Na sexta-feira (17/10), a Fazenda Juliana, em Monte Carmelo, no Cerrado Mineiro, recebeu a visita de cafeicultores, lideranças, profissionais do setor e estudantes para o Dia de Campo “Tecnologias para a cafeicultura do Cerrado Mineiro”. O evento foi organizado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA), representada por uma comitiva de 21 pessoas, entre professores, estudantes de graduação e pós-graduação.
O Dia de Campo contou com seis estações de campo, com apresentações dos primeiros resultados das pesquisas realizadas na Fazenda Juliana, propriedade do engenheiro civil Renato José Baiardi. Além de produtora de café especial, a Fazenda mantém diversos experimentos em parceria com a UFLA e a UFU, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de tecnologias para a cafeicultura do cerrado.
Para a UFLA, uma parceria enriquecedora, pois fortalece a formação de estudantes de graduação e pós-graduação, além de ampliar as linhas de pesquisa para outras regiões produtoras do Estado. Essa é a opinião do professor de cafeciultura da UFLA, Rubens José Guimarães, um dos coordenadores de pesquisas em desenvolvimento na Fazenda Juliana. “O Dia de Campo veio coroar a parceria com a apresentação dos primeiros resultados”, destacou o professor.
O evento foi uma oportunidade para ampliar o debate sobre as tecnologias para a cafeicultura do Cerrado Mineiro, aproximando os cafeicultores e profissionais do mercado dos grupos de pesquisa de duas universidades federais que se dedicam ao tema.
O Dia de Campo teve a organização do PET – Agronomia (UFU – Monte Carmelo), sob a tutoria da professora Gleice Aparecida de Assis (UFU), ex-aluna de graduação e pós-graduação da UFLA.
Das seis estações experimentais, cinco temas foram apresentados por estudantes e professores da UFLA:
Eficiência de Fertilizantes Nitrogenados na Cafeicultura – apresentação de Danilo de Araújo Soares, do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Solo, sob a orientação do professor Douglas Ramos Guelf.
Qualidade do Café – apresentação do estudante Bruno Ribeiro, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências dos Alimentos, sob a orientação da professora Rosemary Gualberto.
Filtro Biológico de águas residuais do beneficiamento de frutos do cafeeiro – apresentação da doutoranda Marinês Ferreira Pires, do Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, sob a orientação do professor Evaristo Mauro de Castro.
Produção Café naturalmente aromatizado a partir da fermentação controlada – apresentação da doutoranda Suzana Reis Evangelista, do Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos, sob a orientação da professora Rosane Freitas Schwan.
Manejo da adubação em lavoura cafeeira fertirrigada – apresentação do professor Alberto Colombo, do Departamento de Engenharia – UFLA.
Na sexta-feira (3/10), uma equipe da Universidade Federal de Lavras (UFLA) fez uma visita técnica à sede da Cooxupé, maior cooperativa de café do mundo, para fortalecer as parcerias em projetos estratégicos para a cafeicultura nacional. A visita incluiu o Complexo de Armazenagem e Indústria de Café Japy, o Laboratório de Análise de Café e a Indústria de Óleo de Café.
Em agosto deste ano, o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, formalizou, na UFLA, termo de cooperação com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café), para cofinanciar a linha de pesquisa “Produtos Inovadores à Base de Subprodutos e Resíduos da Indústria de Café”.
A visita à Cooxupé foi realizada pelo reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, acompanhado do assessor de Relações Institucionais, prof. Antônio Nazareno Mendes; do assessor de Inovação e Empreendedorismo, prof. Luiz Gonzaga de Castro Júnior; do coordenador do INCT Café, prof. Mário Lúcio Vilela Resende e da pós-doutoranda do INCT Café, Ingrid Simone Ribeiro.
A equipe da UFLA foi recebida pelo presidente da Cooxupé, Carlos Paulino; pelo vice-presidente, Carlos Augusto Rodrigues de Melo e pelo diretor administrativo, Antonio Carlos Oliveira Martins, além de técnicos, agrônomos e pesquisadores. A visita também contou com a presença do engenheiro de produção Marcelo Casagrande, coordenador do projeto que objetiva ampliar as oportunidades para extração de óleo de café para emprego na indústria de cosméticos.
Além das pesquisas já iniciadas no âmbito do INCT Café, a Cooxupé sinalizou que outras parcerias poderão ser firmadas com a UFLA envolvendo toda cadeia produtiva do café, desde o manejo da lavoura, até aspectos ligados a comercialização e mercados. Também foi reforçada a importância do projeto de Georreferenciamento do Café, que deverá ser realizado pela UFLA com apoio do Governo de Minas. A Cooxupé já realiza um trabalho de georreferenciamento em propriedades de seus cooperados, nas regiões produtoras de Minas Gerais e São Paulo.
A equipe da UFLA também apresentou a organização recente da Agência de Inovação do café – a InovaCafé, que reúne diversas iniciativas voltadas para a inovação no setor cafeeiro.
Uma das principais preocupações na produção de alimentos, desde o cultivo à industrialização, é garantir a segurança do alimento – ou seja, que o alimento esteja propício para o consumo, atendendo a normas sobre os parâmetros físicos, químicos, microbiológicos e sensoriais. No Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA) da UFLA, são desenvolvidas pesquisas nesse sentido. Um dos projetos, coordenado pelo professor Luís Roberto Batista, busca identificar espécies de fungos produtores de micotoxina em grãos de café produzidos no Estado de Minas Gerais.
O projeto conta com a participação da mestranda Jing Zhang, que realiza seu mestrado na Universidade de Wageningen (WUR), instituição que mantém cooperação com a UFLA. Em sua pesquisa, ela analisa grãos de café produzido em fazendas de Lavras e Três Pontas, a fim de avaliar os pontos críticos de contaminação e identificar as espécies de fungos que podem produzir micotoxinas. Ela permanece na Universidade participando do projeto até novembro.
No projeto, Jing teve a oportunidade de presenciar toda a cadeia produtiva de café, desde a colheita. A tecnologia empregada no cultivo e no processamento do café foi um dos aspectos que chamou a atenção da pesquisadora, que, na Holanda, estudou outros alimentos – cervejas e queijos.
Nas análises laboratoriais, cerca de 80 fungos foram identificados, sendo detectadas até o momento 10 diferentes espécies, mas poucas delas são capazes de produzir toxinas. “Encontrar essas espécies na natureza é comum e não significa, necessariamente, que haja toxina nos grãos”, explica o professor Luís Roberto Batista. A identificação foi possível devido aos equipamentos do Laboratório de Micotoxinas e Micologia de Alimentos, “um dos poucos no Brasil preparado para realizar a identificação de fungos dos gêneros Aspergillus e Penicillium até espécie”, ressalta o professor.
Os resultados da pesquisa já indicam que, quanto melhor o processamento do café, menor o risco de apresentar toxinas. “Concluímos que o baixo nível de contaminação dos fungos está relacionada, principalmente, às boas práticas agrícolas”, revela o professor Luís Roberto. Já a pesquisadora Jing espera que o seu estudo extrapole o laboratório: “Acredito que este trabalho contribuirá para melhorias no cultivo do café na região”.
O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Alan Andrade, ex-aluno da Universidade Federal de Lavras e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT-Café), com sede na UFLA, está entre os autores de um artigo publicado na revista norte-americana Science, no dia 5 de setembro.
O artigo traz os resultados do sequenciamento completo do genoma do café (Coffea canephora), fruto de um consórcio internacional composto por 11 países – Brasil, França, Itália, Canadá, Alemanha, China, Espanha, Indonésia, Austrália, Índia e Estados Unidos.
Segundo o pesquisador, o sequenciamento, inédito no mundo, permite a leitura do genoma de cada planta, o que possibilitará prever o desenvolvimento de algumas características de interesse agronômico e acelerar o melhoramento genético. O estudo comprovou, a partir de uma comparação entre os genomas do café, chá e cacau, que o surgimento da biossíntese de cafeína ocorreu independente e não oriunda de um ancestral comum, como se acreditava até então.
Em 2004, Alan já havia feito parte de um grupo pioneiro no Brasil, que sequenciou pela primeira vez o genoma funcional do café, o que na época resultou no maior banco de dados para café do mundo, com 200 mil sequências de DNA. Hoje, esse banco já possui mais de 30 mil genes identificados e está à disposição das 45 instituições que compõem o Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café (CBP&D/Café), distribuídas em 14 estados brasileiros.
A diferença entre o sequenciamento completo do genoma (estrutural) para aquele obtido há 10 anos (funcional) é que o estrutural permite aos cientistas ter conhecimento sobre a ordem dos genes dentro das sequências de DNA e das regiões intergênicas que compõem o genoma, o que não é possível ver no sequenciamento funcional. Para Alan, este é um dos diferenciais do estudo, já que permite desenvolver diversas características de interesse na mesma planta (produtividade, precocidade, tolerância a estresses climáticos e resistência a doenças, por exemplo).
Segundo o pesquisador, o próximo passo será o sequenciamento completo do café arábica, do qual o Brasil é o maior produtor e responde por 36% do mercado mundial.
Por enquanto, o banco de dados resultante do sequenciamento estrutural do café está na França, mas a ideia é trazê-lo para o Brasil, a exemplo do que foi gerado pelo genoma funcional, que desde 2004, está à disposição das instituições de pesquisa do Brasil e do exterior.
A revista Science, publicada pela Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, sigla em inglês), é considerada uma das mais prestigiadas de sua categoria, com tiragem semanal de 130 mil exemplares, além das consultas online, o que eleva o número estimado de leitores a um milhão em todo o mundo.
Especialistas da Agência de Inovação do Café apresentam os efeitos da estiagem na redução da safra futura
A forte estiagem e as altas temperaturas nos primeiros meses do ano resultaram em prejuízos no volume do café colhido na safra 2014 e especialistas já alertam para seus efeitos na safra 2015. Apesar das lavouras se mostrarem bem enfolhadas e carregadas antes da colheita, o que os cafeicultores estão presenciando, com cerca de 80 a 90% da safra colhida, é o baixo rendimento, com aumento significativo de frutos com grãos chochos, mal formados, com sintomas de coração negro e/ou miúdos, sobretudo nas lavouras mais novas.
Este é o cenário da cafeicultura em Minas Gerais, nas principais regiões produtoras, principalmente no Sul de Minas, responsável por 50% da safra estadual e 25% de todo o café colhido no Brasil. A quebra na estimativa desta safra deverá ser confirmada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que está processando o 3º Levantamento da Safra Nacional de Café para divulgação no mês de setembro.
No dia 14 de agosto, os técnicos de operação da Conab, Sérgio de Lima Starling e Terezinha Vilela de Melo Figueiredo, que compõem a equipe de Levantamento da Safra de Café em Minas Gerais, visitaram a Universidade Federal de Lavras (UFLA), para ouvir especialistas em diferentes áreas do conhecimento sobre o impacto das condições climáticas adversas sobre o comportamento da safra atual e futura.
Os técnicos da Conab estavam acompanhados da jornalista da agência Reuters News, Caroline Stauffer, que está no Brasil para acompanhar o comportamento da safra para elaboração de boletins informativos.
Eles foram recebidos na Agência de Inovação do Café (Inovacafé), com sede na UFLA, onde tiveram a oportunidade de debater os efeitos da seca sob diferentes perspectivas: rendimento e qualidade dos grãos, condições gerais das plantas e do solo, ataque de pragas e doenças e mercado.
Participaram da reunião os professores: Rubens José Guimarães (DAG), José Maria de Lima (DCS), José Donizeti Alves (DBI), Mário Lúcio Vilela Resende (DFP – INCT Café), Luiz Gonzaga de Castro Junior (DAE) e Rosemary Gualberto Pereira (DCA), além do gerente executivo do Polo de Excelência do Café, Edinaldo José Abraão e o gerente da Regional Emater-MG de Lavras, Marcos Fabri Júnior.
Para o coordenador da Inovafé, professor Rubens José Guimarães, a UFLA reúne competências em diferentes áreas do conhecimento, capazes de descrever os cenários que os cafeicultores enfrentam nesta safra e seus efeitos na safra futura.
Sérgio Starling ressaltou que as informações disponibilizadas pela Universidade contribuem muito para amparar o trabalho de campo. Ele disse que o apoio da pesquisa, aliado ao levantamento dos técnicos da Conab, que percorrem as principais regiões produtoras, ajuda a entender melhor o comportamento da safra. O técnico comentou que embora já exista a sinalização de um possível comprometimento da produção da safra 2015, esta previsão ainda é prematura.
Para o professor da UFLA José Donizeti Alves, que atua nas áreas de Fisiologia de Plantas sob Estresse e Fisiologia do Cafeeiro, a quebra na expectativa da safra atual e futura decorre de um conjunto de fatores, entre eles, o baixo crescimento do sistema radicular, menor crescimento dos ramos vegetativos, ausência de tratos culturais e alta incidência de pragas e doenças. Ele adianta que a safra 2015 será certamente menor que a safra 2014 que, em sua avaliação, deverá oscilar entre 24 e 27 milhões de sacas de café arábica.
Os técnicos da Conab e a jornalista da Reuters também visitaram o Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal – Lemaf, no Departamento de Ciências Florestais da UFLA (DCF), responsável por grandes projetos, como o Zoneamento Ecológico Econômico de Minas Gerais e o Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar).
Levantamentos de Safra
A Conab realiza quatro levantamentos de campo ao longo do ano safra (mês de dezembro – período pós-florada; mês de abril – período pré-colheita; mês de agosto – período plena colheita; e mês de dezembro – período pós-colheita).
A primeira estimativa para a produção da safra cafeeira (espécies arábica e conilon) em 2014 indicava que o País deveria colher entre 46,53 e 50,15 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado.
A segunda estimativa indicava uma safra de 44,57 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado, sendo 32,23 milhões de sacas de arábica e 12,33 milhões de sacas de robusta. A produção de café na região do Sul de Minas foi reavaliada para 10.873.552 sacas, revertendo a tendência de ligeiro crescimento projetada à época do primeiro levantamento e sinalizando uma retração de 18,58% comparada à safra 2013 e de 20,83% em relação ao prognóstico inicial da safra 2014.
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café, sediado na Universidade Federal de Lavras – UFLA, inicia suas articulações em torno de uma nova proposta que vai direcionar as pesquisas nos próximos seis anos (2015/2021). O grande diferencial desta vez está na aproximação com o mercado, tendo sido já oficializado o apoio de cinco empresas para o cofinanciamento de diferentes linhas de pesquisa previstas na nova proposta.
Sob a coordenação do professor Mário Lúcio Vilela de Resende (DFP/UFLA), várias reuniões estão sendo realizadas para definição de novas parcerias e linhas prioritárias de pesquisa. O objetivo é reunir um time diversificado de pesquisadores e o apoio de instituições públicas e privadas para atender a chamada INCT – MCTI/CNPq/CAPES/FAPs nº 16/2014, que tem por objetivo apoiar atividades de pesquisa de alto impacto científico em áreas estratégicas e/ou na fronteira do conhecimento.
Nessa quarta-feira (6), o reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, e a vice-reitora, professora Édila Vilela de Resende Von Pinho, receberam no Salão dos Conselhos da Universidade (Prédio da Reitoria), o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, para a assinatura da declaração de interesse em cofinanciar a linha de pesquisa “Produtos Inovadores à Base de Subprodutos e Resíduos da Indústria de Café”. O presidente estava acompanhado do engenheiro de produção da Cooxupé, Marcelo Casagrande.
A Cooxupé é a maior cooperativa de cafeicultores do mundo, reunindo a produção de cinco milhões de sacas anualmente, o que representa 12% do café brasileiro e 6% do café produzido no mundo. Também está no ramo de café torrado e moído, inaugurando em breve uma das maiores torrefações do Brasil. De acordo com Carlos Paulino, o objetivo é apoiar o desenvolvimento de pesquisas que confiram valor agregado ao produto e garantam uma maior rentabilidade ao cafeicultor. Destacando a UFLA como uma instituição de referência em pesquisas voltadas ao café, o presidente da Cooxupé reforçou a importância da parceria. “Esse é o primeiro passo de uma longa caminhada”, considerou.
A importância da parceria com a Cooxupé também foi enaltecida pelo reitor da UFLA, que apresentou um resgate do processo de expansão com qualidade e das conquistas da Universidade nos últimos anos. Scolforo reforçou a necessidade de incentivar as pesquisas que resultem em benefícios diretos para a população, sobretudo relacionados à cultura do café, um dos produtos mais estratégicos para o Estado de Minas e para o País.
Atendendo à necessidade de inclusão da iniciativa privada à nova proposta do INCT Café, o professor Flávio Meira Borém também entregou ao coordenador do INCT Café, professor Mário Lúcio, mais quatro cartas de intenção de cofinanciamento em nome da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e das empresas Bourbon Specialty Coffees SA, Videplast Indústria de Embalagens LTDA e Verde Fertlizantes LTDA. As empresas deverão apoiar as linhas de pesquisas “Inovações em Pós-Colheita do Café” e “produtos Inovadores para a Cafeicultura”.
Reunião de competências
No dia 29 de julho, pesquisadores de diversas instituições de referência em pesquisa cafeeira se reuniram na sede da Agência de Inovação do Café, na UFLA, para debaterem quais linhas de pesquisa serão prioritárias no âmbito do INCT Café nos próximos anos. Durante a reunião, foram elencados os principais gargalos tecnológicos da cafeicultura e articuladas redes de pesquisa para suas soluções.
Pesquisas Estratégicas
O INCT Café está em funcionamento desde 2008. Além da UFLA, coordenadora do projeto, conta com a participação de cinco instituições signatárias: Universidade Federal de Viçosa (UFV), Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper). O INCT Café tem o objetivo de apoiar a geração de tecnologias sustentáveis, desenvolvendo modelos adaptados para os sistemas especializados de produção e melhorando a qualidade e a competitividade da cadeia produtiva do café.
Acaba de ser lançada a nova edição da Coffee Science (volume 9, número 3, 2014), revista científica vinculada à Universidade Federal de Lavras – UFLA e ao Consórcio Pesquisa Café. Única revista científica brasileira especializada em cafeicultura, de publicação e distribuição gratuita, a Coffee Science chega a sua vigésima terceira edição, com 259 artigos já publicados, reunindo resultados de pesquisas de várias instituições brasileiras.
Além da versão on linewww.coffeescience.ufla.br, com tradução integral dos artigos para o inglês, a revista também está disponível gratuitamente na versão impressa. Atualmente, cerca de 150 países acessam a revista via internet, resultando em mais de 100.000 acessos nos últimos cinco anos segundo o Google Analytics. Desde 2013, a Coffee Science é publicada com periodicidade trimestral, ampliando sua inserção com artigos de grande interesse da comunidade acadêmica que trata da temática café.
Temas – São 15 as pesquisas apresentadas nesta edição da revista: Fertilidade e compartimentos de matéria orgânica do solo sob diferentes sistemas de manejo; Infestação por bicho-mineiro e teores foliares de açúcares solúveis totais e proteína em cafeeiros orgânicos; Crescimento de cafeeiros enxertados cultivados em solução nutritiva; Zoneamento agroclimático do Coffea canephorea para o Espírito Santo, mediante interpolação espacial; Influência da precipitação espacial na abundância de ácaros em cafeeiros; Adubação nitrogenada em cafeeiros com biomassa de feijão-de-porco; Progressos genéticos em progênies de café por diferentes critérios de seleção; Produtividade de cafeeiro orgânico no cerrado após a poda sob diferentes regimes hídricos; Resídio de brachiaria fertilizada com nitrogênio na adubação do cafeeiro; Índice de área foliar, densidade de planta e manejo de irrigação do cafeeiro; Fauna edáfica em sistemas arborizados de café conilon em solo de tabuleiros costeiros; Efeitos da temperatura e citocinina na capacidade de embriogênese somática direta em genótipos de Coffea; Variabilidade especial e temporal de produtividade do cafeeiro canephora; Modelos de predição da ferrugem do cafeeiro por técnicas de mineração de dados e doses de fósforo associadas ao nitrogênio no desenvolvimento de mudas de cafeeiro.
Histórico e indexação– A revista Coffee Science foi criada por pesquisadores do Consórcio Pesquisa Café, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Polo de Excelência do Café (PEC/Café). Hoje está indexada ao AGRIS-FAO (International Information System for the Agricultural Sciencesand Technology), AGROBASE-IBICT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia), Latindex (Sistema Regional de Informaciónen Línea para Revistas Científicas de América Latina, Caribe, España y Portugal), CAB Abstracts (CABI – Common wealth Agricultural Bureaux International), Scientific Commons (University of St. Gallen – Switzerland), Scopus-Elsevier, Periódicos Capes, Agricola (USDA – National Agricultural Library) e na Wageningen UR Digital Library.
Submissão dos trabalhos – A submissão de artigos originais e inéditos pode ser feita de forma contínua pelo site http://www.coffeescience.ufla.br, mesmo endereço em que estão disponíveis todas as edições anteriores. A versão impressa da revista tem tiragem de 500 exemplares, distribuídos para bibliotecas, universidades e instituições de pesquisa de todo o País e do exterior.
Mais um dia histórico para a Universidade Federal de Lavras: mantendo a tradição e o pioneirismo na área de cafeicultura, a UFLA inaugurou nessa sexta-feira (27/6), a InovaCafé – Agência de Inovação do Café. Com o objetivo de se tornar referência mundial em inovações para o setor cafeeiro, a InovaCafé vai promover a interação de especialistas em diferentes áreas do conhecimento, estudantes e profissionais do mercado em projetos estratégicos, para elevar a competitividade da cafeicultura brasileira.
Presente à cerimonia, o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nárcio Rodrigues, reforçou a importância da cafeicultura para Minas Gerais e considerou a criação da InovaCafé como o coroamento do esforço e excelência da UFLA na temática Café. Em sua avaliação, a UFLA tem a competência instalada para, juntamente com seus parceiros, transformar pesquisa e tecnologia em soluções para a produção de café de qualidade e o desenvolvimento de produtos competitivos para o mercado.
Para o reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, o café, que sempre foi uma cultura de destaque entre as linhas de pesquisa da Universidade, em razão de sua importância social e econômica, agora passará para uma nova etapa, visando, sobretudo, à inovação para a agregação de valor ao produto. Scolforo enfatizou a importância de fortalecer a visão empreendedora da Universidade, resultado da relação entre ciência e mercado, o que permite levar o conhecimento além das prateleiras das bibliotecas, com impactos positivos na qualidade de vida da sociedade.
Para ilustrar a importância do café para a UFLA, o presidente do Conselho de Administração do Inovacafé, professor Rubens José Guimarães, traçou um resgate das iniciativas da Universidade desde a década de 1950, quando foi plantada a primeira semente de cafeeiro e iniciados os primeiros experimentos. Outras marcas: a primeira dissertação de Mestrado da UFLA, com o tema café, em 1966; a criação do Núcleo de Estudos em Cafeicultura – Necaf, em 1994; o lançamento da Expocafé, em 1998; a criação da primeira revista científica especializada em cafeicultura – Coffee Science, em 2006; a criação do Polo de Excelência do Café, em 2008, e a criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT-Café), em 2012.
Minas Gerais já é referência em produção e a UFLA tem se destacado em pesquisa – o momento agora é o de buscar a competitividade por meio da inovação e da integração entre as competências internas e a competência estratégica das instituições parceiras. Essa é a ideia do assessor de Empreendedorismo e Inovação da UFLA, professor Luiz Gonzaga de Castro Júnior, que apresentou a proposta de um amplo programa de pesquisa em rede para incluir temáticas que tragam soluções para a indústria e cafeterias.
Rede de Interação
A Agência é fruto da articulação do Polo de Excelência do Café, Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais – Sectes, UFLA e Ministério da Educação (MEC), contando com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Também contribuem para a viabilização da nova Agência o Consórcio Pesquisa Café e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT-Café), que, neste momento, financiam outros investimentos necessários ao funcionamento da Agência.
O novo espaço vai integrar iniciativas do Setor de Cafeicultura da UFLA, o Polo de Excelência do Café, o INCT-Café, Polo de Tecnologia em Pós-Colheita do Café, Polo de Tecnologia em Qualidade do Café, Centro Tecnológico de Comercialização On-line de Café (e-Café Brasil), Centro de Inteligência em Mercados (CIM), que inclui o Centro de Trainee em Mercados e o Bureau de Informação e Desenvolvimento do Café.
Também farão parte da agência a Coordenação Institucional do Consórcio Pesquisa Café, a Unidade de Torrefação de Café, o Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf), a Secretaria Administrativa da Revista Coffee Science, a Unidade de Difusão Virtual de Tecnologias – Café Web TV, o Centro de Armazenamento e Controle de Defensivos Agrícolas e o Laboratório de Análises Avançadas e Biotecnologia.
A ideia principal da Agência é estabelecer mecanismos de cooperação entre todas as instituições agregadas, visando à utilização compartilhada dos recursos materiais, bem como à formação e capacitação de recursos humanos.
Estrutura – A InovaCafé vem ampliar a estrutura dedicada ao ensino, pesquisa e extensão em cafeicultura na UFLA, incluindo laboratórios já existentes, infraestrutura pós-colheita, casas de vegetação e experimentos de campo. O novo prédio possui aproximadamente 1500 metros quadrados de área construída em três pavimentos, incluindo salas dos projetos e laboratórios multiusuários. A construção teve um investimento de mais de R$ 2 milhões, sendo R$ 1,2 milhão repassado pela Finep, por meio da Sectes e o restante de contrapartida da UFLA, com recursos do MEC.
Presenças – A cerimônia contou com a presença do secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nárcio Rodrigues; do secretário-adjunto, Vicente José Gamarano; do reitor da UFLA, professor Scolforo; vice-reitora, professora Édila Vilela de Resende Von Pinho; reitor da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), professor Dijon Moraes Júnior; presidente do Conselho de Administração do InovaCafé, professor Rubens Guimarães, além de pró-reitores, professores, estudantes, profissionais e lideranças do setor.
Os membros do Conselho de Administração do InovaCafé: professores Rubens Guimarães, Antônio Nazareno Guimarães Mendes; Mário Lúcio Vilela, Virgílio Anastácio da Silva, Luiz Gonzaga de Castro Júnior, Rosemary Gualberto Pereira e Edinaldo José Abrahão participaram do descerramento da placa de inauguração.
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Mantendo a tradição e o pioneirismo na área de cafeicultura, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) inaugura nesta sexta-feira (27/6), às 10 horas, a InovaCafé – Agência de Inovação do Café. A cerimônia terá a presença do secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Nárcio Rodrigues, do reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, professores, estudantes, profissionais e lideranças do setor.
Vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa e sediada no campus da Universidade, a InovaCafé vai integrar em um mesmo espaço físico as iniciativas voltadas ao desenvolvimento de inovações para o setor cafeeiro, por meio da interação de profissionais e estudantes em projetos de ensino, pesquisa e extensão.
A Agência é fruto da articulação do Polo de Excelência do Café, Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais – Sectes, UFLA e Ministério da Educação (MEC), contando com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Também contribuem para a viabilização da nova Agência o Consórcio Pesquisa Café e INCT-Café, que nesse momento financiam outros investimentos necessários ao funcionamento da nova Agência.
O novo espaço vai integrar iniciativas do Setor de Cafeicultura da UFLA, o Polo de Excelência do Café, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT-Café), Polo de Tecnologia em Pós-Colheita do Café, Polo de Tecnologia em Qualidade do Café, Centro Tecnológico de Comercialização Online de Café (e-Café Brasil), o Centro de Inteligência em Mercados (CIM), que inclui o Centro de Trainee em Mercados e o Bureau de Informação e Desenvolvimento do Café.
Também farão parte da agência a coordenação institucional do Consórcio Pesquisa Café, a Unidade de Torrefação de Café, o Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf), a secretaria administrativa da Revista Coffee Science, a Unidade de Difusão Virtual de Tecnologias – Café Web TV, o Centro de Armazenamento e Controle de Defensivos Agrícolas e o Laboratório de Análises Avançadas e Biotecnologia.
A Agência de Inovação do Café busca integrar o governo, as universidades e o setor empresarial, considerando as condições estruturais de uma aliança estratégica para elevar a competitividade da cafeicultura brasileira.
A ideia principal da Agência é estabelecer mecanismos de cooperação entre todas as instituições agregadas, visando à utilização compartilhada dos recursos materiais, bem como a formação e capacitação de recursos humanos.
Estrutura – A InovaCafé vem ampliar a estrutura dedicada ao ensino, pesquisa e extensão em cafeicultura na UFLA, incluindo laboratórios já existentes, infraestrutura pós-colheita, casas de vegetação e experimentos de campo. O novo prédio possui aproximadamente 1500 metros quadrados de área construída em três pavimentos, incluindo salas dos projetos e laboratórios multiusuários. A construção teve um investimento de mais de R$ 2 milhões, sendo R$ 1,2 milhão repassado pela Finep, por meio da Sectes e o restante de contrapartida da UFLA, com recursos do MEC.
Café em Minas e no Brasil– Minas Gerais destaca-se como o maior produtor nacional de café, sendo responsável pela metade de toda a produção brasileira. O Brasil possui um parque cafeeiro estimado em 2,3 milhões de hectares. São cerca de 300 mil produtores com uma produção, média, em torno de 45 milhões de sacas de café beneficiado. O café é fonte imprescindível de receita para centenas de municípios, além de ser o principal gerador de postos de trabalho na agropecuária nacional.
Vinte profissionais extensionistas da Empresa Mineira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), de diferentes regiões do Estado, foram recebidos no Polo de Tecnologia em Qualidade do Café entre 19/6 e 23/6 para participarem do curso “Capacitação em análise física e sensorial de café”. A atividade foi coordenada pela professora do Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras (DCA/UFLA), e também responsável pelo Polo, Rosemary Gualberto Pereira.
Durante a programação do curso, ações teóricas e práticas deram aos participantes informações técnicas que permitem a correta identificação de tipos de grãos, além do acesso a normas para classificação física, identificação de sabores, aromas e gostos do café.
Com o objetivo de repassar informações importantes ao desenvolvimento do trabalho feito no campo pelos participantes, o curso também capacitou o grupo para que possa incentivar e orientar os produtores quanto à participação nos concursos de qualidade de cafés que ocorrem pelo país. Neste ano, as análises do Concurso de Qualidade de Cafés de Minas Gerais, que estará na décima primeira edição, serão feitas na UFLA e no Centro de Excelência de Café de Machado. O início dos trabalhos ocorrerá em 23/9.
O curso foi uma iniciativa que partiu do convênio entre a Emater e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Café), tendo o apoio do Governo de Estado de Minas Gerais, do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Universidade Federal de Lavras. O compromisso de todos os envolvidos é a valorização dos cafés mineiros. Na comissão coordenadora do evento estavam, além da professora Rosemary, o coordenador técnico estadual da Emater, Marcelo de Pádua Filipe, e o gerente regional da Emater, Marcos Antônio Fabri Júnior.
Com informações de Daniela Novaes – Jornalista – Rede Social do Café. Fotos cedidas pela professora Rosemary Pereira.