Em agosto, houve elevação do Índice de Preços Recebidos (IPR) e do Índice de Preços Pagos (IPP) na produção agrícola no Sul de Minas Gerais. Os índices são calculados pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA). No IPP, o crescimento foi de 3,13%, e no IPR, de 0,10%.
A renda média acumulada em 2014 é de 28,80%. De maio a julho, o IPR esteve em queda, retomando o crescimento em agosto, em decorrência, principalmente, da elevação do preço da saca de café, que subiu 17,92%, chegando ao valor de R$ 459,00 nesse último período pesquisado. Juntamente com a alta do café, destaca-se a elevação da cana em 8,08%. As carnes mantêm trajetória de alta durante o ano: em agosto a elevação foi de 3,24%.
De acordo com o professor do DAE Renato Fontes, coordenador da pesquisa, a elevação do preço das carnes deve-se ao momento de entressafra, ou seja, à situação em que há redução da oferta de carne bovina, já que o rebanho confinado ainda não está pronto para chegar ao mercado. Outro fator é a retomada do maior ritmo de exportações, com destaque para a exportação para a Rússia, que ajudou no escoamento da produção de carnes.
Em contrapartida, o grupo dos grãos apresentou queda nos preços, com redução média de 21,47%. O feijão (com redução de 22,61%) e o milho (com redução de 20,95%) são os destaques no grupo. O professor Renato explica que a excelente safra de inverno que teve o milho aumentou sua disponibilidade no mercado interno. “Há também as boas perspectivas de produção da safra americana, que caminha para uma elevada produtividade com excelente produção”, avalia. Esses fatores contribuem para o abastecimento do mercado mundial com milho em oferta considerável.
No ramo dos insumos houve estabilidade. Destaca-se a elevação daqueles referentes a produtos veterinários utilizados na produção leiteira, que tiveram alta de 0,26%.