Neste domingo (22/3) será realizado o Café Solidário, Programa de Conscientização ao Consumo de Cafés Especiais, com degustação na Praça Dr. Augusto Silva, em Lavras. A iniciativa é do Núcleo de Estudos em Pós-colheita do Café (PósCafé) e do Núcleo de Estudos em Qualidade, Industrialização e Consumo de Café (QI Café), ambos vinculados à Universidade Federal de Lavras (UFLA), com o apoio da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec). O projeto conta com a orientação dos professores Flávio Meira Borém e Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga Pereira.
O objetivo desse projeto é levar aos consumidores informações sobre o mercado de cafés especiais: como são produzidos, quais as diferenças entre eles, seus benefícios, e assim, transmitir à população a ideia e a importância de consumir produtos de melhor qualidade, tanto para o paladar quanto para a saúde.
Todas as informações serão transmitidas aos participantes por meio de uma conversa técnica, durante degustação da bebida. Os organizadores do projeto acreditam que a transmissão do conhecimento técnico unido às percepções sensoriais no momento da degustação, torna mais fácil a assimilação e o entendimento do conceito de um café especial.
Após o consumo das bebidas, o consumidor será questionado sobre o seu custo, ou seja, quanto ele acredita que vale aquele café degustado. Neste momento, o participante terá a oportunidade de realizar voluntariamente uma doação, no valor que julgar adequado.
O projeto não possui fins lucrativos, qualquer valor arrecadado acima do custo operacional será revertido para programas sociais de melhoria da qualidade do café servido em instituições de apoio a pessoas carentes de Lavras. Essa iniciativa ocorrerá quinzenalmente, aos domingos, durante todo o primeiro semestre letivo desse ano, na praça Dr. Augusto Silva.
Mais informações podem ser obtidas nos telefones (35) 3829-1596 ou (35) 9226-5190
Um grupo formado por oito japoneses, acionistas da Ihara S/A Indústrias Químicas, esteve em visita técnica na Universidade Federal de Lavras (UFLA) na quinta-feira (26/2). Com o intuito de conhecer a cultura cafeeira e as pesquisas em desenvolvimento na Universidade, os visitantes foram recebidos na InovaCafé – Agência de Inovação do Café e tiveram a oportunidade de conhecer lavouras experimentais.
O professor Rubens José Guimarães recebeu a delegação e comentou a importância desta interação para o fortalecimento do processo de internacionalização da Universidade. “Alguns deles sequer conheciam um pé de café. Eles adoraram a oportunidade de contato com a parte prática da cultura”, reforçou. Para o professor, a visita poderá abrir possibilidades futuras de parceria.
A Ihara é uma empresa de produtos fitossanitários e, em sintonia com a UFLA, tem como objetivo pesquisar melhorias para a agricultura brasileira. “É muito importante estarmos formando essa aliança também com os pesquisadores internacionais, no caso, os desenvolvedores de novas moléculas que vieram do Japão”, aponta a pesquisadora da empresa Ximena Vilela.
Na UFLA, o grupo teve a oportunidade de conhecer as etapas do processo produtivo, desde o cuidado com as sementes e mudas, passando pela colheita, pós-colheita, torra e qualidade. Também participaram de uma degustação de diferentes tipos de café, organizada pelo estudante de pós-graduação Fernando Rati.
Para o gerente de defensivo agrícola da empresa, Takeo Maezawa, “a visita foi muito interessante, principalmente porque o café é uma cultura amplamente produzida no Brasil e, por isso, possui também muitos desafios. Nós gostaríamos de encontrar algumas soluções para esses problemas e contribuir para o produto brasileiro”, comentou, lembrando que a visita à UFLA deverá render boas ideias.
Marina Botelho – bolsista Rede Social do Café/Consórcio Pesquisa Café.
A revista Coffee Science, editada pela Universidade Federal de Lavras – UFLA, contempla os mais recentes avanços da pesquisa cafeeira
A Coffee Science, revista técnico-científica especializada em cafeicultura, lança mais uma edição (volume 10, número 1, 2015). A publicação é uma iniciativa do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, em parceria com a Universidade Federal de Lavras -UFLA e tem o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da cultura do café no Brasil. A revista publica trimestralmente artigos originais completos com tradução integral dos artigos para o inglês e está disponível no site da revista Coffee Science.
Para o gerente-geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo, “a Coffee Science traz importantes contribuições da comunidade científica brasileira, o que contribui para manter o País na vanguarda da cafeicultura mundial ao promover a pesquisa, desenvolvimento e inovação do agronegócio café. A revista foi criada pelo Consórcio Pesquisa Café, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Polo de Excelência do Café (PEC/Café)”, conclui.
Pesquisas publicadas – Entre os artigos dessa edição, destaca-se pesquisa sobre caracterização nutricional de acessos de café arábica provenientes da Etiópia, que é o centro de origem da espécie. Essa caracterização visa identificar acessos de material genético que apresentem boa produtividade com menos impacto no meio ambiente. Nesse sentido, a caracterização de acessos provenientes do centro de origem é um importante subsídio para os programas de melhoramento genético, visando à seleção de materiais de interesse para produção de novas cultivares.
Também há estudo sobre variabilidade genética de genótipos de café robusta no estado de Minas Gerais para serem utilizados em um programa de melhoramento genético. Foram avaliados a divergência genética de 71 genótipos pertencentes ao Banco de Germoplasma do programa de melhoramento genético da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa – UFV.
Outro resultado de pesquisa apresentado nesta edição da Coffee Science é sobre disponibilidade hídrica no solo no desenvolvimento inicial do cafeeiro conilon, tendo em vista que estresses abióticos, como a seca, podem reduzir significativamente o rendimento do cafeeiro conilon. Observou-se que o desenvolvimento inicial do café conilon foi comprometido com a redução da disponibilidade hídrica do solo. A restrição hídrica prolongada influenciou, significativamente, o desenvolvimento inicial do cafeeiro conilon. Concluiu-se que as plantas submetidas a um período de 30 dias de restrição hídrica apresentaram total recuperação, quando comparadas àquelas mantidas com umidade do solo próximo de 100% da água disponível.
Outros artigos com temas relevantes para a cafeicultura encontram-se disponíveis nesta edição darevista Coffee Science.
Revista Coffee Science: avanços e consolidação – A Coffee Science é publicada trimestralmente na versão impressa e eletrônica contendo artigos originais completos da comunidade científica nacional e internacional, visando promover o desenvolvimento da cafeicultura nas áreas de Ciências Agrárias, Ciências Biológicas, Ciência dos Alimentos e Ciências Sociais Aplicadas, entre outras.
Indexação – Indexada ao AGRIS-FAO (International Information System for the Agricultural Sciencesand Technology), AGROBASE-IBICT (Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia), Latindex (Sistema Regional de Informaciónen Línea para Revistas Científicas de América Latina, Caribe, España y Portugal), CAB Abstracts (CABI – Common wealth Agricultural Bureaux International), Scientific Commons (University of St. Gallen – Switzerland), Scopus-Elsevier, Periódicos Capes, Agricola (USDA – National Agricultural Library) e na Wageningen UR Digital Library.
Conheça também o Observatório do Café – No contexto doAgropensa da Embrapa, tem como objetivos principais coletar, analisar e disseminar, de forma sistemática, dados estatísticos, informações sobre tendências de produção e consumo, oportunidades e ameaças dos mercados e possíveis trajetórias do processo de inovação, além de resultados de pesquisas realizadas pelo Consórcio Pesquisa Café e suas implicações para a competitividade do agronegócio cafeeiro e ainda subsidiar políticas públicas e a tomada de decisão pelos diversos protagonistas do setor. Para chegar às informações, acesse o site do Consórcio Pesquisa Café.
A cada ano, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) consolida-se como referência em ensino, pesquisa e extensão voltados ao sistema agroindustrial dos cafés do Brasil. Prova disso é o elevado número de projetos de pesquisa que têm o café como tema, resultando em diversas defesas de Mestrado e Doutorado vinculadas a diferentes Programas de Pós-Graduação.
Nesta semana, estão previstas dezenove dissertações e teses de diferentes programas de pós-graduação da Universidade: Fitotecnia, Fitopatologia, Administração, Ciência dos Alimentos, Engenharia Agrícola, Microbiologia Agrícola, Fisiologia Vegetal e Estatística e Experimentação Agropecuária. Confira a relação completa dos trabalhos abaixo:
Conhecimento coletivo
A Universidade conta atualmente com a Agência de Inovação do Café – InovaCafé, que reúne as tradicionais iniciativas voltadas do Setor de Cafeicultura da UFLA, além do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café), Polo de Excelência do Café, Consórcio Pesquisa Café, Polo de Tecnologia em Qualidade do Café, Polo de Tecnologia em Pós-Colheita do Café, Centro Tecnológico de Comercialização On-line de Café (e-Café Brasil), Centro de Inteligência em Mercados (CIM), Unidade de Difusão Virtual de Tecnologias – Rede Social do Café e o Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf).
Entre as parcerias institucionais, destacam-se a proximidade e as pesquisas em conjunto com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater – MG).
Para o diretor da InovaCafé, Luiz Gonzaga de Castro Júnior, a Universidade hoje tem um grande percentual de trabalhos relacionados ao tema café, no Brasil e no mundo. “A proposta é que esses trabalhos sejam coordenados pela InovaCafé, no sentido de juntar esforços, para que respondam às demandas da sociedade, gerando com isso, a cada pesquisa, soluções demandas pelo setor”.
Para o professor de cafeicultura Rubens José Guimarães, que orienta estudantes de mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia, o diferencial da UFLA está justamente na diversidade de conhecimento gerado, fruto do envolvimento de professores e estudantes que têm o café como tema de seus estudos, vinculados a diferentes áreas e linhas de pesquisa.
Confira a lista de dissertações e teses programadas para esta semana:
FITOTECNIA
“POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS NA SELEÇÃO DE PROGÊNIES DE CAFEEIRO”, de Dalyse Toledo Castanheira; orientador: professor Rubens José Guimarães.
“GESTÃO ESTRATÉGICA NA CAFEICULTURA: USO EFICIENTE DE FERTILIZANTES E QUANTIFICAÇÃO DE EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA”, do mestrando Diego Humberto de Oliveira; orientador: professor Rubens José Guimarães.
“CARACTERIZAÇÃO MORFOFISIOLÓGICA DO CRUZAMENTO DE HÍBRIDO DE TIMOR E DILLA & ALGHE DO BANCO DE GERMOPLASMA DE MINAS GERAIS”, da mestranda Mariana Thereza Rodrigues Viana; orientador: professor Rubens José Guimarães.
“ESTIMATIVA DE PARÂMETROS GENÉTICOS E CARaCTERIZAÇÃO FISIOLÓGICA DE PROGÊNIES DE CAFEEIRO SOB MANIFESTAÇÕ DE Meloidogyme paramaensis“,do mestrando Allan Teixeira Pasqualotto; orientador: professor Antônio Nazareno Guimarães Mendes.
“IDENTIFICAÇÃO DE MARCADORES MOLECULARES ASSOCIADOS A RESISTÊNCIA A MELOIDOGYNE EXIGUA EM CAFEEIROIDENTIFICAÇÃO DE MARCADORES MOLECULARES ASSOCIADOS A RESISTÊNCIA A MELOIDOGYNE EXIGUA EM CAFEEIRO”, da doutoranda Thamiris Bandoni Pereir; orientador: professor Antônio Nazareno Guimarães Mendes.
“PROGRESSOS GENÉTICOS E REAÇÃO DE PROGÊNIES DE Coffea arábica AOS NEMATOIDES Meloidogyne exígua Meloidogyne paranaenses”, do doutorando Ramiro Machado Rezende; orientador: Gladyston Rodrigues Carvalho.
FITOPATOLOGIA
“IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE METABÓLICOS SECUNDÁRIOS RELACIONADOS À RESPOSTA DE DEFESA DO CAFEEIRO CONTRA Pseudomas syringae pv. garcae”, da mestranda Joyce Alves Goulart da Silva; orientador: professor Mário Lúcio Vilela de Resende.
EFEITO NA NUTRIÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO NA INTENSIDADE DA FERRUGEM (Hemileia vastatrix) DO CAFEEIRO (Coffea arabica), do mestrando Cristian David Pérez; orientador: professor Édson Ampélio Pozza.
“SEQUENCIAMENTO E ANÁLISE DO GENOMA DO Coffee ringspot virus (CoRSV)”, do doutorando Anderson de Jesus Sotero; orientadora: professora Antônia Dos Reis Figueira.
ENGENHARIA AGRÍCOLA
“VALIDAÇÃO DE METODOLOGIA PARA QUANTIFICAR A REGULAGEM DO FREIO DOS VIBRADORES DE UMA COLHEDORA DE CAFÉ”, do mestrando Ronan Souza Sales; orientador: professor Fabio Moreira da Silva.
“ASPECTOS FISIOLÓGICOS, BIOQUÍMICOS E SENSORIAIS DE GRÃOS DE CAFÉ ARMAZENADOS EM AMBIENTE NATURAL E RESFRIADO”, da mestranda Giselle Figueiredo Abreu; orientadora: professora Sttela Dellyzete Veiga Franco da Rosa.
“INOVAÇÃO TECNOLÓGICA EM SECAGEM E ARMAZENAMENTO VISANDO À MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DO CAFÉ”, do mestrando; orientadora: professora Sttela Dellyzete Veiga Franco da Rosa
ESTATÍSTICA E EXPERIMENTAÇÃO AGROPECUÁRIA
“QUALIDADE DE CAFÉS ESPECIAIS E NÃO ESPECIAIS MENSURADA EM UMA ABORDAGEM MULTIVARIADA COM OS MÉTODOS MFCAT E MFA”, do mestrando Paulo Cesar Ossani; orientador: professor Marcelo Ângelo Cirillo.
CIÊNCIA DOS ALIMENTOS
“DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ÁCIDOS ORGÂNICOS PRODUZIDOS UTILIZANDO POLPA DE CAFÉ E FARINHA DE MARACUJÁ”, mestranda Maysa Costa Alves; orientador: professor José Carlos Pimenta
“PLATAFORMA DIGITAL PARA AVALIAÇÃO FÍSICA DE CAFÉS (Coffea arábica L.) DE DIFERENTES COLORAÇÕES”, da mestranda Emanuelle Morais de Oliveira; orientadora: professora Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga Pereira
ADMINISTRAÇÃO
“ANÁLISE DE COMPETITIVIDADE ENTRE BRASIL E COLÔMBIA NO MERCADO DE CAFÉ ARÁBICA”, do mestrando Guilherme Lara Alvarenga; orientador: professor Luiz Gonzaga de Castro Júnior.
“DRAWBACK DE CAFÉ ROBUSTA: SOLUÇÃO PARA OS PROBLEMAS DE COMPETITIVIDADE ENFRENTADOS PELA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE CAFÉ SOLÚVEL?”, de Júlio de Oliveira Barbareso; orientador: professor Luiz Gonzaga de Castro Júnior.
“CAFEICULTURA BRASILEIRA: UM CENÁRIO DE 2013 E AS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS PARA 2020”, do mestrando Fernando Rezende Silva Neves Rati; orientador: professor Cléber Carvalho de Castro.
FISIOLOGIA VEGETAL
“AVALIAÇÕES ULTRAESTRUTURAIS E FISIOLÓGICAS DE PEDÚNCULOS E FRUTOS DE CAFÉ COM DIFERENTES FORÇAS DE DESPRENDIMENTO DO RAMO”, da doutoranda Isabel Rodrigues Brandão; orientador: professor José Donizeti Alves.
A proposta prevê a colaboração brasileira em um programa internacional de melhoramento genético do cafeeiro
Nessa terça-feira (10/2), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) sediou uma reunião com a presença dos principais pesquisadores ligados ao programa de melhoramento genético do café brasileiro. A reunião, realizada na Agência de Inovação do Café – Inovacafé, reuniu representantes da World Coffee Research, rede de institutos de pesquisas cafeeiras vinculada à Texas A&M University, e pesquisadores de diferentes instituições brasileiras que participam do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.
Foram apresentados os programas de melhoramento do cafeeiro em andamento nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná, além do Distrito Federal, com o intuito de propor ações conjuntas para o intercâmbio de material genético e manutenção de bancos de germoplasma, desenvolvimento de híbridos F1, realização de estudos básicos de genética em espécies de interesse e o desenvolvimento de novas cultivares de café.
A ideia é que seja criada uma plataforma para a troca de germoplasma, com acessos de diversas origens, para ampliar a base genética da cafeicultura nas regiões produtoras de todo o mundo e criar a oportunidade de realização de nos cruzamentos, com o fortalecimento das pesquisas em várias áreas do conhecimento e utilização de novas estratégias de métodos de melhoramento.
Oportunidade e cautela
De acordo com o melhorista e professor de cafeicultura da UFLA, Antônio Nazareno Guimarães Mendes, esta é uma oportunidade de agregar ações que hoje são executadas de forma isolada, muitas vezes pontuais e sem grandes perspectivas de obtenção de resultados promissores nos diferentes programas de melhoramento genético do cafeeiro em nível mundial.
“Os ganhos científicos são tentadores e esta oportunidade ampliará significativamente o nosso horizonte de exploração da variabilidade genética disponível em espécies de café nas várias regiões do mundo. Há, contudo, a necessidade de se avaliar com muito critério o trâmite burocrático inerente a uma parceria desta natureza, para que todas as instituições envolvidas sejam realmente beneficiadas, numa parceria do tipo ganha-ganha e não numa via única que venha a privilegiar somente uma ou poucas instituições”, considera.
Ainda segundo o professor Nazareno, “esta é uma área delicada e sensível, pois envolve questões que se relacionam ao direito de proteção de cultivares e à proteção intelectual, uma seara ainda imersa em dúvidas e questionamentos mesmo entre instituições que mantém parcerias tradicionais em melhoramento do cafeeiro no Brasil, inclusive no âmbito do Consórcio Pesquisa Café”.
Para o pesquisador da Embrapa Café, Carlos Henrique Carvalho, um dos organizadores da reunião, a proposta é sequenciar os possíveis parentais dos programas de melhoramento do Brasil e utilizar os dados de uma maior diversidade genética para identificar genótipos de interesse para uma cafeicultura mais competitiva. “É uma oportunidade dos pesquisadores brasileiros acessarem materiais genéticos de outros países, além de possibilitar uma nova fonte de colaboração e financiamento”, destacou.
A proposta de colaboração completa outro projeto coordenado pela WCR, que já prevê a participação do Brasil na instalação de um ensaio internacional de cultivares de café. A UFLA é uma das instituições que sinalizaram interesse em sediar ensaios desse projeto, com pelo menos 30 cultivares do cafeeiro arábica amplamente exploradas em diferentes países produtores.
Cooperação internacional
Para conhecer as ações da WCR e debater a proposta de colaboração internacional, a reunião possibilitou o encontro de pesquisadores de diferentes instituições ligadas ao Consórcio Pesquisa Café. Além de professores da UFLA e da Universidade Federal de Viçosa (UFV), estavam presentes pesquisadores da Embrapa Café, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e Fundação Procafé.
Durante o encontro foram apresentadas as ações e atividades da WCR e do Consórcio Pesquisa Café por seus dirigentes, Tim Schilling e Gabriel Ferreira Bartholo, respectivamente. Ainda foram apresentadas ações de colaboração do instituto francês – Cirad, por Benoît Bertrand e, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT – Café), pelo coordenador, professor Mário Lúcio Vilela de Resende.
O diretor executivo da WCR, Tim Schilling, ressaltou a importância da cooperação. “Somos uma rede de institutos de pesquisas cafeeiras com o apoio da indústria internacional do café e temos um objetivo simples: aumentar o volume de cafés de qualidade superior para o mercado mundial”. Ele destacou que as parcerias com institutos internacionais possibilita uma maior base de dados e de material genético.
Para o diretor de Relações Internacionais da UFLA e professor do Departamento de Biologia, Antônio Chalfun Júnior, a reunião colabora não só para possibilidades de crescimento da pesquisa mundial em café, mas também contribui para o processo abrangente de internacionalização da Universidade. “Antes mesmo de uma colaboração internacional, começamos a juntar esforços nacionais, com instituições parceiras presentes, ligadas ao Consórcio Pesquisa Café, o que é muito relevante”, destacou.
O pesquisador Benoit Bertrand (Cirad), reforça que a parceria em discussão poderá possibilitar o intercâmbio de material genético de espécies e progênies de café, bem como o cruzamento de populações. “A ideia da WCR é criar uma plataforma para trocar informações e materiais genéticos, aumentando e compartilhando as bases genéticas”.
Genoma do Café
Cientistas brasileiros concluíram o primeiro sequenciamento em grande escala do genoma do cafeeiro. O Projeto Genoma Café, que teve início em fevereiro de 2002, foi uma iniciativa do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, coordenado pela Embrapa Café, em colaboração com outras instituições de fomento e pesquisa. O projeto resultou na construção de um banco de dados com mais de 200 mil sequencias de DNA.
Em 2014, a WCR, com o auxílio da Universidade Cornell, sequenciou 1000 acessos de Coffea arabica do banco de germoplasma do Catie, Costa Rica, e realizou amplo estudo de diversidade genética.
Texto com colaboração da jornalista Marina Botelho – bolsista Rede Café/Consórcio Pesquisa Café. Fotos: Marina Botelho
A pesquisadora do Centro de Investigação das Ferrugens do Cafeeiro (CIFC – Oeiras/Portugal), Leonor Guerra Guimarães, visitou as universidades federais de Lavras (UFLA) e de Viçosa (UFV) para dar andamento aos projetos que mantém em parceria com as instituições, em especial, voltados à defesa dos cafeeiros à ferrugem.
Leonor participou de diversas atividades com o intuito de fortalecer as parcerias entre o CIFC e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT Café). Em 2015, o CIFC comemora 60 anos, sendo reconhecido pela longa colaboração com instituições de ensino e pesquisa do Brasil.
Para a pesquisadora, alguns fatores se destacam para tornar o CIFC um bom parceiro internacional nesta temática: “Portugal não produz café e por isso pode receber isolados da ferrugem de toda parte do mundo, contribuindo para os estudos sobre a ferrugem do cafeeiro em nível internacional”.
Coorientação no CIFC e defesa de tese
Durante a visita à UFLA, Leonor participou, como coorientadora, da defesa da tese “Abordagem proteômica da cultivar Mundo Novo (Coffea arabica) induzida para a resistência à ferrugem”, da doutoranda Kátia Pôssa, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal.
Orientada pelo coordenador do INCT Café e professor do Departamento de Fitopatologia (DFP/UFLA), Mário Lúcio Vilela de Resende, Kátia Pôssa foi bolsista no CIFC durante seis meses, no âmbito do programa Ciência Sem Fronteiras. Mário Lúcio ressalta que “o INCT representa uma rede de colaboração em pesquisas estratégicas e o CIFC é um importante parceiro, tendo recebido estudantes e pesquisadores para treinamentos, doutoramento e pós-doutoramento”.
Seminário
A pesquisadora também apresentou o seminário “Coffee leaf Apoplastic proteins: possible involvement in STRESS/ Defense responses” (Proteínas apoplásticas da folha do café: possível envolvimento de stress e respostas de defesa). Durante a sua apresentação, no anfiteatro do DFP, Leonor ressaltou o papel do CIFC na busca pelo desenvolvimento de variedades de cafeeiro com resistência duradoura às principais doenças. Ela se demonstra otimista em relação ao futuro, ressaltando a potencialidade de outros tipos de colaborações e projetos com as universidades brasileiras.
Marina Alvarenga – jornalista da Rede Social do Café/ bolsista Consórcio Pesquisa Café
De 25 a 27 de janeiro de 2015, o professor Flávio Meira Borém representou o Brasil e a Universidade Federal de Lavras (UFLA) no tradicional Le Carnaval du Café – the Collaborative Coffee Source, realizado em Paris – França. Com uma abordagem educativa, o evento é um exemplo exitoso da relação universidade-empresa, reunindo apresentações científicas e visões estratégicas do mercado.
Palestrante do mesmo evento em 2012, nesta edição o professor Borém foi convidado para mediar as apresentações. Sua participação foi requisitada e posteriormente elogiada pelos participantes de diferentes países. Confirmada por meio de mensagens, a apreciação dos participantes acerca das pesquisas desenvolvidas na UFLA é muito positiva, avaliada com grande aplicação prática e de relevantes os resultados.
Na avaliação do professor, a importância do evento está na dinâmica diferenciada, focalizado na troca de experiências, resultados relevantes de pesquisa e educação para diferentes segmentos. Outro destaque está na diversidade do público presente: torrefadores, baristas, importadores, exportadores de café, profissionais do campo e apaixonados por café. Nesta edição, participaram pessoas da Grécia, Noruega, Estados Unidos, Honduras, Colômbia, Kenya, Etiópia, Burundi, França, Suíça, Polônia, Suécia e Brasil.
Além das pesquisas brasileiras, nesta edição foram discutidas as realidades da cafeicultura no Kenya, Burundi e Etiópia. Na programação, além das apresentações, foram realizadas seções de degustação. De modo geral, o evento representa um fórum global para se discutir os desafios e oportunidades para o mercado de cafés especiais, com predições estratégicas para o futuro.
A participação de Flávio Borém, com a palestra “How process Coffee Quality: Drying Naturals. Latest results from UFLA Research Program 2011-2014 “, repetiu o sucesso das apresentações realizadas em diversas partes do mundo, reforçando a atuação do professor como embaixador do café especial brasileiro, em particular da diversidade de sabores dos cafés naturais produzidos no País e das pesquisas realizadas na Universidade.
“A percepção dos participantes tem alterado completamente com relação ao café do Brasil nos últimos anos. Encontrei pessoas apaixonadas pelo café do Brasil. Outros, ainda descobrindo o que o Brasil pode oferecer”, destacou o professor.
Em abril deste ano, o professor Flávio Borém já está com viagem agendada para os Estados Unidos, convidado para palestrar no maior evento de cafés especiais promovido pela Specialty Coffee Association of America (SCAA).
O artigo intitulado “O raio cai duas vezes no mesmo lugar”, de autoria do professor José Donizeti Alves, do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), está chamando a atenção da imprensa e dos envolvidos no mercado de café. O artigo traz uma perspectiva negativa para a safra atual – 2015 e também para a safra futura – 2016. O texto original foi publicado na Rede Social do Café, na Plataforma Peabirus, a maior rede de construção coletiva em assuntos ligados à cafeicultura.
“Quando se fala no volume da safra de café para o ano de 2015, a frase que me vem à cabeça é uma só. Ao contrário do que se imagina, o raio cai duas vezes no mesmo lugar”. De acordo com o professor, no contexto da cafeicultura, isto quer dizer que o calor e a seca do início de 2014 estão se repetindo e, como tal, irão afetar, da mesma maneira, a safra de 2015, e com vários agravantes.
O professor destaca no texto que no final de 2013 as chuvas estavam normais, porém, no final de 2014, o volume de chuva estava muito abaixo da média, impondo déficits hídricos acentuados em varias regiões de Minas Gerais e São Paulo, desde o início do ano. Como consequência, houve, além da queda na produção de 2014, uma forte queda na taxa de crescimento de ramos (justamente daqueles que irão produzir neste ano), vários eventos de florada, floradas tardias, abortamento de flores, queda de chumbinho, seca de ponteiros, entre outros.
O professor Donizeti reforça que na ausência de condições para adubar a lavoura e, em vista de um forte depauperamento das plantas, muitos cafeicultores prevendo que não iriam produzir nada ou quase nada, optaram por podar a lavoura. “A semelhança do que ocorreu no início de 2014, seca e muito calor estão se repetindo neste primeiro mês do ano. O agravante neste caso, é que, hoje, as lavouras não se encontram no bom estádio vegetativo e reprodutivo daquelas do início de 2014. Muito pelo contrário, em vista das intempéries (calor e seca) que já estavam instaladas desde o ano passado e da ausência de tratos culturais desde o inicio da primavera, hoje as lavouras encontram-se, a exceção das irrigadas, com baixo vigor vegetativo”.
Em sua avaliação, esses dois agravantes, sem sombra de dúvidas, afetarão, em maior dimensão o volume da próxima safra e, em um segundo plano, a safra de 2016. Destaca-se que em função do forte calor e seca neste mês de janeiro, o enchimento dos grãos já começou a ser prejudicado. Isto equivale a dizer que as percentagens de frutos chochos e de frutos pequenos serão bem maiores que a comumente esperada, caso esses dois fatores não estivessem presentes.
Além disso, em função das várias floradas e, principalmente, da principal florada ter ocorrido tardiamente, haverá uma grande desuniformidade de maturação e um menor período de desenvolvimento dos frutos. Esses dois fatores contribuirão para depreciar a qualidade do café.
Para complicar a vida dos cafeicultores, o professor prevê que a safra 2015 terá uma quebra significativa comparada ao ano anterior. “Se quiserem um número bastante realístico, é possível que ela varie na faixa de 25 a 28 milhões de sacas de café arábica. Chuvas regulares nos próximos meses teriam a capacidade de reverter, em parte, a percentagem de frutos chochos e pequenos”, destaca.
A edição 189 da revista Jornal do Café, publicação da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) em dezembro, destacou o trabalho realizado na UFLA pelo professor e assessor de Inovação e Empreendedorismo da Universidade, Luiz Gonzaga de Castro Júnior. A revista dedicou cinco páginas à entrevista intitulada “Estratégias para o agronegócio café no Brasil” e deu ênfase para o trabalho realizado pelo professor no Bureau de Inteligência Competitiva do Café.
Na entrevista, o professor Luiz Gonzaga explica a importância do trabalho realizado pelo Bureau, que é gerar informações que permitam a maior competitividade estratégica da cadeia produtiva do café. Ele também enfatizou que existe muita informação relacionada ao café circulando pelo mundo, mas grande parte desse conteúdo não chega até os cafeicultores – daí a importância do Bureau.
A equipe do professor seleciona e analisa as informações encontradas na internet, normalmente em inglês, e as publica mensalmente no Relatório Internacional de Tendências do Café que por ser acessado gratuitamente no site do Bureau (www.icafebr.com). A seleção é feita seguindo critérios como relevância e a construção de novos conhecimentos.
De acordo com o docente, a UFLA é uma das melhores instituições de ensino do País e isso influencia diretamente no sucesso do Bureau: “Nossa equipe de analistas é formada por pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação que utilizam o conhecimento recebido na instituição para realizar as análises”, ressalta o professor. “Os graduandos podem participar dos projetos de teses e dissertações no âmbito do Bureau para desenvolver um pensamento mais crítico e vislumbrar possibilidades de inserção em pós-graduação”, acrescentou.
Na entrevista, o professor Luiz Gonzaga apresenta todo o trabalho realizado pelo Bureau, fala de sua criação e importância diante do mercado, aponta apoiadores e em vários momentos deixa clara a importância do apoio da Universidade: “todo o trabalho do bureau não seria possível sem o apoio da UFLA, que é fundadora do Consórcio Pesquisa Café. Além do espaço físico, a Universidade conta com excelentes profissionais da área de cafeicultura que podem nos ajudar com questões técnicas e feedbacks das nossas análises, de modo que elas possam sempre melhorar”, mencionou o professor.
Amanda Castro – Jornalista / Assessoria de Inovação e Empreendedorismo/UFLA
A estrutura da Agência de Inovação do Café (InovaCafé) e o seu modelo de governança serão apresentados em um workshop. O evento, que ocorre no dia 5/12 às 14 horas na InovaCafé, é gratuito e voltado para professores interessados em atuar com o tema.
Além da estrutura, haverá uma dinâmica de grupos, em que os participantes poderão contribuir com o Planejamento Estratégico da Agência. O workshop integra uma série de iniciativas que o Conselho Gestor pro tempore realiza, a fim de delinear as diretrizes estratégicas.
A InovaCafé é um órgão vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa da UFLA (PRP), sediada no câmpus da Universidade. A Agência agrega iniciativas voltadas ao desenvolvimento de inovações para o setor cafeeiro. Dessa forma, profissionais, docentes e estudantes interagem em projetos de ensino, pesquisa e extensão.
Informações – Workshop da InovaCafé
Data: 5/12/2014
Horário: 14 horas
Local: Agência de Inovação do Café – InovaCafé / UFLA
Público: Professores interessados em atuar com café
Evento gratuito
Contato: Secretaria InovaCafé: 3829-4585 /Centro de Inteligência em Mercados (CIM): 3829-1443