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Proximidade com florestas nativas pode favorecer a biodiversidade em áreas de plantio, diz pesquisa

Wallace em área monitorada.

Um estudo feito com comunidades de escaravelhos, em áreas de plantação de eucaliptos na Amazônia, concluiu que ecossistemas de plantação podem ser melhorados mantendo áreas de florestas naturais ao redor das de produção. Esta foi a conclusão da tese de doutorado de Wallace Beiroz, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada.

Wallace utilizou dados obtidos entre 2009 e 2013, de áreas de plantação de eucalipto próximas ou não de florestas naturais, na região Nordeste do Pará. Aquelas com mais floresta nativa possuíram mais possibilidade para a chegada de besouros rola-bosta, espécies sensíveis e indicadoras da saúde do ambiente. Esses animais desempenham função importante no ciclo da matéria orgânica, transportando nutrientes pelo solo (auxiliando o desenvolvimento das plantas e microrganismos). Em plantações com maior quantidade de floresta ao redor, foram encontradas comunidades com distribuição mais igualitária das características funcionais.

Parte da pesquisa foi dedicada ao registro do número de espécies encontradas nas áreas de plantação, mas Wallace também avaliou outras características, como: o peso médio dos animais; período de atividade (diurnos ou noturnos); e dieta e tratamento do esterco, entre outras características funcionais que afetam a influência das atividades dos besouros no ecossistema. Uma das conclusões foi que as plantações mais próximas das florestas naturais não tinham necessariamente mais espécies de besouros do que as outras, mas costumavam incluir mais besouros com potencial de reciclar mais matéria orgânica.

Uma das espécies de escaravelho encontrada no solo pesquisado.

Assim, essas áreas próximas de florestas naturais tinham funcionamento mais parecido com essas últimas. “Em áreas distantes de florestas naturais (menos úmidas), bichos diurnos estão mais sujeitos a perder água, e é comum que desapareçam de plantações. Assim como animais pesados, que precisam de mais recursos e promovem mais ciclo de nutrientes”, diz o pesquisador.

Durante a pesquisa, outra conclusão foi que o funcionamento do agroecossistema pode se manter, mesmo perdendo espécies em relação à floresta – isso porque algumas delas podem apresentar redundância em relação ao papel no funcionamento. “Por isso, é importante que áreas nativas sejam preservadas, para que sirvam de fonte de espécies para áreas modificadas, promovendo a sustentabilidade”, aponta Wallace.

Uma das características das plantações para permitir mais oportunidade de entrada de espécies naturais é o aumento da área de floresta nativa e natural ao redor. “Ou seja: teoricamente, florestas próximas podem garantir uma maior ciclagem de nutrientes e fluxo de energia em plantações”.

Impactos

Wallace aponta que os resultados podem ser interessantes para a redução  do uso de agrotóxicos e dos gastos de manutenção das plantações. A pesquisa sugere que a restauração ou manutenção de florestas naturais pode facilitar o movimento de espécies: “Os proprietários de plantações têm gastos para fornecer nutrientes para tornar as plantações mais produtivas, mas, caso mantenham a floresta natural ao redor das plantações, podem ter esse serviço gratuitamente dos besouros”, diz.

“Outro resultado interessante foi que apesar dos besouros rola-bosta normalmente se recuperarem, uma seca forte ou prolongada pode prejudicar a comunidade de rola-bosta. Portanto, o aumento das secas devido às mudanças climáticas pode ser um grande problema, já que esses besouros são responsáveis pela ciclagem de nutriente e até dispersão de sementes. Então, podemos estar matando as florestas indiretamente, mesmo aquelas que são consideradas protegidas”.

Dupla titulação com a Universidade de Lancaster

Wallace passou um ano na Inglaterra, no Centro de Meio Ambiente da Universidade de Lancaster, e obteve dupla titulação. A experiência no exterior foi positiva: “Incentivo todos os estudantes a tentar passar um período no exterior. Isso faz enxergar como outra cultura vive, sair um pouco da zona de conforto. Isso muda a forma de ver o mundo e elimina muitos preconceitos”.

Ele foi orientado pelo professor Júlio Louzada (DBI) e teve coorientação dos docentes Emma Sayer, Jos Barlow e Eleanor Slade. A tese, premiada como a melhor do Programa de Pós-Graduação daquele ano, foi defendida no final de 2016.

Núcleo de Divulgação Científica da UFLA.

 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Urubu Mobile atinge marca de 50 mil downloads no sistema Android

É cada vez maior o número de usuários do Sistema Urubu, maior rede social de conservação da biodiversidade brasileira. Desenvolvido em 2014 pelo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia em Estradas (CBEE), sediado na Universidade Federal de Lavras (UFLA), o projeto conta com a contribuição de viajantes para informar sobre o atropelamento de animais selvagens pelas estradas de todo o país.

A coleta de dados é feita por meio do aplicativo Urubu Mobile, que acaba de atingir a marca de 50 mil downloads na PlayStore. Outro ponto de destaque do app é a avaliação de satisfação dos usuários, que chega a 4,7 na plataforma, em um máximo de 5.

O diferencial do Sistema Urubu para outros similares existentes no mundo é a validação do material por consultores ad hoc. Todas as fotos enviadas pelos usuários via app são pré-analisadas e submetidas a validadores antes de serem incluídas no banco de dados do CBEE. Essas informações são utilizadas para a proposição de políticas públicas que protejam a biodiversidade e as pessoas.

De acordo com o coordenador do CBEE, professor Alex Bager, o Sistema Urubu baseia-se no conceito de Ciência Cidadã (Citizen Science), onde “qualquer pessoa da comunidade pode contribuir para a preservação da biodiversidade com o registro de animais atropelados em todo o mundo.”  

Para ser um colaborador, basta ter um smartphone com câmera e GPS, se cadastrar no Urubu Web (sistema de gestão de dados) e baixar o aplicativo. O Sistema Urubu conta ainda com um hotsite, onde é possível saber mais sobre a proposta e acompanhar, em tempo real, as estatísticas de atropelamento de animais no Brasil.

Baixe aqui o aplicativo para Android.

Congresso internacional discutiu impactos da infraestrutura viária sobre a biodiversidade

cibiv-reb-2016A realização do Congresso Iberoamericano de Biodiversidade e Infraestrutura Viária (I Cibiv), na UFLA, demonstrou a ampliação de uma rede em prol da conservação da fauna e da amenização dos impactos dos empreendimentos viários sobre a biodiversidade. O evento foi realizado em conjunto com o Road Ecology Brazil 2016 (IV REB), em Lavras, nos dias 5 a 9 de novembro.

Apresentação de trabalhos, minicursos, palestras e mesas-redondas constituíram a programação. Nessas ações, foram discutidas técnicas de avaliação e amenização de impactos de empreendimentos lineares (estradas e rodovias, entre outros) sobre a biodiversidade. Profissionais, estudantes, professores, pesquisadores e demais interessados, das áreas biológicas, exatas e humanas que desenvolvem ações ambientais, sociais e econômicas relacionadas à área de Ecologia de Estradas, estiveram no evento.

Uma das mesas-redondas discutiu, com pesquisadores da Argentina, Colômibia, Costa Rica e Uruguai, a criação de uma Rede Iberoamericana de Biodiversidade e Infraestrutura Viária. Nela, o professor Alex Bager (DBI-UFLA) falou sobre a proposta de realizar o Cibiv de maneira itinerante entre os cinco países que compõem a rede, e sobre a articulação para aproveitar as experiências positivas em cada um deles. As experiências exitosas relacionadas à Ecologia de Estradas, nesses países, foram apresentadas na mesa-redonda.

Com relação às experiências nacionais, o professor Alex Bager destacou a atuação do Centro Brasileiro de Ecologia de Estradas (CBEE), instituição que coordena. Ele anunciou que o aplicativo Urubu Mobile, que auxilia o monitoramento dos impactos das rodovias sobre a biodiversidade, já está disponível em inglês e espanhol, passo importante para ampliar o monitoramento internacional. O Urubu Mobile integra um conjunto de ferramentas denominado Sistema Urubu, que constitui atualmente a maior rede social de conservação da biodiversidade no Brasil, com quase 20 mil colaboradores.

Dia Nacional de Urubuzar

Neste final de semana, serão realizadas em todo o Brasil ações relativas ao Dia Nacional de Urubuzar, a fim de conscientizar a população e contribuir com a diminuição de atropelamentos de animais silvestres nas estradas brasileiras. Atividades também serão feitas na UFLA e no centro de Lavras, nos dias 11 e 13.

 

Professora da UFLA coordena sessão técnica sobre biodiversidade do solo durante fórum em Brasília

Presidente do próximo Congresso Brasileiro de Ciência do Solo - CBCS,  José Araujo Dantas; professora Fatima Moreira; chefe da Embrapa Solos, Daniel Vidal Perez; presidente da SBCS, Gonçalo Faria;   professor da UFRPE, Clistenes Nascimento, professor da Fundação Universidade de Regional de Blumenau, Sidney Stürmer e o pesquisador do IAPAR, Arnaldo Colozzi
Presidente do próximo Congresso Brasileiro de Ciência do Solo – CBCS, José Araujo Dantas; professora Fátima Moreira; chefe da Embrapa Solos, Daniel Vidal Perez; presidente da SBCS, Gonçalo Faria; professor da UFRPE, Clistenes Nascimento, professor da Fundação Universidade de Regional de Blumenau, Sidney Stürmer e o pesquisador do IAPAR, Arnaldo Colozzi

Para celebrar o Ano Internacional dos Solos, o Tribunal de Contas da União (TCU) promoveu a conferência “Governança do Solo”, de 25 a 27 de março, em Brasília. Voltado para a sensibilização da sociedade quanto à importância da conservação e do uso sustentável, o evento teve em sua programação diversas sessões técnicas apresentadas por instituições de renome, entre elas, a Universidade Federal de Lavras (UFLA).

A sessão que tratou o tema: “Biodiversidade do Solo no Brasil: Questões Estratégicas para a Definição de Políticas Públicas Brasileiras Relativas ao seu Uso, Manejo e Conservação” foi uma proposição da UFLA, coordenada pela professora Fátima Moreira, do Departamento de Ciência do Solo (DCS/UFLA).

Na mesa de debate, os professores Sidney Stürmer, da Fundação Universidade Regional de Blumenau; Juvenil Cares e Reginaldo Constantino, da Universidade de Brasília (UNB) e Newton Stamford, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRP). Também participaram representantes da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS) e Embrapa Solos.

Biodiversidade protegida

O solo não é apenas o suporte para a vida no planeta. O solo tem vida e sua biodiversidade não só é considerada a maior do planeta como também é a força motriz dos inúmeros processos bioquímicos e biofísicos responsáveis pela produção agrícola, sustentabilidade e serviços dos ecossistemas e pela própria vida. Com essa introdução, a sessão técnica colocou em debate questões que envolvem a biodiversidade do Solo nos Biomas Brasileiros.

Como sessão especial, a biodiversidade do solo foi abordada considerando os quatro eixos prioritários do evento: Conhecimento dos solos e institucionalidade; Vulnerabilidades do solo frente às mudanças climáticas, à desertificação e aos eventos extremos; Sustentabilidade da Produção Agropecuária, Segurança Alimentar e Serviços Ambientais; e Governança Territorial e Solos.

De acordo com a professora Fátima Moreira, a biodiversidade de organismos do solo nos biomas brasileiros, já conhecida, é imensa, mas, ainda não foi completamente revelada. Ela completa que, baseando-se no número atual de estudos, as estimativas estão muito aquém de sua real dimensão. “A amostragem dos diversos grupos funcionais de organismos do solo em todos os biomas ainda não foi suficiente para revelar toda a biodiversidade existente, principalmente para os biomas Caatinga, Pampa e Pantanal”, reforça.

Entre os temas tratados, também foi enfatizada a importância da popularização da ciência e a extensão como áreas importantes que devem ser consideradas. A relação entre biodiversidade do solo e os processos bioquímicos e biofísicos que contribuem para a produção agrícola e florestal e qualidade ambiental é outro desafio que foi apresentado pelos pesquisadores.

Para Fátima Moreira, a contribuição dos processos biológicos para o aumento da produção agrícola e florestal, além da qualidade ambiental, será possível com mais estudos que revelem a biodiversidade e seu potencial. Porém, torna-se necessária uma maior conscientização sobre sua importância pelos diversos segmentos sociais que são aqueles que efetivamente auxiliarão na sua conservação e a utilizarão.

“O conhecimento sobre a biodiversidade pode ser considerado estratégico em termos políticos, sociais, econômicos e ambientais. O grande desafio é estabelecer uma comunicação e interação mais efetiva entre governo, sociedade em geral e comunidade científica”, complementa.

UFLA e Semad/IEF sinalizam novas parcerias para projetos ambientais

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Universidade terá Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres 

Mantendo a parceria com o Governo de Minas em grandes projetos ambientais, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) vai desenvolver novos projetos estratégicos para a proteção da biodiversidade. Na quinta-feira (26), o diretor do Instituto Estadual de Floresta (IEF), Bertholdino Apolônio Teixeira Junior, participou de reunião na Reitoria da Universidade, para fortalecer e reativar a parceria institucional.

Recebidos pelo reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, participaram da reunião a diretora de Desenvolvimento e Conservação Florestal do IEF, Adauta Oliveira Braga; o superintendente de Gestão Ambiental da Geração e Transmissão da Cemig, Enio Marcus Brandão Fonseca; os professores do Departamento de Ciências Florestais (DCF/UFLA) Fausto Weimar Acerbi Júnior e Luis Marcelo Tavares de Carvalho; o diretor de Tecnologia da Informação do Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal – Lemaf, Samuel Campos; e o coordenador de TI do Lemaf, Venicios Santos.

Entre as pautas discutidas, a atualização do Zoneamento Ecológico e Econômico do Estado de Minas Gerais (ZEE-MG), atualização do mapeamento e monitoramento da cobertura vegetal do Estado de Minas Gerais e o desenvolvimento do Sistema de Gestão Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente Desenvolvimento Sustentável (Semad).

Para Bertholdino, a visita vem reativar e fortalecer a parceria com a UFLA, aproveitando a experiência em projetos passados e os produtos estratégicos que foram gerados. O diretor do IEF anunciou ainda a criação de um Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) no câmpus da Universidade, aproveitando a capacidade técnica também no que concerne à fauna brasileira.

Destacando a parceria de mais de 30 anos entre a UFLA e a Cemig, Enio Fonseca reforçou a importância da atualização do ZEE-MG. “O ZEE-MG é um instrumento de planejamento muito importante que necessita ser atualizado”, defendeu.

Para o reitor da UFLA, o estabelecimento de novas parcerias representa o reconhecimento do trabalho realizado na Universidade, além de reforçar a competência técnica da equipe do Lemaf, com resultados relevantes e frutíferos para Minas Gerais. “É sempre um prazer suprir o Estado com informações que vão resultar na proteção da biodiversidade, incluindo o ser humano como agente pertencente e participativo do processo de desenvolvimento sustentável”, enfatiza Scolforo.

Na terça-feira (24/6), Scolforo participou de reunião na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) para debater novos projetos de parceria. A reunião contou com a presença do secretário Alceu José Torres Marques, do diretor do IEF, Bertholdino Junior, e do diretor de TI do Lemaf, Samuel Campos.

 

Professora do DCS integra comissão que elabora Atlas Global de Biodiversidade do Solo

A profªa Fátima (1ª à esquerda) é a única integrante brasileira do grupo.
A profªa Fátima (1ª à esquerda) é a única integrante brasileira do grupo.

Especialistas em biodiversidade do solo de todo o mundo estão envolvidos na elaboração do Atlas Global de Biodiversidade do Solo, uma publicação que se destinará aos pesquisadores da área e público em geral, mas que também poderá auxiliar decisores políticos. A professora Fátima Maria de Souza Moreira, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da UFLA, é participante da Iniciativa Global da Biodiversidade do Solo e integra a comissão responsável pelo Atlas.

Vinte pesquisadores de diversos países, incluindo a professora Fátima, reuniram-se em Ispra, na Itália, de 26 a 28 de março, para a realização do Global Soil Biodiversity Workshop. “Neste encontro, trabalhamos no material para publicação do Atlas Global de Biodiversidade do Solo e também discutimos uma avaliação global da biodiversidade do solo”, explica a professora Fátima.

O Atlas será dividido em 4 capítulos, visando à cobertura de todos os aspectos desse campo: formas de vida no solo; distribuição da biodiversidade; funções; e ameaças e conservação da biodiversidade no solo.

 

Plenárias sobre Microbiodiversidade, durante Sinbio, resultam em parcerias internacionais

Os palestrantes internacionais, acompanhados por professores da UFLA
Os palestrantes internacionais, acompanhados por professores da UFLA

Parte da programação do Simpósio Internacional de Biodiversidade (Sinbio) foi voltada para a diversidade microbiana e as inovações tecnológicas na aplicação de microrganismos. Para isso, a UFLA convidou 11 palestrantes internacionais, referência em suas áreas. O Simpósio foi realizado de 2 a 4 de setembro.

A coordenadora das plenárias sobre microbiodiversidade e aplicação na indústria, professora Rosane Schwan, apontou como destaques a participação maciça dos estudantes e a avaliação dos pôsteres: “o entusiasmo dos jovens contagiou os palestrantes que avaliaram bem os trabalhos – inclusive, tiveram dificuldade para escolher os cinco melhores”.

Sinbio plenária microbiodiversidadeOutro resultado direto do evento foram as parcerias em pesquisas com instituições internacionais, nas áreas de coleções de culturas (Portugal), alimentos fermentados indígenas  (México) e bioestatística e metabolômica (Bélgica).

O Simpósio Internacional de Biodiversidade integrou a Semana de Ciência, Cultura e Arte, celebração dos 105 anos da UFLA. O evento abordou seis temas principais, em palestras, mesas-redondas e minicursos: Biodiversidade do Solo; Biodiversidade Microbiana e Inovações para a Indústria; Diversidade Cultural e Biodiversidade no Brasil; Coleções de Culturas e Taxonomia de Cogumelos e Algas; Café e Biodiversidade; e Biodiversidade dos Biomas.

 

Escolas Públicas de Lavras participam de roteiro sobre biodiversidade do solo em atividade na UFLA – veja fotos

09.09 roteiro solos 2Na semana passada, 480 alunos do Ensino Fundamental de 23 escolas públicas de Lavras participaram de uma atividade interativa de popularização da ciência “Conhecendo a Biodiversidade do Solo”, como parte da programação do Simpósio Internacional de Biodiversidade (Sinbio), realizado na Universidade Federal de Lavras de 2 a 4 de setembro.

Os alunos participaram de diversas atividades demonstrativas das caraterísticas do solo, como morada para os organismos, coleta de organismos e sua visualização ao microscópio, observação do sistema radicular de algumas plantas e sua relação com os organismos do solo. Eles tiveram ainda a oportunidade de conhecer coleções biológicas da UFLA, conhecer os livros ilustrados sobre o assunto, entre outras atividades interativas.

De acordo com a professora Fátima Moreira, do Departamento de Ciência do Solo (DCS), o objetivo foi o de aumentar a compreensão sobre a importância dos diversos organismos do solo, como bactérias fixadoras de nitrogênio, fungos micorrízicos, formigas, minhocas, besouros rola-bostas, contribuindo para que os alunos passem a enxergar o solo como morada dos organismos essenciais à vida nos diferentes ecossistemas e à própria existência humana no planeta.

Cerca de 90 estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação da UFLA (DCS, DBI, DEN e DAG), do grupo BiosBrasil e de quatro núcleos de estudo (NECS, NESF, NIECO e NBD) participaram intensamente da atividade, organizando e  ministrando  palestras nas seis estações demonstrativas. O roteiro da biodiversidade também contou com o apoio da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), com a exposição do ônibus Ciência Móvel e apresentação sobre a importância da água e das principais pragas que atacam o cafeeiro.

Na avaliação da professora Fátima Moreira, ao acompanhar os alunos circulando entre as estações foi possível presenciar nos rostinhos as expressões de espanto e entusiasmo, o que contagia e motiva ainda mais a continuação desta importante relação entre a Universidade e a comunidade Lavrense. “A motivação e o entusiasmo de todos os envolvidos foram fundamentais para o sucesso desse evento, que deverá se repetir em outras oportunidades”, enfatiza.

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Debate sobre os impactos do novo Código Florestal na Biodiversidade encerra simpósio internacional na UFLA

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José Carlos Carvalho, em defesa do maior remanescente florestal do mundo

Reconhecido como um dos maiores nomes da área ambiental no Brasil, José Carlos Carvalho, ex-ministro do Meio Ambiente, fez uma apresentação no encerramento do Simpósio Internacional de Biodiversidade (Sinbio), realizado na Universidade Federal de Lavras (UFLA), de 2 a 4 de setembro. Os impactos do novo Código Florestal Brasileiro na biodiversidade foram apresentados e debatidos por um público seleto, composto por estudantes, pesquisadores e representantes de instituições públicas, associações e organizações não governamentais.

Acostumado a representar o País em eventos globais sobre sustentabilidade e com a experiência de ter ocupado cargos importantes como secretário de Governo de Meio-Ambiente de Minas Gerais e diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), José Carlos salientou que o debate acerca do Novo Código Florestal foi dominado por questões sobre o uso da terra, em detrimento a uma nova política florestal e conservação da biodiversidade.

Em sua avaliação, prevaleceu a visão monolítica e unilateral do setor agrícola, faltando ciência ao debate, que deveria ser plural, integrado, envolvendo diferentes temáticas. Mais uma vez, segundo Carvalho, o desenvolvimento agrícola e a preservação ambiental foram colocados de forma antagônica, o que representa um falso dilema.

O resultado dessa visão foi a manutenção de uma política baseada em comendo e controle, ou seja, pune quem desmata, mas não incentiva o uso sustentável dos recursos naturais. “A Lei, por si só, sem uma nova política florestal, não funciona. É preciso uma política de estímulo”, destaca, reforçando ainda que será necessária a implantação de políticas públicas para amparar o cumprimento da Lei no que se refere ao reflorestamento de uma área superior a 20 milhões de hectares nos próximos 25 anos.

José Roberto Scolforo apresenta o Inventário Florestal de Minas Gerais
José Roberto Scolforo apresenta o Inventário Florestal de Minas Gerais

Biodiversidade dos Biomas

A Plenária “Biodiversidade dos Biomas” teve como coordenador o reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, que apresentou os diferenciais e resultados do Inventário Florestal de Minas Gerais, que contribuiu para o conhecimento da diversidade da flora nos biomas mineiros.  A equipe do Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal (Lemaf), sob a coordenação de Scolforo, realizou, de 2003 a 2009, o mapeamento e monitoramento de todo o Estado, com mais de 12 mil pontos de coletas de dados, 780 mil árvores, em 169 fragmentos.

Além de ter gerado um enorme banco de dados, publicados em sete volumes e disponibilizados integralmente na Internet, o Inventário de Minas Gerais contribuiu para a redução do desmatamento da vegetação nativa no período, indicando aos órgãos competentes todas as informações necessárias para a fiscalização e controle, incluindo, a frequência e a indicação dos municípios que mais desmatavam.

“Não há como fazer política de proteção da biodiversidade, com sensatez entre produção e preservação, sem conhecer em profundidade as especificidades de cada bioma”, enfatizou Scolforo.

Presente no evento, o diretor-geral do IEF, Bertholdino Teixeira Junior, afirmou que a intenção do Instituto é retomar o Inventário Florestal em parceria com a UFLA, destacando a importância do relacionamento de longo prazo com a Universidade. Além de prestigiar o evento, Bertholdino destacou a contribuição da UFLA como celeiro de novos profissionais, por meio da graduação, pós-graduação ou treinamentos específicos.

Troca de experiências

O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Niro Higushi apresentou as especificidades do Inventário Florestal Contínuo do Amazonas IFC-AM, que deverá ser finalizado em 2014. O IFC-AM completo terá 17 sítios diferentes em todas as mesorregiões do estado. A meta é apresentar um mapa de carbono florestal do Amazonas, a partir de algoritmos desenvolvidos para diferentes escalas.

O pesquisador da Fundação Universidade Regional de Blumenau, Alexandre Christian Vibrans, apresentou aos participantes os resultados do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina, como ferramenta para avaliação da biodiversidade em escala regional.

Representando o Serviço Florestal Brasileiro, Jober Veloso de Freitas apresentou as potenciais contribuições do Inventário Florestal Nacional, para o conhecimento da flora dos diferentes biomas brasileiros. Trata-se de um inventário que abrange todo o País, utilizando técnicas de amostragem que possibilita o monitoramento contínuo dos seus recursos florestais, tendo como principal propósito fornecer informações para subsidiar a definição de políticas florestais, a gestão dos recursos florestais e a elaboração de planos de uso e conservação dos recursos florestais.

Internacionalização

A Planária dobre Biomas contou com a participação do pesquisador João Faustino Munguambe, que apresentou a biodiversidade de Moçambique, explicando os diferentes tipos de florestais do país. O professor Jongman Alterra, da Universidade de Wageningen, Reino Unido, apresentou um modelo global para o monitoramento da biodiversidade, reforçando o compartilhamento de informações e tecnologias como aspecto fundamental para o acompanhamento das transformações em grandes áreas e os desafios que são apresentados.

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Inscrições abertas para o Simpósio Internacional de Biodiversidade

Imagem SINBIOA Universidade Federal de Lavras (UFLA) realizará o Simpósio Internacional de Biodiversidade de 1º a 4 de setembro. O evento será um espaço de debate e busca de soluções para os desafios ambientais, e será um momento de encontro para o estabelecimento de parcerias em pesquisas relacionadas à Biodiversidade.

Quem deseja participar, inclusive submetendo um trabalho, já pode se inscrever neste endereço eletrônico. Até 31 de julho, o valor é promocional; esse valor varia de acordo com a data de inscrição e com o nível de escolaridade do participante. Cada inscrição dará direito à submissão de um trabalho a ser apresentado no Simpósio, no formato oral (seleção definida pelo comitê organizador) ou pôster. Os trabalhos serão submetidos eletronicamente – acesse aqui as regras para submissão de artigos. A comissão organizadora irá premiar os 10 melhores trabalhos submetidos.

O Simpósio Internacional de Biodiversidade será realizado com a abordagem de seis temas principais: Biodiversidade do Solo; Biodiversidade Microbiana e Inovações para a Indústria; Diversidade Cultural e Biodiversidade no Brasil; Coleções de Culturas e Taxonomia de Cogumelos e Algas; Café e Biodiversidade; e Biodiversidade dos Biomas. A programação pode ser consultada neste endereço.

O evento marcará não só o aniversário de 105 anos da UFLA, como também a primeira edição da Semana de Ciência, Cultura e Arte (30 de agosto a 7 de setembro.). Anualmente, a Universidade promoverá essa semana com um tema científico em particular, sendo a Biodiversidade escolhida para 2013. E não por acaso: o Simpósio ainda será uma preparação para o Congresso Internacional de Biodiversidade, que a UFLA sediará em 2015.

Saiba mais sobre o Sinbio no endereço: www.ufla.br/sinbio
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