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MEC: muitas provas, poucas melhoras no ensino

O Globo, 18/11/07

Demétrio Weber

No interior do Nordeste, alunos já fizeram Prova Brasil duas vezes e continuam sem saber ler ou fazer contas

Dois anos depois da primeira Prova Brasil, teste de português e matemática aplicado pelo Ministério da Educação (MEC) em escolas públicas de todo o país, municípios com baixo desempenho continuam em situação crítica. No Rio Grande do Norte, estado que tem o maior número de cidades entre as 20 piores notas do Prova Brasil 2005, os municípios de Viçosa e José da Penha são exemplos de que, mesmo com uma ou outra iniciativa de última hora para tentar melhorar o desempenho no exame do MEC, as escolas ainda estão longe de cumprir sua missão.

Na semana passada, O GLOBO visitou essas duas cidades.

Em Viçosa, a 400 quilômetros de Natal, o estudante Fábio Sabino de Souza, de 14 anos, já fez duas vezes a Prova Brasil. Em 2005, ele estava na 4º série do ensino fundamental da Escola Municipal Francisco Gomes Pinto. Na última segunda-feira, quando os avaliadores voltaram à cidade, Fábio permanecia na 4º série.

O pior é que ele achou o exame de 2007 mais difícil: — Tinha muita leitura.

Das 20 redes municipais com piores médias em português ou matemática, nove são do Rio Grande do Norte. Viçosa foi o município com o oitavo pior desempenho do país em português na 4º série, na Prova Brasil 2005. Metade dos alunos tirou uma nota tão baixa que não consta sequer da tabela com a descrição do nível de conhecimento de cada faixa de pontuação. Na prática, significa analfabetismo, já que o exame avalia justamente a capacidade de leitura.

Entender o que lê é o maior desafio para Fábio. O mesmo vale para seu colega Nilcivan Lopes de Oliveira, de 14 anos, outro estudante do turno da tarde, no qual são matriculados os alunos considerados problemáticos.

“Não sei ler”, diz aluno de 14 anos
Concentrado, Nilcivan leu em voz alta algumas palavras do gráfico que apresenta os resultados da Prova Brasil 2005.

Depois de muito esforço, desistiu ao deparar-se com uma frase que começava com a palavra “distribuição”: — Não sei ler.

O município de José da Penha, a 50 quilômetros de Viçosa, tirou a segunda pior nota do país em matemática, entre os alunos da 4º série. O teste mostrou que 40% dos estudantes tinham dificuldade até para contar, quanto mais para fazer cálculos.

A estudante Maria Kaliane Martins da Silva, de 11 anos, sofreu para resolver as questões de subtração, multiplicação e divisão na Prova Brasil 2007. Uma simples conta de três vezes três, por exemplo, já confunde a menina. O mesmo vale para a colega Maria Vanicleide Bezerra, de 11 anos, que foi reprovada duas vezes, uma na segunda e outra na terceira série: — Não passei por causa da matemática — diz Maria Vanicleide.

TV de 29’’ e alunos com sede
José da Penha e Viçosa têm altas taxas de repetência, alunos com idade acima do previsto, e pouca perspectiva de emprego fora da roça ou das respectivas prefeituras.

Em José da Penha, a escola não tem supervisores pedagógicos para orientar o ensino.

Tudo recai sobre os professores e a equipe da secretária de Educação, Maria do Socorro Rocha. Há 24 anos no cargo, ela parece pouco familiarizada com a burocracia do MEC. Os resultados da Prova Brasil estão na internet desde 2006, mas a secretária só soube a nota do município na quartafeira, durante entrevista ao GLOBO. Para ela, o fraco desempenho é culpa das famílias, que não acompanham o dia-a-dia dos filhos, e da falta de empenho dos professores.

— Só a escola não forma um aluno.

Já a diretora da Escola 4 de Outubro, Ana Maria de Castro Fernandes, desconhecia a nota e até mesmo se o desempenho tinha sido bom ou não. No caso da Escola 4 de Outubro, o resultado deixou José da Penha no penúltimo lugar do ranking nacional em matemática.

Segundo Ana Maria, a compra mais urgente no momento é uma caixa d’água para suprir os bebedouros. Quando falta água, as crianças ficam com sede.

O telefone da escola é um orelhão na calçada. Os recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola, porém, foram usados para comprar uma TV de 29 polegadas e uma antena parabólica.

A diretora não sabe onde vai instalar a TV, já que todas as salas são ocupadas pelas turmas e a escola já conta com um aparelho de TV móvel, de 20 polegadas.

Na biblioteca, cujo acervo é de 2 mil títulos, outros mil livros didáticos e de literatura permanecem empacotados. A funcionária responsável diz que o MEC enviou exemplares em excesso.

Em Viçosa e José da Penha, os alunos fizeram uma espécie de cursinho preparatório para a Prova Brasil 2007. Em José da Penha, a professora Erisneide Alves de Oliveira tomou a iniciativa de buscar na internet os principais temas do exame e os distribuiu aos estudantes.

Em Viçosa, a diretora e exsecretária da Educação Crismar Cardoso de Freitas aposta que as notas em 2007 serão mais altas, pelo menos no que depender dos alunos da manhã.

Ela diz que, em 2005, foi pega de surpresa. Desde 2006, são dadas aulas de reforço na biblioteca, no mesmo turno da grade normal. Ou seja, quem faz reforço perde aula.

— Se não for assim, os alunos não vêm — afirma Crismar.

Para MEC, é difícil lidar com diferença

A secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar, diz que os professores brasileiros não estão preparados para lidar com estudantes de baixa renda, que vêm de lares com pouca escolaridade, têm idade acima do previsto e repetem de ano com freqüência. Segundo ela, é fácil ensinar a quem não tem problemas em casa e na família.

— Os professores não sabem o que os espera. A democratização do acesso à escola deu lugar a uma heterogeneidade tremenda.

A escola tem muita dificuldade de lidar com a diferença — diz ela, defendendo que a formação do docente seja uma prioridade nacional.

A secretária rechaça as críticas ao Bolsa Família por manter na escola alunos que não se dedicam aos estudos e só vão para não perder o benefício: — O Bolsa Família é para isso. Se os alunos estão ficando na escola, já atingimos o objetivo.

Maria do Pilar afirma que o plano de educação surtirá efeito num futuro próximo. Segundo ela, foram elaborados projetos para 600 prefeituras. Até o fim do ano, o número será de mil. Ela diz que ficou decepcionada ao saber que a secretária de Educação de José da Penha (RN) desconhecia os resultados da Prova Brasil: — Fico decepcionada ao ver que uma secretária não acompanha o movimento do país.

Como está a educação básica no Brasil

A Prova Brasil está sendo aplicada pela segunda vez em 2007. Até 20 de novembro, mais de 5 milhões de alunos da 4ª e 8ª série do ensino fundamental (5º e 9º anos, nas redes em que o ensino fundamental dura 9 anos) deverão fazer o teste de português, com ênfase nas habilidades de leitura, e matemática. Participam apenas escolas públicas urbanas.

O exame será aplicado em 5.499 municípios. Os resultados devem sair até junho de 2008 Em 2005, a Prova Brasil foi aplicada pela primeira vez, a 3.395.547 alunos de escolas públicas urbanas, sendo 1.974.906 da 4.ª série do ensino fundamental e 1.420.641 da 8.ª série. Participaram 41 mil escolas, com pelo menos 30 alunos na série avaliada.

Em 2007, o número mínimo de estudantes caiu para 20 por série, com o objetivo de aumentar a quantidade de escolas avaliadas

O QUE OS ALUNOS NÃO SABEM, APÓS CURSAR QUATRO SÉRIES

PORTUGUÊS
Notas abaixo de 2,73
• Analfabetos. Não entendem pequenos contos infantis, histórias em quadrinhos para crianças ou mesmo um simples convite

Notas abaixo de 3,67
• Não entendem anúncios classificados nem identificam sequer o tema central de um texto mais longo

Notas abaixo de 4,58
• Não entendem reportagens de jornal nem o sentido produzido pelo uso da pontuação

MATEMÁTICA

Notas abaixo de 2,49
• Não sabem contar

As formas de avaliação

A Prova Brasil é um dos dois indicadores que dão origem ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal novidade do Plano de Desenvolvimento da Educação lançado em abril passado pelo presidente Lula. O outro é a aprovação escolar. O Ideb serve para o governo decidir para que municípios e escolas fará repasses adicionais e dará apoio técnico.

E permite fixar metas de qualidade. Até 2021, o Ministério da Educação espera que o Brasil atinja o mesmo nível de conhecimento que estudantes de países desenvolvidos já tinham em 2003 — defasagem de 18 anos que ilustra bem o atraso brasileiro.

Enquanto a Prova Brasil avalia conhecimentos de português e matemática, o índice de aprovação indica se o ensino está beneficiando a maior parte dos estudantes ou só uma minoria.

O Ideb é o resultado da combinação de ambos: a nota média da Prova Brasil multiplicada pela taxa de aprovação.

Em 2005, o Ideb do Brasil na 4asérie do ensino fundamental (5 oano, onde o ciclo tem nove séries) era 3,8. Na rede pública, que concentra 89% das matrículas, foi 3,6. O Ministério da Educação fixou metas a cada dois anos, coincidindo com a aplicação da Prova Brasil.

Se tudo der certo, o Ideb nacional em 2021, na 4asérie, será 6.

Notas abaixo de 3,44
• Não sabem somar nem subtrair

Notas abaixo de 4,39
• Não sabem ler as horas em relógios digitais nem fazer contas de subtração com números de três algarismos, como 150 menos 125

Notas abaixo de 5,34
• Não sabem ler as horas em relógios de ponteiros nem fazer contas de multiplicação com dois algarismos, como 12 vezes 12, ou mesmo divisões simples, tipo 49 dividido por 7

RAIO X DO ENSINO FUNDAMENTAL PÚBLICO NO BRASIL (EM 2005)

14,1% dos alunos são reprovados
8,2% dos alunos abandonam a escola
32,7% dos alunos têm dois anos ou mais de idade acima do previsto para a série
36% dos professores não têm curso superior
Em média, os alunos têm 4,4 horas de aula por dia

Infra-estrutura (em 2006)

Do total de 149.513 escolas de ensino fundamental…

…apenas

6% têm laboratório de ciências
14% têm laboratório de informática
22% têm biblioteca
24% têm quadra de esportes

E outras

15% NÃO têm energia elétrica
9% NÃO têm esgoto
7% NÃO têm banheiro
3% NÃO têm água

Matrículas no Brasil (em 2006)
Ensino fundamental

Rede pública: 29.814.686 (89,5%)
Rede privada: 3.467.977 (10,5%)
TOTAL: 33.282.663

Descentralização regional da pesquisa alcança resultados positivos

Portal CNPq, 12/11/07

A desigualdade entre as regiões brasileiras no âmbito da ciência é uma das preocupações do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT). Por motivos que envolvem a própria história do país, as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste sofrem uma defasagem em termos de número de pesquisadores, resultados e no desenvolvimento da pós-graduação das universidades locais em relação às demais do país.

Estas regiões possuem entre 20 e 60 doutores por 100 mil habitantes (exceto Belém e algumas capitais nordestinas), enquanto o Sul e o Sudeste têm pólos onde esta proporção é superior a 300 doutores por 100 mil habitantes, de acordo com dados da Plataforma Lattes do CNPq.

Uma das ações mais importantes do CNPq, visando à diminuição das diferenças regionais, tem sido o Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (DCR), criado na década de 80 para atrair e fixar doutores nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O CNPq tem investido, por ano, cerca de R$ 20 milhões na concessão de mais de 600 bolsas de pesquisa a doutores residentes em outras regiões para desenvolverem pesquisas nas instituições dos locais beneficiados pelo programa.

Interiorização

A partir de 2003, o Programa DCR tomou uma maior proporção com a parceria com os estados, por meio das Fundações de Amparo à Pesquisa. Cada estado recebe uma quota de bolsas e indica os beneficiários por processo seletivo local. Essa parceria promoveu um incremento nos recursos destinados ao Programa, já que o convênio exige uma contrapartida financeira das entidades estaduais.

O Programa, originalmente restrito às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, não permitia a concessão da bolsa para quem era formado ou radicado no próprio estado. Hoje, a vertente “interiorização” concede bolsa para o doutor formado na região metropolitana do estado que queira migrar para microrregiões carentes, beneficiando estados desenvolvidos, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Além disso, foi introduzida a vertente “empresarial”, que prevê a concessão da bolsa para inserir doutores nas empresas com participação progressiva destas no custeio das mensalidades.

Histórias de sucesso

Ao longo desses anos, o programa vem acumulando histórias bem-sucedidas de ex-bolsistas que se fixaram em alguma instituição de pesquisa da região ou que, por meio do apoio do CNPq, puderam voltar à região natal, de onde saíram para aprimorar a carreira científica.

É o caso do Professor Sidney Gonçalo Lima. Pernambucano, voltou ao Nordeste depois de concluir o Doutorado em Química na Universidade de Campinas (Unicamp). Como bolsista do DCR, Sidney Lima desenvolveu, na Universidade Estadual do Piauí (UESPI), pesquisas sobre o petróleo, sua composição química e exploração. “Por causa da infra-estrutura para desenvolvimento de algumas etapas do Projeto, na UESPI, dediquei-me também à pesquisa com outros projetos voltados para bioenergia, síntese de etanol a partir do mesocarpo do coco de babaçu, e plantas medicinais, fitoquímica”, explicou o pesquisador.

Segundo ele, o DCR contribuiu de forma decisiva na sua formação profissional, além de permitir que esteja mais próximo de sua família. Hoje, é professor adjunto da Universidade Federal do Piauí, onde graduou-se em 1997. “Penso em dar minha contribuição para o desenvolvimento da pesquisa nesse estado e o DCR foi um passo para a realização desse sonho”, conclui.

De São Paulo para o Amazonas

A trajetória de Adriana Malheiro também reflete os benefícios que o Programa pode proporcionar à região e ao bolsista. Após a conclusão do Doutorado em Imunologia na Universidade de São Paulo (USP), a pesquisadora teve a oportunidade, por meio da bolsa DCR, de mudar-se para Manaus para desenvolver a pesquisa “ Caracterização dos genótipos do vírus da hepatite C, associada à carga viral e resposta imune em doadores de sangue do Estado do Amazonas”, pela Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam).

“Eu não conhecia muito bem o Amazonas, mas havia terminado o meu doutorado na USP de Ribeirão Preto em 2003 e estava pensando em fazer alguma coisa que fosse diretamente voltada para a sociedade, uma pesquisa que pudesse ser aplicada e não mais continuar apenas na área básica”, relembra Adriana, que define a importância da bolsa como “um salto de 10 anos” em sua carreira. “O mais importante foi termos conseguimos criar e manter uma equipe de pesquisa dedicada e ética, com muitas parcerias e, o mais importante, ainda formando novos mestres e doutores”, continua.

Adriana Malheiro, que no final do ano passado foi aprovada no concurso de professor da Universidade Federal do Amazonas, ressalta ainda a importância do apoio à sua pesquisa para o desenvolvimento científico local. Segundo ela, a partir de sua pesquisa, foram aprovados cerca de nove projetos em editais lançados pelo CNPq, Finep, Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM) e Ministério da Saúde, proporcionando um grande avanço à Fundação. “O DCR foi uma grande conquista na minha vida profissional, e a colaboração do Hemoam foi fundamental para que eu pudesse crescer e hoje ser reconhecida no Estado”, conclui.

Física no Ceará

Física formada pela Universidade Federal de Santa Maria (RS) e com Mestrado e Doutorado concluídos recentemente pela USP, a pesquisadora Ivana Zanella está em Fortaleza desde 2006 como bolsista DCR, atraída pela infra-estrutura da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pelo fato de poder interagir com experimentais (físicos) da área. “O interesse surgiu porque tive colegas de pós-graduação que vieram antes para UFC e desenvolveram excelentes trabalhos”, aponta.

As pesquisas desenvolvidas por Ivana Zanella envolvem, por meio de simulações baseadas na teoria do funcional da densidade, a funcionalização de nanoestruturas de carbono para uso como sensores e removedores de gases, moléculas tóxicas, dispositivos eletrônicos e fármacos.

Para a pesquisadora, a bolsa DCR é uma ótima oportunidade para o recém-doutor. “Ao final do doutorado encontra-se um dilema: o que fazer agora? Para onde vou? A bolsa DCR fornece uma saída para esse dilema, a possibilidade de melhorar o currículo e de se ter novas experiências, sejam elas como pesquisador ou como professor”, explica Ivana, que ainda aponta a importância da bolsa como um passo importante para a conquista de uma posição em uma universidade. A expectativa de Ivana Zanella, agora, é permanecer como bolsista DCR no Ceará por mais um tempo.

Santa Catarina para o Acre

Já o professor Moacir Haverroth, com mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (1997) e doutorado em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (2004), se fixou no Norte do país, após dois anos como bolsista DCR na Universidade Federal do Acre, entre 2005 e 2007. Hoje é pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Unidade do Acre, na área de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e ornamentais.

Como mais um resultado da bolsa DCR, o pesquisador acaba de lançar o livro Etnobotânica, uso e classificação dos vegetais pelos Kaingang: Terra Indígena Xapecó.

Assessoria de Comunicação do CNPq

Vice-reitor Ricardo Reis realiza visita técnica à Wageningen-Holanda

O vice-reitor da Universidade Federal de Lavras (Ufla) realizou visita técnica à Universidade de Wageningen, Holanda, no período de 23 de setembro a 2 de outubro de 2007.

A visita teve o objetivo de apresentar as propostas de pesquisa de interesse do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGAD) do Departamento de Administração e Economia da Ufla aos professores e pesquisadores do Departamento de Ciências Sociais e Negócios da Universidade de Wageningen.

O professor Ricardo Reis foi recebido pelo S. W. F. Omta (chefe do departamento) e Justus Wesseler, com apresentação dos projetos de interesse do PPGAD-Ufla. O professor Wesseler será o conselheiro da doutoranda Sabrina Soares da Silva, no programa sanduíche, aluna de doutorado em administração, orientada do professor Ricardo Reis, e que será a primeira pesquisadora a participar do programa pelo PPGAD-Ufla. A Holanda está bastante avançada na linha de pesquisa em Economia de Recursos Naturais, que fundamenta o projeto da doutoranda Sabrina Silva intitulado ‘Valor econômico da água: um modelo de desenvolvimento dos recursos hídricos’.

No convênio também está o Pensa/USP (Programa de Estudos e Negócios do Sistema Agroindustrial da USP) em parceria com o PPGAD/DAE/Ufla.

O programa Capes-Wageningen, fundamentado no acordo assinado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, Brasil e a Universidade de Wageningen, Holanda, se caracteriza pelo apoio à formação de recursos humanos de alto nível, com foco nas áreas de Ciências Agrárias, Botânica, Zoologia, Ciências Ambientais, Biotecnologia e Ciências Econômicas e Sociais. O objetivo é o de apoiar projetos conjuntos de pesquisa, de até quatro anos, para a promoção do intercâmbio de docentes, pesquisadores e doutorandos.

O programa prevê bolsas para programa sanduíche e estágio pós-doutoral, a princípio para dois anos, com a possibilidade de prorrogação por mais dois anos, prevendo uma missão a cada ano entre os conveniados.

No PPGAD/Ufla, este convênio é coordenado pela professora Cristina L. L. Calegário do Departamento de Administração e Economia.

Professor Eduardo Ribeiro é nomeado Conselheiro Estadual

O professor Áureo Eduardo Magalhães Ribeiro, do Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (Ufla), foi nomeado pelo governador Aécio Neves como representante da Agricultura Familiar no Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia – CONECIT – a mais alta câmara de pesquisa no estado.

O documento foi assinado em Belo Horizonte, no dia 13 de novembro, pelo Secretário-Adjunto de Estado da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Edvaldo Ferreira Vilela.
Segundo o professor Eduardo Ribeiro, ele foi indicado pela representação sindical dos trabalhadores rurais e agricultores familiares de Minas Gerais, liderada pela Fetaemg, que congrega todos os sindicatos de trabalhadores de Minas Gerais.

Há anos o professor atua, junto com outros professores e estudantes da Ufla organizados no Núcleo de Pesquisa e Apoio à Agricultura Familiar, de atividades de pesquisa e extensão nas áreas rurais de Minas Gerais, principalmente no vale do Jequitinhonha e no Norte de Minas. Essas atividades sempre são executadas em parceria com sindicatos, associações e ONGs ligadas à agricultura familiar.

Para o professor, ‘Essa indicação é uma prova de confiança da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado de Minas Gerais (Fetaemg) no nosso trabalho. Acredito que há um grande campo de possibilidades de atuação conjunta entre a universidade e as organizações de ação local. A experiência nos últimos dez anos tem mostrado que para nós, da universidade, o proveito é imenso. A combinação de pesquisa com extensão universitária ajusta a pesquisa às demandas dos beneficiários e facilita muito promover a extensão. Felizmente, nos últimos anos, as agências de fomento à pesquisa têm dedicado um grande esforço para valorizar esta união entre investigação e propagação de resultados. Aqui na Ufla, também, essa é uma preocupação constante, e o apoio interno que o nosso Núcleo de pesquisa recebe tem sido fundamental para a consolidação de nossas linhas de trabalho’.

Ufla obtém aprovação de projetos em Edital Universal

Foram aprovados 81 projetos, totalizando R$ 2.104.294,00, representando um aumento de 30% em relação ao Edital anterior.

Um novo recorde em números é o que marca o resultado do Edital Universal 2007 da Fapemig, que acaba de ser publicado na página da Fundação. Das 1497 propostas analisadas, 842 serão contratadas. Esse número é próximo da quantidade total de projetos submetidos no ano de 2003, o que demonstra a evolução da Fapemig no apoio à ciência e tecnologia.

Serão repassados, ao todo, R$22 milhões para as propostas aprovadas. O valor total investido no Edital deste ano também é recorde na história da Fapemig e representa mais do dobro do valor de 2003. Lançado anualmente, o Edital Universal se caracteriza por dar ao pesquisador a liberdade de propor seu tema, motivando-o a permanecer no Estado e, ao mesmo tempo, criando condições para o aparelhamento de laboratórios de pesquisa. Todos os projetos serão contratados ainda este ano por meio do Termo de Outorga Eletrônico.

Da Universidade Federal de Lavras (Ufla) foram aprovados 81 projetos, totalizando R$ 2.104.294,00, representando um aumento de 30% em relação ao Edital anterior.

Para o diretor científico da Fundação, Mario Neto Borges, este resultado tem um significado especial na história da Fapemig: ‘O resultado da avaliação deste edital mostra que a instituição atingiu o ponto de equilíbrio no financiamento de projetos nesta modalidade, já que mais de 50% da demanda qualificada foi contemplada’. Além disso, como ressalta o diretor, este é o terceiro ano de regularidade da demanda Universal. Isso significa que, graças ao repasse integral do orçamento, a Fapemig foi capaz de lançar o edital, avaliar as propostas e contratar todos os projetos recomendados no mesmo ano.

‘Ao atingir a sua maioridade e conquistar o orçamento constitucional, a Fapemig cumpre sua missão com competência e agilidade, atendendo às expectativas da comunidade científica mineira’ reforça o presidente da instituição, José Geraldo de Freitas Drumond.

Resultados

As Câmaras de Assessoramento são responsáveis pela análise, julgamento e recomendação dos projetos enviados à Fapemig dentro do Edital Universal. As propostas são classificadas e as de maior nota, contratadas dentro do limite de recursos disponíveis. Em 2005, foram contratados 452 projetos de pesquisa, ou 35% do total apresentado, que foi de 1254 propostas. Em 2006, o edital recebeu 1.367 projetos, dos quais foram contratados 577, representando 42% do total.

A Fapemig possui oito Câmaras de Assessoramento, divididas de acordo com as áreas do conhecimento: Agricultura; Medicina Veterinária e Zootecnia; Ciências Biológicas e Biotecnologia; Ciências da Saúde; Ciências Exatas e dos Materiais; Recursos Naturais, Ciências e Tecnologias Ambientais; Ciências Sociais, Humanas, Letras e Artes; e Arquitetura e Engenharias.

Elas são compostas por, aproximadamente, 100 doutores, especialistas nas modalidades dos projetos submetidos. Quando a Câmara não tem membro com a especialidade do projeto, entram em cena os consultores ad-hoc de Minas Gerais ou de outros estados. O diretor científico destaca não só o importante trabalho realizado por esses profissionais, mas, de maneira especial neste ano, o compromisso de completar o julgamento de todos os projetos em tempo hábil.

No Edital de 2007, a Câmara que teve o maior número de projetos aprovados foi a de Ciências Sociais, Humanas, Letras e Artes, com 167 propostas. No que se refere aos valores, porém, o destaque foi a Câmara de Agricultura: as propostas aprovadas somam R$3,4 milhões.

O resultado do Edital Universal da Fapemig está disponível para consulta clicando AQUI

Sobre os projetos da Ufla aprovados no Edital, veja aqui.

´Se você não for à escola, vamos passar fome´

O Globo, 18/11/07

Demétrio Weber

Estudantes freqüentam aulas só para ganhar presença e evitar que famílias percam benefício do Bolsa Família

Ao exigir a freqüência escolar, o programa Bolsa Família deu origem a um novo tipo de aluno na rede pública: o jovem que vai escola só para ganhar presença e evitar que o benefício seja bloqueado.

É o que ocorre nas escolas públicas de Viçosa e José da Penha, no Rio Grande do Norte, onde a família da maioria do alunos é contemplada. Diretoras e professoras dizem que o abandono escolar caiu, mas se queixam da dificuldade de ensinar um público que não parece muito interessado em aprender.

Em Viçosa, o estudante Antonio Samuel Pedro da Silva, de 15 anos, era um eterno ausente na Escola Francisco Gomes Pinto, mas voltou a freqüentá-la no segundo semestre, depois que o governo suspendeu o pagamento de R$ 94 mensais do Bolsa Família para sua mãe, Joana Darc da Silva, de 42 anos.

Desde o fim do ano passado, Joana recebeu três cartas do Ministério do Desenvolvimento Social.

A primeira alertava para o excesso de faltas do filho — o programa exige freqüência mínima de 85%. Depois, o repasse foi bloqueado e, por último, suspenso.

Desempregada, ela deu uma bronca em Samuel: — Fui na maior ignorância.

Falei: “Se você não for à escola, nós vamos passar fome”. O que tem dentro de casa é o Bolsa Família. Preciso dar de comer a meus filhos — diz ela, viúva que se casou de novo.

Em meio à pobreza, merenda também atrai
Samuel não presta atenção nas aulas e sua reprovação é dada como certa. Ele está matriculado no 5º ano do ensino fundamental, o equivalente à 4º série, pois a escola adota o ciclo de nove anos. O rapaz não parece preocupado, pois, apesar da pressão da mãe, já decidiu parar no ano que vem.

A supervisora pedagógica Claudia Cavalcante critica o Bolsa Família. Ela argumenta que a contrapartida deveria ser o sucesso escolar e não somente a presença.

— É ruim. A criança vem por causa do dinheiro e não com o objetivo de aprender, crescer e ser um cidadão — diz Claudia.

A diretora Crismar Cardoso de Freitas concorda com a supervisora, mas acha que a simples presença já é um avanço.

— Há alunos que só vêm para criar problema. Mas, enquanto estão na escola, não estão fazendo coisa errada.

Ela conta que outro atrativo é a merenda.

— Costumo brincar: se estudassem metade do que comem, saberiam muito.

O aluno Rubens Namon da Silva Souza, de 14 anos, é outro que voltou a estudar para que a família não perdesse o Bolsa Família.

Namon pensa em trabalhar no ano que vem. Uma das opções é colher castanhas por R$ 9 o saco de 60 quilos — o que requer dois dias de trabalho.

Sua irmã, Roseane, de 20 anos, concluiu o ensino médio, mas engravidou e desistiu de procurar emprego. Recentemente, ela passou a receber o Bolsa Família.

Quando a filha crescer, pensa em ser professora.

Em José da Penha, onde o telefone da escola é um orelhão e os alunos fazem fila para repetir a merenda, a cena se repete. Os colegas Henrique de Fontes, de 14 anos, e Francinaldo Pereira da Silva, de 15, ambos no 5oano, viviam matando aula.

— Depois que recebi a carta, nunca mais faltei — diz Francinaldo, filho de um agricultor e uma dona de casa.

A professora Erisneide Alves de Oliveira está cansada do desinteresse dos alunos: — Nem se você se vestir de palhaço chama a atenção.

MEC diz que cidades inflaram número de estudantes

Folha de São Paulo, 14/11/07

Angela Pinho

Dados preliminares indicam pelo menos 1,2 milhão de registros inexistentes; governo trata caso como erro, e não como fraude

Número de estudantes matriculados na rede pública determina o volume de recursos do Fundef repassados aos municípios

O Ministério da Educação estima que os dados de matrículas registradas na rede pública de ensino fornecidos por Estados e municípios estavam inflados em cerca de 1,2 milhão no ano passado. Com isso, algumas cidades ganharam mais recursos do Fundef (fundo para o ensino fundamental).

O ministro Fernando Haddad afirmou, no entanto, que trata esse possível ‘inchaço’ como ‘erro’, não como fraude.

Dados preliminares do censo da educação básica de 2007, que serão publicados hoje no ‘Diário Oficial’ da União, indicam uma queda de 2,9 milhões no número de matrículas na educação básica em relação a 2006 – eram 49 milhões de matrículas. Desses, 1,2 milhão são estimados como resultado do ‘inchaço’.

A educação básica vai da creche ao ensino médio, além de cursos profissionalizantes.
Só o ensino fundamental, financiado pelo Fundef, apontou queda de 1,3 milhão de alunos, segundo os dados iniciais.

Haddad e Reynaldo Fernandes, presidente do Inep (instituto de pesquisa ligado ao MEC), atribuíram parte desses números ao fato de os dados do censo deste ano ainda estarem incompletos, já que o sistema de coleta de dados foi modificado. Antes, as secretarias municipais e estaduais de educação informavam apenas o número total de estudantes.

Agora, eles têm de informar não só o total de estudantes, mas também seu nome, número de identificação, nome do pai e da mãe e endereço.

O ministro estima que, quando os dados completos chegarem, em 30 dias, a redução no número de matrículas cairá para 2 milhões. Desse valor, o ministro diz acreditar que cerca de 800 mil podem ser atribuídos a mudanças demográficas e de fluxo escolar -que leva em conta a redução da repetência.

O 1,2 milhão restante de matrículas a menos seria resultado do fato de os dados antes fornecidos por Estados e municípios estarem inflados -fenômeno que Haddad chamou de ‘ajuste de informação’.

Ajuste

Um dos objetivos do novo censo, segundo o ministro e o presidente do Inep, era fazer um ‘ajuste’ em relação à Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), do IBGE, que indicava 5% a menos de alunos. ‘Havia uma suposição de que os dados [do censo escolar] podiam estar inflados’, afirmou.

Ele lembrou que, se for confirmado o erro, os principais prejudicados terão sido os municípios que informaram os dados corretamente, uma vez que o Fundef é dividido com base no número de alunos.

Auditorias da CGU (Controladoria Geral da União) já haviam detectado que o número de matrículas informado pelos municípios não correspondia ao de alunos. Alguns municípios também chegavam a informar número de alunos praticamente igual ao de habitantes.

O Fundef, substituído neste ano pelo Fundeb (que abarca toda a educação básica), era composto por 15% do total de alguns impostos e transferências a Estados e a municípios. A União entrava com o restante. O fundo teve cerca de R$ 35 bilhões em 2007.

‘Por causa do Fundef, havia um interesse em mostrar que havia mais alunos’, afirmou o pesquisador Simon Schwartzman, ressaltando que os dados ainda são preliminares.
O presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, chamou de ‘precipitada e temerária’ a suspeita de inflação dos dados.

Ufla “Quem somos nós”

Com o objetivo de repassar informações referentes ao crescimento e desenvolvimento da Universidade Federal de Lavras (Ufla) ao longo desses 100 anos, assim como a expansão da universidade, em âmbito nacional e internacional por meio do Ensino, da Pesquisa e da Extensão, foi realizado primeiro momento do evento “Ufla: Quem somos nós”, que aconteceu no Anfiteatro do Departamento de Agricultura, dia 13 de novembro.

A primeiro momento, foi realizado no Ginásio Poliesportivo e contou com a presença de estudantes de graduação e de pós-graduação com vínculo em programas institucionais, PET, PIBIC, Bolsistas Institucionais (Monitoria, Rede, Extensão, Atividade, Preuni), Grupos e Núcleos de Estudos, Centros Acadêmicos, APG e Empresas Júniores.

Além de informações históricas sobre a Escola Agrícola de Lavras, Escola Superior de Agricultura de Lavras e Universidade Federal de Lavras, foi apresentado o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), o Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e informações sobre o crescimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão.

O terceiro momento abordará o tema “Históricos e perspectivas de extensão na Ufla”, agendado para o dia 28 de novembro, às 18 horas, no Salão de Convenções.

Menos estudantes matriculados

Correio Braziliense, 14/11/07

Hércules Barros

Dados do Educacenso revelam redução expressiva de 2,8 milhões de alunos no ensino público. Gestores têm 30 dias para ajustar dados enviados ao governo federal

No primeiro ano de vigência do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), o número de matrículas na rede pública de ensino no Brasil caiu vertiginosamente. Na comparação de 2006, houve queda em todos os níveis de ensino. Os índices mais expressivos foram nos cursos de educação de jovens e adultos e de educação profissional. A diminuição de inscritos superou os 10% em cada modalidade. De acordo com o levantamento da educação básica no país, em um ano, as redes municipais, estaduais e federal perderam ao todo 2,8 milhões de matriculados.

O número faz parte das estatísticas preliminares do Educacenso, publicado hoje no Diário Oficial da União pelo Ministério da Educação. Embora o MEC pondere que os gestores têm 30 dias para ajustar os dados, o ministro Fernando Haddad espera uma correção de apenas 800 mil matrículas. A diferença de 2 milhões que persiste pode representar uma “inflação” de dados informados pelas escolas. As matrículas a menos podem esconder um esquema de fraude. O objetivo de prefeituras e governos estaduais, nesses casos, é garantir maior repasse de recursos para o ensino. “O MEC tem que fazer o censo e os órgãos de controle devem ser informados para averiguar caso a caso”, disse Haddad.

Os dados preliminares do censo mostram que de 48,5 milhões de matrículas, em 2006, o número de alunos na rede pública de ensino caiu para 45,7 milhões este ano. O único nível escolar que apresentou ganho foi no de creche. O número de crianças matriculadas passou de 917,4 mil no ano passado para pouco mais de um milhão, em 2007, representando uma variação positiva de 13,7%. A tendência nacional se acentua no Distrito Federal no mesmo período. Aqui, o ensino de jovens e adultos registra baixa de 16,7% e o profissional 40,7%. O ensino médio no DF também registrou percentual negativo de 11,1%.

Pente fino

Todas as contas ligadas à educação — desde merenda até os recursos do Fundeb — são calculadas a partir do índice per capita de alunos em cada sistema. Ou seja, o censo é a base para a distribuição de recursos da educação para o ano seguinte. Com o pente fino, o MEC espera corrigir distorções. “O censo deixou de ser feito por escola e passou a ser feito por aluno e por meio da informática”, disse o ministro. Além de proporcionar menos desperdício, o gerenciamento vai permitir que municípios que ficavam prejudicados no repasse se beneficiem com a melhor distribuição dos recursos. “Amplia o ganho por aluno”, esclareceu Haddad.

Com metodologia mais apurada, a escola tem de informar ao Educacenso dados como o nome do aluno, pais e dados de identificação, o que deve dificultar fraude. A coleta eletrônica de dados é considerada um sucesso pelo MEC. Apesar das diferenças regionais de acesso à internet, apenas 38 dos 5.564 municípios brasileiros informaram menos de 60% de dados. “Teve escola que passou os dados de lans houses”, disse Haddad. O ajuste no número de matrículas vem sendo feito pelo MEC desde 2005. Antes, as escolas usavam formulários para informar o número de alunos.

“Os dados do ensino infantil, médio e de adultos são preocupantes porque mostram uma evasão”, avalia o deputado Paulo Renato (PSDB-SP), ex-ministro da Educação no governo Fernando Henrique. O parlamentar considera que os percentuais negativos de matrículas no ensino fundamental se traduzem em menos matrículas no ensino médio. Quando o MEC divulgou a criação do cadastro do ensino básico, em 2005, ele lembra que o governo comparou os dados do censo escolar com os do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informado pelas famílias. “Dados do IBGE mostram que a proporção de jovens de 15 a 17 anos fora da escola em 1995 era de 33%. Em 2002 foi de 17% e em 2005 e 2006 era de 18%”, afirma.

Ufla abre inscrições para Especialização em Residência Médico-Veterinária

A Universidade Federal de Lavras (Ufla), através da Pró-Reitoria de Pós-Graduação abriu inscrições para o processo de seleção do Programa de Especialização em Residência Médico-Veterinária (PERMV) do Departamento de Medicina Veterinária (DMV), para preenchimento de 4 vagas na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, 4 na área de Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais e 2 na área de Diagnóstico por Imagem em Pequenos Animais.

As inscrições poderão ser efetivadas no período de 14 de novembro a 14 de dezembro de 2007.

O exame de seleção será realizado nos dias 18 e 19 de dezembro de 2007 no Departamento de Medicina Veterinária, a partir das 8 horas.

O Programa de Especialização em Residência Médico-Veterinária é uma modalidade de Curso de Pós-Graduação Lato sensu Presencial, com duração de 12 meses, no mínimo, podendo se estender até 24 meses.

O início das atividades estão previstas para o dia 3 de janeiro de 2008 às 7 horas no Hospital Veterinário do Departamento de Medicina Veterinária.

A ficha de inscrição, edital, folder e cartaz do PERMV encontram-se disponíveis na Secretaria de Lato sensu do DZO/Ufla – www.prpg.ufla.br e www.openufla.com.br e no Portal do PERMV – www.posgraduacao.ufla.br/rmv

Mais informações: (35) 3829- 1851 com Lucimara. E-mail: sls02@ufla.br