Entre os dias 9 e 12 de maio ocorrerá o II Simpósio de Ciência do Solo, no Salão de Convenções da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Promovida pelo Núcleo de Estudos em Ciência do Solo (Necs), do Departamento de Ciência do Solo (DCS/UFLA), esta edição traz como tema “Interfaces, desafios e inovações”. A solenidade de abertura será nesta terça-feira (9/5) às 18h.
O evento será composto por palestras e minicursos e possui o compromisso de gerar e aprimorar conhecimentos, levantar questionamentos e atualizar informações sobre os entraves e possibilidades de crescimento da agricultura focada no estudo dos solos.
Nesta segunda edição, a novidade principal é a inserção de aceite de resumos científicos. Os inscritos terão a possibilidade de enviar seus trabalhos para publicação nos anais do evento, com premiação prevista para o melhor trabalho apresentado. O prêmio terá como professor homenageado Alfredo Scheid Lopes.
O Simpósio contará com professores e profissionais de renome na área, entre professores da UFLA e de outras instituições, proporcionando atualização acerca de assuntos pertinentes para a ciência e que possam vir a causar reflexos positivos na sociedade.
Outras informações sobre a programação e inscrições: site oficial do evento: http://www.scsufla.com/
Recentemente, o Laboratório de Fertilidade do Solo da UFLA, vinculado ao Departamento de Ciência do Solo (DCS), passou por um processo de informatização que agilizou a realização das determinações – permitindo obter, em alguns casos, os resultados em cinco dias úteis. Além disso, os resultados passaram a ser disponibilizados on-line, permitindo que o cliente tenha acesso ao seu laudo de qualquer computador ou smartphone com acesso à internet.
Essas mudanças foram postas em prática desde maio e são decorrentes, especialmente, da utilização de: um potenciômetro capaz de medir o nível de acidez (pH) de 11 amostras simultaneamente; um espectrofotômetro colorimétrico de fluxo contínuo; da interface entre equipamentos com computadores em rede; e do ajustamento da logística interna de todo o processo analítico, que envolve desde a recepção das amostras até a fase de liberação dos resultados.
Interligados, esses componentes permitem a geração de relatórios: “A disponibilização dos resultados para o cliente ficou mais rápida e prática”, conclui o químico Márcio da Silva Marques, responsável pelo Laboratório. “Outra vantagem é o sistema ser capaz de gerar um laudo em formato PDF – que é revisto pelo responsável técnico do laboratório, Bruno Moretti, e posteriormente enviado ao cliente”.
Nesses 52 anos de existência, o Laboratório já realizou mais de 700 mil determinações em amostras provenientes de mais de 20 estados brasileiros. Esse serviço de extensão é prestado a toda a comunidade acadêmica, empresas do setor agrário e industrial, produtores rurais e outros centros de pesquisas.
A análise do solo tem baixo custo, com resultados confiáveis e que geram economia e segurança para a aplicação de fertilizantes, pois, com base nos resultados, é possível complementar a fertilidade já existente no local, evitando excessos. Anualmente, o Laboratório chega a processar até 15 mil amostras.
Participação no Profert-MG
O Laboratório de Solos participa do Programa Interlaboratorial de controle de Qualidade de Análise de Solo de Minas Gerais (Profert-MG). Para conseguir esse selo de qualidade, o índice de acerto é de no mínimo 75% em todas as determinações. O Laboratório possui índice médio de acerto entre 95 e 99%, o que ressalta a qualidade das análises realizadas na UFLA.
Com informações de Luiz Alberto Araújo Silva – bolsista Ascom/Proat
A Universidade Federal de Lavras (UFLA) recebeu a visita do professor da University of Western Australia Robert Gilkes, na última sexta-feira (6). A convite do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo (PPGCS/UFLA), o professor ministrou uma palestra para alunos e professores da instituição sobre pó de rochas silicatadas e o seu uso como fertilizante: “Silicate Rock Fertilizers: A Myth or a Valuable Alternative to Chemical Fertilizers?”.
Gilkes atualmente desenvolve um projeto como pesquisador visitante no Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Para a equipe da UFLA, pela rica experiência que ele possui na área de solos, a visita foi de extrema relevância no intuito de compartilhar experiências. “O Departamento de Ciência do Solo (DCS), por meio do PPGCS/UFLA, incentiva muito a vinda de pesquisadores experientes de renomadas instituições do exterior, pois isso contribui para o contato dos nossos estudantes de pós-graduação (muitos realizam estágio sanduíche no exterior), além de aumentar a internacionalização do nosso programa e da UFLA”, relatou o professor Leônidas C. Azevedo Melo do DCS/UFLA, que acompanhou a vinda do professor Gilkes.
Durante a palestra, Gilkes mostrou que os resultados de pesquisa comprovam que uma forma de viabilizar o uso do pó de rochas silicatadas como fertilizante é a sua moagem bem fina (idealmente < 1,0 micrômetro), antes da aplicação no solo.Além disso, o uso destes materiais como fertilizante e condicionador de solo já é previsto na legislação brasileira, o que é chamado de “rochagem”. “Estamos testando com responsabilidade para não prejudicar o meio ambiente”, comentou Gilkes.
Foi também enfatizado que o uso de pó de rocha não se aplica a todas as situações, devido à liberação lenta de nutrientes. Mas em algumas situações esses materiais seriam úteis, como na agricultura orgânica (que veda o uso de fertilizantes altamente solúveis); plantio de florestas, devido ao crescimento lento das plantas, etc. “Espera-se que esse uso tenha uma grande expansão. É uma forte responsabilidade”, ressaltou Gilkes.
“O professor Gilkes encorajou os estudantes e pesquisadores presentes na palestra a desenvolverem pesquisas sobre esse tema, pois ainda há carência de resultados de pesquisa no Brasil. Tais pesquisas são importantes para dar respaldo às recomendações aos agricultores de forma segura e honesta”, comentou o professor Leônidas.
A professora do Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (DCS/UFLA) Fátima Maria de Souza Moreira participou, no período de 7/10 a 9/10, do I Workshop do Grupo de Trabalho do Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (Pronasolos). O evento, realizado no Rio de Janeiro, foi organizado pela Embrapa Solos.
De acordo com a professora, o grupo iniciou um trabalho que deverá resultar na articulação de políticas públicas para incentivar e intensificar os estudos do solo. “As celebrações do Ano Internacional dos Solos têm chamado a atenção dos atores sociais para a relevância e o caráter estratégico desse recurso natural. Os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos são frutos da mobilização gerada em 2015”, explica.
O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos (RJ), José Carlos Polidoro, destacou o evento como um momento histórico. “Diversas instituições estiveram juntas discutindo os primeiros passos para a construção desse importante programa, que será entregue ao presidente da Embrapa no dia 18 de dezembro”.
Além de coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (PPGCS/UFLA), Fátima é presidente da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), instituição representada no grupo de trabalho do Pronasolos.
A Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (PPGCS/UFLA), professora Fátima Maria de Souza Moreira tomou posse em 5/8 do cargo de presidente da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS). A cerimônia foi realizada em Natal (RN), durante Assembleia da SBCS, inserida na programação do XXXV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo.
O nome da professora Fátima foi indicado durante processo pelo qual a Secretaria Executiva da SBCS abriu chamada pública para candidatura dos sócios ao cargo. A indicação foi referendada em reunião do Conselho Diretor da Sociedade. O mandato será exercido no período 2015-2017. De acordo com a professora Fátima, os dois anos de trabalho à frente da SBCS serão de empenho. “A Sociedade tem hoje quase 1,2 mil sócios e nossa intenção é elevar esse número. Também vamos atuar para que a produção científica da SBCS esteja cada vez mais disponível à sociedade, servindo à população. Outro desafio é a luta do plano político, para que a questão dos solos seja objeto de atenção no país”, comentou.
Outros quatro professores da UFLA também tomaram posse em comissões especializadas da SBCS. Na Divisão 2 – Processos e propriedades do solo – foram empossados os professores do DCS Mozart Ferreira e Moacir Souza Dias Jr. (Comissão Física do Solo) e o professor Yuri Lopes Zinn (Comissão Mineralogia do Solo). Já na Divisão 3 – Uso e Manejo do Solo – tomou posse o professor Marx Leandro Silva (Comissão Manejo e Conservação do solo e da água). A atuação do grupo também ocorrerá durante o mandato de dois anos.
A UFLA no Congresso
A edição de número 35 do Congresso Brasileiro de Ciência do Solo ocorre em Natal (RN) de 2/8 a 7/8 e reúne cerca de 2,5 mil pessoas. Na relação de palestrantes nacionais, representaram a UFLA, além da professora Fátima, os professores João José Marques, Luiz Roberto Guimarães Guilherme e Marx Leandro Naves Silva. O professor emérito do Departamento de Ciência do Solo (DCS) Alfredo Scheid Lopes também esteve presente no Congresso.
Oito professores do DCS participaram com apresentação de trabalhos científicos de forma oral e em pôster. Além dos cinco citados acima, acrescentam-se os professores Maria Ligia Silva, Leonidas Carrijo Melo e Michele de Menezes. Sessenta alunos de graduação e pós-graduação também estiveram envolvidos. Mais de cem trabalhos produzidos na UFLA foram apresentados. Os técnicos administrativos Bruno da Silva Moretti e Livia Cristina Coelho também fizeram suas apresentações.
Entre os livros lançados durante o evento está o título “Guia Prático de Classificação de Solos Brasileiros”. O professor do DCS Nilton Curi é um dos autores da obra. O pesquisador da Embrapa Solos Raphael David dos Santos é o primeiro autor. Também faz parte do grupo o engenheiro agrônomo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Sérgio Hideiti Shimizu. A publicação tem o apoio da empresa Celulose Riograndense.
A estudante da pós-graduação do DCS Giovana Clarice Poggeria é uma das autoras de outra obra lançada: “Crônicas do Barranco”.
Confira os temas das palestras proferidas por professores da UFLA na programação Científica do Congresso:
– No Simpósio “Inoculantes não tradicionais na agricultura: novos rizóbios e não leguminosas”, a professora Fátima apresentou o tema Cupriavidus spp. e Burkolderia spp. promotoras de crescimento vegetal: Prós e Contras.
– No Simpósio “Contaminação e Remediação em solos”, o professor João José falou sobre Geoquímica de solos contaminados por elementos-traço.
– No Simpósio “Análise de risco: derivação de valores orientadores”, o professor Luiz Roberto abordou Parâmetros fisiológicos e bioquímicos de plantas para validação de VPs para elementos-traço em solos.
– No Simpósio “Estado atual, inovações e desafios das pesquisas em erosão do solo no Brasil”, o professor Marx proferiu a palestra Desafios e inovações metodológicas nos estudos de erosão hídrica no Brasil.
PPGCS no Ano Internacional dos Solos
A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 2015 como Ano Internacional dos Solos. Com a medida, a intenção é sensibilizar a sociedade, já que a degradação desse recurso natural representa ameaça ao meio ambiente e à economia. Professores do Departamento de Ciência do Solo (DCS) têm participado, ao longo do ano, dos eventos de comemoração e mobilização para o tema. O PPGCS é o único Programa de Pós-Graduação da UFLA com conceito 7 na Capes, nível máximo de qualificação e evidência de forte inserção internacional. Desde sua criação, o DCS tem a tradição de combinar embasamento teórico e prático para a solução de problemas que afetam a agricultura brasileira.
De acordo com a SBCS, os solos estão ligados, direta ou indiretamente, a mais de 95% da produção mundial de alimentos. Apesar de precisarem de milhões de anos para se formar, eles podem se degradar pela erosão em poucos anos de utilização, ficando improdutivos ou com baixa capacidade de produção de alimentos, pastagens, biocombustíveis e outros recursos deles dependentes.
Com o crescimento previsto pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) para a população mundial, a demanda pela produção de alimentos tende a crescer. Dos 7 bilhões de habitantes existentes no planeta, o número passará a mais de 9 bilhões, elevando de 1,64 bilhões as toneladas de alimentos consumidas atualmente para 2,6 bilhões em 2050 – trata-se de um aumento de 60% em 40 anos.
A conjuntura exige, entre outras ações, a conservação do solo, o aumento da eficiência dos sistemas de produção agrícola, a institucionalização de políticas públicas para gestão adequada do recurso natural, a mudança no comportamento dos cidadãos e a aplicação imparcial da legislação ambiental brasileira.
Com informações de Luciana da Silva, bolsista Ascom/DZO.
Na manhã dessa quinta-feira (28/5), o Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (UFLA) foi contemplado com uma palestra do conceituado professor na área de química do solo, da Universidade Estadual da Carolina do Norte (North Carolina State University), Dean Hesterberg.
A palestra “Phosphorus chemistry: bridging model systems and soils” teve a finalidade de abordar como o fósforo reage no solo, maximizando, em termos de nutrientes, a absorção pelas culturas e minimizando os impactos ambientais. Durante a palestra, Dean Hesterberg apresentou como o problema pode ser abordado fazendo a espectroscopia molecular, para que se possa entender o mecanismo fundamental pelo qual os elementos químicos se ligam aos solos.
A pesquisa de Dean Hesterberg é voltada para o desenvolvimento de princípios básicos químicos do solo e a aplicação deles na resolução de problemas ambientais e agrícolas. Dean enfatiza a especiação e solubilidade do fosfato em solos em função da potencial redox, além disso, o professor também caracteriza a especiação em fase sólida de metais pesados em solos contaminados usando espectroscopia molecular.
O professor do Departamento de Solos (DCS) da UFLA Leônidas Carrijo Azevedo Melo, efetivado na instituição há cerca de um mês, organizou a palestra de Dean Hesterberg. Leônidas, especialista em análises químicas nas atividades de ensino e pesquisas em fertilidade do solo e áreas correlatas, era professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Para Leônidas os grupos mais ativos com relação à fertilidade de solos são os da UFLA e da UFV, desta forma, a intenção do professor é de estabelecer uma forte interação entre eles.
Dean Hesterberg atua como professor visitante especial na UFV. Com relação a sua passagem pela UFLA, Dean relata ter ficado encantado com o câmpus, devido à estrutura geográfica, com presença de relevos, e muitas formas distintas. Além disso, ele conta que adora os brasileiros, valorizando o fato de serem sempre receptivos, felizes e amigáveis.
O programa de Titulação Simultânea da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Universidade de Lancaster, do Reino Unido, prossegue gerando resultados importantes para as atividades de internacionalização. Na sexta-feira (17/4), o pesquisador da instituição inglesa Nicholas Ostle proferiu palestra para os estudantes do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo (PPGCS). O evento deixou lotado o Anfiteatro de Nutrição de Plantas, no Departamento de Ciência do Solo (DCS).
Iniciando a palestra, professor Ostle comentou com os presentes que estava pela primeira vez no Brasil. O tema abordado por ele durante boa parte da tarde – Plant-soil interactions in disturbed forests: research on the forest floor in Boreal and Tropical forests – referiu-se às interações entre plantas e solo em florestas tropicais e boreais que possuem ecossistemas alterados por mudanças nas condições ambientais. De acordo com a coordenadora do PPGCS, professora Fátima Maria de Souza Moreira, a parceria entre as duas universidades tem sido produtiva para o Programa. “Dois estudantes do DCS já foram para Lancaster e estamos articulando a vinda de estudantes de lá para cá”, relata.
Antes da palestra, Ostle participou de reuniões no Departamento de Biologia (DBI), setor de Ecologia. Ele também conheceu toda a estrutura do DCS, oportunidade em que se reuniu com a equipe do departamento para discussão de programas e projetos. A agenda de atividades se estendeu até esta segunda-feira (20/4), quando ele integrou a banca de avaliação da defesa da tese de doutorado de Teotônio Soares de Carvalho.
Teotônio esteve na universidade inglesa em 2012. Sua defesa é a segunda na UFLA a realizar-se pelo programa de dupla titulação com Lancaster. A primeira ocorreu em 27/3, no Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada. Para ele, a experiência no Reino Unido foi uma forma importante de complementar sua formação. “Tive a oportunidade de participar de conferências e discussões sobre a ecologia do solo, além de ter recebido
acompanhamento de um professor considerado um dos líderes mundiais na área de ecologia de ecossistemas”, relata. “Além disso, há os ganhos culturais desse processo, e o fato de nos inserirmos em uma comunidade acadêmica muito receptiva”.
A tese de Teotônio teve como título “Land-use change and soil bacterial communities in the Brasilian Eastern Amazon: implications for conservation and ecosystem function” (Mudança no sistema de uso da terra e comunidades microbianas do solo na Amazônia brasileira: implicações para conservação da biodiversidade). A orientação na UFLA foi da professora Fátima. O coorientador foi o professor James M. Tiedje, da Michigan State University (EUA). Também fizeram parte da banca: professora Siu Mui Tsai (Esalq/USP- diretora do Centro de Energia Nuclear na Agricultura), professora Patrícia Cardoso (DBI/UFLA), professor Ostle (Lancaster University) e professor Richard Bardgett (University of Manchester – Reino Unido). Estiveram também presentes na audiência da defesa, entre outros, os coorientadores Jos Barlow (Lancaster University) e Ederson Jesus (Embrapa Agrobiologia).
A abertura oficial do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas ocorreu nessa quinta-feira (19/3) na Universidade Federal de Lavras (UFLA). Professores, profissionais de saúde e estudantes ficarão reunidos no evento até sábado (21/3) para discutir temas relativos a doenças causadas por agentes infecciosos ou parasitários e que afetam, em maior intensidade, a população de baixa renda. Essas patologias são chamadas de doenças negligenciadas porque não costumam despertar o interesse econômico de indústrias farmacêuticas e ainda carecem de investimentos para combate e profilaxia.
Para abrir os debates sobre o tema, a UFLA recebeu a coordenadora nacional de Hanseníase e Doenças em Eliminação do Ministério da Saúde, Rosa Castalia Ribeiro Soares. A conferência conduzida pela médica sanitarista teve o tema “Doenças Negligenciadas no Brasil: avanços e desafios remanescentes”. Ela apresentou o panorama de incidência das doenças no país, a distribuição por estados e áreas de ocorrência, as ações que têm sido empreendidas pelo Ministério da Saúde para enfrentamento da questão e principais desafios que devem ser superados para que tais doenças deixem de ser um problema de saúde pública. Rosa mostrou-se satisfeita com a abrangência do Simpósio. “Achei muito interessante o fato de esse evento ter a participação de profissionais de saúde e de estudantes. Eles têm atuação importante na prevenção e combate a esse tipo de doença”, comentou.
Antes da conferência, o palco do evento (no Salão de Convenções) recebeu cerca de 50 crianças da Escola Municipal José Luiz Mesquita. Elas fazem parte do projeto Fanfarra Alterantiva, projeto socioambiental que promove a música com a utilização de instrumentos produzidos com reaproveitamento de materiais. A iniciativa do percursionista Diego Carvalho trabalha com noções de ritmo, coordenação motora, disciplina, persistência e cidadania. O som dos tambores despertou emoção em integrantes da plateia, como foi relatado pelo chefe do Departamento de Ciências da Saúde (DCS), professor Luciano José Pereira.
De acordo com a coordenadora do curso de Medicina, professora Joziana Muniz de Paiva Barçante, a inclusão da apresentação da Fanfarra Alternativa na programação teve motivação especial: “Esses meninos estiveram aqui para simbolizar e representar nossa preocupação com a comunidade. A expectativa é de que os nossos trabalhos possam, de alguma forma, minimizar o sofrimento das pessoas e colaborar para a melhoria de sua qualidade de vida”, explicou.
Abertura oficial
Na composição da mesa de honra da cerimônia estavam, além da conferencista, o pró-reitor de Pós-Graduação, professor Alcides Moino Júnior, que representava o reitor; o chefe do DCS, professor Luciano; a coordenadora de Prevenção de Endeminas na UFLA, do Programa de Educação Tutorial Institucional (Peti Biopar) e do curso de Medicina, professora Joziana; o coordenador geral do evento, Thales Augusto Barçante e o representante do Laboratório de Biologia Parasitária e do Núcleo de Estudos em Parasitologia (NEP), o acadêmico Tarcísio de Freitas Milagres.
Professor Alcides aproveitou a oportunidade para cumprimentar parte dos componentes da mesa pelo início das atividades do curso de Medicina. “Há algum tempo falávamos em uma comissão para implantação do curso, e essas pessoas transformaram o projeto em realidade”, lembrou. Ele também parabenizou a equipe pela organização do evento e desejou aos participantes que os trabalhos sejam proveitosos. Também o professor Luciano realçou a importância da equipe organizadora. Ele agradeceu o empenho de todos. “Essas pessoas têm demonstrado um alto desprendimento, sempre preocupados em fazer algo para melhorar a vida das pessoas. É por isso mesmo que a Universidade existe: não só para propiciar a conquista de diplomas, mas para tornar melhor a vida da população”, disse.
O compromisso com a sociedade foi mais uma vez ressaltado pela professora Joziana, que falou do prazer em trabalhar com as equipe do Peti Biopar e do NEP. “É muito bom estar aqui e poder contribuir para que esses meninos sigam o caminho da extensão. Se temos uma estrutura financiada pela população, precisamos dar retorno a ela, utilizando parte do que aprendemos na Universidade na promoção de melhorias sociais”, disse.
O papel do Simpósio no enfrentamento das doenças negligenciadas foi destacado por Thales. Ele citou lema do Laboratório de Biologia Parasitária para expressar também o que se espera dos resultados do evento: “Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos”. Tarcísio, por sua vez, apresentou informações sobre o Peti Biopar e o NEP e incentivou os presentes a uma participação intensa. “Apreciem e desfrutem ao máximo do conhecimento desses palestrantes extraordinários”, aconselhou.
Evento em crescimento
Em 2014, a primeira edição do Simpósio ocorreu no Anfiteatro da Biblioteca. Professora Joziana lembra que foram apenas quatro palestrantes. “Agora, chegamos a 20 palestrantes, vindos de diferentes instituições. Entre os participantes inscritos há alguns vindos de Goiânia, de Jaboticabal e outros locais mais distantes. Não esperávamos por isso”, avaliou. Neste ano, o evento oferece também três oficinas (Flebotomíneos, Noções de Educação em Saúde no Contexto da Saúde Pública e Citometria de Fluxo). Segundo Joziana, rapidamente se esgotaram as vagas para participação nessas oficinas.
O Laboratório de Geologia e Mineralogia do Departamento de Ciências do Solo (DCS), que ao longo do período letivo é frequentado pelo público adulto, em aulas especializadas, acolheu na última terça-feira (12/8) um grupo especial de estudantes: dezoito crianças da faixa etária de cinco anos. A visita teve o objetivo de permitir o contato delas com amostras de rochas e minerais.
De acordo com a educadora responsável pela turma, Cleusa Andrade, a atividade é uma maneira de construir o aprendizado infantil de forma prazerosa, permitindo que as crianças vivenciem o que está ao redor, e fora do ambiente escolar. Recebidos pelo professor do DCS Marco Aurélio Ribeiro, os pequenos estudantes tocaram as amostras e demonstraram interesse pelo local, fazendo sempre muitas perguntas. Eles aprenderam nomes até então desconhecidos, como calcário, hematita, ardósia, ametista, entre outros.
Cleusa explica, ainda, que nessa fase as crianças aprendem muito pelos sentidos. “Tocando e sentido o cheiro, elas têm uma melhor apreensão do mundo”. A turma que fez a visita, de 3º período, pertence ao Centro Educacional UFLA. O professor Marco Aurélio diz que o Laboratório recebe ocasionalmente solicitações de visitas por parte de algumas escolas. “Sempre que podemos atender, nos esforçamos para fazê-lo.”
Saindo do DCS, a turma foi levada à unidade da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), localizada no câmpus. No local, os alunos puderam observar uma coleção de insetos e receberam informações relacionadas à importância das atividades de pesquisa, em linguagem adequada e com materiais apropriados à faixa etária.
A comenda Antônio Secundino São José, reconhecimento dado a personalidades que prestam relevantes serviços a favor do desenvolvimento da agropecuária, do saneamento e do meio ambiente, foi entregue ao professor Nilton Curi, do Departamento de Ciência dos Solos da UFLA (DCS). A condecoração foi realizada no dia 5, em Patos de Minas.
A contribuição do professor Nilton para a Agronomia, especialmente na Pedologia e suas relações com o ambiente e manejo do solo, foi considerada para sua escolha a receber o mérito. Além da docência, Nilton Curi atuou no assessoramento científico da Fapemig e CNPq, foi editor-assistente da Revista Brasileira de Ciência do Solo e lidera o Grupo de Pesquisa em Pedologia e Qualidade Ambiental da UFLA/CNPq, entre outras experiências. Desde 1992, é professor titular da UFLA, onde leciona desde 1974.
Nas edições dos últimos anos, docentes da UFLA foram agraciados. No ano passado, o professor Luiz Roberto Guimarães Guilherme (DCS) recebeu a comenda; em 2012, a homenagem foi dada ao professor Antônio Marciano (DEG); e em 2011, o professor Moacir Pasqual foi escolhido para receber a honraria.
Antônio Secundino de São José
O inspirador da comenda, Antônio Secundino de São José, nasceu no distrito de Santa Rita dos Patos, hoje município de Presidente Olegário. Em 1931, formou-se como engenheiro agrônomo pela Escola Superior de Agricultura do Estado de Minas Gerais, em Viçosa. Foi estudar no exterior, e, quando retornou, fundou a Agroceres, empresa de destaque no agronegócio brasileiro e pioneira na pesquisa com sementes, sendo responsável pela introdução do milho híbrido no Brasil.
Desde 1991, a comenda é dada a personalidades que contribuem para o desenvolvimento da agricultura e do meio ambiente em Minas Gerais. Os agraciados são escolhidos por um conselho diretor, composto por representantes de instituições de ensino e entidades de classes ligadas à agricultura, e políticos.