De 21 a 25 de abril, o professor e pesquisador Gladyston Rodrigues Carvalho participou de reuniões e visitas técnicas a laboratórios e casas de vegetação na Texas A&M University (TAMU) e no World Coffee Research (WCR), na cidade de College Station (EUA). Gladyston é pesquisador da Epamig, faz parte do grupo de pesquisas em café e atua como professor colaborador e orientador no programa de pós-graduação Agronomia/Fitotecnia da UFLA.
A visita teve como objetivo ampliar parcerias por meio de três âmbitos: intercâmbio de estudantes de graduação e pós-graduação; elaboração de projetos de pesquisa; e transferência de tecnologias envolvendo a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), UFLA e Instituto Nacional de Tecnologia do Café (INCT Café).
As reuniões foram apoiadas pela Embrapa, através de sua representação na TAMU inserida no programa Embrapa Labex. Foram realizadas cinco reuniões, envolvendo Melhoramento Genético, Fisiologia Vegetal e Ciência dos Alimentos (TAMU); e para tratar do intercâmbio de material genético e apoio ao programa de melhoramento para qualidade, utilizando germoplasma da Costa Rica e do Brasil (WCR).
De acordo com Gladyston, foram acertados o envio de um pesquisador para iniciar o pós-doutorado na TAMU e colaborar com os projetos da WCR na América Central; o envio de 10 genótipos de café arábica com potencial para produção em regiões de alta temperatura e baixa precipitação, para estudos bioquímicos e fisiológicos; e a elaboração de projetos de pesquisa envolvendo a TAMU, WCR, Epamig, UFLA e Embrapa.
Uma ampla discussão sobre a cafeicultura regional foi realizada na UFLA, durante o dia 8/5. O XVI Encontro Sul-Mineiro de Cafeicultores reuniu produtores, estudantes, pesquisadores e docentes, que assistiram a palestras sobre o mercado, problemas causados por mudanças climáticos e cuidados para a colheita.
A mesa de abertura contou com: o reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo; o pró-reitor de Extensão e Cultura, professor Nilson Salvador; a subchefe do Departamento de Agricultura, professora Patrícia Duarte de Oliveira Paiva; o gerente regional da Emater-MG, Marcos Fabri Junior; o pesquisador da Unidade Epamig Sul de Minas, César Elias Botelho; o gerente do Polo de Excelência do Café, Edinaldo José Abrahão; o coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café, Mário Lúcio vilela de Resende; o professor tutor do Necaf, Rubens José Guimarães; o coordenador geral do Necaf, Felipe Lacerda Hayashi; e a secretária de Assuntos Rurais da Prefeitura de Lavras, Patrícia Goulart.
Durante a tarde, os cafeicultores participaram de um dia de campo, que ofereceu instruções sobre nutrição de plantas, pós-colheita do café, adubação nitrogenada, calagem, indução de resistência para plantas do cafeeiro e manejo de pragas.
O evento foi organizado pelo Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf), Emater, Epamig, IMA, Prefeitura Municipal de Lavras e UFLA, e contou com o o apoio do Consórcio Pesquisa Café, Pós Café, Polo de Excelência do Café, INCT Café.
InovaCafé
A assinatura da portaria de criação da InovaCafé – Agência de Inovação do Café, durante a solenidade de abertura, foi um dos diferenciais do encontro. Vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa, a agência congregará pesquisadores, docentes e estudantes, assim como órgãos atuantes na pesquisa e extensão em café. Desenvolver tecnologias, eventos para a promoção do conhecimento e pesquisa em rede estão entre os objetivos da InovaCafé.
O Conselho de Administração pro-tempore conta com os docentes e pesquisadores Rubens José Guimarães, Antônio Nazareno Guimarães Mendes, Edinaldo José Abrahão, Luiz Gonzaga de Castro Junior, Mário Lúcio Vilela de Resende, Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga Pereira e Virgílio Anastácio da Silva.
O XVI Encontro Sul-Mineiro de Cafeicultores, um dos eventos técnicos mais tradicionais da cafeicultura nacional, será realizado no dia 8 de maio, no Salão de Convenções e na Agência de Inovação do Café, na UFLA. As inscrições serão realizadas no local e terão início às 8h, juntamente com o café da manhã. O encontro reunirá cafeicultores, estudantes e pesquisadores para uma discussão sobre o mercado, os problemas causados pelas mudanças climáticas e os cuidados necessários para uma boa colheita.
O Sul de Minas Gerais é líder em produção e qualidade do café, além de ser referência em pesquisa e na formação de profissionais. A UFLA possui um papel importante no cenário nacional e internacional, pois atua no Centro de Ensino, Pesquisa e Extensão do Agronegócio Café (Cepecafé), responsável por um programa de pesquisa com mais de 100 professores e pesquisadores. O Polo de Tecnologia em Qualidade do Café, Polo de Excelência do Café e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT/Café) estão sediados na universidade.
Este evento é organizado pelo Governo do Estado, Emater, Epamig, IMA, Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf), Prefeitura Municipal de Lavras e UFLA, além de contar com o apoio do Consórcio Pesquisa Café, Pós Café, Polo de Excelência do Café, INCT Café. A Agrichem, Ciclus, DU PONT, Fertilizantes Heringer, Pós Calcário Solo Fértil e Syngenta são patrocinadoras.
Mais informações podem ser obtidas no Necaf, através do telefone (35) 3829-1311 ou e-mail necaf.ufla@hotmail.com.
Programação
MANHÃ – SALÃO DE CONVENÇÕES / UFLA
8 horas: Inscrições / Café da manhã
9 horas: Abertura
9h30: Palestra – “Mercado da Cafeicultura”
Willem Guilherme Araújo – EMATER
10h30: Painéis – Alterações climáticas e sua influência na cafeicultura
Painel 1 – “Fisiologia”
Palestrante: José Donizeti Alves – UFLA
Painel 2- “ Pragas”
Palestrante- Júlio César de Souza – EPAMIG
Painel 3- “Doenças”
Palestrante – Edson Ampélio Pozza – UFLA
12 horas: ALMOÇO
TARDE – AGÊNCIA DE INOVAÇÃO DO CAFÉ / UFLA
14 horas: Dia de campo
Temas abordados: Nutrição de plantas, pós colheita do café, adubação nitrogenada, calagem, indução de resistência para plantas do cafeeiro, manejo de pragas.
Única revista científica brasileira especializada em cafeicultura de publicação e distribuição gratuita, a Coffee Science chegou, neste ano, à sua vigésima segunda edição, com 244 artigos já publicados, reunindo resultados de pesquisas de várias instituições brasileiras. Nos dois últimos números (Vol. 8/nº 4 e Vol. 9/nº 1), publicados em 31/03/2014, a revista traz ao conhecimento da comunidade científica artigos originais e inéditos, como “Controle químico de broca-do-café com Cyantraniliprole”, “Pós-Café: um sistema de apoio à decisão para o cálculo do custo da pós-colheita do café” e “Qualidade das operações de preparo reduzido do solo e transplantio mecanizado de mudas de café”, entre outros.
Criada em 2006, a Coffee Science teve inicialmente publicação semestral, com 10 artigos por número, o que perdurou até 2009. Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, porém contando com o apoio do Consórcio Pesquisa Café, da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e do Polo de Excelência do Café, passou a ser quadrimestral a partir de 2010, ainda com 10 artigos científicos por número.
Segundo o editor-chefe da publicação, professor Rubens José Guimarães, em 2013 a revista passou a publicar trimestralmente, aumentando também a quantidade de artigos incluídos em cada número para 15. O professor explica que a decisão exigiu coragem, responsabilidade e comprometimento da equipe de editores executivos da Coffee Science. “Essa medida atendeu aos anseios da comunidade científica que trabalha com o café, reduzindo para menos de um ano o tempo entre a submissão e a publicação dos artigos selecionados pelos consultores Ad Hoc”, relata.
A revista é vinculada à Universidade Federal de Lavras (UFLA) e ao Consórcio Pesquisa Café. Tem por objetivo publicar artigos originais completos que contribuam para o desenvolvimento da cafeicultura nas diferentes áreas. É indexada na Agrobase/Binagri, Agris/Caris, Biblioteca Nacional, IBICT/SEER, CAB Abstracts (CABI – Commonwealth Agricultural Bureaux International), Latindex (Regional System of on-line Information for Scientific Publication of Latin America, Caribean, Spain and Portugal), Periódica (Indice de Revistas Latino Americanas em Ciências) e SCOPUS-Elsevier and DOAJ (Directory of Open Access Journals).
A submissão dos trabalhos – que devem ser originais e inéditos – pode ser feita de forma contínua pelo site http://www.coffeescience.ufla.br, mesmo endereço onde estão disponíveis todas as edições anteriores. A versão impressa da revista tem tiragem de 500 exemplares, distribuídos para bibliotecas, universidades e instituições de pesquisa de todo o País e do exterior.
Durante os dias 26, 27 e 28 de novembro, os professores Flávio Meira Borém e Antônio Donizetti de Oliveira, do Departamento de Engenharia da UFLA (DEG), participaram do VII Simpósio de Pesquisa de Cafés do Brasil, em Salvador (BA), realizado pelo Consórcio de Pesquisa em Café da Embrapa e outras entidades. O evento teve como tema a sustentabilidade e a inclusão social na pesquisa cafeeira e contou com renomados pesquisadores do setor, alunos, cafeicultores e público interessado.
A UFLA foi representada por uma grande delegação composta por alunos e professores, com vários trabalhos apresentados e, de acordo com os participantes, a Instituição foi muito elogiada no evento.
Do DEG, o professor Donizetti foi responsável pelo minicurso Mecanização com Derriçadoras Portáteis, apresentado no primeiro dia do evento. Ele também coordenou a mesa-redonda Mecanização, onde foram discutidas questões pertinentes à mecanização da lavoura cafeeira, em especial, às lavouras de montanha e do café conilon, que é mais cultivado no Espírito Santo e Rondônia. O professor Flávio Borém foi relator e palestrante na oficina Indicação Geográfica.
A avaliação do encontro feita pelo professor Donizetti foi muita positiva, em virtude das trocas de experiências, conhecimento e interação com novas tecnologias, além da possibilidade do DEG levar conhecimentos a outros segmentos da cafeicultura. Foi destacado, ainda, o grave momento que a cafeicultura brasileira está passando com relação ao preço recebido por saca pelo produtor. Por isso, “a pesquisa e a extensão devem fazer bem a sua parte e contribuir para um setor de extrema importância para o País” destacou Donizetti.
O evento teve como objetivo promover uma ampla discussão com a comunidade científica sobre temas relevantes à atualidade cafeeira e atualização tecnológica, visando garantir a melhoria da qualidade do produto e o aumento da competitividade desse setor.
Com informações de Vivian B. Marcello – bolsista Ascom/DEG
O Salão de Convenções da UFLA foi palco de um dos eventos mais importantes da cafeicultura mineira, o 10º Concurso Estadual de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais, realizado no dia 9/12.
A cafeicultura mineira possui grande importância econômica e social para o estado, pois impacta fortemente os demais setores da economia mineira, movimentando desde a produção de insumos até o aquecimento do setor terciário em diversas regiões do estado. Nesse contexto, o concurso é uma oportunidade de comercialização direta para os produtores. De acordo com o coordenador do concurso, Marcos Fabri Junior, o objetivo é facilitar ao máximo a venda dos cafés especiais: os cafés vencedores de cada região produtora foram oferecidos em lotes de 10 sacas de 60 quilos; já os campeões estaduais nas categorias puderam ser adquiridos em lotes de uma saca cada.
O concurso recebeu mais de 1200 inscrições de amostras de café arábica, da safra 2013, vindas de quatro regiões de Minas: Cerrado, Chapadas, Matas e Sul de Minas. Da categoria natural foram 870 amostras; da categoria cereja descascado foram 343. Delas, 198 foram selecionadas para a final.
Na ocasião, o reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo, reforçou a importância do agronegócio para a economia brasileira, sendo o café o 2º produto mais importante do país: “é muita tecnologia envolvida em sua produção”, destacou.
Uma ótima notícia para os cafeicultores e para a economia foi dada pelo reitor no evento: trata-se de um acordo assinado no mês passado da UFLA com o Governo de Minas, que visa mapear todo o café do estado. O objetivo é caracterizar o produto de cada região, analisando, assim, seu aroma e sabor, relacionando-o às características ambientais, compondo, dessa forma, as melhores misturas. Os produtores terão acesso a essas informações, que facilitarão a comercialização do seu produto; o cafeicultor saberá o público exato que o seu café irá agradar e poderá trabalhar melhor a sua comercialização, buscando melhores preços nas exportações. Vale destacar que essa é uma iniciativa da UFLA e as amostras serão analisadas pelos pesquisadores da Universidade.
O coordenador do INCT-Café e professor da UFLA, Mário Lúcio Vilela Resende, também destacou a importância do café ter valor agregado para não ser apenas uma commodity, que o INCT-Café está trabalhando esta questão com o Governo de Minas.
A UFLA é um cenário muito importante para a cafeicultura mineira, tanto que o presidente da Emater-MG, José Ricardo Roseno, mencionou, em seu pronunciamento, que “não há lugar melhor para se realizar um concurso como este do que na UFLA, onde a academia, por meio dos seus cursos de graduação e pós-graduação, fornece as informações que são levadas para os produtores”, afirma Roseno.
O concurso é uma ação do Governo de Minas, através da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), coordenado pela Emater-MG, UFLA, IF Sul de Minas, INCT-Café e Faepe, com a parceria do Instituto Mineiro de Agropecuária, Sindicafé-MG, Polo de Excelência do Café e Epamig.
Vencedores regionais:
Categoria Natural/Sul de Minas
1 – Geraldo Alvarenga Resende Filho (Fazenda Santana Bela Vista/São Sebastião do Paraíso)
2 – Maria Simone Prock Borges (Sítio Canarinho/Campanha)
3 – Maria Leonor Guimarães Corrêa (Fazenda Boa Vista/Cássia)
Categoria Natural/Matas de Minas
1 – Onofre Alves Lacerda (Sítio Forquilha do Rio/Espera Feliz)
2 – Aídes Gomes Monteiro (Fazenda Ninho da Águia/Alto Caparaó)
3 – Charlles Rodrigues Dornelas (Sítio Monte Alverne/Manhuaçu)
Categoria Natural/Cerrado
1 – Ruvaldo Delarisse (Fazenda Chapadão de Ferro/Patrocínio)
2 – Francys Maria Delarisse (Fazenda Chapadão de Ferro/Patrocínio)
O anúncio dos vencedores do 10º Concurso Estadual de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais será feito na UFLA. A cerimônia ocorrerá no Salão de Convenções, no dia 9 de dezembro, às 9 horas. Além da entrega dos prêmios e certificados aos finalistas, haverá uma oportunidade de geração de negócios: os produtores poderão oferecer seu café aos empresários presentes (torrefadores e representantes de cafeterias e bares).
Mais de 1200 amostras de café arábica, da safra 2013, foram inscritas, vindas das quatro regiões de café de Minas Gerais: Cerrado, Chapadas, Matas e Sul de Minas. Da categoria natural, foram 870 mostras e da categoria cereja descascado, 343. Delas, 198 foram selecionadas para a final, por meio de degustações realizadas em Lavras nos dias 8 a 10 de novembro.
Os cafés vencedores de cada região produtora serão oferecidos em lotes de 10 sacas de 60 quilos. Já os campeões estaduais nas duas categorias poderão ser adquiridos em lotes de uma saca cada. De acordo com o coordenador do concurso, Marcos Fabri Junior, o objetivo é facilitar ao máximo a venda dos cafés especiais. Os compradores poderão receber o produto já embalado em quantidades para o varejo.
“Será uma oportunidade de comercialização direta para os produtores. E os cafés estão com qualidade excepcional neste ano”, afirma Marcos Fabri. O evento é coordenado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG).
Ao participar da abertura oficial da Semana Internacional do Café, na manhã desta segunda-feira (9), no Expominas, em Belo Horizonte, o reitor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), José Roberto Scolforo, reafirmou o compromisso da Universidade na geração de conhecimento para amparar a profissionalização e valorização do setor que mais gera emprego e renda no Estado.
A Semana Internacional do Café está programada para o período de 9 a 13 de setembro, sediando, pela primeira vez no Brasil, a reunião da Organização Internacional do Café (OIC) que comemora 50 anos de atuação e a 8ª edição do Espaço Café Brasil. Na reunião da OIC, cerca de 300 delegados de 70 países e embaixadores estarão na capital mineira para debater a produção e os rumos do mercado cafeeiro.
No evento, Scolforo teve a oportunidade de reforçar o nome da UFLA entre chefes de Estado, como o governador de Minas, Antônio Anastasia e o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande; secretários estaduais e os mais importantes representantes do setor cafeeiro. Além do reitor, a UFLA estava representada pelos professores Antônio Nazareno Guimarães Mendes e Flávio Meira Borém, convidados como palestrantes no evento. Flávio Borém teve ainda a oportunidade de fazer o lançamento do livro Handbook of Coffee Post-Harvest Technology, a versão inglesa do sucesso “Pós-Colheita do Café”.
A UFLA no maior evento de café do mundo
Na diversificada programação da Semana Internacional do Café, está sendo realizado o Seminário Internacional “DNA do Café 2013”, com a presença dos nomes mais relevantes da pesquisa e do mercado nacional e internacional.
No primeiro dia do evento, o professor Antônio Nazareno (ex-reitor da UFLA), proferiu a palestra “A cafeicultura da próxima década”, ressaltando os indicadores, a construção de cenários e o perfil da cafeicultura nos próximos 10 anos. Em sua apresentação, destacou os avanços e os desafios que o setor produtivo terá que enfrentar para se profissionalizar e se manter em um mercado caracterizado pela alta volatilidade dos preços.
Ainda no Seminário DNA do Café, o professor Flávio Borém participou da mesa-redonda “Competitividade na Cafeicultura”, com a apresentação da temática, “Processamento do Futuro do Grande e Pequeno Produtor”. Ao lado dos maiores pesquisadores do mundo, Borém também terá participação na IV Conferência Internacional de Cafés Arábicas Naturais, com a apresentação da palestra “A Ciência por traz da xícara de café”.
Referência sem fronteiras
Se no Brasil o professor Flávio Borém é reconhecido como uma das maiores referências em ensino e pesquisa da qualidade e pós-colheita do café, nos últimos anos, os resultados de seus estudos têm ganhado o mundo. Embaixador da Universidade em diversas palestras internacionais que é convidado a proferir ao longo do ano, Borém é o único brasileiro integrante do Comitê de Normas Técnicas da Associação Americana de Cafés Especiais – SCAA.
Para marcar o processo evolutivo do reconhecimento internacional de suas pesquisas, Borém acaba de lançar o Handbook of Coffee Post-Harvest Technology, a versão inglesa do livro “Pós-Colheita do Café”, lançado pela Editora UFLA em 2010. A nova versão traz um guia sobre o processamento, secagem e armazenamento do café. O texto tem a tradução do americano Joel Shler.
Capital mundial do café
Durante o evento, Minas Gerais, responsável pela produção de metade de todo o café produzido no País está sendo reverenciada como a capital mundial do café. O governador de Minas, Antonio Anastasia, em seu pronunciamento, afirmou que o maior desafio é agregar mais valor ao produto, principal âncora agrícola do Estado, responsável pela metade da produção de cafés especiais no Brasil.
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, destacou que o Governo de Minas desenvolve várias ações de suporte ao setor cafeeiro, responsável por mais de 50% da produção de café no Brasil. Ele citou o programa Certifica Minas como exemplo desse avanço, incentivando as propriedades rurais mineiras a se adequar às normas internacionais de produção e também o Inventário Quantitativo e Qualitativo do Café, que será realizado pela UFLA e deverá ser um grande instrumento de valorização do produto.
Durante a abertura do evento, o diretor-executivo da Organização Mundial do Café (OIC), Robério Silva, alertou sobre a crise do setor em função do baixo preço da saca. Segundo ele, a queda acentuada dos preços cria as condições de uma nova crise, semelhante à que o setor enfrentou na virada do século. “Questões econômicas, como a volatilidade dos preços e a incertezas econômicas são motivos de preocupações há muito tempo e continuam a constituir um aspecto importantíssimo no plano de trabalho da OIC”, afirmou.
O evento é uma promoção do Governo de Minas – por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg), Sebrae Minas, OIC, ministérios da Agricultura Pecuária e Abastecimento e das Relações Exteriores e Café Editora, promotora da 8ª edição do Espaço Café Brasil.
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Professor da UFLA caracteriza a carga física de trabalho na cafeicultura do Sul de Minas
O Brasil é o maior produtor mundial de café e também um dos mais importantes geradores de conhecimentos sobre a cafeicultura, porém, os temas de pesquisas são geralmente avaliados sob perspectivas técnicas, agronômicas, econômicas ou ambientais. Tese defendida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pelo professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Marco Antônio Gomes Barbosa, inova ao apresentar um raio-x do trabalho nas lavouras de café, identificando características da carga física de trabalho, sob uma perspectiva ergonômica.
O trabalho nas lavouras cafeeiras é caracterizado pela reunião de atividades variáveis, em geral, árduas, executadas em posturas inconvenientes, com grandes forças musculares, além do ambiente desfavorável, podendo apresentar um conjunto de riscos ocupacionais. Foi pensando nesta ótica que o professor Marco Antônio decidiu avaliar o trabalhador da cultura do café, atividade rural mais comum na região do Sul de Minas. O trabalho contou com a orientação do professor Roberto Funes Abrahão e coorientação do professor Mauro José Andrade Tereso.
Graduado em Fisioterapia e Educação Física, a ideia de Marco Antônio foi justamente caracterizar a carga física de trabalho para orientar as pesquisas e políticas públicas para a melhoria dessas condições, tanto para a qualidade de vida do trabalhador, quanto para o desempenho da produção, em especial no sistema de produção familiar. De acordo com o pesquisador, quando as condições de trabalho são desfavoráveis, ocorre fadiga, extenuações físicas e psíquicas, diminuição do rendimento, aumento dos erros, dores osteomusculares diversas e riscos de acidentes no trabalho.
O estudo foi realizado em sete propriedades, com a participação de 12 trabalhadores ligadas à Associação dos Agricultores Familiares de Santo Antônio do Amparo – Força Café, localizada no Município de Santo Antônio do Amparo (MG), que se dedicam à cultura do café. Eles foram avaliados durante a realização de diferentes tarefas (adubação a lanço, adubação foliar, desbrota, aplicação de herbicida, colheita – tanto em terreno plano como em topografia acidentada, além de secagem e armazenamento).
Tecnologia facilita a avaliação
A carga física de trabalho foi caracterizada a partir de descritores fisiológicos, biomecânicos e psicofísicos, que incluíram a frequência cardíaca durante o trabalho (FCT), a carga cardiovascular (CCV), as combinações posturais, as manifestações de desconforto e o esforço percebido. Para tanto, as tarefas foram filmadas e avaliadas com a ajuda do software CAPTIV L3000, que possibilitou a obtenção de dados estatísticos, uma análise descritiva básica das tarefas observadas, histogramas, resumo das durações das tarefas, as repetições e frequências.
Para o monitoramento da frequência cardíaca foi utilizado um frequencímetro cardíaco RS 800 cx G3, composto de um sensor transmissor, uma cinta elástica peitoral, um sensor GPS, um adaptador infravermelho e cabos para transferência dos dados ao computador, para processamento dos dados.
Além disso, era apresentado ao trabalhador um diagrama das áreas dolorosas ao final de cada tarefa monitorado, para que fossem apontadas as regiões do corpo onde sentia algum tipo de desconforto. Na sequência, complementando a análise subjetiva, foi solicitado que avaliasse o grau de desconforto que sentia em cada um dos segmentos corporais indicados no diagrama.
Resultados
As tarefas adubação foliar, adubação a lanço, secagem e armazenamento foram as que apresentaram maior exigência cardiovascular. Pela natureza da tarefa, as tarefas de desbrota e colheita apresentaram uma grande variabilidade de combinações posturais. As demais tarefas apresentaram uma menor variabilidade.
Na avaliação do conjunto de tarefas, as principais áreas de manifestação de desconforto foram as regiões dos ombros, pescoço, dorso médio e dorso inferior. Os trabalhadores destacaram a adubação foliar, adubação a lanço e armazenamento como as mais exigentes quanto ao esforço percebido.
Destaca-se que, na percepção subjetiva, os trabalhadores indicaram haver diferença significativa entre as tarefas desenvolvidas em distintas condições topográficas, considerando maior esforço para aquelas realizadas no morro. Entretanto, tanto os indicadores cardiovasculares como os biomecânicos não revelaram diferenças estatisticamente significativas entre as tarefas desenvolvidas em condição de morro e plano.
De acordo com Marco Antônio, espera-se que, além do conhecimento aprofundado das exigências físicas do trabalho da cafeicultura familiar, o projeto possa contribuir para a formulação de políticas públicas destinadas ao setor produtivo e para o desenvolvimento de novas tecnologias orientadas à minimização das dificuldades laborais e ao aumento da produtividade do trabalho.
Dezesseis alunos do Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Bambuí visitaram o Setor de Cafeicultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Eles foram acompanhados pelo professor de cafeicultura do IFMG Bambuí, Fábio Pereira Dias.
Os visitantes foram recebidos pelo chefe do Setor de Cafeicultura, professor Virgílio Anastácio da Silva, pelos professores Rubens José Guimarães e Antônio Nazareno Guimarães Mendes, além dos membros do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf).
Durante a visita, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer as instalações do setor, laboratórios, linhas de pesquisas, o Polo de Excelência do Café, o INCT Café e o Polo de Tecnologia em Qualidade do Café. Logo depois, os estudantes percorreram as lavouras experimentais da universidade. Completando o dia, desfrutaram de uma prova sensorial de café e assistiram a uma palestra sobre mecanização da lavoura.
O professor Fábio Pereira, que fez sua pós-graduação na UFLA, destacou o principal objetivo da ida à universidade. “O nosso intuito é dar oportunidade para nossos alunos conhecerem um polo de qualidade destacada, com importância nacional, como é o Setor de Cafeicultura aqui na UFLA. O objetivo principal é mostrar para os alunos toda a tecnologia, qualidade e pesquisa no que diz respeito a café”, disse o docente.
Texto e foto: Fabio Alvarenga – bolsista INCT – Café e Polo de Excelência do Café