A primeira edição de 2016 do Relatório Internacional de Tendências do Café do Centro de Inteligência em Mercados (CIM), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), traz como destaques: o aumento da produção mundial de café robusta, o crescimento do consumo de cafés em cápsula no Brasil, a instalação de novas fábricas no país e os resultados da pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) sobre o mercado brasileiro de café.
“Ao longo da história da produção comercial de café, a espécie Coffea arabica sempre foi a mais cultivada. A bebida obtida a partir dos grãos dessa espécie é, de maneira geral, de qualidade superior àquela obtida a partir dos grãos de Coffea canephora. No entanto, dados compilados e analisados pelo Bureau de Inteligência Competitiva do Café para o projeto Campo Futuro mostram uma tendência de participação cada vez maior dos grãos de C. canephora no total mundial”, aponta o relatório.
Os pesquisadores do Bureau de Inteligência Competitiva do Café destacam o crescimento do consumo de cápsulas no Brasil e apontam o aparecimento de outras concorrentes para as marcas atuais. O crescimento deste consumo é acompanhado pelo aumento das preocupações sobre a sustentabilidade das cápsulas que, até o momento, não possuem métodos de reciclagem difundidos.
O documento também apresenta as diferentes formas de se oferecer café, por parte das cafeterias, indústrias e demais estabelecimentos. “Diante desta grande variedade oferecida ao consumidor, cabe às empresas trabalharem alternativas, como o oferecimento de grãos certificados e de produtos sustentáveis, para gerar uma diferenciação dos seus produtos e conquistar a fidelização dos seus clientes”, ressalta o relatório.
Bureau de Inteligência Competitiva
Sediado na Agência de Inovação do Café (InovaCafé), o projeto busca oferecer informações e análises relevantes para o setor cafeeiro através do desenvolvimento do Relatório Internacional de Tendências do Café – que já se encontra em seu quinto ano de edição e conta com publicações mensais sobre análises do mercado de café a nível internacional.
“As informações apresentadas nos relatórios são um compilado das notícias mais importantes do cenário cafeeiro mundial. A partir destas notícias são realizadas análises pelos pesquisadores do Bureau e apresentadas as tendências identificadas a partir dos dados coletados”, explica a pesquisadora do Bureau de Inteligência Competitiva do Café, Angélica Azevedo.
A edição do Relatório Internacional de Tendências do Café do Centro de Inteligência em Mercados (CIM) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), publicada em dezembro de 2015, aponta que o mercado de café em cápsulas no Brasil cresceu 52,4% entre 2013 e 2014. Além disso, o documento mostra outras tendências como os cafés funcionais.
Esse relatório é responsável por apresentar periodicamente análises do mercado de café a nível internacional. Fruto dos estudos realizados no Bureau de Inteligência Competitiva do Café do CIM, o programa busca oferecer informações e análises relevantes para o setor cafeeiro.
O Bureau iniciou em 2010 e é coordenado pelo doutorando em Administração da UFLA, Eduardo Cesar. Todas as atividades são realizadas no CIM, sediado na Agência de Inovação do Café (InovaCafé). Além da Universidade, o Bureau possui o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais (Fapemig), da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (SECTES), da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA), do Pólo de Excelência do Café, Consórcio Pesquisa Café e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café).
Segundo o coordenador do Bureau, “a informação se tornou crucial para a competitividade de qualquer atividade econômica e com a cafeicultura não é diferente. Através do projeto buscamos reunir, analisar e divulgar dados e informações que permitam aos agentes da cadeia agroindustrial do café planejar e tomar melhores decisões”, ressaltou Eduardo.
“Completando seis anos de atuação, o projeto vem contribuindo com a geração de conhecimento da cadeia produtiva de café frente aos produtores, indústrias e cafeterias de todo o país” explicou o coordenador geral do CIM, professor Luiz Gonzaga de Castro Júnior.
TENDÊNCIAS
“Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic), o volume de vendas de cápsulas no país cresceu 52,4% entre os anos de 2013 e 2014. O diretor da instituição, Nathan Herszkowicz, disse que atualmente são mais de 70 empresas atuantes nesse segmento com seus próprios produtos, frente a oito companhias que atuavam em 2014. Até mesmo as cafeterias podem se beneficiar dessa nova modalidade de consumo, pois ao lançar uma cápsula com a sua própria marca, poderá comercializá-la em sua loja, assim como em supermercados e também por meio da internet” – trecho extraído do relatório.
O relatório aponta que o consumo de café em capsula tem aumentado por conta do maior espaço conquistado pelas pequenas marcas no mercado brasileiro nos últimos anos.
“Como as patentes de grandes marcas, como a Nespresso, já expiraram, as pequenas empresas têm a vantagem de comercializarem as cápsulas de café com um preço menor para serem usadas em máquinas de outras marcas. As cápsulas são uma opção interessante para as empresas menores, uma vez que elas possuem um maior valor agregado e atendem de forma satisfatória aos consumidores, que se interessam cada vez mais por um café de alta qualidade e que permita a eles passar por uma experiência semelhante ao consumo em uma cafeteria, porém, no conforto do lar e no momento em que acharem conveniente”- documenta o relatório.
Os pesquisadores do Bureau também mencionam uma nova tendência: o café funcional, acrescidos de ingredientes saudáveis. Empresa espanhola, líder no segmento, lançou o café enriquecido com magnésio para reduzir o cansaço e a fadiga, desenvolvido especialmente para os consumidores acima de 40 anos. Além de ajudar na redução da fadiga, contribui para a normalização da função psicológica, do equilíbrio de eletrólitos, da síntese de proteína, da função muscular e da função normal do sistema nervoso. Também desempenha importante papel no processo de divisão celular.
O relatório também apresenta uma perspectiva da produção de café a nível mundial. “No Brasil, o cenário é favorável para o mercado de conilon. Os preços no mercado interno apresentaram boa elevação ao longo do ano e a desvalorização do Real em relação ao dólar tornou o produto brasileiro mais atrativo para os países importadores. Com isso, as exportações do conilon também estão em alta”.
Encontrar formas para que os atributos sensoriais e de composição física e química dos cafés especiais sejam preservados por longo período é um desafio para instituições, pesquisadores e produtores do ramo. As embalagens em que os grãos são armazenados interferem no alcance desse objetivo. Uma pesquisa em desenvolvimento na Universidade Federal de Lavras (UFLA) promete trazer resultados revolucionários para o mercado, ao analisar as características de cafés especiais após um período de estocagem em embalagens específicas, produzidas em papel e plástico.
O projeto foi formalizado nesta quarta-feira (6/1) e tem a participação da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e das empresas Klabin S.A. e Videplast Indústria de Embalagens LTDA, além da colaboração da Bourbon Specialty Coffees e da Carmocoffees. Representantes de três dessas empresas e instituições estiveram na Universidade para assinar o convênio.
De acordo com o professor do Departamento de Engenharia da UFLA (DEG), Flávio Meira Borém, coordenador da pesquisa, as embalagens mais utilizadas atualmente ainda não atendem às necessidades do mercado de cafés especiais. “Ou elas não são eficazes, ou apresentam alto custo”, diz. O material frequentemente utilizado são os sacos de juta que, segundo o pesquisador, levam a perdas de qualidade do café em curto período (menos de três meses), devido à variação do teor de água nos grãos e sua interação com o ar ambiente. O armazenamento inadequado leva à degradação de compostos químicos e à geração de substâncias que conferem características indesejáveis ao paladar, afetando negativamente alguns atributos sensoriais da bebida, como a acidez, sabor, doçura e corpo, além de afetar também a cor.
Novas embalagens, criadas pelas empresas Klabin S.A. e Videplast, serão utilizadas na pesquisa intitulada “Desenvolvimento de embalagens e métodos de armazenamento para cafés especiais”. De forma inédita, a investigação cobrirá todo o período de estocagem do café incluindo a etapa de exportação e armazenamento em um país consumidor. “Fui pessoalmente aos Estados Unidos coletar amostras do café exportado usando as diferentes embalagens em estudo”, relata o professor Borém.
Ao final do período de pesquisa, será possível constatar se os diferentes materiais que constituem essas embalagens proporcionam resultados positivos para a manutenção dos atributos sensoriais dos cafés especiais. “Temos boas expectativas quanto aos resultados. Eles são promissores e demonstram grande potencial para uso das novas embalagens. Quando o mercado iniciar a substituição da juta, será revolucionário não só para o Brasil, mas para o mundo”. É possível que, posteriormente, os cafés commodity também passem a ser armazenados nas novas embalagens.
As amostras utilizadas na pesquisa encontram-se armazenadas em Poços de Caldas (MG), na Bourbon Specialty Coffee, e as análises são feitas no Laboratório de Processamento de Produtos Agrícolas, na UFLA. Além de publicações científicas, os resultados do trabalho serão base para a tese de doutorado de Fabrício Andrade, no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola. Para o reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo, a parceria estabelecida é a essência do que busca a Universidade: investimento no desenvolvimento de tecnologias e estudos que tragam resultados para o progresso do país, com retorno para a sociedade. “As universidades devem estar presentes em empreendimentos que movem o Brasil. Por isso, este momento, de celebração do convênio, é marcante para nós”.
Motivação dos parceiros com a pesquisa
Durante a cerimônia de assinatura do convênio, a procuradora da BSCA, Vanúsia Maria Carneiro Nogueira, enfatizou que o projeto é um exemplo de parceria público-privada envolvendo também outras organizações – como a BSCA e a Apex-Brasil – e busca a inovação, a mudança. “São iniciativas que nos permitirão continuar como ponto de referência no mundo no que se refere à produção de café. Daremos, com certeza, passos mais largos em direção a outros projetos ousados”.
O procurador da Videplast, Cláudio Márcio Francisco, também destacou a parceria entre universidade e mercado. “Nossas portas estão abertas para novas parcerias com a UFLA; estamos prontos para outros projetos, sempre em busca da inovação”.
Representando a Klabin, o diretor da Divisão Sacos Industriais, Douglas Dalmasi, disse ter encontrado uma estrutura muito sólida na UFLA, reconhecendo que o trabalho conjunto poderá fortalecer a geração de tecnologia e inovação para o mercado. “Vimos que podemos desenvolver outros projetos em parceria, com bons resultados”.
Integraram a mesa de honra da solenidade, presidida pelo reitor, o sub-chefe do DEG, professor Gilberto Coelho; o presidente da Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural (Fundecc), professor Rilke Tadeu Fonseca de Freitas; o diretor de Contratos e Convênios da UFLA, Fábio Costa Lasmar; o pró-reitor de Pesquisa, professor José Maria de Lima; o gerente comercial da Klabin, Fernando Silveira Bruno e o presidente da BSCA, Adolfo Henrique Vieira Ferreira.
Oportunidade para visita ao câmpus
Cinco representantes da Klabin visitaram instalações da UFLA na terça-feira (5/1). Eles conheceram a área em que está sendo construído o Parque Tecnológico, foram recebidos pela equipe Laboratório de Nanotecnologia Florestal (sob a condução do professor Gustavo Tonoli); e passaram pelo Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal (Lemaf/UFLA). Também tiveram a oportunidade de circular pelo câmpus, observando obras como o Centro de Eventos e o complexo esportivo de alto rendimento.
Em 2015 serão capacitadas 64 pessoas através do curso
Durante os dias 27,28, 30 de novembro e 1º de dezembro, dezesseis jovens do município de Santo Antônio do Amparo (MG), que lidam com a cadeia produtiva do café, participaram do Curso de Barista promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) de Minas Gerais em parceria com a Agência de Inovação do Café (InovaCafé).
“O Sindicato dos Produtores Rurais de Santo Antônio do Amparo (MG), em parceria com as empresas e entidades locais, realizou uma seleção de um grupo com perfil específico, do qual foram selecionados participantes de 17 a 21 anos, que são envolvidos com a cafeicultura. Então, ofereceu essa oportunidade para que os jovens possam conhecer uma nova função dentro da cadeia produtiva do café, bem como obter uma melhoria de vida. O objetivo de um grupo de empreendedores do município é realizar um evento em 2016 focado em café, no qual os participantes terão a oportunidade de trabalhar e até de ter uma carreira nessa área. A região de Santo Antônio do Amparo tem muitas décadas de tradição em produção do café, com diversas fazendas e produção de cafés de alta qualidade, como os cafés orgânicos e café especiais. Ou seja, existe um vasto mercado a ser explorado”, explicou a instrutora credenciada do Senar do Curso de Barista e gestora de Inovação em Café na InovaCafé, Helga Andrade, que ministrou o curso.
“Essa é uma experiência muito legal, eu não conhecia essas diversas formas de preparo do café. É uma boa oportunidade para que eu consiga pensar em uma possível carreira que eu possa seguir no futuro. Quero encontrar um trabalho na área do café, que é onde eu posso crescer na minha cidade”, pontuou o participante Carlos Alexandre Borges, 20 anos.
Mais três cursos serão ministrados durante o mês de dezembro para alunos e funcionários da UFLA ligados ao setor de café, porém, as vagas já foram esgotadas. As novas turmas com vagas disponíveis serão oferecidas a partir de janeiro de 2016 e os interessados em participar devem encaminhar e-mail para: helga.barista@gmail.com, sinalizando o interesse. As datas dos cursos ainda não foram definidas, mas até o final de dezembro serão divulgadas e você pode acompanhar através da página da Agência de Inovação do Café no Facebook.
Responsável pelo Polo de Tecnologia em Qualidade do Café da Agência de Inovação do Café (InovaCafé), a professora do Departamento de Ciências dos Alimentos, Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga Pereira, explica como essa iniciativa surgiu: “Esse espaço foi concebido inicialmente através do projeto Consórcio Pesquisa Café ligada à Embrapa Café, e especificamente ao Laboratório de Desenvolvimento de Novos produtos, onde realizamos os cursos, capacitações, aulas de barismo, desenvolvimento de novos produtos na área de café. Tivemos o apoio substancial da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais (Fapemig). Através do primeiro projeto, que foi a criação do Polo de Excelência do Café para agregação de valores de sustentabilidade, tivemos a possibilidade de adquirir todos os equipamentos, insumos e abrir essa nova área de conhecimento, dando oportunidade para a capacitação nessa área tanto para discentes da UFLA quanto para a sociedade como todo, como vem acontecendo hoje, através desta parceria com o SENAR”.
Vanessa Trevisan – Jornalista. Agência de Inovação do Café
Evento foi organizado pelo Núcleo de Estudos em Pós-colheita do Café (Pós-Café) e Núcleo de Estudos em Qualidade, Industrialização e Consumo de Café (QI Café), com apoio da Agência de Inovação do Café (InovaCafé)
Apresentar o cenário sobre a produção dos cafés especiais naturais no Brasil e no mundo foi a proposta do I Workshop de Sustentabilidade na Produção de Cafés Naturais, que começou nessa terça-feira e foi encerrado hoje (26). O evento foi realizado durante I Congresso Mineiro de Engenharia e Tecnologia da UFLA, com a participação de cerca de 150 pessoas (alunos, professores e profissionais do setor cafeeiro).
“O que motivou o tema foi principalmente porque o Brasil é o maior produtor de café do mundo e especialmente de cafés naturais. A sustentabilidade é importantíssima porque se trata não apenas de questões ambientais ou ligadas apenas ao setor produtivo, mas de todos os setores do agronegócio café, da cultura até o consumo, envolvendo as ações sociais, trabalhistas, bem-estar, questões econômicas e ambientais. E, para que a gente possa discutir sobre isso, estamos no ambiente universitário onde nós temos formadores de opinião que cuidarão do futuro da cafeicultura no nosso país”, explicou a professora tutora do Núcleo de Estudos em Qualidade, Industrialização e Consumo de Café, Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga Pereira.
“É muito prazeroso estar organizando este evento e discutindo um assunto tão atual e importante, que é a sustentabilidade focando nessa área que gostamos muito que é o café. Vamos apresentar palestras que pautam a sustentabilidade relacionada a produção, mercado e tendências do café natural no Brasil e no Mundo, colheita mecanizada, tecnologia de pós-colheita e demais assuntos que serão abordados dentro do evento”, pontuou o Coordenador Geral do Núcleo de Estudos em Pós-Colheita do Café, discente de graduação em Engenharia Agrícola, Felipe Mesquita de Miranda.
Os professores participantes também apresentaram as razões de se abordar a produção de cafés naturais: “No Brasil, há muitos eventos sobre café, mas era necessário termos um focado em cafés naturais, que precisam ser entendidos de uma maneira melhor. E o mundo vem descobrindo cada vez mais isso que nós temos”, comentou o professor Flávio Meira Borém, tutor do PósCafé.
O pró-reitor de Extensão da UFLA, professor José Roberto Pereira, ressaltou a importância da realização do evento levando em consideração o empenho dos núcleos de pesquisa: “Essa configuração institucional de núcleos de estudos e Agência de Inovação do Café é algo extremamente produtivo para a construção do conhecimento e difusão da cafeicultura. A organização desse evento certamente vai trazer a difusão do conhecimento necessário para os membros da academia, sociedade e mercado”.
A palestra de abertura apresentou uma reflexão sobre os pilares da sustentabilidade aplicados aos cafés naturais no Brasil e no mundo, incluindo as principais certificadoras, e foi ministrada pela diretora executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais, Vanusia Maria Carneiro Nogueira, especialista em Gestão e Marketing, doutoranda em Marketing com foco em posicionamento competitivo.
“Vivemos desse produto, temos paixão por esse produto. Entre oito e nove milhões de pessoas desse País vivem ou sobrevivem do café. O primeiro ponto de reflexão que eu gostaria de apresentar para vocês é sobre a definição de sustentabilidade – uma característica ou condição de processo ou de um sistema que permite a sua permanência em certo nível por um determinado prazo; ou seja, é muito importante falarmos sobre um certo nível, pois a sustentabilidade não quer dizer estado da arte em tudo, não quer dizer perenidade Estamos falando sobre condições que estamos estabelecendo para ter um certo nível de controle por um determinado prazo de tempo. E questiono vocês, o que estamos fazendo com o nosso planeta?” – com essa explanação Vanusia conduziu a palestra.
Vanessa Trevisan e Camila Caetano – jornalistas da InovaCafé e Ascom/UFLA
Vagas para turmas em 2015 já estão esgotadas; turmas para o ano que vem são agendadas
Promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) de Minas Gerais, em parceria com a Agência de Inovação do Café (InovaCafé) e Sindicatos Rurais, o curso de barista finalizou a sua terceira turma nessa quinta-feira (12/11).
“O curso é novo e tem o objetivo de atender todo o público interessado nessa área de conhecimento. Podem participar alunos, professores, funcionários e servidores da UFLA, assim como produtores e pessoas interessados em abrir negócio na área de café, é um curso gratuito e aberto também para toda comunidade”, pontuou a instrutora credenciada do Senar do Curso de Barista e Gestora de Inovação em Café na InovaCafé, Helga Andrade.
Com carga horária de 16 horas, o curso apresentou a influência de diferentes moagens, torras e preparos, e como esses elementos impactam na bebida. Para 2015, as vagas já estão esgotadas, mas as datas dos cursos que serão realizados em 2016 já estão sendo agendadas e os interessados em participar devem acompanhar a página da InovaCafé no Facebook (facebook.com/inovacafeufla) para ter informações sobre as inscrições.
“Procurei o curso para aprender um pouco mais sobre o café e as suas qualidades. Nós trabalhamos na pós-colheita com a qualidade, só que o processo só vai até o ponto da tora do café, e eu quero aprender sobre o pós-torra, conhecendo melhor o produto que vai na xícara; então, participando do curso de barista, estou conseguindo aprender um pouco mais sobre a bebida”, afirmou o vice-coordenador do Núcleo de Estudos em Pós-Colheita do Café (PósCafé) e doutorando em Engenharia Agrícola, Marcos Paulo. Outra participante, formada em hotelaria e gestão comercial, Maria Cecília Bueno do Vale, está abrindo uma cafeteria na cidade e procurou o curso para oferecer o melhor café para os seus futuros clientes.
“A nossa intenção é criar um grupo de trabalho, para que os ex-alunos do curso possam trocar informações, fazer treinamentos e reciclagens, e semanalmente a gente quer se encontrar para falar sobre café, provar café juntos e dar continuidade a esse trabalho que vai culminar com a abertura da cafeteria escola que será um ambiente que todo mundo irá tomar café de alta qualidade e irá discutir sobre esse assunto”, explica Andrade.
Vanessa Trevisan – jornalista – Agência de Inovação do Café (InovaCafé)
Agência foi escolhida para apresentar aspectos do sistema de produção do Café Arábica
Nesta segunda e terça-feira, 9 e 10 de novembro, técnicos, produtores e pesquisadores do México visitam a Agência de Inovação do Café (InovaCafé) para participar de um projeto de capacitação em cultura do café. Na manhã de ontem, o grupo conheceu o Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf) e degustaram o café brasileiro produzido na região de Minas Gerais. Logo em seguida conheceram a técnica de clonagem do café pelo método de estaquia. A InovaCafé foi apresentada pelo atual assessor de Inovação e Empreendedorismo da UFLA, professor Luiz Gonzaga de Castro Júnior, que explanou sobre o surgimento, atuação e projetos da Agência.
O coordenador de pesquisa e estágio do Necaf, Renato Bottrel, pontuou que esse tipo de intercâmbio é bastante interessante, tendo em vista a diferença na produção do café entre os dois países. “A equipe é interessada e fez diversos questionamentos. Esse tipo de experiência contribui com a troca de informações”, apontou Bottrel.
O projeto de capacitação faz parte de uma articulação conjunta entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores, a Agencia Mexicana de Cooperación Internacional para el Desarrollo (AMEXCID), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Empraba) e o Instituto de Investigaciones Forestales, Agrícolas y Pecuarias (INIFAP). Os governos do Brasil e do México firmaram um Acordo de Cooperação Técnica com o objetivo de formar técnicos especializados em Agricultura, Pecuária e Silvicultura Tropical para o Desenvolvimento das Zonas Tropicais Mexicanas.
Para o representante do INIFAP, Ismael Mendes Lopes, o objetivo do projeto é fazer com que os mexicanos que estão trabalhando com o cultivo de café no México se familiarizem com outras tecnologias, com metodologias avançadas. “O Brasil é o principal produtor de café com um diferente sistema de produção; nós temos sistemas de produção diferentes, porém, parte dessa tecnologia pode ser aproveitada para os produtores mexicanos. Os técnicos estão relacionados aos produtores e esse é o momento de capacitá-los para que eles possam transferir esses conhecimentos para os cafeicultores. Os sistemas de produção são bem diferentes nos dois países, o café se dá naturalmente na sombra, e nos utilizamos essa metodologia. As nossas condições topográficas são diferentes, temos regiões muito acidentadas, mas eu acredito que parte da tecnologia brasileira pode ser aplica no México e para isso é importante que esses técnicos tenham acesso ao conhecimento”, pontou Lopes.
Os técnicos conheceram o Laboratório de Anatomia, clonagem por estacas, experimentos de irrigação/melhoramento/adubação, estrutura de colheita e pós-colheita e realizaram o procedimento de degustação de café de acordo com a metodologia da Specialty Coffee Association of America (SCAA). No dia 10, o grupo visita a Fazenda Bom Jardim, em Santo Antônio do Amparo (MG) e a Fazenda Ipanema Coffees, em Alfenas (MG). Essa última é uma empresa brasileira focada na comercialização e produção de cafés especiais, sendo hoje uma das mais reconhecidas produtoras de café do mundo, presente em mais de 20 países.
O professor Rubens José Guimarães, do Departamento de Agricultura da UFLA, afirma que a UFLA é uma referência em cafeicultura no Brasil e no mundo por causa da qualidade do ensino, pesquisa, extensão e por conta dos profissionais qualificados que atuam na instituição. “Nós vamos conduzir o grupo durante todas as visitas, entre elas a maior fazenda de café do mundo, que é a Ipanema Coffees, e durante toda a programação haverá troca de ideias, troca de tecnologias e quem sabe, no futuro, um intercâmbio maior entre os países”.
A analista do Departamento de Transferência de Tecnologia e gestora do projeto pela Embrapa, Assunta Helena Sicoli, afirmou que a UFLA, através da InovaCafé, foi selecionada entre todas as universidades brasileiras para realizar uma etapa do programa de café, tendo em consideração que é uma referência na área. O programa, que será realizado em três semanas, comtempla ainda visitas ao Instituto Federal do Sul de Minas – Câmpus Muzambinho e propriedades em Machado, Alfenas e Guaxupé, em Minas Gerais. Depois, segue para o município de Jacarezinho, no estado do Paraná.
Vanessa Trevisan – jornalista – Agência de Inovação do Café (InovaCafé)
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) de Minas Gerais, em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), promoveu os cursos de Classificação e Degustação de Café e também o de Barista para estudantes da universidade. A primeira turma foi formada por estudantes membros do Núcleo de Estudos em Qualidade, Industrialização e Consumo de Café (QICafé) e convidados da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
Com o objetivo de profissionalizar os participantes e aprimorar os seus conhecimentos na área, os cursos foram ministrados pela barista certificada pela Associação Brasileira de Café e Barista (ACBB) e mestre em Gestão de Cadeias Produtivas, Helga Andrade. Como parte da parceria, a UFLA sede o espaço físico e a infraestrutura, enquanto o Senar organiza o curso.
Para a coordenadora do QICafé e responsável pelo Polo de Tecnologia e Qualidade do Café, professora Rosemary Gualberto Pereira, a realização desses cursos é importante para os discentes de graduação e pós-graduação. “As parcerias com instituições contribuem para oferecer essa oportunidade para a comunidade. Esta foi a primeira de várias iniciativas em para atender as demandas dos núcleos ligados ao café e, posteriormente, outros núcleos e discentes da UFLA”.
Com o Curso de Classificação e Degustação, cuja carga horária é de 40 horas, o cursista passa a ter “uma visão global da metodologia da Classificação Oficial Brasileira (COB), que segue a instrução normativa que regulamenta a comercialização do café verde no Brasil”, explica Helga, que trabalha há três anos com o Senar.
Na parte teórica, o curso aborda classificação física, como defeitos, peneira, umidade e aspecto. Já na etapa teórica é abordada a torra voltada pra mostra de café e prova de xícara, focando nos padrões de bebida da COB (mole, dura, riado e rio). “Ainda não trabalhamos com cafés especiais, mas a gente sempre apresenta cafés de diferentes qualidades, para mostrar que sempre há novas possibilidades”, aponta a barista.
O Curso de Barista possui uma carga horária de 16 horas, para uma turma de seis a oito alunos. “É um curso mais condensado e tem menos alunos porque ele é muito prático”, comenta Helga. Por sua vez, o curso tem o objetivo de apresentar a influência de diferentes moagens, torras e preparos, e como esses elementos impactam na bebida. Os participantes aprendem também o básico de degustação e passam a ter melhor compreensão do conteúdo trabalhado no Curso de Classificação.
Sobre novas oportunidades na Universidade, Helga demonstra otimismo: “existe interesse de ambos os lados em fortalecer a parceria Senar-UFLA para que a gente possa promover mais cursos e de melhor qualidade aqui dentro, principalmente sobre café”.
Texto e fotos: Marina Botelho – jornalista e bolsista da Rede Social do Café/Consórcio Pesquisa Café
A Universidade Federal de Lavras (UFLA) é reconhecida pelas ações de sustentabilidade, considerada a Instituição de ensino superior mais sustentável da América Latina, ocupando a 26ª posição mundial no GreenMetric World University Ranking. Em setembro, a UFLA comemorou mais uma conquista: a Universidade é a primeira no Brasil a ser reconhecida como “Universidad Latinoamericana por el Comercio Justo – em andamento”.
A UFLA é a terceira universidade a aderir à iniciativa da Coordinadora Latinoamericana y del Caribe de Pequeños Productores e Trabalhadores de Comercio Justo (Clac), rede latino-americana de produtores co-proprietária do sistema internacional Fairtrade. A campanha “Universidades Latinoamericanas por el Comercio Justo” teve início em agosto de 2014 e, até o momento, quatro universidades fazem parte da construção da rede (Brasil, Costa Rica e Colômbia).
O processo de adesão da UFLA na campanha tem a articulação da Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil BRFair, com sede em Boa Esperança. Na UFLA, a iniciativa é do diretor da Agência de Inovação do Café (Inovacafé), professor Luiz Gonzaga de Castro Júnior.
“A UFLA é uma universidade com ênfase muito forte em Ciências Agrárias e está localizada no Estado de Minas Gerais, maior região produtora de café do Brasil. Desenvolveu várias investigações sobre os pequenos produtores de comércio justo na região, com trabalhos já incluídos em nossa bibliografia”, considerou o coordenador da Campanha, Marco Coscione (Clac), destacando ainda: “É importante que outras universidades conheçam a UFLA e seus trabalhos”.
Para a gestora de Fortalecimento e Desenvolvimento da Clac no Brasil, Paola Silva Figueiredo, uma das apoiadoras da BRFair, quando a campanha foi lançada e apresentada à UFLA houve muita receptividade para a construção de uma rede de universidades voltada para estudos sobre a temática. “Considerada a universidade mais sustentável da América Latina, a UFLA teve apenas que ajustar aos critérios para aderir a campanha, pois já desenvolvia muitos trabalhos nessa área”, enfatizou.
Pelo Comércio Justo e Solidário
No documento institucional da UFLA para adesão à campanha, o reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo defendeu a importância da criação de uma rede entre as universidades que apoiam concretamente o comércio justo por meio do ensino, da pesquisa, da proteção social e do consumo institucional, ações que estrategicamente já estão em consonância com os princípios da Universidade.
“Devemos considerar a importância que as instituições acadêmicas possuem como referências sociais em nossa região e a relevância estratégica do setor agropecuário para nosso País. Além disso, considerar o impacto que tais organizações têm no desenvolvimento endógeno de nossas comunidades, na superação das desigualdades sociais nas áreas rurais, na adaptação das mudanças climáticas e no empoderamento dos agricultores”, considerou o reitor.
De acordo com o professor Luiz Gonzaga, a UFLA já cumpre três dos cinco requisitos para ser reconhecida permanentemente Universidad Latinoamericana por el Comercio Justo. Ele explicou que a Universidade já tem um histórico consolidado de pesquisas sobre comércio justo e solidário e disciplinas que defendem seus princípios. A UFLA também encaminhou uma declaração institucional de apoio à campanha, definiu um grupo de trabalho interno sobre a temática, e está finalizando um acordo de cooperação com a rede BRFair de Produtores Fairtrade.
O último passo exigido é a compra institucional de produtos certificados Fairtrade. “Devemos adotar produtos certificados na Cafeteria Escola que será em breve inaugurada na UFLA, não apenas para cumprir com requisitos, mas também por acreditar em seus princípios de sustentabilidade”, destacou.
Café na UFLA
Inserida na principal região cafeeira do Brasil, a UFLA assumiu há mais de seis décadas a responsabilidade fortalecer o ensino, a pesquisa e a extensão em cafeicultura. Atualmente, a Universidade possui aproximadamente 120 pesquisadores que trabalham diretamente com a temática Somente no âmbito do Consórcio Pesquisa Café são 47 projetos de pesquisa (planos de ação) sob a responsabilidade de 26 professores/pesquisadores da UFLA.
Dentre as principais instituições direcionadas a café na Universidade estão o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT-Café) – vinculado ao governo federal por meio do CNPq, o Polo de Excelência do Café (PEC) – associado ao governo de Minas Gerais pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e a Agência de Inovação do Café (InovaCafé) – que congrega todas as ações de café na Universidade.
Com o intuito de abordar as especificidades das engenharias, será realizado na Universidade Federal de Lavras (UFLA) o I Congresso Mineiro de Engenharia e Tecnologia (Comet), organizado pelo Departamento de Engenharia (DEG).
O evento, que ocorrerá entre os dias 23 e 27 de novembro, tem como objetivo integrar e apresentar ao público a interdisciplinaridade envolvida no desenvolvimento tecnológico, por meio dos mais novos estudos realizados pelas empresas públicas e privadas.
Neste sentido, serão apresentados os mais recentes estudos de inovação nas áreas de Engenharia e Tecnologia do Estado de Minas Gerais e demais regiões do País.
O Congresso contemplará as áreas de Engenharia Agrícola, Engenharia de Sanitária e Ambiental, Engenharia de Automação e Controle, Engenharia de Materiais, Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia Química, Engenharia Elétrica, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia de Produção, Agronomia, Engenharia de Alimentos, Engenharia Florestal, Engenharia de Petróleo, Desenho Industrial, Engenharia de Agronegócios, Engenharia Metalúrgica, Arquitetura, Ciência da Computação, Geociências (Geografia, Geofísica, Ciência Ambiental), Física, Química, Farmácia, Nutrição, Matemática, Estatística, Segurança do Trabalho e Meio Ambiente.
Outras informações podem ser obtidas no site do DEG/UFLA (http://www.eventos.ufla.br/comet), na área de Eventos (http://www.fundecc.org.br/eventos/).
Valores da Inscrição.
Congresso-Graduação: R$ 30,00
Congresso-Profissional: R$ 50,00
Semana-Graduação: R$ 20,00
Semana-Profissional: R$ 30,00
I Workshop de Sustentabilidade na Produção de Cafés Naturais
O Workshop será realizado nos dias 24, 25 e 26 de novembro. O evento reunirá profissionais renomados no ramo da cafeicultura abordando temas que envolvem sustentabilidade e inovações nas diversas etapas da produção.
O participante terá a oportunidade de conhecer os desafios, oportunidades e a realidade do cenário dos cafés especiais naturais no Brasil e no mundo.
A realização do evento será de responsabilidade do Núcleo de Estudos em Pós-colheita do Café (Pós-Café) e do Núcleo de Estudos em Qualidade, Industrialização e Consumo de Café (QI-Café).
Os interessados deverão se inscrever no I Congresso Mineiro de Engenharia e Tecnologia: www.eventos.ufla.br/comet