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Expocafé 2015 terá início com o 6º Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira

expocaféEm sua 6ª edição, o Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira fará a abertura da Expocafé 2015, evento que congrega pesquisadores, técnicos, consultores e produtores, aliando ciência e prática. O Simpósio será realizado no dia 30 de junho, na Fazenda Experimental da Epamig, em Três Pontas.

O Simpósio tem a coordenação científica do professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Fábio Moreira da Silva, especialista e difusor da mecanização no Sul de Minas, que nesta edição fará uma apresentação sobre inovações em pós-colheita do café.

Para esta edição, a programação também vai abordar o reuso da água no processamento do café, o preparo profundo do solo em tempos de escassez de água, o planejamento da eficiência mecânica e erosão na lavoura cafeeira, o manejo da lavoura cafeeira visando a mecanização, o novo conceito de mecanização de colheita do café, a gestão dos custos no manejo mecanizado da lavoura cafeeira e a análise técnica e econômica da mecanização da lavoura cafeeira.

Os interessados em participar do Simpósio podem fazer a inscrição antecipada nesse link, até o dia 28 de junho. Para aqueles que farão pessoalmente, no dia 30 de junho, é válido ressaltar que o preenchimento dos dados cadastrais será realizado pela equipe do evento e não serão aceitos cartões de crédito ou de débito. O investimento é no valor de R$ 40,00 para estudantes e de R$ 80,00 para demais participantes.

A Expocafé, promovida pela Cocatrel, em parceria com a Epamig e a Universidade Federal de Lavras (UFLA), em sua 18ª edição, será aberta a todo o público, gratuitamente, a partir do dia primeiro de julho, sendo finalizada em 3/7, na Fazenda Experimental da Epamig em Três Pontas.

Em diversas estações de campo será possível saber mais sobre colhedoras, derriçadeiras, sopradoras e tratores. Os participantes também poderão conhecer novas cultivares de café, além de materiais genéticos que estão em fase experimental, resultantes do Programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro da Epamig, em parceria com outras instituições de pesquisa que integram o Consórcio Pesquisa Café.

A Expocafé também conta com diversas palestras e cursos, nas variadas tendas presentes no evento. Nesta edição os temas abordados serão: Mulheres no café: Oportunidades e negócios; Degustação comentada de Vinhos; Degustação comentada de Azeites; Novas cultivares para produção de cafés especiais; Demonstrações de métodos de extração e degustações de cafés; Manejo sustentável da cafeicultura em consórcio com Braquiária; Monitoramento nutricional do cafeeiro através da análise foliar; e Desenvolvimento Sustentável da Agricultura Familiar.

História

Em 1998, um grupo de professores da UFLA organizou a 1ª Exposição de Máquinas para a Cafeicultura, denominada Expocafé, em uma fazenda localizada no município de Três Pontas. A feira cresceu com foco na mecanização e se transformou no maior evento nacional de transferência de tecnologia e de extensão do agronegócio café. Até 2009, a UFLA foi a coordenadora do evento, passando essa responsabilidade, em 2010, à Epamig, uma das instituições parceiras. Tem entre seus objetivos a disseminação de tecnologias cafeeiras, a realização de contatos e parcerias e a ampliação de negócios que agregam valor ao produto

Veja programação no site http://expocafe.com.br/

Camila Caetano – jornalista, bolsista/UFLA

Tecnologias garantem mecanização para a cafeicultura de montanha

Professor Fábio Moreira, durante sessão que abordou o tema Cafeicultura de Montanha, no IX Simpósio de Pesquisas Cafés do Brasil
Professor Fábio Moreira, durante sessão que abordou o tema Cafeicultura de Montanha, no IX Simpósio de Pesquisas Cafés do Brasil. Foto: Marina Botelho

Tema foi abordado no IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

O Brasil é o país maior produtor de café do mundo e Minas Gerais, se fosse um país, seria o segundo maior produtor. Cerca de 50% do café produzido no País vem das lavouras mineiras e boa parte delas está localizada no sul do Estado, em região montanhosa. Embora uma condição favorável para a produção de cafés de alta qualidade, a sustentabilidade econômica das propriedades dessa região é um desafio, já que a escassez de mão de obra exige o desenvolvimento de tecnologias que permitam a mecanização dessas lavouras.

O tema é tão importante que foi o tema escolhido para o primeiro Painel “Cafeicultura de Montanha” – apresentado no IX Simpósio de Pesquisas Cafés do Brasil, realizado em Curitiba – Paraná, de 24 a 26 de junho. Durante a sessão, o professor Fábio Moreira da Silva, do Departamento de Engenharia da UFLA, apresentou um resgate histórico das tecnologias desenvolvidas para amenizar as dificuldades de se produzir café com competitividade nessas condições.

“Há 20 anos o café de montanha estava fadado ao fracasso, diante da crescente escassez de mão de obra que se tornou um fator limitante ao processo produtivo”, lembrou o professor Fábio Moreira. Mas a mensagem principal que ele passou está longe de ser pessimista. Ele apresentou uma análise técnica e econômica da mecanização da lavoura cafeeira, incluindo o estágio tecnológico atual e as tendências do mercado.

Nesse contexto, o professor destaca que cerca de 80% das lavouras cafeeiras do Sul de Minas apresentam declividade abaixo de 20%, sendo plenamente possíveis de serem mecanizadas. “O debate agora não se restringe a avaliação de sua viabilidade, mas na busca por tecnologias para mecanização dos 21% das áreas restantes, com declividade de até 50%, dentro de sistema semi-mecanizados e mecanizados, uma vez que normalmente estas áreas mais inclinadas apresentam maior altitude e produzem café de elevada qualidade”, enfatiza.

Há 20 anos o café de montanha estava fadado ao fracasso, diante da crescente escassez de mão de obra que se tornou um fator limitante ao processo produtivo
Há 20 anos o café de montanha estava fadado ao fracasso, diante da crescente escassez de mão de obra que se tornou um fator limitante ao processo produtivo

O que a ciência e tecnologia estão buscando é justamente quebrar o paradigma da classe de declividade apta para mecanização, hoje não recomendada para terrenos acima de 20% de declividade. O professor esclarece que o desafio agora é oferecer ao produtor um pacote tecnológico que inclua o manejo da lavoura para a mecanização. Uma solução apresentada pelo professor Fábio Moreira é o sistema de terraceamento, que vem sendo avaliado por uma equipe da Universidade em parceria com outras instituições. Com resultados preliminares, já foi possível apontar uma economia de até 50% no manejo das lavouras neste sistema.

Do ponto de vista da mecanização, estão sendo projetados equipamentos com centro de gravidade mais baixo, chegando a colher em até 32% de declividade. Os equipamentos também são mais estreitos e com altura compatível com lavoras de montanha, além de serem multifuncionais, para colheita, poda e pulverização.

Adversidade e Qualidade

Ainda no Painel “Cafeicultura de Montanha”, o cafeicultor Adolfo Henrique Vieira Ferreira apresentou as práticas de manejo, estrutura de sua propriedade e medidas para a produção de café com qualidade diferenciada.

“O nosso objetivo é produzir café de qualidade. Como na montanha nós temos uma condição de ter uma maior qualidade, nós conseguimos agregar valor aos cafés especiais”, comentou Ferreira. Apesar das adversidades normalmente associadas a esse tipo de cafeicultura, o produtor aponta um futuro totalmente sustentável: “Nós possuíamos sustentabilidade social e ambiental, e estamos nos aproximando da sustentabilidade econômica. Hoje eu posso falar que o meu custo é bem próximo do custo da cafeicultura plana mecanizada”.

Como mediador do painel, Fernando Rezende Ratti, da Confederaç

Mecanização com equipamentos portáveis: realidade nas lavouras mineiras
Mecanização com equipamentos portáveis: realidade nas lavouras mineiras

ão da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), levantou quatro pontos importantes em relação à cafeicultura de montanha e sua mecanização: eficiência em custo, diferenciação, posicionamento do produto no mercado nacional e internacional e certificação. “Essas quatro frentes estão muito alinhadas para a sustentabilidade da cafeicultura de montanha”, concluiu.

Simpósio

O Simpósio de Pesquisa dos Cafés é realizado a cada dois anos e esta edição está sendo realizada no Centro de Convenções de Curitiba, no estado do Paraná. Cerca de 600 participantes trocam informações sobre café e fortalecem a maior rede de pesquisa sobre o produto no mundo.  Com o tema “Consórcio Pesquisa Café – Oportunidades e Novos Desafios”, estão sendo apresentados resultados das pesquisas realizadas no País e, sobretudo, nas 10 instituições fundadoras do Consórcio Pesquisa Café, entre elas, a Universidade Federal de Lavras (UFLA).

Com o objetivo de democratizar o acesso ao conhecimento, a Rede Social do Café realiza a transmissão ao vivo pela internet e disponibilizará, posteriormente, o registro de palestras e trabalhos apresentados no simpósio. Clique aqui e acompanhe.

Texto com a colaboração da jornalista Marina Botelho –  bolsista Rede Social do Café/Consórcio Pesquisa Café.

Cápsulas de café alteram padrão de consumo no Brasil e no mundo

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Professor Gonzaga apresenta o quadro das tendências de consumo de café no mundo. Foto: Marina Botelho

Professor da UFLA apresenta tendências durante o Simpósio Cafés do Brasil

As cápsulas de café caíram no gosto do consumidor e passou de tendência para uma realidade no Brasil e no mundo. O café em “dose única”, também conhecido como monodose, une praticidade com qualidade. Comparado ao modo tradicional para tomar um bom café em casa, uma xícara produzida a partir das cápsulas leva apenas 30 segundos.

O mercado de cápsulas de café foi um dos temas abordados pelo professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA) Luiz Gonzaga Castro Júnior, no primeiro dia da programação do IX Simpósio de Pesquisa Cafés do Brasil, realizado de 24 a 26 de junho, em Curitiba – Paraná. O professor participou do Painel Tendências do Consumo de Café, compartilhando a sessão com o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC, Nathan Herszkowicz e a mediação do pesquisador Celso Vegro, do Instituto de Economia Agrícola (IEA).

Diretor da Agência de Inovação do Café – Inovacafé e coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café e Centro de Inteligência em Mercados, o professor Gonzaga apresentou os principais players do mercado e as tendência do consumo de café em diferentes partes do mundo, como China, Índia, Vietnã, México, Itália, Japão e Estados Unidos. Em todos os países, registra-se um crescimento significativo do consumo de cafés em cápsulas.

O professor destacou que além de toda a praticidade oferecida, as empresas do setor prezam por oferecer um produto diferenciado, com qualidade superior aos cafés torrados e moídos tradicionalmente comercializados no varejo. Nos Estados Unidos, por exemplo, maior consumidor de café no mundo, o aumento do consumo de cápsulas foi superior a 1000% nos últimos seis anos, já representando 15% do mercado. Na Itália, berço do café “espresso”, as cápsulas tiveram um crescimento de 220% no mesmo período.

Para o professor Gonzaga, as cápsulas seguem à tendência de se tomar café em casa, como a comodidade das máquinas modernas e qualidade superior do produto. Ele considera que o mercado de cápsulas tem alterado o padrão de consumo e as tendências apontam por inovações neste setor, em especial no desenvolvimento de novos materiais e apelo pela sustentabilidade. O fato é que o mercado avança e tira uma fatia de consumidores do torrado e moído tradicional e do café solúvel.

capsulas-divulgacaoEm sua avaliação, o crescimento do mercado das monodoses não deverá afetar o consumo mundial de café, que segue a uma constante. O que pode acontecer é uma maior competitividade do café arábica, com agregação de valor ao produto e valorização do segmento de cafés especiais.

Esse ponto também foi reforçado por Celso Vegro, especialista em análises do setor. Ele considera que o debate não deve estar na redução da quantidade de café consumido, mas sim, no valor adicional que o novo modelo de negócio pode movimentar. Vegro defende que o mercado de cápsulas poderá gerar novos empregos e receitas, com uma nova dinâmica que pode ser benéfica ao setor. “Trata-se de um mercado diferentes, com outra logística e muito investimento em inovação”, enfatiza.

Sobre a política de preço desse segmento, Vegro explica que com a quebra de patente da cápsula em 2013 e a entrada de novos concorrentes a tendência será a redução gradativa do preço, entretanto, vale a lei do mercado, e o brasileiro tem aceitado bem os preços praticados, com crescimento no consumo desse produto na ordem de 50% ao ano. Crescimento que tem atraído a atenção e investimentos de grandes empresas no país.

Em sua apresentação, Nathan Herszkowicz também reforçou a força do mercado das cápsulas como uma das principais tendências de consumo. Segundo maior produtor de café no mundo, o Brasil consume cerca de 40% do café produzido no país (20,3 milhões de sacas em 2014). Ele destacou que não cresce apenas o consumo de cápsulas, mas também o desenvolvimento de tecnologias e empreendimentos, incluindo pequenas empresas que estão testando o novo modelo de negócio em seus mercados regionais.

Conhecimento Compartilhado

O Simpósio de Pesquisa dos Cafés é realizado a cada dois anos e esta edição está sendo realizada no Centro de Convenções de Curitiba, no estado do Paraná. Cerca de 600 participantes trocam informações sobre café e fortalecem a maior rede de pesquisa sobre o produto no mundo.  Representantes dos setores que compõem o agronegócio café, como pesquisadores, técnicos da extensão rural, estudantes, lideranças da cafeicultura, produtores de café, empresários do setor, imprensa especializada e demais interessados nos avanços da ciência e da tecnologia cafeeira participam do evento.

Com o tema “Consórcio Pesquisa Café – Oportunidades e Novos Desafios”, estão sendo apresentados resultados das pesquisas realizadas no País e, sobretudo, nas 10 instituições fundadoras do Consórcio Pesquisa Café, entre elas, a Universidade Federal de Lavras (UFLA). O evento é uma oportunidade para promover ampla discussão da comunidade científica com os diversos setores da cadeia produtiva do café, visando ao desenvolvimento de tecnologias para o aumento da competitividade, melhoria da qualidade do produto e sustentabilidade do setor.

Como tradicionalmente acontece, a UFLA é uma das apoiadoras do evento, que conta com a participação de estudantes e professores da Instituição.

Texto com a colaboração da jornalista Marina Botelho –  bolsista Rede Social do Café/Consórcio Pesquisa Café.

 

 

IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil será transmitido ao vivo pela internet

rede-social-cafeEntre os dias 24 a 26 de junho acontece o IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil em Curitiba (PR). Com o objetivo de democratizar o acesso ao conhecimento, a Rede Social do Café fará a transmissão ao vivo pela internet e disponibilizará, posteriormente, o registro de palestras e trabalhos apresentados no simpósio. Além disso, participará ativamente nas redes sociais divulgando os principais acontecimentos pelo Facebook e Twitter.

A Rede Social do Café completa em junho de 2015 nove anos de existência, exercendo seu papel na divulgação científica e compartilhamento de notícias sobre todas as etapas da atividade cafeeira, no Brasil e no mundo. Perto de atingir 15 milhões de acessos e com cerca de cinco mil membros, a Rede se destaca por participar dos principais eventos sobre café, como dias de campo, simpósios e congressos e por disponibilizá-los online com o “Cardápio de Palestras” e “Dia de Campo Virtual”.

De acordo com Sérgio Parreiras Pereira, pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), idealizador e mediador da Rede Social do Café, ao longo dos anos, a plataforma tem se consolidado como importante canal de comunicação entre os setores ligados ao sistema agroindustrial do café. “A ideia é que o conhecimento gerado pelas instituições de pesquisa e universidades seja difundido ao maior número de pessoas, para que possa então ser incorporado pelos usuários finais. Possibilitamos ainda que todo integrante da Rede possa apresentar comentários e demandas por informações a respeito diferentes temas propostos”, considerou.

Democratização do acesso

O Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil é realizado a cada dois anos, tendo como objetivo reunir e apresentar resultados de pesquisas realizadas nas instituições que compõem o Consórcio, promovendo a discussão da comunidade científica sobre as mais diversas linhas de pesquisa e setores da cafeicultura. Tem com objetivo também pensar novos cenários e tendências de consumo, a fim de contribuir para a sustentabilidade do setor cafeeiro.

Para o IX Simpósio são esperados cerca de 1000 participantes, entre os diversos representantes dos setores que compõem o agronegócio café, como pesquisadores, técnicos da extensão rural, estudantes, lideranças da cafeicultura, produtores de café, empresários do setor, imprensa especializada e demais interessados nos avanços da ciência e da tecnologia cafeeira.

Inscrições gratuitas e programação completa no site:

http://www.simposiocafe.sapc.embrapa.br/

Clique para Para acessar a Transmissão ao vivo

Consórcio Pesquisa Café 

O Consórcio Pesquisa Café congrega instituições de pesquisa, ensino e extensão localizadas nas principais regiões produtoras do País. Seu modelo de gestão incentiva a interação das instituições e a otimização de recursos humanos, físicos, financeiros e materiais. Foi criado em 1997 por dez instituições: Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola – EBDA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig, Instituto Agronômico – IAC, Instituto Agronômico do Paraná – Iapar, Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural – Incaper, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro – Pesagro-Rio, Universidade Federal de Lavras – Ufla e Universidade Federal de Viçosa – UFV.

Rede Social do Café

A Rede Social do Café recebe apoio institucional do Instituto Agronômico (IAC) e da Universidade Federal de Lavras (UFLA), além de outras entidades de C&T&I.  É apoiada por projetos ligados ao Consórcio Pesquisa Café, ao Polo de Excelência do Café e Agência de Inovação do Café (Fapemig) e ao INCT Café – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (CNPq).

Texto: Marina Botelho –  Jornalista/bolsista Rede Social do Café/Consórcio Pesquisa Café.

Da UFLA para o Mundo: professor Flávio Borém é prestigiado em eventos e representações internacionais

Professor Flávio Borém: embaixador da UFLA e dos cafés especiais brasileiros em eventos internacionais
Professor Flávio Borém: embaixador da UFLA e dos cafés especiais brasileiros em eventos internacionais. Ao fundo, painel com os principais palestrantes do evento, entre eles, o professor

O Brasil, maior produtor de café do mundo, tem muitos promotores do produto e amantes desta nobre bebida espalhados pelo mundo. Porém, quando se fala em ciência por trás de uma xícara de café especial, o nome do professor Flávio Meira Borém, do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), é referenciado e destacado em fóruns e eventos nacionais e internacionais.

Com foco na descoberta dos atributos que envolvem a qualidade superior e a distinção dos cafés, o professor Borém tem envolvido sua equipe em pesquisas com alto impacto no mercado de cafés especiais. A diferença é que os estudos não ficam restritos a artigos compartilhados apenas no meio acadêmico, os resultados têm ganhado o mundo por meio de palestras em renomados eventos internacionais, em que o professor Borém reforça sua aptidão como embaixador dos cafés especiais brasileiros e, como consequência, a imagem positiva das pesquisas e dos projetos desenvolvidos na Universidade.

Borém participa da reunião da Alliance for Coffee Excellence – ACE, com sede em Portland – Estados Unidos
Borém participa da reunião da Alliance for Coffee Excellence – ACE, com sede em Portland – Estados Unidos

O resultado desse reconhecimento pode ser confirmado pelo convite que recebeu para fazer parte da Alliance for Coffee ExcellenceACE, com sede em Portland – Estados Unidos. A organização internacional é responsável pela realização dos principais concursos de cafés especiais em diferentes países, como o Cup of Excellence. O professor Borém é o primeiro professor/pesquisador a fazer parte do conselho diretor, que reúne representantes de diferentes segmentos. Ele vai, inclusive, participar da elaboração das normas técnicas que nortearão os próximos concursos.

Borém também é o único brasileiro integrante do Comitê de Normas Técnicas da Specialty Coffee Association of America – SCAA, maior associação comercial de café do mundo, criada em 1982 para avaliar e propor normas de qualidade estabelecidas para o comércio de cafés especiais. O convite foi justificado pela reconhecida produção científica e tecnologias desenvolvidas na UFLA, que favorecem a contínua melhoria da qualidade do café produzido no mundo.

Vitrine internacional

Durante reunião anual da SCAA, em Seattle, com representações americanas e brasileiras
Durante reunião anual da SCAA, em Seattle, com representações americanas e brasileiras

Parte dos resultados dessas pesquisas foi apresentado, em abril, durante a 27ª reunião anual e simpósio da SCAA, em Seattle – Estados Unidos, considerada um dos maiores eventos de cafés especiais do mundo. Para um público seleto e diversificado, o professor apresentou, por mais de uma hora, a palestra “Beyond wet and dry: breaking paradigms in coffee processing”, que reuniu tecnologias para a produção de cafés especiais com atributos de sustentabilidade.

A apresentação fez tanto sucesso que o presidente do Symposiom SCAA 2015, Peter Giuliano, tem compartilhado o vídeo como uma rica aula para inspirar o debate sobre velhos paradigmas, comparando as informações apresentadas

como “ouro puro”.  Entre os temas abordados, os estudos recentes sobre a qualidade do café, incluindo a interação entre genótipo e ambiente; além das tecnologias pós-colheita, com destaque para o processamento de secagem e armazenamento voltados para prolongar a qualidade dos cafés especiais.

Borém fez o lançamento e do Handbook of Coffee Post-Harvest Technology, a versão inglesa do livro “Pós-Colheita do Café”
Borém fez o lançamento do Handbook of Coffee Post-Harvest Technology, a versão inglesa do livro “Pós-Colheita do Café”

Durante o evento, para marcar ainda o reconhecimento internacional de suas pesquisas, Borém fez o lançamento e do Handbook of Coffee Post-Harvest Technology, a versão inglesa do livro “Pós-Colheita do Café”, lançado pela Editora UFLA em 2010. A nova versão traz um guia sobre o processamento, secagem e armazenamento do café, com a tradução do americano Joel Shler.

Na UFLA, o professor é coordenador do Núcleo de Estudos em Pós-colheita do Café (Pós-Café) e editor da Coffee Science, única revista técnico-científica especializada em cafeicultura. Editada pela UFLA, a publicação é uma iniciativa do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da cultura do café no Brasil.

Assista a apresentação do professor Borém na reunião da SCAA, nos Estados Unidos 

UFLA e InovaCafé marcam presença no IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil

simposio-cafeNa próxima semana, de 24 e 26 de junho, Curitiba será a capital do café, com a realização do IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil. Com o tema “Consórcio Pesquisa Café – Oportunidades e Novos Desafios”, serão apresentados resultados das pesquisas realizadas no País e, sobretudo, nas 10 instituições fundadoras do Consórcio, entre elas, a Universidade Federal de Lavras (UFLA). O evento é uma oportunidade para promover ampla discussão da comunidade científica com os diversos setores da cadeia produtiva do café, visando ao desenvolvimento de tecnologias para o aumento da competitividade, melhoria da qualidade do produto e sustentabilidade do setor.

Como tradicionalmente acontece, o evento conta com a participação de estudantes e professores da UFLA, além dos professores Antônio Nazareno Guimarães Mendes e Rubens José Guimarães como membros da comissão organizadora.

Para o professor Rubens, que também é o coordenador institucional do Consórcio na Universidade, “o simpósio será mais uma excelente oportunidade para troca de conhecimentos e experiência nos diversos temas que certamente culminarão em inovações para os cafeicultores e toda a sociedade”.

Palestras

Durante o evento, na primeira sessão – “Cafeicultura de Montanha”, o professor Fábio Moreira da Silva, do Departamento de Engenharia da UFLA, fará uma explanação sobre as pesquisas e tecnologias que envolvem o tema mecanização. O professor vai apresentar uma análise técnica e econômica da mecanização da lavoura cafeeira, incluindo o estágio tecnológico atual e as tendências do mercado, já que a tecnologia está acessível inclusive para a cafeicultura de montanha.

Estudantes do Necaf também estarão representando a UFLA no evento
Estudantes do Necaf também estarão representando a UFLA no evento

O professor destaca que cerca de 80% das lavouras cafeeiras do Sul de Minas apresentam declividade abaixo de 20%, sendo plenamente possíveis de serem mecanizadas; assim, não se trata de mais uma tendência, mas uma realidade. “O debate agora não se restringe a avaliação de sua viabilidade, mas na busca por tecnologias para mecanização dos 21% das áreas restantes, com declividade de até 50%, dentro de sistema semi-mecanizados e mecanizados, uma vez que normalmente estas áreas mais inclinadas apresentam maior altitude e produzem café de elevada qualidade”, enfatiza, lembrando que a escassez de mão de obra na cafeicultura regional e nacional se tornou um fator limitante ao processo produtivo.

O professor Luiz Gonzaga de Castro Junior, coordenador da Agência de Inovação do Café – InovaCafé, sediada na UFLA, apresenta a palestra “Mercado e Tendências Internacionais”, na quinta-feira (25/6), no painel “Tendências do Consumo de Café”. “A proposta é mostrar quais as tendências de consumo dos principais países importadores e os principais métodos de preparo que estão sendo absorvidos”, destaca o professor que também coordena o Bureau de Inteligência do Café e o Centro de Inteligência de Mercados (CIM), iniciativas que integram a InovaCafé.

Também serão apresentados onze trabalhos dos estudantes que participam do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf), divididos entre comunicação oral e pôsteres. Na avaliação do coordenador geral do Núcleo, Leonardo Luiz Oliveira, “É de suma importância essa participação, pois são todos trabalhos inovadores e de diversas linhas de pesquisa, apontando grande produtividade dos membros do Necaf”.

Tradição

O Simpósio de Pesquisa dos Cafés é realizado a cada dois anos e esta edição será realizada no Centro de Convenções de Curitiba, no estado do Paraná. São esperados cerca de 1000 participantes, entre os diversos representantes dos setores que compõem o agronegócio café, como pesquisadores, técnicos da extensão rural, estudantes, lideranças da cafeicultura, produtores de café, empresários do setor, imprensa especializada e demais interessados nos avanços da ciência e da tecnologia cafeeira.

Confira a programação completa do Simpósio

Texto: Marina Botelho –  Jornalista/bolsista Rede Social do Café/Consórcio Pesquisa Café.

 

InovaCafé e Projeto Soma fazem parceria para atuar em propriedades cafeeiras

estudantes do projeto soma visitam a Inovacafe
Professor Rubens José Guimarães faz apresentação para estudantes do Instituto Federal do Sul de Minas

A Agência de Inovação do Café da Universidade Federal de Lavras (InovaCafé) recebeu na quinta-feira (28/5) professores e estudantes do Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS) – Câmpus Muzambinho, envolvidos com o Projeto Soma. Trata-se de um projeto de extensão rural que trabalha com assistência em propriedades cafeeiras de agricultura familiar e de toda a cadeia de produção do café. A visita teve como objetivo dar continuidade a parceria firmada em fevereiro desse ano entre as instituições.

Nessa etapa, professores e estudantes do IFSULDEMINAS receberam treinamento no Centro de Inteligência de Mercados (CIM/UFLA), no qual foi apresentado o projeto Gestão Estratégica Avançada (GEA). Configura-se, portanto, a união de dois projetos que propõe uma assistência inovadora, de um lado o projeto Soma, que orienta pequenos produtores rurais, do outro o GEA, programa que gera, por meio de relatórios periódicos, informações essenciais para o gerenciamento das empresas rurais.

O coordenador da InovaCafé, professor Luiz Gonzaga de Castro Junior, apresenta a estrutura e objetivos da InovaCafé
O coordenador da InovaCafé, professor Luiz Gonzaga de Castro Junior, apresenta a estrutura e objetivos da InovaCafé

Com o GEA, os estudantes que participam do projeto Soma terão informações relevantes para a gestão das propriedades, incluindo uma série de indicadores, como a precificação da produção, incluindo detalhamento dos custos e margem de lucro (global, por hectare, talhão produtivo e unidade).

O projeto Soma, criado em 2009, atende a cerca de 600 famílias no norte pioneiro do Paraná, em Caconde (SP), e em Minas Gerais, nas regiões de Muzambinho, Cabo Verde, Santana da Vargem e Fama/Paraguaçu. Mais de 40 estudantes dos cursos de Engenharia Agronômica, Superior de Tecnologia em Cafeicultura, Ciências Biológicas, Enfermagem e Segurança do Trabalho, participam do projeto e promovem treinamento e capacitação dos produtores, concursos de qualidade, palestras, dia de campo e outras atividades. São diversas áreas envolvidas no bem estar, na produção sustentável e na gestão de propriedade dos cafeicultores.

O foco da parceria com a InovaCafé é justamente ligado à gestão das propriedades cafeeiras. Para o coordenador do Projeto Soma, José Marcos Angélico de Mendonça, a parceria representa uma união de competências muito interessante para todos os envolvidos. Ele reforça que a gestão de custos das propriedades é uma deficiência da maioria dos produtores. “É essencial que os estudantes do projeto Soma passem a conhecer com detalhes como está o equilíbrio financeiro da propriedade”, considera.

Para o coordenador de pesquisa e serviços em gestão no CIM, Diego Humberto de Oliveira, “com o GEA, os produtores conhecem a fundo seus negócios. O programa contribui para uma gestão mais sustentável da propriedade, aumentando a eficiência na utilização de recursos e, consequentemente, da produtividade, mantendo empregos, preservando o meio ambiente, melhorando a qualidade de vida no campo e garantindo o fornecimento adequado de alimentos para a população.”

Na avaliação do coordenador da InovaCafé, professor Luiz Gonzaga de Castro Junior, a proposta é integrar a Projeto Soma,  por exemplo, com a proposta “Necaf em Campo”, do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf). “A ideia é aprender como direcionar esse tipo de trabalho e associar questões de qualidade e pós-colheita, aproveitando ainda o trabalho desenvolvido no Núcleo de Estudos em Qualidade, Industrialização e Consumo de Café (QICafé). “A ideia é ampliar os benefícios e agregar mais valor aos produtores”, conclui.

O GEA existe desde 2010 e é um projeto social inclusivo, sendo direcionado para pequenos produtores. Além da aplicabilidade nas propriedades assistidas pelo Projeto Soma, a InovaCafé pretende ampliar essa parceria no futuro.

Texto: Marina Botelho –  Jornalista/bolsista Rede Social do Café/Consórcio Pesquisa Café.

Encontro Sul-Mineiro de Cafeicultores ocorrerá na UFLA em 7 de maio

circuito-cafe-recorteProdutores regionais se reunirão na UFLA, no dia 7, para participarem do 17º Encontro Sul-Mineiro de Cafeicultores. O evento ocorrerá na Agência de Inovação do Café (InovaCafé), das 8h30 às 17 horas. Nele, professores da UFLA, pesquisadores e extensionistas de instituições ligadas à promoção da cafeicultura promoverão dinâmicas de campo nas quais compartilharão conhecimentos sobre várias etapas da produção.

As inscrições deverão ser feitas no início do evento. O Circuito é uma realização do Núcleo de Estudos em Cafeicultura da UFLA, Emater-MG, Governo de Minas Gerais e Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Faepe).

Programação

cafe18h30 – Inscrições

9h30 – Abertura

10 horas – Dinâmicas de campo

  • “Manejo do Cafeeiro” – professor Rubens José Guimarães
  • “Pragas e doenças do café” – Júlio César de Souza (Epamig) e Paulo Victor Augusto Azevedo de Paula (UFLA)
  • “Apresentação de cultivares” – César Elias Botelho (Epamig)
  • “Pós-colheita do café” – professor Virgílio Anastácio da Silva
  • “Sistema de café sustentável – Hely Correa de Resende (Emater-MG)
  • “Colheita mecanizada com ênfase no controle da broca e do bicho mineiro” – Conceição Aparecida Bertanha (Bertanha Eclética)
  • “Superando os desafios da cafeicultura” – Bernardo Paiva (Syngenta)

12 horas – Almoço

13 horas – Visita aos stands

14 horas – Dinâmicas de campo

16 horas – Café da tarde e visitas aos stands

17 horas – Sorteio de uma derriçadora e brindes

 

InovaCafé realiza workshop com lideranças nacionais para prospecção de demandas do setor cafeeiro

Secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais ressalta importância do setor cafeeiro em workshop na UFLA
Secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, João Cruz Filho, ressalta importância do setor cafeeiro em workshop na UFLA

A Agência de Inovação do Café (InovaCafé) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) promoveu na quarta-feira (15/4) o workshop “Agência de Inovação do Café (InovaCafé): soluções por meio da tríplice hélice”. O objetivo do evento foi reunir representantes de instituições públicas e privadas ligadas ao setor cafeeiro, ouvindo suas demandas, bem como apresentar a InovaCafé como espaço de convergência entre essas instituições, a UFLA e o governo.

O workshop contou com a presença do Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, João Cruz Reis Filho e do deputado estadual Emidinho Madeira, vice-presidente da Comissão de Agropecuária da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Estiveram presentes representantes de instituições e entidades de classe e, dentre elas, foram apresentadas as demandas da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, Conselho Nacional do Café (Faemg), Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Diretor da Inovafé, professor Luiz Gonzaga, destaca benefícios do modelo em tríplice hélice
Diretor da Inovafé, professor Luiz Gonzaga, destaca benefícios do modelo em tríplice hélice

Para abrir o evento, a vice-reitora da UFLA, Édila Vilela Von Pinho, apresentou a Universidade e ressaltou que, trabalhando com café, direta ou indiretamente, a UFLA possui 128 docentes, incluindo engenheiros agrônomos, biólogos, administradores e profissionais de outras áreas. Assim, consolida-se como um importante polo de convergência de atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação relacionada ao setor.

O diretor da InovaCafé, Luiz Gonzaga de Castro Júnior, apresentou o modelo de gestão baseado na Tríplice Hélice, que tem como base a parceria: as instituições apresentam suas demandas, a universidade responde a essas questões com projetos e serviços e o governo fomenta e regulamenta o processo. A ideia é que essas “instituições participem com a gente de um conselho consultivo da Inovacafé, que por sua vez visa a soluções de problemas por meio de produtos, serviços e métodos tecnológicos e de inovação para a sociedade.”

Para o professor de cafeicultura Rubens José Guimarães, o evento alcançou seu objetivo: “Pude perceber que os representantes das instituições sentiram na Inovacafé um ponto de convergência de todos os elos e esse foi o maior ganho do workshop. Podemos dizer que formamos um embrião de um conselho consultivo”, e ainda completa: “É apenas o início de muito trabalho de interação”.

A Inovacafé é apresentada como espaço de articulação entre academia, mercado e governo. Representações nacionais apresentam suas demandas.
A Inovacafé é apresentada como espaço de articulação entre academia, mercado e governo. Representações nacionais apresentam suas demandas.

Para dar continuidade, portanto, ressalta-se a importância do modelo da tríplice hélice, o que inclui o apoio do governo. De acordo com o secretário João Cruz, em Minas Gerais o café é o segundo item na pauta de exportações. “A Secretaria de Agricultura está atenta aos desafios do produtor rural mas, para ajudá-los, temos que transcender as fronteiras do governo. A pesquisa pura e simplesmente não é suficiente para o setor se desenvolver, temos que levar a tecnologia para o produtor”, destacou, ressaltando, portanto, a importância das parcerias e desenvolvimento de todos os elos da cadeia produtiva.

O deputado estadual Emidinho Madeira comentou também a dificuldade que os pequenos cafeicultores passam, uma vez que o conhecimento prático não é suficiente para uma produção sustentável. Uma das demandas apresentadas pelo deputado foi o fato de muitas vezes os produtores terem que se virar em cima de “boatos”, sem dados reais sobre quantidade de sacas anuais, por exemplo, e acabam sendo prejudicados.

A Agência de Inovação do Café

A Agência de Inovação do Café (InovaCafé) é sediada no câmpus da Universidade Federal de Lavras (UFLA). No entanto, a Agência não é uma instituição à parte ou somente um espaço físico. Ela se consolida como uma entidade de articulação entre a UFLA e outras instituições estaduais, nacionais e até internacionais.

Um dos objetivos da criação da InovaCafé, em 2014, foi o de superar um abismo entre o conhecimento produzido na Universidade e a sociedade que demanda soluções para o setor. Dessa forma, “o princípio da InovaCafé é buscar soluções por meio de produtos, serviços e métodos tecnológicos e de inovação para a sociedade”, aponta o diretor da Agência, Luiz Gonzaga.

Dentre outras missões, a Agência formula e desenvolve projetos de extensão em interface com a pesquisa que proponham soluções inovadoras e transformadoras para os problemas relacionados ao café em múltiplas dimensões: políticas, ambientais, culturais, sociais, tecnológicas, territoriais e administrativas, em atuação multidisciplinar envolvendo outras agências e setores da UFLA.

Fazem parte da InovaCafé:

  • Setor de Cafeicultura do Departamento de Agricultura;
  • Polo de Excelência do Café – PEC da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais – Sectes/MG;
  • Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café – INCT/Café do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq;
  • Núcleo de Estudos em Cafeicultura – NECAF, do Departamento de Agricultura;
  • Secretaria administrativa da Revista Coffee Science;
  • Bureau de Inteligência Competitiva do Café da Sectes-MG/Fapemig;
  • Centro de Inteligência em Mercados do Departamento de Administração e Economia;
  • Centro de Trainee em Mercados do Departamento de Administração e Economia;
  • Centro de Armazenamento e Controle de Defensivos Agrícolas;
  • Laboratório de Análises Avançadas e Biotecnologia.
  • Polo de Tecnologia em Pós-Colheita do Café;
  • Polo de Tecnologia em Qualidade do Café;
  • Coordenação Institucional do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café;
  •  Unidade de Torrefação de Café;
  •  Núcleo de Estudos em Qualidade, Industrialização e Consumo de Café (QICafé)
  • Unidade de Difusão Virtual de Tecnologias – Café Web TV da Sectes-MG/Fapemig e a ligado à Rede Social do Café
Texto: Marina Botelho –  Jornalista/bolsista Rede Social do Café/Consórcio Pesquisa Café.

Alunos do Kirkwood Community College realizam visitas técnicas na UFLA

Acordo de cooepração entre UFLA e Kirkwood Community College: incentivo à mobilidade discente
Acordo de cooperação entre UFLA e Kirkwood Community College: incentivo à mobilidade discente e parcerias científicas

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) recebeu a visita de 13 alunos (entre 19 e 20 anos) e dois professores do Kirkwood College (Estados Unidos). Os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer em especial a infraestrutura da Universidade e as pesquisas que buscam soluções para a agricultura.

Os estudantes participam de um curso tecnológico em agricultura no Kirkwood College, e a visita ao Brasil faz parte de um programa intensivo de intercâmbio, com permanência em Lavras durante 12 dias. Para o reitor do departamento de Estudos Agrícolas da Kirkwood Community College, Scott Ermer, as parcerias com instituições brasileiros são feitas ao longo dos anos e eles estão muito felizes de a UFLA estar elas.

A visita à UFLA foi realizada no período de 13 a 18 de março, quando eles tiveram a oportunidade de fazer um tour pelo câmpus da Universidade, além de conhecerem o Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Agropecuária (Fazenda Muquem) e o Centro de Desenvolvimento e Transferência de Tecnologias (Fazenda Palmital).

Apresentação na DRI, sobre estrutura da Universidade para acolher estudantes estrangeiros
Apresentação na DRI, sobre estrutura da Universidade para acolher estudantes estrangeiros

Na programação, eles conheceram o Departamento de Zootecnia (DZO) com visita aos experimentos de campo; Departamento de Agricultura (DAG), onde tiveram a oportunidade de conhecer o setor de cafeicultura, floricultura e paisagismo, além do Laboratório de Biodiesel e do Laboratório de Cultura de Tecidos.

As atividades realizadas na UFLA foram acompanhadas por professores da Universidade, que fizeram as apresentações das ações de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas na Instituição. Para a professora do Departamento de Agricultura Patrícia Paiva, esse contato é de extrema importância. “Estamos sempre buscando essa internacionalização, que é interessante tanto aos alunos quanto aos professores, sendo enriquecedor para toda a Universidade”, relata Patrícia.

De acordo com o diretor de Relações Internacionais (DRI), Antônio Chalfun Júnior, também foi de extrema importância apresentar aos americanos a realidade da Universidade e a cultura da região. Chalfun destacou que as atividades foram acompanhadas por um representante do programa Brother UFLA, para auxiliar os estudantes.

Os alunos e professores do Kirkwood College ainda tiveram o prazer de participar da I Festa Internacional da UFLA, organizada pelo Núcleo de Cultura Internacional (NCI/UFLA), com o objetivo de incentivar a interação e o compartilhamento de práticas culturais entre estudantes de diversos países. Com comidas típicas e músicas de diferentes países, a festa foi uma oportunidade para mostrar algumas singularidades do Brasil.

Estudantes participam da I Festa Internacional da UFLA: comidas típicas e danças de diferentes países
Estudantes participam da I Festa Internacional da UFLA: comidas típicas e danças de diferentes países

“Essas visitas possuem dois importantes pontos, conectar os alunos com outro país e ainda conhecer a sua cultura. Isso tudo é imensurável, pois é muito importante colocar tudo que se estuda em prática”, afirma o professor do Kirkwood College, Joshua Henik.

Chalfun também relata que foi firmado um acordo de colaboração com o Kirkwood College, desta forma, poderão ser realizadas outras visitas na UFLA, por períodos maiores, e até mesmo a realização de um semestre de disciplina.  A mobilidade discente também será uma oportunidade para estudantes da UFLA, que terão a oportunidade de realizar visitas ao Kirkwood College.

Conhecendo o café da semente à xícara

Visita à lavoura de café na UFLA
Visita à lavoura de café na UFLA

O grupo norte-americanos também fez uma visita técnica à Agência de Inovação do Café (InovaCafé) na quarta-feira (17/3), para conhecer todas as etapas de produção do café. O professor Rubens José Guimarães fez uma apresentação que envolveu informações do plantio até a colheita do café. A professora Rosemary Gualberto, além de ensinar a preparar o cafezinho perfeito, demonstrou como é feita a análise sensorial do café segundo critérios da classificação oficial brasileira e internacionais. Ao final, o grupo degustou um café especial do Sul de Minas.

A professora ressaltou a importância da visita. “Os EUA não produzem café, apesar de ser o primeiro consumidor de café do mundo, seguido pelo Brasil. É interessante essa troca de experiências para que possam ver como o café é produzido e como a tecnologia e as inovações em café são levadas a sério”.

Visita à Inovacafé: conhecendo o processo de produção da semente à xícara
Visita à Inovacafé: conhecendo o processo de produção da semente à xícara

Para a coordenadora do Bureau de Inteligência Competitiva do Café, e uma das organizadoras da visita à InovaCafé, Elisa Guimarães, o grupo pode conhecer um panorama geral da cafeicultura brasileira, com alguns conceitos de produção, processamento e qualidade de café. “Isto contribui para a UFLA/InovaCafé porque permite a interação e a troca de conhecimentos entre os nossos estudantes e os deles, podendo futuramente resultar em parcerias acadêmicas”, enfatizou.

Degustação do café do Sul de Minas, experiência memorável para os estudantes americanos
Degustação do café do Sul de Minas, experiência memorável para os estudantes americanos

Além da vivência de outra cultura, a viagem se destaca para o estudante Collin Wernimont: “A visita é uma grande experiência de aprendizado. É importante conhecer os dois lados do universo da agricultura. Acho que a agricultura é uma linguagem universal e a diferença entre o Brasil e os EUA é importante porque nós somos dois dos maiores exportadores de recursos agrícolas do mundo.”

Texto e fotos: Camila Caetano – jornalista bolsista/UFLA e Marina Botelho – jornalista – bolsista Rede Social do Café e Consórcio Pesquisa Café