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Espécie de inseto é descoberta na UFLA – e recebe o nome da Instituição

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Trichadenotecnum ufla: esse é o nome de uma espécie de inseto descoberta no câmpus da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em março de 2016. A descoberta foi feita durante uma visita de pesquisadores japoneses à Instituição, em 16 e 17 daquele mês. Sua descrição foi feita nos meses seguintes e publicada, em outubro, no periódico Neotropical Entomology, em artigo produzido pelos pesquisadores Kazunori Yoshizawa (Universidade de Hokkaido), Marconi Souza e Silva e Rodrigo Lopes Ferreira (ambos do Departamento de Biologia da UFLA).

Rodrigo Ferreira e Marconi Silva (de pé); e Yoshitaka Kamimura e Kazunori Yoshizawa.
Rodrigo Ferreira e Marconi Silva (de pé); e Yoshitaka Kamimura e Kazunori Yoshizawa.

A descoberta ocorreu durante uma visita na qual o grupo de pesquisadores fez coletas em Tocantins, Bahia e Minas Gerais, visando à identificação de espécies em diferentes ambientes do Brasil. Em passagem pela UFLA, o grupo decidiu fazer coletas no câmpus e, como Yoshizawa é especialista no gênero Trichadenotecnum, reconheceu logo que um inseto encontrado se tratava de uma espécie ainda não descrita. O animal foi coletado em uma área de preservação que fica após o Departamento de Agricultura, uma floresta cercada por viveiros florestais, plantações de café e eucalipto, estradas e edifícios do câmpus.

No artigo “Disjunct Occurrence of Trichadenotecnum s.str. in Southeastern Brazil (Psocodea: “Psocoptera”: Psocidae), with Description of a New Species”, os autores descrevem a espécie, um inseto pequeno, com o corpo medindo pouco mais de 2 milímetros. Possui a cabeça branca e o tórax variando nessa cor e marrom. O abdômen é amarelo pálido com manchas irregulares. Causou surpresa aos pesquisadores o fato de o inseto ter sido encontrado a 3400 quilômetros da área de distribuição mais próxima registrada para espécies do mesmo gênero. Na América do Sul, há registros do gênero Trichadenotecnum na Venezuela e no estado de Roraima. A descoberta na UFLA também é o registro feito mais ao sul de uma espécie desse gênero.

Inseto foi encontrado em área destacada nesta imagem.
Inseto foi encontrado em área destacada nesta imagem.

A decisão de homenagear a UFLA, dando ao animal o nome da Instituição, partiu do pesquisador Kazunori Yoshizawa. Três exemplares coletados foram levados por ele para o Japão, para procedimentos de taxonomia.

“O inseto foi encontrado em uma área de preservação permanente do câmpus, antes ocupada por um cafezal. Isso demonstra que, entre vários aspectos de sustentabilidade, a manutenção de áreas verdes contribui para a preservação de espécies”, informou o professor Marconi. “E ainda existe um grande potencial de biodiversidade para ser descoberto em áreas de preservação brasileiras”, acrescentou o professor Rodrigo.

 

Pesquisadores do Instituto Biológico de São Paulo ministram Ciclo de Palestras sobre a mosca branca na UFLA

Neento 1A mosca branca, Bemisia tabaci, é considerada uma das principais pragas da atualidade em função dos danos que causam. Possuem alta taxa reprodutiva, grande capacidade de adaptação, ampla gama de plantas hospedeiras e dificuldade de controle devido à rápida seleção de populações resistentes às moléculas inseticidas. Dessa forma, o inseto é responsável por grandes perdas em culturas agrícolas, causando danos econômicos à agricultura brasileira.

Pensando nisso, o Núcleo de Estudos em Entomologia (Neento), juntamente com a professora Rosangela Cristina Marucci do Departamento de Entomologia da UFLA (DEN), promoveu o Ciclo de Palestras sobre a Mosca Branca. O evento ocorreu no último dia 5, no Auditório do DEN, e contou com a presença de pesquisadores do Instituto Biológico de São Paulo.

Durante o ciclo foram realizadas quatro palestras pelos pesquisadores do instituto, que trabalham com mosca branca na cultura da batata em todo o País. A primeira palestra foi “Epidemiologia de mosca branca em batata”, ministrada pelo pesquisador Fernando Javier Sanhueza Salas, que abordou a biologia da mosca branca, transmissão de vírus e disseminação de viroses na cultura da batata e tomate. A segunda palestra foi “Comportamento de Bemisia tabaci”, ministrada pela pesquisadora Lillian S. Pereira, que apresentou o comportamento alimentar da mosca branca e sua relação com a transmissão de vírus.

A terceira palestra, denominada “Caracterização de vírus transmitidos por mosca branca”, foi ministrada pela doutoranda Samantha Zanotta. Ela caracterizou os principais vírus transmitidos pela mosca branca e expôs os principais testes diagnósticos utilizados para detecção de vírus em plantas e no inseto. A última palestra “Endossimbiontes associados no processo de transmissão de vírus por Bemisia tabaci” foi apresentada por Thiago Pap, que exibiu os principais resultados de suaa dissertação de mestrado, com ênfase nos microrganismos simbiontes que estão associados à mosca branca e que têm um papel fundamental na capacidade ou não de o inseto transmitir vírus.

Os pesquisadores do IB doaram uma colônia de moscas brancas considerada pura, por não ter tido nenhum contato com inseticidas, para a criação, reprodução e condução de pesquisas na UFLA. Ao final do evento, o debate foi aberto ao público presente.

Para a professora Rosangela, responsável pela organização do evento, o tema é atual e de relevância para o cenário econômico brasileiro: “Contamos com a participação de pesquisadores de renome que trouxeram, além da experiência prática com produtores de batata, resultados de pesquisa utilizando técnicas sofisticadas de Biologia Molecular e EPG (Electrical Penetration Graphs). Também foi uma oportunidade de estabelecermos parcerias para realização de novos cursos e projetos de pesquisa em colaboração entre o Instituto Biológico e Departamento de Entomologia da UFLA” relatou.

Texto: Luciana Tereza, estagiária Ascom/UFLA. Com informações de Luiz Alberto Silva, bolsista Proat/Ascom.

 

Núcleo de Estudos em Entomologia promove o II Curso de Montagem de Insetos

neento-montagem insetosCom o objetivo de auxiliar em trabalhos práticos da disciplina Entomologia, será realizado o II Curso de Montagem de Insetos. O curso será ministrado no dia 2 de junho, das 18 às 22 horas, nas salas 3 e 4 do Departamento de Entomologia.

O curso é uma realização do Núcleo de Estudos em Entomologia (Neento) e do Departamento de Entomologia (DEN). O investimento é de R$ 35,00 e inclui matéria para montagem (alfinetes, esticadores, isopor, triângulos e outros) e coffee-break. Também haverá emissão de certificado. Outras informações e inscrições podem ser obtidas pelo e-mail: inscricoesneento@gmail.com.

Com relação à primeira edição do evento, o segundo curso ampliou o número de instrutores, a fim de atender à demanda. Cada um deles atenderá três participantes. Além disso, será voltado exclusivamente à montagem de insetos, tarefa que exige habilidade. O Neento também recomenda que os participantes coletem e levem insetos para aproveitamento do curso e finalização da caixa.

Assista ao vídeo da primeira edição do curso:

 

Controle biológico de pragas: pesquisas da UFLA buscam tornar os crisopídeos acessíveis ao produtor

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Insetos esverdeados e delicados, que podem ser encontrados em regiões urbanas e rurais, são grandes aliados no controle de pragas que afetam plantações. UFLA busca desenvolver conhecimentos que permitam sua criação em larga escala.

 

Uma alternativa à utilização de agrotóxicos na agricultura é o controle biológico de pragas, ou seja, o emprego de um organismo vivo (predador) que ataca outro organismo (praga) causador de danos à lavoura. Pesquisas desenvolvidas no Departamento de Entomologia da Universidade Federal de Lavras (DEN/UFLA) buscam desenvolver técnicas e conhecimentos necessários à criação em larga escala de um inimigo natural – o crisopídeo (espécies Ceraeochrysa cubana Chrysoperla externa) – para que possa ser comercializado, tornando-se acessível ao produtor.

O crisopídeo, conhecido popularmente como “bicho-lixeiro”, é eficaz no controle de diferentes pragas, como os afídeos, pequenas lagartas, ácaros, cochonilhas, moscas brancas e pulgões. No entanto, para que o agricultor possa utilizar esse inimigo natural para proteger sua plantação, é preciso que o inseto esteja disponível na proporção necessária. Na UFLA, os pesquisadores mantêm uma criação de crisopídeos em pequena escala, em quantidades que atendem às necessidades de pesquisa.

Para que a população do predador seja maior, são necessárias novas técnicas de criação. Por isso, pesquisa orientada pela professora Brígida Souza e desenvolvida pelo doutorando Carlos Eduardo Souza Bezerra já chegou à formulação de uma dieta artificial que atende bem a um período da vida da larva do crisopídeo, um passo importante para que possa ser criado em grande número. Outros aspectos que estão em teste são: métodos para remessas pelos Correios, número de indivíduos da população predadora que deve ser liberada na lavoura, interações com outros organismos presentes na cultura, entre outros.

Além desses estudos, em pesquisa recente desenvolvida em estágio “sanduíche” realizado nos Estados Unidos, o doutorando Jordano Salamanca Bastidas testou moléculas químicas voláteis na atração de crisopídeos. O estudante constatou a viabilidade do uso desses compostos, não apenas para manter a população dos insetos liberados na lavoura, mas também para atrair outros inimigos naturais que poderão contribuir para a redução populacional da praga. No momento, o estudante está avaliando o desempenho desses compostos voláteis nas condições brasileiras e os resultados preliminares têm se mostrado promissores.

De acordo com a professora Brígida, empresas produtoras de plantas ornamentais de Itapeva (MG) e outras regiões do estado já demonstraram interesse em utilizar o controle biológico de pragas em substituição aos produtos químicos. “Muitas de nossas pesquisas já trazem resultados que vão colaborar para que os produtores possam investir nesse caminho”, comenta. Ainda segundo a professora, os estudos realizados em laboratório já demonstram, por exemplo, que é promissora a interação entre crisopídeos e outros inimigos naturais presentes nas culturas de rosas. “O próximo passo será testar essa interação em ambiente protegido e, finalmente, experimentá-la em cultivos comerciais, junto aos produtores.”

Uma aplicação prática do controle com crisopídeos

Em dissertação defendida em 2013 pela então mestranda Rebeca Cássia Andrade – orientada pela professora Brígida e coorientada pela professora do Departamento de Administração e Economia (DAE) Maria de Lourdes Sousa Oliveira – são apresentados os resultados de um trabalho realizado na Horta Comunitária da Cohab, localizada na periferia do município de Lavras (MG). A pesquisadora realizou dois testes e, em ambos, comprovou que é possível utilizar estratégias de controle biológico de pragas para atendimento à demanda dos agricultores urbanos de Lavras.

Um dos testes foi feito no câmpus da UFLA e outro na própria horta, para que os agricultores pudessem observar a ação dos crisopídeos sobre os pulgões. O trabalho de pesquisa inseriu-se também na perspectiva da extensão universitária, já que envolveu ativamente os agricultores: suas necessidades foram levantadas por meio de metodologias participativas, foram feitas capacitações técnicas para que conhecessem informações sobre métodos alternativos de produção, além de o estudo ter sido finalizado com um seminário realizado no DEN/UFLA no qual os agricultores puderam participar e contribuir na avaliação dos resultados da pesquisa.

Palestra internacional sobre controle de pragas será realizada no dia 25

cartaz-neentoO Departamento de Entomologia (DEN) receberá, no dia 25/11, a professora Marcela Ines Schneider, que ministrará, no anfiteatro do DEN, a palestra “Situación actual del control de plagas en Argentina y perspectivas futuras”, às 16 horas.

A professora Schneider é pesquisadora associada do Consejo Nacional de Investigaciones
Científicas y Técnicas da Argentina (Conicet) e é da área de Ecologia de Pragas na Faculdade de Ciências Naturais da Universidad Nacional de La Plata.  Em sua palestra, serão abordadas as pragas agrícolas mais importantes nos cultivos na Argentina, assim como as estratégias de controle empregadas e outras táticas potenciais.

O evento, organizado pelo Núcleo de Estudos em Entomologia (Neento), é gratuito para toda a comunidade acadêmica. Os interessados devem fazer as inscrições pelo e-mail: neento@gmail.com.

 

Palestra vai esclarecer sobre a utilização de insetos na alimentação humana e animal – atividade é gratuita

neentoO Núcleo de Estudos em Entomologia (Neento) realizará nesta sexta-feira (9/10), às 9h30, uma palestra informativa sobre entomofagia. Mas, o que é entomofagia? É uma prática que consiste na utilização de insetos como fonte alimentar animal. O investimento nesta nova área poderá incrementar significativamente a produção de proteína animal no Brasil, seja para obtenção de ração animal ou consumo humano, de uso interno e para exportação.

A palestra “Insetos na alimentação humana e animal” será proferida pelo zootecnista, Gilberto Schickler, consultor em Insetos Comestíveis e responsável técnico pela VidaProteina.

Gilberto Schickler possui formação em Zootecnia pela UFLA, com experiência na área de desenvolvimento de tecnologia de produção massal e de comercialização de insetos comestíveis (Gryllus assimilis, Nauphoeta cinerea, Musca domestica, Tenebrio molitor e Zophobas morio).

A palestra será no anfiteatro do Departamento de Agricultura da UFLA. As inscrições são gratuitas, com vagas limitadas. Interessados devem fazer contato por meio do e-mail neento@gmail.com.

A palestra é uma realização do Neento e do Departamento de Entomologia (DEN/UFLA).

 

Núcleo de Estudos em Entomologia realizará seu primeiro ciclo de palestras

neentoA tecnologia Bt e a sua utilização no controle de pragas é o tema do I Ciclo de Palestras do Núcleo de Estudos em Entomologia (Neento). As duas palestras que constituem o evento serão realizadas no dia 5 de novembro, no Anfiteatro do Departamento de Entomologia (DEN), a partir das 18 horas; as inscrições podem ser feitas na Secretaria do DEN ou na Cantina Central, no valor de R$ 5,00.

O professor Magno Antonio Patto Ramalho (DBI) fará a primeira palestra, às 18 horas, sobre plantas transgênicas como exemplo da capacidade humana em solucionar problemas. Às 19 horas, o pesquisador da Embrapa Fernando Valicente falará sobre a utilização do Bt no controle das pragas. Em seguida, será realizado um coffee-break e a entrega dos certificados.