A tarde do feriado dessa quarta-feira (7/9) foi de celebração e atividade física para cerca de 200 pessoas que participaram da Primeira Caminhada Ecológica da Universidade Federal de Lavras (UFLA) – um dos eventos organizados para comemorar os 108 anos da instituição, durante a Semana de Ciência, Cultura e Arte. O trajeto teve início na região do Pavilhão Nacional da Reitoria, passou pela “Estrada das Lagoas” e a chegada foi o Centro de Integração Universitária (Ciuni).
A atividade foi organizada pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (Praec), com o apoio do Departamento de Educação Física (DEF). Vinte e oito pessoas, entre servidores e estudantes voluntários, estiveram envolvidas na organização da caminhada. O movimento também contou com a participação do Grupo Escoteiro Acauã. A abertura do evento foi feita pela vice-reitora da UFLA, professora Édila Vilela de Rezende Von Pinho, e pela pró-reitora de Assuntos Estudantis e Comunitários, professora Ana Paula Piovesan Melchiori.
Ao final, a professora avaliou de forma positiva os resultados, considerando que o evento mobilizou tanto pessoas que já praticam atividades físicas frequentemente quanto aquelas que ainda precisam adquirir o hábito. “Foi um primeiro movimento pelo qual incentivamos pessoas sedentárias a praticar atividades físicas. Esperamos que seja a primeira de muitas outras iniciativas que estimulem o estilo de vida saudável. Foi também um momento bastante agradável de celebração dos 108 anos da UFLA”.
A I Caminhada Ecológica teve o apoio da empresa Verde Campo e do setor de Fruticultura da UFLA.
Como parte da programação da Semana de Ciência, Cultura e Arte da Universidade Federal de Lavras (UFLA), ocorreu nessa segunda-feira (5/9) a abertura oficial da exposição “O patrimônio de Ciência e Tecnologia da UFLA: histórias e memórias”. A iniciativa faz parte das celebrações pelos 108 anos da Universidade e reúne equipamentos utilizados, no passado, em diferentes laboratórios da instituição, bem como fotografias que registram parte da história da Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL) e da UFLA no que se refere à evolução da Ciência e da Tecnologia.
Na parte externa ao Museu Bi Moreira, que abriga a exposição temporária, pode ser encontrado o trator Fordson, importado dos Estados Unidos e que chegou à UFLA em 1923. “Esse foi o terceiro trator do Estado de Minas Gerais”, conta a museóloga da UFLA, Patrícia Muniz. Outro utensilio da década de 1920 e disponível para apreciação do público é a corrente de agrimensor, utilizada à época para medir distâncias lineares. E quando o objetivo era registrar o índice de evaporação da água no solo ou cursos de água, era utilizado o evaporímetro, também em exposição.
Além desses, outros equipamentos já obsoletos compõem o acervo e ajudam a resgatar memórias de Ciência e Tecnologia. Fotografias do câmpus histórico garantem a apreciação arquitetônica das infraestruturas que fizeram parte dessa evolução e dos momentos marcantes relacionados ao tema.
A exposição é uma atividade prevista no projeto “A importância do Patrimônio de C&T da Universidade Federal de Lavras (UFLA): mapeamento, política de preservação e musealização”, aprovado na demanda Universal da Fapemig. Esse projeto visa a identificar e pesquisar o patrimônio de C&T não musealizado e promover um conjunto de ações preservacionistas consolidando esses testemunhos materiais como fontes primárias para pesquisas interdisciplinares, através de uma perspectiva biográfica que abarca o estudo das trajetórias dos objetos.
Abertura
Cerca de 50 alunos do 9º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Umbelina Azevedo Avellar marcaram presença na abertura da exposição, acompanhados de professores da escola. O momento foi enriquecido com apresentações ao ar livre de integrantes do projeto de extensão “Capoeira do Câmpus: Universidade na Ginga” e do grupo “Maracatu Baque do Morro”.
Durante a solenidade de abertura, a museóloga Patrícia Muniz falou dos objetivos da exposição. O reitor da UFLA, professor José Roberto Soares Scolforo, deu as boas-vindas aos estudantes visitantes e realçou a importância de cultivarem o apreço pela cultura. “Espero que em breve vocês estejam participando do Processo de Avaliação Seriada, o PAS, e venham construir conosco esta Universidade”.
Para a professora de Ciências que acompanhava os alunos, Ana Tereza Gonçalves, a visita ao Museu e à Universidade é importante para a formação deles: “Assim ocorre o despertar para a cultura e para tudo o que curso superior pode oferecer. É muito relevante que eles vivenciem esse ambiente e se entusiasmem.”, comentou.
*Trajetória recontada
Ao longo dos 108 anos, a UFLA acumulou e preservou diversos artefatos utilizados, inicialmente, nos laboratórios de ensino e pesquisa e aulas práticas. Essa ação de preservação do Patrimônio de C&T pode ser percebida inicialmente devido à coleção proveniente da antiga ESAL, que foi incorporada ao acervo do Museu Bi Moreira (MBM); além de outros aparatos e máquinas agrícolas em exposição em diferentes áreas do câmpus universitário.
Destaca-se ainda, nessa perspectiva, o denominado câmpus histórico da UFLA, que evidencia parcela significativa da memória da ciência e da tecnologia, integrada ao patrimônio histórico nacional, no qual as edificações foram produzidas com a funcionalidade de atender às necessidades dos processos científicos e de ensino, e atualmente abrigam espaços culturais e administrativos da Universidade. Neste conjunto arquitetônico, convivem gerações históricas e estilísticas de edificações do século XX e XXI, que expressam as transformações da universidade, sendo o berço de seu primeiro curso.
Serviço:
Exposição O patrimônio de Ciência e Tecnologia da UFLA: histórias e memórias Local:Museu Bi Moreira – Câmpus Histórico da UFLA Funcionamento:de segunda a sexta-feira Horário:9h às 12h/ 14h às 17h30 Visitas escolares agendadas pelo telefone:(35) 3829-1205
O mês de setembro começou, na Universidade Federal de Lavras (UFLA), embalado por rock nacional e internacional, Música Popular Brasileira (MPB), samba, reggae, blues e outros ritmos. As cinco bandas de Lavras que se apresentaram na noite de terça-feira (1º/9) durante as comemorações da Semana de Ciência Cultura e Arte mostraram seu talento e atenderam ao gosto de um público diversificado. O show “Ô de Casa” reuniu cerca de 1500 pessoas no Estádio da UFLA.
Esta é a primeira vez que a Universidade inclui um show com bandas locais na programação da comemoração de aniversário. O reitor da instituição, professor José Roberto Soares Scolforo, destaca a intenção de valorizar os talentos locais. “Temos artistas espetaculares em Lavras e o papel de uma universidade pública é auxiliar na promoção da cultura, na abertura de espaços para que essas manifestações regionais sejam fortalecidas”, disse.
Os músicos receberam com satisfação a iniciativa. Binho Sebá falou do prazer de estar presente e realçou a importância da cultura. “Precisamos de cultura para transformar esse país. Ao organizar esse show, a UFLA está dando sua contribuição”. O vocalista do show Trilhas & Becos, Ivan Segall, também avaliou a importância do evento: “É uma oportunidade para mostrarmos nosso trabalho. Parabenizamos a UFLA pela iniciativa”. O vocalista do grupo Ewerton de Brito e os Juaneiros lembrou que além de divulgar os talentos locais, o show cumpre outra função de relevo: “aproximar a UFLA da sociedade por meio da cultura”.
As avaliações são compartilhadas pelo vocalista da Banda Cecília Bravo, Gustavo Gold, e pela cantora Eliza Meirelles. “É difícil uma oportunidade como essa. As bandas locais estão sempre em busca desses espaços para mostrar sua produção própria”, comentou Gustavo. “Com esse conjunto de shows, a comunidade pode ter uma mostra da diversidade cultural existente em Lavras”, diz Eliza.
Acessibilidade
“Ô de Casa” foi o primeiro show na instituição a contar com tradução simultânea em Língua Brasileira de Sinais (Libras). A professora do Departamento de Educação (DED) Érica Alves Barbosa Medeiros Tavares e os tradutores-intérpretes de Língua de Sinais Wanderson Samuel Moraes Souza e Welbert Vinícius de Souza Sansão se revezaram a cada música para garantir que todo o conteúdo estivesse acessível às pessoas com deficiência auditiva. O trabalho que vem sendo desenvolvido pela equipe tem o objetivo de deixar a comunidade ciente de que a Universidade está preparada para receber públicos que tenham a deficiência, fazendo com que se sintam motivados a frequentarem a instituição.
A sequência de shows
1ª Apresentação – Ewerton de Brito e os Juaneiros
A banda toca sob influência da música clássica e da música regional brasileira. No show “Ô de Casa”, apresentou músicas autorais e músicas de
compositores mineiros.
Composição do grupo: Ewerton de Brito, Eduardo Afonso, Andre Scopel, Matheus Marques, Daniel Norberto, Rafael Coimbra e Luis Marcelo (vulgo Passarinho)
2ª Apresentação – Ivan Segall
O show teve como título “Trilhas & becos”, concentrando músicas do Clube da Esquina. Ivan Segall estava acompanhado de Dedê Bonito, Hector Evans, Bergson Guimarães e Vicente.
3ª Apresentação: Eliza Meirelles.
A cantora e compositora apresentou na UFLA canções de seu trabalho “O Samba, A Roseira e O Vento”, produção do músico e contrabaixista Dedê Bonitto. Além das canções autorais, animou o público ao interpretar Desafinado, de Tom Jobim e Newton Mendonça. Acompanharam Eliza Dedê Bonito, Devid Santos, Marco Elizio, Estevan Barbosa e Matheus Henrique.
4ª Apresentação: Binho Sebá.
Com 25 anos de carreira, Binho Sebá apresentou na UFLA músicas autorais do show “Regae por Nós”, misturando regae, samba e músicas românticas. O acompanhamento foi feito por Dedê Bonito, Estevan Barbosa e Matheus Henrique.
5ª Apresentação: Banda Cecília Bravo.
Com seis anos de trajetória, a banda Cecília Bravo possui 22 músicas autorais que abordam aspectos políticos, reflexões filosóficas e uma dose de romantismo. Seus shows trazem um repertório que mescla músicas autorais, clássicos do rock nacional e internacional, músicas dos anos oitenta e releitura de bandas e músicas consagradas.
Composição da banda: Rodrigo Selvati, Gustavo Pereira, Heitor Silveira, Luiz Fernando e Ariel Camargo.
Agenda
O encerramento da programação de shows da Semana de Cultura, Ciência e Arte da UFLA será na quinta-feira (3/9), com Nando Reis e os Infernais. Na terça-feira (1º/9) esgotaram-se os 14 mil ingressos disponíveis. O show começará às 21 horas no Estádio da UFLA.
A programação científica das comemorações na UFLA tem o apoio do Ministério da Educação (MEC) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Já as atividades culturais contam com apoio da Fundação de Desenvolvimento Científico e Cultural (Fundecc), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea MG), da Fibria, da Cooxupé, da Laveli Fiat e Viva Veículos, dos Supermercados Rex, da Ticle Imóveis, da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), da Santa Casa de Misericórdia, da Unimed e JP Móveis.
A programação da segunda-feira (31/8), nas comemorações pelos 107 anos da Universidade Federal de Lavras (UFLA), valorizou a arte, a literatura e a cultura mineiras. O escritor Guimarães Rosa foi homenageado por meio da exposição “Um olhar para o Sertão” e da narração do conto de sua autoria “A hora e a vez do Augusto Matraga”.
A abertura da exposição, que ficará acessível ao público até o final de setembro no Museu Bi Moreira (MBM), ocorreu às 14h. São 14 telas em exposição, inspiradas na obra de Guimarães Rosa e pintadas pelo artista plástico Adriano Alves. Além das telas, há painéis que narram a biografia do escritor e destacam suas reflexões, sua forma de interpretar a vida. A ambientação ao mundo do escritor se completa com um espaço criado na sala de exposições para projeção digital das paisagens que tematizaram a obra de Guimarães Rosa. Melodias que remetem aos cenários mineiros também auxiliam na composição do ambiente.
A exposição itinerante é uma iniciativa do Projeto Crea Cultural, pelo qual foi proposto ao artista Adriano Alves a produção dos quadros. A primeira mostra ocorreu em Belo Horizonte, em novembro de 2014. Como parte da proposta de interiorização cultural do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), já passou por Varginha e Capim Branco. Lavras é, portanto, o quarto município a receber o trabalho. A organização das atividades na cidade é de responsabilidade das coordenadorias de Cultura e de Museus e Patrimônio, ambas ligadas à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da UFLA. Dando sequência ao percurso da exposição em Minas Gerais, já estão previstas mostras em Sete Lagoas, Itaúna, Alfenas e Morro da Garça.
A estudante Ana Caroline Amaral, que iniciará o curso de Engenharia Florestal na UFLA, já está na cidade e fez questão de estar presente na abertura da exposição. Ela mostrou admiração pelas obras. “Gostei muito das formas e cores que o artista usou”, comentou. Ana Caroline veio do estado do Pará e aguarda o início do período letivo, aproveitando o momento para acompanhar a programação da Semana de Ciência, Cultura e Arte da UFLA.
No decorrer do mês de setembro, o público poderá comparecer ao Museu Bi Moreira (Câmpus Histórico da UFLA) para apreciar os trabalhos de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. O agendamento de grupos poderá ser feito pelo telefone (35) 3829-1205.
A solenidade de abertura
A abertura da exposição foi oficialmente conduzida pelo pró-reitor de Extensão e Cultura, professor José Roberto Pereira; pelo diretor-presidente do Crea Cultural, Ederson Bustamante; pelo coordenador de Cultura da UFLA, professor Silvério Coelho; pela coordenadora de Museus e Patrimônio Histórico da UFLA, professora Ângela Maria Soares e pela narradora de contos de Guimarães Rosa e prima do escritor, Dôra Guimarães.
Estiveram também presentes o narrador de contos Tiago Goulart; a secretária de Educação de Lavras, professora Amaryllis Pádua Castro; o pró-reitor de Pesquisa, professor José Maria Lima, além de visitantes da exposição , diretores e professores de escolas públicas. A professora Ângela destacou os pontos positivos das exposições itinerantes, por permitirem à população o contato com temáticas variadas. “O papel do Museu ultrapassa seu acervo permanente e compromete-se com a diversificação. Essas exposições, a exemplo do que vimos com ‘Maravilhas da Mecânica’, criam nas pessoas o hábito de visitar com frequência os museus”, disse.
Ao explicar os objetivos de interiorização da cultura, o presidente do Crea Cultural lembrou do exemplo de pessoas que, após a abertura da exposição
em Belo Horizonte, decidiram adquirir obras de Guimarães Rosa. “É isso que desejamos: despertar na população a vontade de conhecer mais sobre o artista e sobre a arte”. Professor José Roberto manifestou satisfação por receber na Universidade uma exposição que valoriza a cultura mineira. Lembrou que as obras do escritor foram mais publicadas e lidas no exterior do que no Brasil, reconhecendo a importância de se trabalhar pela mudança dessa realidade. “Vamos remando em favor da cultura brasileira”, enfatizou.
Dôra Guimarães falou sobre a atividade de narração dos contos. “Buscamos trazer oralidade para o texto literário. Em Guimarães Rosa, esse processo é facilitado porque o próprio autor já trabalhava com a oralidade, e seu texto flui perfeitamente”, explicou. Tiago Goulart narrou parte do conto Campo Geral, integrante do livro Manuelzão e Miguilim, e concentrou a atenção de todos os presentes.
Público aplaudiu de pé narração do conto “A hora e a vez de Augusto Matraga”
O público que esteve no Salão de Convenções da UFLA para a narração de conto feita por Dôra Guimarães e Tiago Goulart reconheceu, por meio de fortes aplausos, a qualidade da arte apresentada. As estudantes do curso de Letras Carolina Alves Carvalho e Camila Diniz deram seus testemunhos: “Superou minhas expectativas. Foi emocionante”, resumiu Carolina. “Ter contato com a obra do escritor por meio desse tipo de manifestação artística é uma experiência gratificante”, completou.
Para Camila, que já havia produzido um trabalho acadêmico sobre o conto narrado, também foi uma experiência singular. “Fiquei empolgada quando soube pelo site da UFLA que haveria a narração. Ouvir o conto dessa forma traz outras sensações e expande a leitura”.
Durante todo o tempo de interpretação do conto “A hora e a vez de Augusto Matraga”, a plateia esteve atenta e silenciosa, presa ao desenrolar da história e ao trabalho dos narradores que, com entonações e expressões, garantiram dinâmica à apreciação dos escritos de Guimarães Rosa. Ao final, todos se colocaram de pé para aplaudir o trabalho.
A narração foi realizada na noite dessa segunda-feira (31/8).
Sobre Guimarães Rosa
O escritor pertence à terceira geração do modernismo, com fortes características regionalistas. Seus contos e romances, em sua maioria, têm como pano de fundo o Cerrado mineiro. Uma das marcas do escritor, e fator de sua inovação na literatura, é a utilização de uma linguagem fiel à popular. Em suas viagens, conversou com jagunços, coronéis, peões, prostitutas e beatas, sempre anotando as peculiaridades dessas conversas, incorporando-as em suas produções.
A experimentação marcou a escrita de Guimarães Rosa, com a recriação da linguagem e recorrência constante a neologismos. Renovou o romance brasileiro. O caráter de fábulas de suas histórias revela uma visão global da existência, fundindo tudo numa realidade em que estão presentes os planos geográfico, folclórico, social, econômico, político e psicológico, transmitidos pela sua arte de escritor.
Nascido em Cordisburgo, pequena cidade do interior de Minas Gerais que fica a cerca de 330 Km de Lavras, Guimarães Rosa deu início a seus escritos aos 38 anos, produzindo a uma obra que conquistou o respeito e a admiração do público. Era também médico e diplomata. Morreu em 1967, aos 59 anos, apenas três dias após assumir a cadeira na Academia Brasileira de Letras.
Obras
– Magma (poesias – 1936): não chegou a publicar.
– Sagarana (1946 – contos e novelas regionalistas): livro de estréia. A palavra sagarana é um dos neologismos de autoria de Guimarães Rosa.
– Corpo de Baile (1956 – novelas), obra atualmente publicada em três partes: Manuelzão e Miguilim; No Urubuquaquá, no Pinhém; Noites do Sertão.
– Grande Sertão: Veredas (1956), considerada a obra-prima do escritor e um dos melhores romances da literatura brasileira. Trata-se de um monólogo do início ao fim do livro.
– Primeiras estórias (1962)
– Tutaméia – Terceiras estórias: causou furor no meio literário e dividiu a crítica, porém, fez grande sucesso com o público. Foi o último livro que Guimarães Rosa publicou em vida.
– Obras póstumas: Estas estórias (1969 – contos); Ave, palavra (1970 – diversos).
Às vezes, quase acredito que eu mesmo, João, seja um conto contado por mim.
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Você conhece meus cadernos. Quando saio montado num cavalo, pela minha Minas Gerais, vou tomando nota das coisas. O caderno fica impregnado de sangue de boi, suor de cavalo, folha machucada. Cada pássaro que voa, cada espécie, tem voo diferente. Quero descobrir o que caracteriza o voo de cada pássaro, a cada momento. Eu não escrevo difícil. Eu sei o nome das coisas. Guimarães Rosa
Sobre Adriano Alves, pintor das telas em exposição
Adriano Alves nasceu em São Paulo e mora há mais de 30 anos em Belo Horizonte. Desenhando desde os quatro anos de idade, resolveu trabalhar com arte apenas aos 24. Passou pelo teatro como ator e figurinista. Trabalhou também na criação de adereços para cenários. A inquietação para criar materializou-se na pintura de camisetas e logo foi transferida para telas e papéis, utilizando tinta acrílica. É ilustrador de capas de livros infantis e trabalhou com criação de projetos gráficos para diferentes artistas.
Com a proposta do Crea Cultural para que mergulhasse no mundo de Guimarães Rosa e representasse em tela a produção do escritor, viveu o desafio de sua primeira exposição. Na criação das 14 telas, priorizou cores e tons alegres. “Quando leio os textos de Guimarães, só consigo imaginar cada cena, cada passagem com cor, e o próprio autor descreve as cores”, escreveu Tiago.
Oferecer um mergulho na obra do escritor Guimarães Rosa por meio da apreciação de pinturas inspiradas nos contos do autor: essa é a proposta da exposição “Um olhar para o Sertão”, que estará aberta ao público no Museu Bi Moreira (Universidade Federal de Lavras – UFLA) durante o mês de setembro. A abertura oficial ocorrerá em 31/8, às 14h, como parte da programação da Semana de Ciência, Cultura e Arte da UFLA.
Os quadros foram pintados pelo artista plástico Adriano Alves e estarão acompanhados de painéis de tecido com material biográfico, que irá contar os passos do escritor brasileiro. Para o coordenador de Cultura da UFLA, professor Silvério Coelho, a exposição tem efeitos que vão além da divulgação e valorização da obra de Guimarães Rosa. “É uma oportunidade para incentivar, principalmente nas gerações mais novas, o gosto pela literatura e pela pintura, tendo como motivação a obra desse grande escritor mineiro”.
A exposição, iniciativa do Projeto Crea Cultural, é itinerante. Na UFLA a organização é de responsabilidade das coordenadorias de Cultura e de Museus e Patrimônio, ambas ligadas à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec). O público poderá comparecer ao Museu Bi Moreira (MBM) para apreciar os trabalhos de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. O agendamento de grupos poderá ser feito pelo telefone (35) 3829-1205.
A última exposição itinerante que esteve no MBM foi “Leonardo da Vinci: Maravilhas Mecânicas”, com avaliação positiva do público e da coordenadora de Museus e Patrimônio Histórico da UFLA, professora Ângela Maria Soares. “Foi muito gratificante para nós, porque tivemos um número muito expressivo de visitantes e alto comparecimento das escolas, inclusive de outros municípios”, comenta.
Extensão especial da programação
Para complementar a experiência do público com Guimarães Rosa, será realizada às 19h, no Salão de Conveções da UFLA, uma narração de histórias, a ser feita pela prima do escritor – Dôra Guimarães. Professor Silvério destaca que o trabalho de Dôra tem como base o realismo mágico, o regionalismo e os neologismos constantes na obra de Guimarães Rosa. A narração das histórias contará também com a participação de Tiago Goulart, que integrou o Grupo Miguilim por dez anos, tendo também atuado como guia e contador de estórias no Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo.
O evento é aberto a todo o público. A previsão é de que a apresentação tenha duração de 50 minutos.
Um pouco mais sobre Guimarães Rosa
Guimarães Rosa pertence à terceira geração do modernismo, com fortes características regionalistas. Seus contos e romances, em sua maioria, têm como pano de fundo o Sertão brasileiro. Uma das marcas do escritor e fator de sua inovação na literatura é a utilização de uma linguagem fiel à popular. Em suas viagens, conversou com jagunços, coronéis, peões, prostitutas e beatas, sempre anotando as peculiaridades dessas conversas, incorporando-as em suas produções.
A experimentação marcou a escrita de Guimarães Rosa, com a recriação da linguagem e recorrência constante a neologismos. O caráter de fábulas de suas histórias revela uma visão global da existência, fundindo tudo numa realidade em que estão presentes os planos geográfico, folclórico, social, econômico, político e psicológico, transmitidos pela sua arte de escritor.
Nascido em Cordisburgo, pequena cidade do interior de Minas Gerais, Guimarães Rosa deu início a seus escritos aos 38 anos, produzindo a uma obra que conquistou o respeito e a admiração do público. Era também médico e diplomata. Morreu em 1967, aos 59 anos, apenas três dias após assumir a cadeira na Academia Brasileira de Letras.
Obras
– Magma (poesias – 1936): não chegou a publicar.
– Sagarana (1946 – contos e novelas regionalistas): livro de estréia. A palavra sagarana é um dos neologismos de autoria de Guimarães Rosa.
– Corpo de Baile (1956 – novelas), obra atualmente publicada em três partes: Manuelzão e Miguilim; No Urubuquaquá, no Pinhém; Noites do Sertão.
– Grande Sertão: Veredas (1956), considerada a obra-prima do escritor e um dos melhores romances da literatura brasileira. Trata-se de um monólogo do início ao fim do livro.
– Primeiras estórias (1962)
– Tutaméia – Terceiras estórias: causou furor no meio literário e dividiu a crítica, porém, fez grande sucesso com o público. Foi o último livro que Guimarães Rosa publicou em vida.
– Obras póstumas: Estas estórias (1969 – contos); Ave, palavra (1970 – diversos).
Na tarde desta terça-feira (2/9), o Departamento de Entomologia da Universidade Federal de Lavras (DEN/UFLA) inaugurou as galerias com fotos de seus ex-chefes e dos ex-coordenadores do Programa de Pós-Graduação em Entomologia. Ao todo, são seis os homenageados com as imagens. A solenidade fez parte da programação da Semana de Ciência, Cultura e Arte da UFLA.
Representando o reitor da UFLA, José Roberto Scolforo, compareceu à cerimônia a chefe de Gabinete, professora Ana Carla Marques Pinheiro, que parabenizou a todos os envolvidos na caminhada. “O DEN tem uma história ainda curta, mas bonita e importante para a Universidade”, disse.
De acordo com o atual chefe do Departamento, professor Luís Cláudio Paterno Silveira, a equipe conta hoje com apenas oito professores e, apesar de pequena, consegue ter uma produção científica muito boa. “Se considerarmos que 80% dos seres vivos são insetos, percebemos que o DEN tem também um papel importante para vários outros departamentos da Universidade”, comentou.
Entre os ex-chefes homenageados na galeria estão o professor Américo Iorio Ciociola (1996 a 2000), a professora Vanda Helena Paes Bueno (2000 a 2004) e o professor César Freire de Carvalho (2004 a 2012). Já no Programa de Pós-Graduação, os ex-coordenadores que compõem a galeria são a professora Vanda Helena Paes Bueno (1996 a 2000), o professor Jair Campos de Moraes (2000 a 2004) e o professor Alcides Moino Júnior (2004 a 2008), atual pró-reitor de Pós-Graduação. A professora Vanda, que já ocupou as duas funções, foi a primeira a falar aos presentes.
Sobre o DEN
O Departamento de Entomologia foi criado em 1996, mas sua atuação começou em 1973, como parte do antigo Departamento de Fitossanidade, que posteriormente desdobrou-se no Departamento de Fitopatologia (DFP) e no próprio DEN.
Atualmente, o DEN oferece disciplinas de graduação para os cursos de Agronomia, Engenharia Florestal, Biologia e Zootecnia. O Programa de Pós-Graduação em Entomologia compreende cursos de mestrado e doutorado, com o objetivo de formar pesquisadores e docentes nessa área.