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Dicas de Português: Independência Gramatical

É comum ouvir frases do tipo: Independente de qualquer coisa eu confio em você. Independente é um adjetivo relacionado com o pronome eu. Sendo assim, a pessoa parece dizer: eu, que sou independente de tudo, confio em você. Melhor é utilizar o advérbio independentemente, relacionando-o com confiança, com o verbo confiar. Independentemente de qualquer coisa, confio em você.

MATARAM O PRESENTE DO SUBJUNTIVO

Você quer que eu vou ao banco? Você quer que eu tiro xerox?, perguntou o rapaz ao seu chefe. Não é difícil ouvir pessoas que, com a maior naturalidade, matam o presente do subjuntivo. Confundem o presente do indicativo com o presente que expressa uma hipótese, uma possibilidade. Você quer que eu vá ao banco? Você quer que eu tire xerox? É o correto.

A GRATIDÃO FEMININA

Há mulheres que dizem, depois de receberem um favor, muito obrigado, assim, no masculino. Estranho, porque a concordância é necessária. Eu me sinto grata, estou muito agradecida seriam outras formas de uma mulher manifestar sua gratidão. Gratidão também tem gênero. As mulheres devem dizer muito obrigada, do mesmo modo que dizem muito arrependida ou muito irritada.

FATO CONSUMADO

Em cardápios ou convites é comum ler a expressão consumação mínima. A ideia é que a pessoa tem de consumir um valor mínimo em bebidas e petiscos. Mas o substantivo que corresponde ao verbo consumir é consumo. Consumação, por sua vez, corresponde ao verbo consumar, que significa chegar ao fim. Embora a inadequação esteja muito arraigada, o certo mesmo, no caso de restaurantes e bares, é falar em consumo mínimo.

COLISÕES VERBAIS

Às vezes falamos o contrário do que pensamos. É comum ouvir pessoas usarem a expressão de encontro a no lugar da ao encontro de. Quando afirmo que sua ideia vem de encontro à minha, quero dizer que nossas ideias se opõem. Quando afirmo que sua ideia vem ao encontro da minha, quero dizer que nossas ideias coincidem. Nada de confusões. Ir ao encontro de é unir-se. Ir de encontro a é entrar em conflito.

Fonte: educaterra.terra.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Dicas de Português: Número em eventos e nomes de meses

É correto usar os números 1º, 2º, 3º ou 1ª, 2ª, 3ª… para feiras, exposições, congressos, etc.? Ex: 1ª Feira Cultural. Muitos usam em algarismo romano.

Existem as duas possibilidades. Só que nos algarismos romanos não se usa a letrinha elevada indicadora de ordinal:

 Feira Cultural do Nordeste
XI Congresso de Estatística

Como ficaria a flexão do artigo com o uso dos numerais ordinais? Abertura do XX (vigésimo) Jogos Escolares ou dos XX (vigésimos) Jogos Escolares?

 Deve-se fazer a concordância dos numerais ordinais com o substantivo, seja o numeral escrito com algarismos arábicos (com ª ou º elevados) ou romanos (sem essa indicação); o artigo também acompanha o substantivo – portanto, vai para o plural a partir do número dois:

Convidamos para os 10os Jogos Abertos de Santa Catarina

Abertura dos 20os Jogos Escolares

Encerramento dos XX Jogos Estudantis

O fato de o número romano não trazer graficamente o s de plural não quer dizer que ele seja dito ou falado como se fosse singular. A leitura é a mesma do arábico: os X Jogos = os décimos Jogos; as V Olimpíadas = as quintas Olimpíadas.

— Gostaria de saber sobre o uso correto da grafia dos meses do ano. Devemos utilizá-los com as iniciais maiúsculas ou não? E suas abreviações?

Em português brasileiro se convencionou, diferentemente do inglês e mesmo do português de Portugal, que a inicial é minúscula: “Estamos em janeiro. Mais inflação nos meses de fevereiro e março. Curitiba, 3 de maio de 2004. Sempre dessa forma.

As abreviaturas dos meses são feitas com três letras (maio, por ter apenas 4 letras, não precisa ser abreviado) e pode-se usar o ponto abreviativo ou não:

janeiro – jan. ou jan

fevereiro – fev. ou fev

maio – mai. ou mai (ou maio mesmo)

junho – jun. ou jun

julho – jul. ou jul

dezembro – dez. ou dez

 

Fonte: linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Dicas de Português: Limpo ou Limpado?

LIMPO OU LIMPADO?

A regra é clara. Usa-se limpo com os verbos ser e estar: estava limpo, será limpo. Usa-se limpado com os verbos ter e haver: havia limpado, terei limpado.

CONJUNÇÕES REDUNDANTES

É redundante dizer: mas porém, mas contudo, mas no entanto, mas entretanto, mas todavia. A conjunção mas é suficiente para expressar o sentido de oposição e contraste da frase  anterior.

REPETI DE ANO…

O verbo repetir é transitivo direto e dispensa a preposição de. Assim, se não quiser repetir o ano de novo, é melhor começar a estudar desde agora.

CARRASCO FEMININO?

CARRASCO FEMININO? Não se deve dizer essa mulher é carrasca, pois carrasco não é  adjetivo. Trata-se de um substantivo masculino, inspirado no nome de um algoz português do século XVII. O certo é dizer: essa mulher é um carrasco.

UM PORCO, QUANDO MENOS SE ESPERA

Por cada é um cacófato que lembra porcada. No lugar de por cada pacote, por exemplo, podemos escrever ou falar por pacote. No lugar de por cada dia de trabalho, podemos usar por dia de trabalho, e assim por diante.

NÃO FIQUE PARA TRÁS

Há  quem escreva assim: Esse número me trás sorte. Azar do verbo trazer! Na verdade, deve-se escrever: Esse número me traz sorte, com z e sem acento. Trás pertence à expressão adverbial por trás de.

TODO NÃO É TUDO

Estudante gosta de estudar significa que qualquer estudante gosta de estudar (mas pode haver exceções), ao passo que a frase todo o estudante está sujo significa que um estudante inteiro, dos pés à  cabeça, está sujo.

Fonte: http://educaterra.terra.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Dicas de Português: Despercebido ou Desapercebido

DESPERCEBIDO OU DESAPERCEBIDO

 

É fácil confundir. Uma pessoa que passou despercebida numa festa não foi notada, ninguém a viu entrar ou sair. Uma pessoa desapercebida é aquela que está desprevenida ou despreparada. Os desapercebidos, por exemplo, não conseguem perceber a diferença agora explicada. Entendeu?

 

QUEM SE DESTACA NÃO SE SOBRESSAI

 

O verbo sobressair não é pronominal. O equivalente a: ele se destacou no concurso ou ela se destaca por suas boas notas, e, por incrível que pareça, ele sobressaiu no concurso, ela sobressai por suas boas notas.

 

QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU?

 

É comum confundirmos o mau com o mal. É tudo ruim, mas em categorias diferentes. O mau é adjetivo, e se opõe a bom: homem mau, lobo mau, mau cheiro, mau uso, mau humor, mau contato. O mal pode ser um substantivo: ele tem mal de Alzheimer, ou um advérbio: essa carta está mal escrita; tudo aqui vai de mal a pior. Tudo bem?

 

TANTO FAZ

 

O certo é estar em pé ou estar de pé? O certo é acostumado com o barulho ou acostumado ao barulho? Tanto faz. O certo é não me compare a você ou não me compare com você? Tanto faz. Sim, é isso mesmo, nesses casos, tanto faz.

 

LIMPO OU LIMPADO?

 

A regra é clara. Usa-se limpo com os verbos ser e estar: estava limpo, será limpo. Usa-se limpado com os verbos ter e haver: havia limpado, terei limpado.

 

CONTAGIANTE OU CONTAGIOSO?

 

Contagiante é não é exatamente a mesma coisa que contagioso. Um entusiasmo contagiante é aquele que se transmite a todos. Uma doença contagiosa é aquela que muitos podem pegar. Em ambos os casos, trata-se de algo que se espalha com facilidade. Contudo, convencionou-se assim: contagiante para as coisas boas e contagioso para as coisas ruins.

 

Fonte: http://educaterra.terra.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – Ascom

Dicas de Português: Récorde ou recorde + solicitamos-lhe, vamo-nos!

Qual a forma correta deste e demais verbos semelhantes: contatemo-nos ou contatemos-nos? Essa forma verbal possui o “s” ou não?

 

Em nossas correspondências oficiais, é comum o uso do plural majestático. Nesse caso, eu devo escrever solicitamos-lhe, encaminhamos-lhe, ou, como sugere o corretor ortográfico do computador: solicitamo-lhe e encaminhamo-lhe?

 

Gostaria de informações acerca do uso dos pronomes no, na, nos, nas, lo, las etc. Qual seria a forma correta: Manoel amou intensamente seus filhos, dava-lhes apoio irrestrito e pequenos gestos faziam-nos fortes ou faziam-os fortes (no sentido de fazer eles fortes).

 
A melhor orientação: escreva encaminhamos-lhe o documento, solicitamos-lhes as fotos, fizemos-lhe um favor, com o S da desinência mos antes do pronome lhe . Elimine o S com os oblíquos nos e lo(s) apenas: vamo-nos, encontramo-nos, amamo-lo, temo-lo [temos + o].

 

Quanto aos pronomes enclíticos o, a, os, a s , sua forma depende da terminação do verbo:

 

Altera-se para lo, las, los, las quando a forma verbal termina em R, S, Z, como deixar, contatemos, faz , caindo essa consoante na nova composição: vamos deixá-lo em casa / contatemo-los agora / fá-los bem feitos.
 

Altera-se para no, na, nos, nas quando o verbo termina em som nasal: dão-no / põe-na / mostram-nas / fazem-nos .
Gostaria de saber como devo escrever e pronunciar a palavra recorde: como paroxítona ou proparoxítona?

 

A sua dúvida faz sentido, pois se ouvem as duas pronúncias no Brasil. Uma, à inglesa: récorde ; outra, com base na grafia aportuguesada como paroxítona: recorde . O dicionário Houaiss 2009 registra, no verbete recorde, a variante recorde. Na edição anterior, havia a observação de que, pelo menos no Brasil, ocorre também como palavra proparoxítona: récorde .

 

Por pressão social, repórteres de televisão e rádio, assim como falantes em atos oficiais, estão cada vez mais usando a forma paroxítona, embora ainda possa causar certa estranheza nos ouvintes. Se o inglês ticket foi aportuguesado conforme absorvido pelos falantes de português, isto é, tíquete , assim com acento indicativo de proparoxítona, por que não se oficializa, afinal, a grafia récorde ?

 

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português: O fato de o português ser assim

Outra dúvida e que está caindo direto em concursos é quanto à contração da preposição com o artigo antes de um substantivo: Corrente de peso tem defendido a possibilidade de a União conceder isenções de quaisquer tributos no âmbito do Direito Internacional.

 

Há um erro que volta e meia encontro em jornais e revistas: Apesar dos políticos serem corruptos, o Brasil progride. Como “os políticos” é o sujeito do verbo ser, não pode contrair-se com a preposição “de”. E a frase correta é: Apesar de os políticos serem corruptos…

 

O Acordo Ortográfico que entrou em vigor no mês de janeiro/2009 reforça o uso gramatical: “Quando a preposição de se combina com as formas articulares ou pronominais o, a, os, as , ou com quaisquer pronomes ou advérbios começados por vogal, mas acontece estarem essas palavras integradas em construções de infinitivo, não se emprega o apóstrofo, nem se funde a preposição com a forma imediata, escrevendo-se estas duas separadamente: a fim de ele compreender; apesar de o não ter visto; em virtude de os nossos pais serem bondosos; o fato de o conhecer.

 

O bom redator deve conhecer a matéria e ter critério no seu uso. Convém perceber que a maior parte dessas construções acontece com as expressões o/pelo fato de, apesar de, antes ou depois de, a possibilidade ou o direito de . A confirmar:

 

A participação dos alunos é obrigatória, apesar de eles poderem escolher a atividade.

 

Apesar de a Sars se mostrar altamente contagiosa, não se sabe ainda a velocidade de expansão da epidemia.

 

Outro ponto delicado é o fato de a droga ser injetável, gerando discussão sobre o manuseio e descarte das seringas infectadas.

 

Há rumores sobre a possibilidade de o grupo negociar sua rendição.

 

Mágoas, ele tem algumas, especialmente depois de a Justiça não ter levado em conta sua vida antes do crime.

 

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro

Dicas de Português: Um dos que sofrem ou sofre?

— É um dos lugares que mais sofreram ou é um dos lugares que mais sofreu com as chuvas. Construções como estas ouve-se com frequência em jornais de TV.

 

— É uma das obras que o lançou… Pergunto se aqui também pode ser aceito o plural? Quando tiver a expressão uma das e também quando tiver o sentido de obra literária. É o mesmo critério de um dos que ?”

 

São comuns na língua portuguesa as duas construções. A escolha pelo verbo no plural (que é tida como a sintaxe mais recomendável) ou no singular reside primordialmente na ênfase que se quer dar ou ao conjunto ou a um só elemento, isto é, à ação feita por um só indivíduo ou por muitos/alguns, como se observa nos exemplos abaixo:

 

Recomendo a leitura de “Intimidades”, uma das obras que lançaram Dorothy.

 
O linho é um dos tecidos que estão em alta nesta estação.

 

Recomendo a leitura de “Intimidades”, uma das obras que a lançou .

 

O linho é um dos tecidos que está em alta nesta estação.

 

O linguista e gramático Celso Luft explicou o uso do singular como “uma regra elementar de sintaxe que manda suprimir termos repetidos (persistem na mente, mas podam-se na frase)”. Isso significa que, por exemplo, em vez de dizer “o linho é um tecido que está em alta entre os tecidos que estão em alta nesta estação”, dizemos simplesmente “o linho é um dos tecidos que está em alta nesta estação”.

 

Há, contudo, uns poucos gramáticos e professores que receitam o uso do plural apenas, desqualificando uma prática secular de emprego do predicado no singular. Rui Barbosa, entre outros estudiosos da língua, defendeu a construção com verbo no singular, já que ele exprime “o fenômeno da atração do verbo de uma sentença pelo sujeito de outra” (1986, nota 192, v.I, p.334), e apresenta inúmeros exemplos clássicos, dos quais extraio duas:

 

“Ele foi um dos que muito contradisse a el-rei.” (Fern. Lopes)

 

“ Uma das cousas que derrubou a Galba do império foi tardar…” (M. Bernardes)

 

E Said Ali (apud Luft, Mundo das Palavras n. 2.313, s/d) fez ver que esse fenômeno se observa em grego, latim, francês, espanhol, inglês e alemão. Celso Luft aproveitou a deixa para ironizar: “Os clássicos e todas essas línguas deveriam ter esperado pelos dois filólogos* portugueses para acertarem a sintaxe?” [*referia-se a Epifânio Dias e Vasco B. de Amaral, que só admitiam o plural] Como em português o caso não é novidade nem ilógico, aceitemos as duas maneiras de expressão!

 

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português: meio, meia, malformação e maloclusão

— Gostaria de saber em que casos utilizo o meia e em que casos utilizo o meio .

 

Meio adjetivo

 

A palavra meio (= metade) varia no feminino e plural quando precede um substantivo:
 
Cem mil toneladas de carne representam o consumo nacional de meio mês .

Ganhou meia gleba de terra.

Por favor, deixe de meias palavras .
 

Em tais casos, faz-se a concordância em gênero e número, mesmo que o substantivo esteja subentendido, como se verifica em “meia hora”:

 

À meia-noite e meia (hora) apagavam-se as luzes do povoado.

O almoço deve ser servido ao meio-dia e meia .

Meio advérbio

 
Com o significado de “um tanto, um pouco, quase”, acompanha um adjetivo e fica invariável:

As portas ficaram meio abertas. Ela está meio tonta . São meio tolos .

Meio em substantivo composto

 
A formação composta leva hífen; e sendo um adjetivo, meio flexiona conforme o substantivo:

A maior parte da sua pintura é feita em meios-tons .

Outros exemplos: à meia-luz , de meia-tigela , roupa de meia-estação , é um meio-termo , pessoa de meia-idade , nesse meio-tempo , os meios-fios , são meios-irmãos , vive de meias-solas .

Só se configura um substantivo composto quando os dois elementos realmente formam um conjunto indissociável, o que não me parece ser o caso de “meia entrada”, que, no entanto, se encontra hifenizada no VOLP 2009 [comprar/pagar meia-entrada]. Já em “meio período” não se constata o hífen – aqui “meio” é um adjetivo usado no seu sentido literal [a metade] e independente:

Só tenho disponibilidade para trabalhar meio período , e não o período integral.
 
— Em odontologia emprega-se, para designar uma oclusão (mordida) anormal, ou seja, que não é boa, os seguintes termos: má-oclusão, má oclusão, maloclusão. Qual seria o correto?
 
A dúvida era gerada pela ausência do vocábulo nos dicionários. Costumava-se tomar por base os vocábulos má-formação e malformação , cuja primeira forma era considerada mais adequada, visto se constituir de adjetivo e substantivo femininos. Entretanto, por influência estrangeira se disseminou a grafia com “mal” numa só palavra, como em malnutrição (em inglês: malnutrition ). Portanto haveria duas grafias corretas: má-oclusão , plural más-oclusões , e maloclusão , pl. maloclusões . Apesar de o VOLP 2009 (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, 5ª ed.) ter se esquecido exatamente de má-oclusão, continuam valendo as duas formas.
 

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

Dicas de Português: O Infinitivo Pessoal Flexionado

Para ir ou irem? Convém ir ou irmos? A chance de eles ganhar ou ganharem? Problemas a ser ou a serem resolvidos? Têm sido muitas as perguntas das pessoas sobre o infinitivo, que é uma das três formas nominais do verbo, junto com o gerúndio e o particípio. Por sua própria essência e natureza, o infinitivo é uma expressão verbal que não comportaria flexão – é o chamado infinitivo impessoal.

 
A língua portuguesa tem a peculiaridade de poder (e às vezes dever) flexionar o infinitivo, que passa a ser chamado de infinitivo pessoal. Esse infinitivo pessoal, que apresenta um fato ou uma ação de modo geral, está usualmente ligado a uma preposição – para ir, vontade de sair, interesse em ficar. 

 
O INFINITIVO FLEXIONA

  1. Quando tem sujeito claramente expresso, ou seja, quando o pronome pessoal ou substantivo está na mesma oração do infinitivo, geralmente ao seu lado. É o único caso deflexão obrigatória:

É melhor nós irmos embora já.

Convém os idosos saírem em primeiro lugar.

  1. Quando se refere a um sujeito não expresso que se quer dar a conhecer pela desinência verbal, até mesmo para evitar ambiguidades:

Mencionei a intenção de vendermos a casa.

É melhor saíres agora – está na hora de irmos embora.

Observe que as mesmas frases sem a flexão não deixariam claro o sujeito: “mencionei a intenção de vender” poderia significar “eu vender”; “é melhor sair” e “está na hora de ir” pode se referir a  eu, ele, ela, você.

 

FLEXÃO NÃO OBRIGATÓRIA
A flexão é desnecessária quando o sujeito do infinitivo [ou da oração reduzida de infinitivo] é o mesmo que o sujeito ou o objeto da oração anterior, ao contrário dos casos acima. Tendo sido expresso de alguma forma na primeira oração, o sujeito já está claro, não precisando figurar outra vez no mesmo enunciado. Observe nas frases abaixo que é muito mais elegante a não flexão:

 
Cometeram irregularidades só para agradar ao patrão.

Convidou os colegas a participar do debate.
 

Vale repetir que quando não há um sujeito expresso (em outros termos: quando o pronome pessoal ou o substantivo vem antes da preposição que rege o infinitivo), a flexão é facultativa, isto é, pode-se usar o infinitivo no plural, embora seja mais interessante não flexionar:

 
Os dados servem para guiar/ guiarem a comunicação das empresas.

Reuniram-se os escoteiros a fim de deliberar/ deliberarem sobre o local do encontro.

Todos discutiram uma forma de se proteger/ protegerem dos abusos.

 

Fonte: www.linguabrasil.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM

 

 

Dicas de Português: Ponto e vírgula

No dia a dia corporativo, um sinal de pontuação que merece atenção é o ponto e vírgula (expressão que, pelo Novo Acordo Ortográfico, não faz mais uso de hífen).

Emprega-se nos seguintes casos:

– Para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si.

Por Exemplo:
O rio está poluído; os peixes estão mortos.

– Para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados por vírgula.

  Por Exemplo:
O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo; nove, contra.

– Para separar itens de uma enumeração.

Por Exemplo:
No parque de diversões, as crianças encontram:
brinquedos;
balões;
pipoca.

– Para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.) , substituindo, assim, a vírgula.

Por Exemplo:
Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã.

– Para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração.

Por Exemplo:
Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas alguns.

Fonte: exame.abril.com.br

Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM