As americanas Anna Stehle, Carla Hinson e Lisa Heinleinm, que estavam na Universidade Federal de Lavras (UFLA) para apoiar as atividades do Inglês Sem Fronteiras (ISF) e contribuir com a formação dos estudantes do curso de Letras, preparam-se para deixar o Brasil. Anna e Carla chegaram a Lavras no final de fevereiro. Já Lisa esteve primeiro no Rio Grande Sul e veio para a UFLA em junho. Os dois workshops da última quinta-feira (6/11), realizados no Núcleo de Línguas (NucLi), conforme programação semanal, foram seus últimos trabalhos na Universidade.
A atuação das três americanas na UFLA fez parte do programa da Fulbright Brasil chamado English Teaching Assistants (ETA’s). O objetivo é contribuir na formação de estudantes que pleiteiam uma bolsa de estudos fora do país e daqueles que irão atuar como profissionais no ensino de Língua Inglesa na escola básica, dando-lhes a possibilidade de desenvolver as habilidades com o idioma. Com a implantação do ISF, houve aumento dessa demanda. Ao todo, foram 120 americanos encaminhados a universidades brasileiras pelo programa da Fulbright em 2014. Eles permaneceram por nove meses, cobrindo grande parte do calendário acadêmico do Brasil.
De acordo com a professora do Departamento de Ciências Humanas (DCH) Isabel Cristina Rodrigues Ferreira, que orientou o trabalho da ETA’s no curso de Letras, o desejo é que a experiência se repita no próximo ano letivo. “Esperamos que outros profissionais possam vir dos Estados Unidos para continuar os projetos iniciados pelas três, ou para propor novas atividades, se for o caso”, disse. No entanto, ela explica que a continuidade do programa depende da finalização das novas negociações.
“Nossa avaliação sobre a presença delas aqui foi muito positiva”, comenta a professora Isabel, “por isso, vamos nos empenhar para que tenhamos outros ETA’s em 2015”. Anna e Carla também consideram bons os resultados do trabalho. “Acho que eu aprendi mais do que os estudantes”, brincou Carla. Ela relata que, ao desenvolver as atividades do Book Club, ficou impressionada com o interesse dos alunos e seu alto nível de conhecimento da Língua.
O trabalho de Anna, Carla e Lisa na Universidade
Com uma rotina individual de tarefas na UFLA, as americanas dividiram seu tempo dedicando-se a workshops semanais com temas variados (realizados no NucLi), a workshops em que solucionavam dúvidas dos estudantes sobre o Toefl, à exibição de filmes e condução de debates sobre os temas (American Movie Club), à discussão de obras literárias (Book Club), à prática da escrita (Writting Club) e aos horários de atendimento aos estudantes no NucLi.
Além disso, elas contribuíram com o enriquecimento do Programa Institucional de Bolsas de Incentivo à Docência (Pibid – Inglês). Em setembro e outubro, foram às quatro escolas públicas de atuação da UFLA com o Pibid-Inglês e fizeram apresentações para os alunos. Elas falaram sobre a história dos Estados Unidos, suas regiões geográficas, a cultura, etc. Em seguida, promoveram brincadeiras nas turmas. Anna e Carla contam que os alunos, na faixa etária de 14 anos, fizeram muitas perguntas e se mostraram curiosos. “Acho que muitos deles nunca haviam conhecido um estrangeiro”, diz Carla. As instituições visitadas foram a Escola Estadual Dora Matarazzo, a Escola Municipal Padre Dehon, a Escola Municipal Álvaro Botelho e a escola da Comunidade do Funil.
O que elas levam na memória
Do convívio e do trabalho realizado na UFLA, as ETA’s levarão aos Estados Unidos boas recordações. Carla diz que gostou muito da cultura de Minas Gerais e da UFLA. Anna ressalta a boa vontade dos brasileiros e o interesse que tiveram em ajudá-las.
É unânime entre elas a ideia de que a estada no Brasil valeu a pena, tanto é assim que Anna faz planos de voltar à UFLA para fazer estágio, com o intuito de coletar dados para a sua dissertação de mestrado, cursado nos Estados Unidos. Quanto às expectativas que tinham antes da viagem, elas dizem que não sabiam muito bem o que esperar de Minas Gerais. “Eu tenho uma amiga de Ouro Preto que tentou me falar um pouco do Estado antes de eu vir. Ela tentou me explicar os traços “caipiras” do lugar, mas era difícil de entender”, conta Anna. “A experiência aqui foi muito melhor que qualquer expectativa”. Ela disse também ter se apaixonado pela melodia da Língua Portuguesa.
As três retornam ao país de origem com boa compreensão do Português e falando muito bem a Língua. De todo o saldo dos nove meses no Brasil, algo mais parece fazer a diferença: elas não se esqueceram de citar, em entrevista, as mensagens que receberam de alguns estudantes, agradecendo a elas pelo trabalho realizado; e aproveitaram também para agradecer. “Fica nosso agradecimento aos professores e a todos que nos acolheram tão bem”.