Oferta de milho, feijão, arroz e café levou à queda dos preços
Os resultados dos Índices de Preços Recebidos (IPR) e de Preços Pagos (IPP) no Sul de Minas Gerais, referentes ao mês de fevereiro, calculados pela UFLA, tiveram queda: de -5,56% e -0,64%. Isso significa dizer que a renda do produtor rural na região apresentou queda, nos dois primeiros meses de 2013, de -2,15%. O IPR é referente à venda dos produtos agrícolas e o IPP diz respeito ao custo dos insumos gastos pelos produtores rurais. O cálculo é realizado mensalmente pelo Departamento de Administração e Economia da UFLA (DAE).
O IPP apresentou redução de -0,64%. Os insumos agropecuários como ração, defensivos, vacinas e parasiticidas apresentaram queda de preços e contribuíram para a baixa desse índice.
De acordo com a pesquisa, a queda do IPR é reflexo principalmente da baixa de preços dos grupos pesquisados: café, grãos e leite. O café apresentou um acentuado declínio de preço, -10,45%, nesse mês. Para o professor Renato Fontes, coordenador do índice de preços, a queda nos preços do café é resultado do contínuo abastecimento dessa commodity no mercado, em período que historicamente se caracteriza como sendo de entressafra, ou seja, de uma menor oferta do produto. A entressafra ainda não ocorreu e o setor ainda se preocupa com a proximidade da entrada da nova safra cafeeira, o que deverá pressionar o preço para baixo ainda mais.
O grupo dos grãos (milho, feijão e arroz) teve uma queda média menos acentuada, de -6,80%. Na medida em que avança a colheita do arroz, o preço cai (-9,09%), devido à maior disponibilidade. O feijão enfrenta problema semelhante: a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, divulgou que a produção de feijão na safra 2012/2013 deve crescer 12,5%, aumentando a oferta do produto e puxando para baixo seus preços, que teve baixa de -9,28%. Já o milho, que está com estoques internos elevados e teve reduzidas suas exportações (devido a grandes safras nos EUA), abaixou o preço em -5,07%.
Os hortifrúti, no entanto, apresentaram elevação nos preços de 3,41%. O destaque dessa alta foi a laranja, que subiu seu valor em 61,97%. Esse acréscimo é comum no verão, época de chuvas e temperaturas mais elevadas. O fator climático afeta a produção de hortifrúti e, consequentemente, seus preços.
Confira o IPP e o IPR do mês anterior.