educação superior. Também coordena a cátedra da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) de pesquisa em ensino superior.

Assembléia geral no SindUfla

O Sindicato dos Servidores da Universidade Federal de Lavras (SindUfla) comunica a realização de Assembléia Geral Extraordinária, agendada para o dia 11/12 (terça-feira) às 8 horas, no Salão de Convenções. Na pauta: seguro de vida; informes jurídicos e assuntos gerais.

Carteira do SindUfla

O SindUfla solicita que o associado providencie sua carteira de sócio, indispensável para entrada no Clube Campestre e demais eventos promovidos pelo sindicato como a festa de final de ano.

Informe-se na secretaria – Tel (35): 3829-1169

SESu divulga lista parcial dos planos de expansão aprovados

A Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC) publicou no Diário Oficial (07/12) a lista das 33 Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) que já tiveram seus projetos ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação das Universidades Federais (Reuni) aprovados pelo Ministério da Educação. Outras oito propostas encontram-se sob análise do Comitê de Consultores da SESu. A lista apresenta o resultado parcial das instituições que aderiram ao programa em primeira chamada.

No total, 42 instituições já aderiram ao programa. As IFES que ainda não aderiram ao Reuni têm até o dia 15 de dezembro para apresentar seus projetos à Secretaria de Educação Superior.

Confira a lista dos planos aprovados:

1. Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre
2. Fundação Universidade de Brasília
3. Fundação Universidade do Amazonas
4. Fundação Universidade do Rio Grande
5. Fundação Universidade Federal da Grande Dourados
6. Fundação Universidade Federal de Mato Grosso
7. Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
8. Fundação Universidade Federal de Pelotas
9. Fundação Universidade Federal de São Carlos
10. Fundação Universidade Federal de São João Del Rei
11. Fundação Universidade Federal de Sergipe
12. Fundação Universidade Federal de Viçosa
13. Fundação Universidade Federal do Acre
14. Fundação Universidade Federal do Amapá
15. Fundação Universidade Federal do Piauí
16. Fundação Universidade Federal do Tocantins
17. Universidade Federal da Bahia
18. Universidade Federal da Paraíba
19. Universidade Federal de Campina Grande
20. Universidade Federal de Goiás
21. Universidade Federal de Juiz de Fora
22. Universidade Federal de Lavras
23. Universidade Federal de Minas Gerais
24. Universidade Federal de Pernambuco
25. Universidade Federal de São Paulo
26. Universidade Federal do Ceará
27. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
28. Universidade Federal do Pará
29. Universidade Federal do Paraná
30. Universidade Federal do Rio de Janeiro
31. Universidade Federal do Rio Grande do Norte
32. Universidade Federal do Rio Grande do Sul
33. Universidade Federal do Triângulo Mineiro

(Lilian Saldanha – Assessoria de Comunicação da Andifes – com informações da SESu)