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Editora UFLA promoveu café em homenagem às autoras, no dia 8

A presença de mulheres nas produções da Editora UFLA foi enaltecida pelo setor, que promoveu um café dedicado às autoras, no dia 8 de março, na Livraria UFLA. Dos 104 títulos já publicados, 37 deles possuem autoras mulheres ou coautoras. Além disso, oito dos 20 livros mais vendidos da Editora foram produzidos por mulheres ou contêm autoras em sua composição.

Esses foram dados divulgados pelo diretor da Editora UFLA, professor Marco Aurélio Carbone Carneiro. Além deles, o professor fez um convite às autoras para que estimulem as colegas a produzirem publicações.

Descontos especiais

Até o dia 10, os títulos da Editora UFLA terão descontos de 20 a 30% para o público feminino. Além disso, todos os servidores docentes e técnico-administrativos podem adquirir livros da Editora UFLA com desconto de 15%.

 

UFLA: Uma Universidade mais feminina

 

Segundo dados da última Pesquisa do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Instituições Federais de Ensino Superior Brasileiras, o número de estudantes do sexo feminino na Universidade Federal de Lavras (UFLA) já soma 54,8% do total de respondentes. Em 2011, pela primeira vez, o número de mulheres ingressantes na graduação da UFLA ultrapassou o de homens.

Vale ressaltar que de 1908 a 1947, a então Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL) recebeu 399 alunos em seu curso de graduação Agronomia – todos homens. Apenas em 1948, ou seja, quarenta anos depois, houve o ingresso da primeira estudante. A participação permaneceu semelhante – tímida – até o final da década de 1960. 

O interessante é que as mulheres dominam as cadeiras nas universidades federais em todas as regiões do País, resultando na média nacional de 52,37% de mulheres e 47,47% de homens.

A pesquisa, realizada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), com a contribuição do Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace), retrata a nova cara da universidade pública federal. O diagnóstico refere-se ao levantamento feito em todas as universidades federais no ano de 2014. Uma matéria com mais dados dessa pesquisa pode ser vista no Jornal UFLA – ed. 104.

 

Hoje, a UFLA homenageia as suas 6.350 estudantes e 734 profissionais. Parabéns, neste 8 de março, pelas suas conquistas!

 

Mulheres na UFLA: primeira servidora do quadro ingressou em 1968

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Vanilda mostra a lamparina utilizada por ela durante os trabalhos no novo câmpus da UFLA, em sua fase inicial.

Em meio a lutas, conquistas e desafios que marcam o percurso das mulheres na Universidade Federal de Lavras (UFLA), emergem histórias que merecem ser recordadas na semana em que foi celebrado o Dia Internacional da Mulher.  Uma delas é do ano de 1968, quando chegou à instituição a primeira servidora a pertencer ao quadro. A contadora Vanilda Amâncio Bezerra de Sequeira Costa trabalhava, à época, no prédio onde hoje funciona o Museu Bi Moreira (MBM), Câmpus Histórico. Além dela, atuavam na então Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL) mais 21 servidores – todos homens.

Vanilda lembra com saudade do período posterior à federalização da ESAL. “Trabalhamos muito, em um esforço sem medida, embasados pela esperança, pelo sonho de que a instituição pudesse crescer e resultar em uma história de sucesso – e foi o que aconteceu”. Ela conta que, quando os primeiros prédios foram construídos no “câmpus novo”, os servidores mudaram o local de trabalho, mas ainda não havia energia elétrica. “Era muito serviço a ser feito. Para ficarmos à noite, utilizávamos uma lamparina”. A ferramenta de trabalho que servia para iluminar os cálculos e trabalhos administrativos realizados pelo grupo está hoje no Pró-Memória do Instituto Presbiteriano Gammon, onde Vanilda atua como voluntária, ajudando a preservar a história das duas instituições.

Entre as recordações, está também o período difícil pelo qual a ESAL passou no fim da década de 1960, quando os servidores ficaram dois anos sem receber salários. “Trabalhávamos com pouquíssimos recursos. E, mesmo sem salário, perseveramos na luta, acreditando que algo de bom ainda viria. Mas valeu a pena. Quando os salários atrasados chegaram, em caixas de papelão e trazidos no velho jipe que a instituição possuía, houve festa em Lavras. Os comerciantes do município também comemoraram, porque nos vendiam os produtos com a promessa de que um dia receberiam por eles”.

Mesmo tendo sido, por algum tempo, a única servidora mulher no quadro, Vanilda afirma que nunca sofreu nenhum tipo de preconceito. “O que tenho a ressaltar é que sempre imperaram a amizade, o carinho e o respeito de professores, estudantes e técnicos administrativos. O espírito de amizade gammonense era parte de todos”. A trajetória profissional de Vanilda foi de esforço, fato que costuma marcar a história de grande parte das mulheres. “Na década de 1970 eu tinha três filhos pequenos e mesmo assim assumi o desafio de cursar a graduação. Éramos um grupo de 11 servidores da UFLA; íamos aos fins de semana para Três Corações (MG), onde assistíamos às aulas.”

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A coordenadora do Pró-Memória e supervisora do Ensino Fundamental II do Gammon, à direita, é irmã de Vanilda e testemunhou toda a história. Para ela, em Lavras, “cidade tão marcada por um ambiente cultural diferenciado”, as mulheres chegaram cedo ao mercado de trabalho, sem tantos preconceitos. Ela também tem uma vida de dedicação ao Gammon e acompanhou todo processo que deu origem à ESAL/UFLA.

Depois de formada em Ciências Contábeis, ela assumiu a direção do setor em que sempre atuou na ESAL/UFLA, trabalhando com as atividades de contabilidade, administração, finanças e orçamento.  Ela também prestou concurso público em 1972, ingressando em definitivo no quadro da UFLA, tendo se aposentado apenas em 1991.

Hoje, a emoção toma conta de Vanilda quando ela passa pela UFLA. “Fico maravilhada com todo o crescimento; a alegria chega a apertar o peito quando vejo o câmpus e tudo de novo que surge nele. Sinto muito orgulho por ter feito parte dessa história em um momento em que os desafios eram tantos”.

Servidoras na UFLA

Dados da Pró-Reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (PRGDP) mostram que atualmente a UFLA possui 481 servidoras (professoras e técnicas administrativas), o que equivale a 39% do total. A tendência, no entanto, é de que a proporção entre homens e mulheres se torne ainda mais próxima. Se consideradas as posses concedidas nos últimos três anos e meio, observa-se que 48,5% delas foram de mulheres. Foram 669 posses, sendo 325 novas mulheres no quadro.

Com colaboração de Camila Caetano e Cibele Aguiar.

Atuação feminina ganha força em projetos de café na UFLA

mulheres-cafe-3Elas são educadoras, pesquisadoras, administradoras, baristas e estudantes. Estão no campo, em laboratórios, escritórios, em salas de aula – elas trabalham todos os dias com um dos produtos mais consumidos do mundo, o café. Atualmente, dezenas de mulheres lidam diretamente com pesquisas na Universidade Federal de Lavras (UFLA) tendo o café como tema; entre os estudos estão os trabalhos desenvolvidos pela Agência de Inovação do Café (InovaCafé).

Uma dessas mulheres é a professora e tutora do Núcleo de Estudos em Qualidade, Industrialização e Consumo de Café (QICafé), Rosemary Gualberto, que há mais de vinte anos vem escrevendo a sua história com o café: “eu tive uma maior intimidade com o café, justamente através de mulheres. Minhas duas orientadoras, a professora aposentada da UFLA Vânia Déa de Carvalho e a pesquisadora da Epamig Sara Maria Chalfoun de Souza – mulheres que eu admiro – me apresentaram o universo do café. A partir daí, enfrentamos um mundo exclusivamente masculino, em que muitas vezes o nosso tempo de fala era menor do que o dos homens e a nossa postura teve sempre que ser de cientistas e de mulheres fortes. Não de competidoras, mas de pessoas que queriam trabalhar com café, que sabiam que poderiam oferecer conhecimento para o setor em suas áreas de especialização. Assim conquistamos o nosso espaço na Universidade”, explicou Rosemary.

A introdução de mulheres no ramo da cafeicultura vem aumentando cada vez mais, seja como pesquisadoras ou em campo. Um exemplo desse crescimento é o número de mulheres que fazem parte da equipe do Laboratório de Anatomia e Fisiologia do Cafeeiro da InovaCafé. No total, a equipe é composta por vinte e três pessoas, sendo quinze mulheres na equipe. “Eu comecei a trabalhar com o café durante o mestrado e me apaixonei pela cultura e, cada dia mais, o meu interesse por essa área vem crescendo”, comentou a doutoranda em Agronomia e Fitotecnia da UFLA e integrante do Laboratório de Anatomia e Fisiologia do Cafeeiro, Ana Cristina de Souza.

A professora Rosemary explica como a atuação feminina com o café ganhou força na UFLA. “Por demanda dos próprios cafeicultores, somos a primeira universidade do país a possuir uma equipe própria de degustação de café. A princípio, só existia isso em cooperativas e exportadoras. Iniciamos esse trabalho com os técnicos administrativos da UFLA e isso nos mostrou que estávamos no caminho certo, prontas para enfrentar os desafios que viriam. Até hoje, eu digo que nós enfrentamos o receio, e para isso contamos com o apoio, colaboração e parceria de homens de bem. Muitas vezes estive sozinha no meio masculino e eu vi que não é o isolamento, e sim a interação, a alegria, a seriedade, mas sem perder a essência, é que traz essa proximidade e legitimidade de trabalho entre os gêneros. Trabalhar com seriedade sim e ser feliz fazendo o que faz – é isso que nos dar força para enfrentar qualquer desafio. Expandimos a nossa atuação e seguimos atendendo cooperativas e empresários, seguidos pelo atendimento à Indústria para finalmente atingir os consumidores, e é isso que nos deixa felizes: conseguimos atender toda a cadeia produtiva do café”.

A mestranda em Ciência dos Alimentos e secretária do QI Café, Maísa Mancini, trabalha com café desde 2012 e se apaixonou pela cultura ao prestar apoio técnico aos projetos do Polo de Tecnologia de Qualidade do Café. “Segui os meus estudos na linha de Saúde e Café, tendo em consideração a minha graduação em Nutrição. Ao longo desses anos de atuação, tenho visto um grande crescimento no número de mulheres envolvidas em projetos ligados à área. Hoje o QI Café possui cinco homens e dezenove mulheres em sua equipe. Acredito que estamos conseguindo ocupar cargos em áreas diversificadas, tradicionalmente ocupadas pelos homens”.

Reivindicando a igualdade de oportunidades, a barista e gestora de Inovação do Café da InovaCafé, Helga Andrade, fala sobre empoderamento no setor.  Ela comenta que ao contrário do que se imagina, as mulheres já estão na cadeia produtiva do café desde a pesquisa, passando pela lavoura, até o consumidor final, atuando como baristas e degustadoras também. “Mas o que podemos perceber é que as mulheres têm pouca voz e menos oportunidades, assim, devemos aproveitar essas datas para dar voz e visibilidade para que sejam criadas oportunidades para outros elos da cadeia. Então, que as produtoras, as baristas, as industriais, as compradoras, que todas essas mulheres possam trabalhar em união, valorizando o trabalho feminino dentro da cadeia”, reforça.

Helga Andrade reforça, nesse sentido, a atuação da Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA), que vem contribuindo para que a as mulheres ganhem a desejada visibilidade, conectando e criando oportunidades. “Não queremos roubar o espaço masculino ou competir com eles, queremos trabalhar em parceria, porque cada um tem sua habilidade e sua competência para contribuir. Só queremos igualdade de oportunidades”, explica Helga.

Homenagem

No dia 8 de março, data em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, a InovaCafé prestou uma homenagem em sua página no Facebook através de três postagens. As imagens apresentavam as mulheres como educadoras, pesquisadoras e administradoras na área de café. O texto ressaltava que as mulheres podem atuar onde quiserem, sem limitações de gênero.

As publicações atingiram ao todo mais de quatorze mil pessoas, gerando curtidas e comentários em apoio à causa. Com a iniciativa, a Assessoria de Comunicação  da InovaCafé buscou  valorizar os profissionais que atuam com o café, humanizando histórias e levando a mensagem de que as mulheres são capazes de vencer preconceitos e conquistar fatias do mercado de trabalho que antes eram exclusivamente masculinas.

Confira as imagens postadas:

Hoje é comemorado o Dia Internacional da Mulher, e para prestar uma homenagem apresentamos algumas mulheres que trabalham com o café nosso de cada dia. Essa é Rosemary Gualberto, ela é professora daUFLA - Universidade Federal de Lavras e tutora do Núcleo de Estudos em Qualidade, Industrialização e Consumo de Café (QICafé - UFLA), através da sua atuação, Rosemary prova que lugar de mulher é onde ela quiser. ‪#‎mulheresdocafé‬ ‪#‎educadoras‬
Essa é Rosemary Gualberto, professora da UFLA – Universidade Federal de Lavras e tutora do Núcleo de Estudos em Qualidade, Industrialização e Consumo de Café (QICafé – UFLA). Através da sua atuação, Rosemary prova que lugar de mulher é onde ela quiser. ‪#‎mulheresdocafé‬ ‪#‎educadoras‬
Essas são algumas das nossas pesquisadoras, elas atuam no desenvolvimento de análises no Laboratório de Anatomia e Fisiologia do Cafeeiro, através do seu trabalho, elas provam que lugar de mulher é onde ela quiser. ‪#‎mulheresdocafé‬ ‪#‎pesquisadoras‬
Essas são algumas das nossas pesquisadoras, elas atuam no desenvolvimento de análises no Laboratório de Anatomia e Fisiologia do Cafeeiro, através do seu trabalho, elas provam que lugar de mulher é onde ela quiser. ‪#‎mulheresdocafé‬ ‪#‎pesquisadoras‬.
Essa é Adriana da Silva, ela é responsável pela embalagem e distribuição do café produzido pela InovaCafé, através da sua atuação, Adriana prova que lugar de mulher é onde ela quiser.‪#‎mulheresdocafé‬ ‪#‎administradoras‬
Adriana da Silva é responsável pela embalagem e distribuição do café produzido pela InovaCafé. Por meio de sua atuação, Adriana prova que lugar de mulher é onde ela quiser.‪#‎mulheresdocafé‬ ‪#‎administradoras‬
Vanessa Trevisan – assessora de Comunicação da InovaCafé

 

 

Mulheres na UFLA: a história de uma evolução

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Fonte da imagem ilustrativa: http://www.francoise-nielly.com

Hoje, os esforços de cerca de oito mil mulheres contribuem para a construção diária da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Considerando servidoras, funcionárias terceirizadas e estudantes, o público feminino na instituição equivale a 51% da comunidade acadêmica. Seja em atividades técnicas e administrativas, seja nas ações ligadas diretamente ao ensino, pesquisa e extensão, as mulheres estão presentes em números crescentes na história, colaborando de forma ativa para os reconhecimentos de qualidade que a UFLA vem alcançando ao longo de seus 107 anos.

 

Em 2011, pela primeira vez, o número de mulheres ingressantes na graduação ultrapassou o de homens.

De 1908 a 1947, a Escola Superior de Agricultura de Lavras (ESAL) recebeu 399 alunos em seu curso de graduação da época (Agronomia). Eram todos homens. Apenas em 1948, ou seja, quarenta anos depois, houve o ingresso da primeira estudante. A participação permaneceu semelhante – tímida – até o final da década de 1960. Nos anos de 1970, a presença das graduandas passou a 10% do total de alunos; a partir de então, seguiu em crescimento contínuo, alcançando, nos processos seletivos de ingresso de 2011, um momento histórico: 54,6% dos novos alunos da época eram mulheres.

Depois de 2011, quando a inversão de predominância foi efetivamente registrada, o quadro não se alterou muito. Nos três anos posteriores, notam-se apenas pequenas variações percentuais. Em 2015, no entanto, a variação foi mais expressiva e o número de ingressantes mulheres foi de 49%. A expectativa é de que homens e mulheres permaneçam se revezando de forma equitativa nesses resultados, seguindo a predominância estatística dos gêneros na população.

Confira no gráfico os percentuais consolidados em décadas*:

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*A década de 1900 engloba dados de apenas dois anos (1908 e 1909). A década de 2010 agrupa dados de ingresso que vão de 2010 a 2015. Os números são relativos a cursos presenciais.

Dos 26 cursos de graduação presenciais da UFLA, a maior parte (14) registrou maior percentual de mulheres entre os aprovados para ingresso em 2015. É o caso de Zootecnia (60%), Medicina Veterinária (71%), Administração (52%), Administração Pública (51%), Ciências Biológicas (59%), Engenharia de Alimentos (65%), Engenharia Ambiental e Sanitária (53%), Nutrição (78%), Letras (68%), Pedagogia (88%), Direito (60%), Química (58%), Filosofia (59%) e Medicina (55%). 

Resgatando os registros de cursos mais antigos, afloram as curiosidades: na Zootecnia, logo na primeira turma, quatro mulheres já haviam ingressado no curso. Isso ocorreu em 1975, quando a turma tinha 22 homens. Já a primeira turma do curso de Medicina Veterinária foi formada em 1993 e metade dos ingressantes eram mulheres (7 mulheres e 14 homens). Hoje, em ambos os cursos, as mulheres já constituem a maioria dos ingressantes.

O total de alunas da graduação (presencial e a distância) na UFLA era de 5.134 até o final o período letivo 2015/1, de acordo com dados da Diretoria de Gestão de Tecnologia da Informação (DGTI). O número equivale a 54% dos graduandos.

 

Mulheres em maior número na pós-graduação

No último período letivo de 2016 da pós-graduação na UFLA, dos 2.517 estudantes matriculados, 1.361 são mulheres e 1.149 homens. O número superior de mulheres foi registrado pela primeira vez no ano 1994. Quando foi criado o primeiro curso de pós-graduação da UFLA, em 1975 – Agronomia Fitotecnia – foram matriculados 14 homens e cinco mulheres.

O número de homens ingressantes em programas de pós-graduação da UFLA foi maior nas décadas de 70, 80 e 90, quando a ordem começou a alterar. Na década de 90, em dois períodos as mulheres foram maioria e, a partir de 2000, essa relação passou a ser mais frequente. Na última década, a partir de 2006, em todos os anos e períodos as mulheres foram maioria.

E isso não quer dizer que se trata de uma luta de gênero, nem ao menos uma disputa para ver quantas mulheres e homens permanecem na carreira acadêmica e se destacam no meio universitário. Os dados revelam uma constatação importante: as mulheres têm feito suas próprias escolhas e conseguido avançar profissionalmente tanto quanto os homens, como sempre foi desejado.

Os números revelam que as mulheres são em maior número em diferentes modalidades de pós-graduação. No Mestrado, dos 857 estudantes matriculados, 459 são mulheres, ou seja, 53,55%. No doutorado, essa variação é semelhante – 53,17% para a participação feminina, na maioria dos programas. No pós-doutoramento, a relação é ainda mais discrepante – 63,15% das pesquisas são conduzidas por mulheres. Na Residência em Medicina Veterinária, dos 51 matriculados, 34 são mulheres (66,66%).

Em alguns cursos, os dados confirmam a predominância constatada na graduação e no mercado de trabalho, como é o caso do curso de Ciências dos Alimentos, com a participação de 44 mulheres e nove homens e, na Ciência da Computação, vê-se o inverso, 31 homens e apenas três mulheres. Em outras áreas, os dados podem ser surpreendentes – Engenharia de Biomateriais, as mulheres estão em larga vantagem, 25 mulheres e seis homens.

 

Nas últimas seis décadas, presença de mulheres servidoras passou de 4% para 39%

Dos 1244 servidores (professores e técnicos administrativos) que formam hoje o quadro da UFLA, 481 são mulheres. O cenário é bem diferente do encontrado em 1963, quando eram 21 homens e apenas uma mulher.

Entre os funcionários terceirizados são 315 homens e 216 mulheres (participação feminina de 41%).

 

Histórico de lutas

A ascensão da mulher no meio acadêmico é um dado para ser celebrado, sobretudo pela rigidez dos sistemas de seleção que colocam as mulheres em nível de igualdade. Seja como estudante, seja como servidora, as mulheres conquistaram lugar de destaque, como almejado em lutas passadas. No entanto, estar em maior número não reduz os desafios enfrentados por “elas”. É preciso debater os mecanismos para se evitar os abusos, diferentes formas de assédio e outros preconceitos enfrentados na sociedade, incluindo o ambiente universitário.

Texto: Ana Eliza Alvim, Cibele Aguiar e Camila Caetano.

Gedim: pesquisas e eventos promovem reflexões sobre os desafios da mulher na sociedade atual

image043No contexto das reflexões sobre o Dia Internacional da Mulher (8 de março), o Grupo de Pesquisa e Extensão Gênero e Diversidade em Movimento (Gedim) promoveu nesta terça-feira (10/3) um vídeo debate para discutir o aborto e suas implicações na vida das mulheres. O evento foi realizado no anfiteatro do bloco III do Departamento de Administração (DAE), com início às 14h.

Inicialmente, a coordenadora do Gedim e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável e Extensão, professora Maria de Lourdes Souza Oliveira, falou sobre os objetivos, a organização do evento e a escolha do tema. “É uma temática difícil e delicada, mas precisamos enfrentar o debate”, disse.

Na sequência, a professora do Departamento de Ciências Humanas (DCH) Vera Schaefer Kalsing definiu o dia 8 de março como data para reflexão, questionamentos e luta, fazendo sua contextualização histórica. “Nesse dia, em 1859, mulheres foram queimadas em Nova York em decorrência de manifestação ocorrida em uma indústria têxtil. Elas buscavam conquistas, como a redução da jornada de trabalho de 14 horas para 10 horas”, explicou.

A mestranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável e Extensão Natércia Bambirra fez ao grupo presente o convite à reflexão sobre o aborto – tema do documentário Clandestinas, que foi exibido em seguida. Ela citou um dado constante na Pesquisa Nacional do Aborto, divulgada pela Universidade de Brasília (UNB) em 2010: um quinto das mulheres com idade entre 35 e 39 anos assumem já ter feito aborto.

Depois de exibido o vídeo, teve início a roda de conversa entre os participantes, para debate do tema. Entre outros pontos, foi citada a responsabilidade que recai sobre a mulher para que haja prevenção à gravidez indesejada e às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s). “O namorado, muitas vezes, não quer usar camisinha”, comentou a professora.

Durante o vídeo debate, os participantes puderam apreciar um mural de poesias (que tinham como tema a mulher). Colaborou na organização do evento a representante do Conselho Municipal de Políticas de Igualdade Racional, Rosemary Aparecida de Oliveira.

Um histórico de trabalho com Gênero e Diversidade

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Professora Maria de Lourdes na mediação da conversa sobre o aborto (9/3).

O Gedim desenvolve atividades de pesquisa e extensão desde 2007, tendo sido certificado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em 2008. Seus projetos têm foco sobre mulheres com pelo menos uma das seguintes características: negras, assentadas de reforma agrária e participantes de economia solidária. Nesse último caso, os trabalhos são feitos em parceria com a Universidade Federal de São João Del Rei.

O objetivo do Grupo é compreender melhor os desafios para esses grupos de mulheres na sociedade contemporânea, apoiando iniciativas de geração de valor e renda que as beneficiem. Professora Maria de Lourdes explica que uma das pesquisas em desenvolvimento busca avaliar a relação entre trabalho doméstico e trabalho produtivo para esses três grupos de mulheres. “O que temos encontrado são dados que reforçam a literatura existente: homens, mesmo sozinhos, dedicam cerca de 15 horas semanais a atividades domésticas, enquanto mulheres o fazem em tempo superior a 35 horas por semana”, comenta.

Essa maior dedicação às atividades domésticas faz com que, na avaliação da professora, o trabalho das mulheres seja menos visível socialmente, além de tomar um tempo que poderiam dedicar à vida pública.

Desde 1998, a professora Maria de Lourdes trabalha na UFLA com projetos envolvendo a temática Gênero, Classe e Etnia. Ela conta que em 1995 já havia realizado pesquisa na área, na Universidade Federal do Tocantins (UFT). O que motiva sua dedicação ao tema são os desafios que ele impõe. “Os resultados das pesquisas ajudam a compreender a posição ocupada pela mulher no espaço público, mostrando que ainda no século 21 permanece ativa uma divisão sexual do trabalho”, explica. Maria de Lourdes cita também outra característica instigante dessa área de estudos: a interface que pode ser estabelecida com outros campos do conhecimento.

Se você conhece histórias interessantes de atuação das mulheres na UFLA, sejam elas servidoras ou estudantes, entre em contato com Ascom ainda neste mês de março pelo e-mail ascom@ascom.ufla.br. Queremos contar a toda a comunidade acadêmica a forma como as mulheres vêm dando sua contribuição à instituição e ao país.

Das 7 dissertações defendidas no Mestrado em Física na UFLA, 5 são de mulheres

imagem física 2De acordo com a Comissão de Relações de Gênero da Sociedade Brasileira de Física (CRG/SBF), ainda é baixa a presença de mulheres atuando na área. Mas, na Universidade Federal de Lavras (UFLA), um fato recente contraria as estatísticas e enche de orgulho os membros do Programa de Pós-Graduação em Física: do total de sete defesas de mestrado já realizadas até o momento no Programa, cinco foram feitas por mulheres. Os dados ganham destaque no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.

Criado em 2012, o Mestrado em Física é oferecido pela associação ampla entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA), a Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) e a Universidade Federal de Alfenas (Unifal). Essas foram as primeiras defesas de estudantes da UFLA no Programa. De acordo com o coordenador do Mestrado, professor Luiz Cleber Tavares de Brito, as alunas têm não só obtido destaque pelo ingresso no curso, mas na conclusão de trabalhos que têm ótimos resultados. “Elas têm apresentado produções de caráter inédito e com artigos publicados fora do país. Além disso, uma parte delas já tem aprovação para iniciar o doutorado em outras instituições”, avalia.

Laysa Gonçalves Martins é uma das quatro estudantes do Mestrado em Física que defenderam suas dissertações no final de fevereiro. Ela foi orientada pelo professor Gilson  Dallabona e coorientada pelo professor José Alberto Casto Nogales Vera. Laysa conta que  sempre gostou da área de exatas. Quando concluiu o Ensino Médio, a UFLA abria a graduação em Física. “Eu entrei na primeira turma e fui a primeira mulher a concluir o curso de Física na instituição”. De acordo com Laysa, a formação na área foi – e continua sendo – um desafio, já que o ambiente é predominantemente masculino. “Parece que não se aceita ainda o potencial da mulher para o raciocínio lógico. As pessoas duvidam um pouco da capacidade da mulher para bons resultados na área de exatas”, diz. No entanto, ela enfatiza a importância do trabalho dos professores do curso no incentivo para que seguisse em frente. “Eles sempre ajudaram muito”.

Concluído o mestrado, Laysa dá bom exemplo às mulheres que desejam seguir carreira na área de Física: ela já está cursando o doutorado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Segundo o professor Gilson, tanto Laysa quanto as demais mestres formadas têm realizado um trabalho de qualidade. “Elas não deixam nada a desejar, apresentando dedicação e potencial como boas pesquisadoras”. Já foram aprovadas em suas defesas na UFLA as mestres em Física Luciana Ebani, Pâmela Xavier da Fonseca, Jenny Luis Nhalinguangue Boane e Jordana Torrico Ferreira.

No corpo docente do Departamento de Física (DFI) atuam cinco mulheres, o que equivale a 28% do quadro. Em toda a UFLA, as professoras são 35% do total. Atualmente, a Universidade tem 6.768 mulheres em sua relação de estudantes (53% do total, na graduação e pós-graduação) e 237 mulheres na área técnico-administrava (42%).

 

SBF trabalha para atrair mulheres para a área de Física

Nesta semana, a SBF publicou texto em sua página na Internet em alusão ao Dia Internacional da Mulher. Nele, são apresentadas as atividades que vêm sendo desenvolvidas por sua Comissão de Relações de Gênero (CRG) para garantir maior participação feminina na área de Física. Entre as ações está a organização de debates e encontros sobre o tema “Mulheres na Física”, assim como a atuação junto ao CNPq para contemplar a extensão de Bolsas de Produtividade para gestantes (o que já foi implementado). O texto cita também outras iniciativas previstas, como o lançamento do livro “Mulheres na Física: Casos Históricos, Panorama e Perspectiva” e a realização, em junho, da II Conferência Brasileira de Mulheres em Física.

A coordenadora da CRG, Elisa Maria Baggio Saitovitch, que é também pesquisadora do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), comentou positivamente o número de mulheres que estão se tornando mestres na UFLA.  “Parabenizo o Programa, porque há mesmo todas as razões para comemorar o fato. Hoje, sabemos que a participação de mulheres na Física é pequena pelos números de bolsistas de produtividade em pesquisa do CNPq”, comenta. A pesquisadora explica que os gráficos mostram falta de equidade na participação por gênero, o que se mantém, sem grandes mudanças, nos últimos dez anos. Por isso, ela atribui importância a eventos e ações que a CRG vem realizando. “Se esperarmos que os índices mudem naturalmente, não chegaremos a uma proporcionalidade. É preciso investir no estímulo à participação da mulher, principalmente para que sigam rumo aos níveis mais altos de formação”.

 

Dissertações defendidas por mulheres no Mestrado em Física – UFLA

– Inevitáveis Violações de Simetria em Cálculos Perturbativos de TQC’s em Dimensão D=1+1. Luciana Ebani
– Estudo de Biocompósito Obtido a partir do Polihidroxibutirato-Hidroxivalerato (PHBV) para Aplicação em Pás de Aerogeradores de Pequeno Porte. Pâmela Xavier da Fonseca
– Modelos cosmológicos e Buracos Negros no Contexto da Gravitação de Horava-Lifshtiz. Laysa Gonçalves Martins
– Desenvolvimento de Biocompósito a Base de Amido Adicionado de TIO2 e Argila para Aplicação em  Célula Fotovoltaica. Jenny Luis Nhaliguangue Boane
– Emaranhamento Térmico e Efeito Magnetocalórico do Modelo Ising-Xyz de Estrutura Tipo Diamante. Jordana Torrico Ferreira

 

Se você conhece outras histórias interessantes de atuação das mulheres na UFLA, sejam elas servidoras ou estudantes, entre em contato com Ascom ainda neste mês de março pelo e-mail ascom@ascom.ufla.br. Queremos contar a toda a comunidade acadêmica a forma como as mulheres vêm dando sua contribuição à instituição e ao país.