A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) promoveu no último dia 9 de julho, em Brasília, o Seminário Andifes sobre Gestão Orçamentária e Financeira das Universidades Federais. O encontro reuniu especialistas sobre o tema que apresentaram uma visão geral a respeito do orçamento público e particularidades na construção e execução do orçamento das instituições. Experiências de boas práticas também foram compartilhadas entre as universidades.
O assessor para Relações Interinstitucionais, professor Antônio Nazareno Guimarães Mendes, participou do seminário representando a Universidade Federal de Lavras (UFLA).
A abertura do evento contou com a participação do secretário executivo do Ministério da Educação (MEC), Luiz Cláudio Costa e do secretário executivo (Sesu/MEC), Jesualdo Pereira. Os dois destacaram a importância da iniciativa da Andifes em promover debate sobre orçamento no atual momento de ajuste financeiro. “Nossa capacidade de responder às dificuldades se mostra desta forma. Estamos todos do mesmo lado e por isso precisamos compartilhar experiências. A nossa parte (MEC) estamos realizando, que é fazer a disputa orçamentária pela educação”, disse o secretário Luiz Cláudio.
Para o presidente da Andifes, reitor Targino de Araújo, a Associação tem trabalhado para pensar em avanços para gestão das universidades, e segundo ele, o tema orçamento entra como prioridade. “O país vive um momento de ajuste fiscal e nossas instituições não estão imunes às adequações. Aqui estamos reunindo um público variado, não só ligado às pró-reitorias de planejamento, porque é preciso que esse conhecimento ganhe capilaridade para que todos compreendam melhor o funcionamento das nossas instituições”, disse o presidente da Andifes.
TEMAS
A primeira mesa de debate foi conduzida pelo vice-presidente da Andifes, reitor Zaki Akel Sobrinho, que apresentou uma visão geral do planejamento e orçamento das Universidades Federais. “Esse seminário foi desenhado visando a renovação de reitores e pró-reitores que ocorreu nos últimos tempos. Foi uma oportunidade de qualificar estes gestores com informações oportunas acessíveis. A partir de agora vamos aprofundar o tema com outros workshops que foquem na gestão”, afirmou o reitor Zaki.
O secretário executivo da Andifes, Gustavo Balduino, trouxe uma apresentação detalhada sobre leis orçamentárias, destacado a elaboração do orçamento, prazos, forma de alocação e processo político. Balduino ressaltou ainda a importância da profissionalização da gestão nas Universidades Federais. “Precisamos capacitar os acadêmicos para que este conhecimento leve a uma continuação aprimorada da gestão. Para isso, a formação técnica tem que ser valorizada, inclusive para os técnico-administrativos. Desta forma acredito que podemos melhorar a eficiência da administração”, disse o secretário da Andifes.
O coordenador do Fórum de Pró-reitores de Planejamento e Administração (Forplad), Tomás Dias Sant´Ana (UNIFAL-MG), iniciou o segundo momento de apresentação discorrendo mais especificamente sobre gestão orçamentária das universidades e suas principais matrizes. O pró-reitor apresentou aspectos técnicos, mas com uma visão didática da estrutura de planejamento, orçamento e finanças. “É preciso que a própria comunidade acadêmica entende de onde vem o dinheiro, destino e forma de aplicação. É isso que tenho levado para reuniões de outros fóruns de pró-reitores e que tem ajudado a compreender a atual situação orçamentárias das Universidades Federais”, explicou Tomás Sant´Ana.
Aspectos mais técnicos e com uma visão voltada para a área governamental foram expostos pela subsecretária Iara Ferreira Pinheiro, da Secretaria de Planejamento e Orçamento do MEC. O painel sobre boas práticas, com experiências sobre economicidade nas universidades teve as participações do gerente administrativo e financeiro da UFG, Bruno Antonio Bittencourt, que falou sobre inovação na gestão da terceirização e do diretor do Centro de Tecnologia da Informação da UFU, Pedro Frosi Rosa, que explicou a economia com gastos em telefonia com a utilização do VOLP.
O pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Rodrigo Fernando Bianchi, mapeou as medidas de economia em 2014/2015. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) estava representado por Lilian Lima dos Santos, assessora especial para modernização, que explicou o sistema de comprar de passagens aéreas.
AVALIAÇÕES
A reitora Maria Lúcia Cavalli, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), já com a experiência do seu segundo mandato, avaliou que o seminário proposto pela Andifes atingiu a eficiência ao dialogar de forma objetiva com um grupo de novos reitores e pró-reitores, e sugeriu desdobramentos. “Deste encontro poderia ser produzido um material didático destinado à educação a distância para todos corpo técnico das universidades, não só a equipe de orçamento, porque quando mais houver compreensão sobre orçamento mais compreensão política se consegue atingir”, disse Maria Lúcia.
Com uma visão mais recente sobre a gestão das Universidades Federais, a reitora Liane Calarge, há apenas um mês no cargo reitora da Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD), afirmou que participar do primeiro seminário promovido pela Andifes sobre orçamento foi uma importante forma de iniciar os trabalhos. “O aprendizado vem aos poucos, mas poder contas com estas explicações técnicas logo de início foi bastante proveitoso. Sem falar que também houve uma atualização da conjuntura política, o que ajuda muito a compreender o cenário que estamos inseridos”, disse que a reitora Liane Calarge.
Além dos reitores, o evento teve participações de pró-reitores ligados a outros fóruns e colégios que atuam junto à Andifes, como Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantil (Fonaprace) e o Fórum Nacional de Pró-reitores de Gestão de Pessoas (Forgepe). O presidente do Forgepe, Mauro Cortês (UFSCar), disse que a experiência foi bastante produtiva e deixou como sugestão para um próximo evento sobre o tema, o detalhamento de pontos mais críticos, gargalos, indicadores e mais experiências de sucesso para que o debate ganhe contornos mais práticos, principalmente para as pró-reitorias que não atuam diretamente com o tema, mas que desejam contribuir.
Fontes: Assessoria de Comunicação – Andifes