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PRP divulga resultado de edital do Programa de Apoio à Formação de Redes de Pesquisa em Áreas Estratégicas

A Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Lavras (PRP/UFLA) divulgou o resultado do edital PRP 04/2018, referente ao Programa de Apoio à Formação de Redes de Pesquisa em Áreas Estratégicas. A proposta classificada em primeiro lugar é coordenada pelo professor do Departamento de Engenharia (DEG) Adriano Viana Ensinas, com participação de pesquisadores, estudantes e técnicos administrativos DEG, do Núcleo de Estudos em Empreendedorismo ligado ao Departamento de Administração e Economia (Neemp/DAE) e da Agência de Inovação do Café (Inovacafé). Trata-se de um projeto que prevê o estudo de novas arquiteturas de construção, uso e manutenção de máquinas de café expresso do tipo automatizadas, focadas na venda em larga escala e qualidade de preparo da bebida.

A seleção das propostas foi feita por uma comissão nomeada pela PRP por meio da Portaria nº 002, de 14 de maio de 2018. De acordo com o pró-reitor de Pesquisa, professor Teodorico Ramalho, a análise foi um desafio, já que todas as propostas demonstraram muita maturidade científica e transversalidade entre as diferentes áreas do conhecimento. “A PRP, mais uma vez, agradece a participação e contribuição de todos os grupos de pesquisa proponentes. De fato, parabenizamos todas as equipes envolvidas pelas inovadoras soluções propostas para o desafio apresentado.”

De acordo com o edital, o projeto selecionado receberá apoio financeiro no valor de 30 mil reais.

Programa de Apoio à Formação de Redes de Pesquisa em Áreas Estratégicas

Com o Programa, inédito na instituição, a Direção Executiva da UFLA busca contribuir para o desenvolvimento de estudos científicos considerados estratégicos, que apresentem soluções e novas tecnologias para problemas atuais, sob esforços coordenados de forma multidisciplinar, envolvendo diferentes áreas do conhecimento. São também objetivos do Programa a inserção de novos pesquisadores em grupos de pesquisa já consolidados; a formação de novos grupos de pesquisa e o estímulo ao surgimento de redes colaborativas entre professores da UFLA.

A linha temática definida para esta edição do Programa – “Consumo de café em instituições públicas: sustentabilidade e qualidade no método de preparo de café em larga escala” – buscou estimular o desenvolvimento de um método ou tecnologia de preparo de café capaz de solucionar o desafio hoje vivido por instituições públicas que têm alto consumo da bebida. As tecnologias atualmente disponíveis exigem investimentos financeiros altos ou mesmo não atendem ao quesito sustentabilidade – como é o caso do café em cápsulas, que tem utilização questionada em função de as cápsulas não serem biodegradáveis e serem de difícil reciclagem. É, então, necessário conciliar preservação da qualidade do café durante o preparo, sustentabilidade e baixo custo. Ao final do prazo de execução do projeto selecionado, espera-se chegar a uma solução, inclusive com possibilidade de geração de patente.

O pró-reitor de Pesquisa explica que a escolha do tema para este primeiro edital baseou-se na extensa trajetória de tradição da UFLA na pesquisa com café, o que garante à instituição e seus pesquisadores competência especializada para avançar com a geração de tecnologias. “A intenção, pelo Programa, é que um novo edital seja publicado anualmente, lançando novas temáticas estratégicas. Há apenas a dependência da disponibilidade de recursos”, diz.

O Programa de Apoio à Formação de Redes de Pesquisa em Áreas Estratégicas, de acordo com a PRP, além de editais temáticos, deverá incluir a realização de workshops na Universidade, também para discutir temáticas complexas, com envolvimento de equipes de diferentes áreas dedicadas aos temas.

Professora da UFLA foi homenageada com Comenda Antônio Secundino de São José – honraria foi entregue pelo Governador na terça (12/6)

    Foto: Manoel Marques/ Imprensa MG

Um trabalho diversificado, desenvolvido há quase 20 anos na área de meio ambiente e saneamento, fez da professora do Departamento de Ciências da Saúde (DSA) Joziana Muniz de Paiva Barçante uma das 15 personalidades homenageadas com a Comenda Antônio Secundino de São José. A honraria foi entregue na noite de terça-feira (11/6) pelo governador do Estado, Fernando Pimentel, em solenidade realizada na cidade de Patos de Minas.

A Comenda foi criada em 1991 e dá destaque a pessoas que tenham contribuído para o desenvolvimento da agricultura, pecuária, abastecimento, saneamento e meio ambiente no Estado. Faz referência a Antônio Secundino de São José, que nasceu na Fazenda da Onça, hoje pertencente ao município de Presidente Olegário. Antônio Secundino foi engenheiro agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura de Minas Gerais, em Viçosa. Especializou-se no exterior e, de volta ao Brasil, fundou uma empresa que se dedica à pesquisa e ao agronegócio, responsável pela introdução do milho híbrido no Brasil – a Agroceres.

As homenagens ocorrem anualmente, a partir da avaliação de um Conselho específico, presidido pelo secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais e composto por representantes de instituições de ensino e outros órgãos públicos, além de entidades de classes ligadas à agricultura. O Conselho aprovou por unanimidade a indicação do nome da professora Joziana para receber a horaria.

Trajetória de contribuições

Joziana iniciou sua caminhada de contribuições ao meio ambiente e ao saneamento no ano 2000, com pesquisas sobre parasitos de importância médica e veterinária. Na UFLA, ingressou em 2010, quando iniciou trabalhos de pesquisa e extensão intensificados a partir de 2012, relacionados à prevenção de endemias e ao debate público sobre doenças negligenciadas, sendo as leishmanioses e o combate à dengue focos importantes de seu trabalho, que tem auxiliado a saúde pública em Lavras e na região. Coordena ações de educação em saúde e projetos dentro e fora do câmpus da UFLA que colaboram para a vigilância ambiental e epidemiológica.

A professora foi coordenadora de Prevenção de Endemias da UFLA, membro da Câmara de Assessoramento (CBB) da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), chefe do DSA/UFLA e coordenadora do Curso de Medicina da UFLA, tendo também integrado a comissão que liderou a criação do curso de Medicina na Instituição. Atualmente é chefe de Gabinete na UFLA e presidente do IV Simpósio Brasileiro de Doenças Negligenciadas, que a cada ano amplia a conexão entre a academia e os profissionais de saúde em atuação na cidade e região. A homenagem emocionou Joziana, que compareceu à cerimônia acompanhada da família. “Fiquei muito feliz e satisfeita, porque é um reconhecimento que, para mim, se estende a todos os envolvidos nos projetos: estudantes, outros professores e técnicos administrativos da Universidade, servidores do município, do Estado e do Governo Federal que estão junto conosco para tornar as ações possíveis. Ninguém realiza um trabalho assim sozinho. E temos tido o privilégio de ver que mesmo quem deixa os projetos para seguir caminho em outra instituição, acaba levando consigo a valorização forte de um trabalho baseado no cuidado extremo com a comunidade, e essa semente vai sendo plantada e germinando também em outros lugares. É bom demais ver esse resultado”, avalia.

Doação de Sangue: Minuto da Saúde organiza mutirão para a próxima quinta-feira (21/6)

Dia 14 /6 é o Dia Mundial do Doador de Sangue. Em referência à data e para incentivar a comunidade acadêmica a realizar esse ato de solidariedade, a Universidade Federal de Lavras (UFLA), por meio do projeto Minuto da Saúde e da Coordenadoria de Saúde da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (Praec), está organizando um mutirão para doação de sangue para a próxima quinta-feira (21/6).

Estão agendadas 15 vagas para a data no posto avançado de coleta do Hemominas em Lavras. Por isso, é muito importante que os interessados confiram todos os critérios necessários para realizar a doação antes de confirmar a participação, preenchendo o seguinte formulário: https://goo.gl/forms/Qx7ntD4V2hlZ91Af2

Para ser um doador é necessário:
– Ter e estar em boa saúde;
– Não ter tido hepatite após os 11 anos de idade;
– Ter entre 16 e 69 anos de idade (jovens abaixo de 18 anos devem ser acompanhados por um responsável legal);
– Pesar acima de 50kg;
– Ter dormido bem na noite anterior à doação;
– Não ter passado por situações de risco para doenças sexualmente transmissíveis;
– Não ter tido gripe, resfriado ou diarreia nos últimos 7 dias;
– Não ter ingerido bebida alcóolica 12 horas antes da doação;
– Não usar drogas;
– Não apresentar ferimento ainda não cicatrizado;
– Não estar grávida ou em período de amamentação;
– Não ter sido submetido a exame de endoscopia nos últimos 6 meses;
– Não ter feito tatuagem ou piercing no último ano;
– Não estar em jejum.

Lembre-se:
– O prazo mínimo entre uma doação e outra é de 60 dias para homens e 90 dias para mulheres;
– A menstruação e o uso de pílulas anticoncepcionais não impedem a doação;
– É obrigatória a apresentação de documento original de identidade com foto no ato da doação;
– Recomenda-se repouso após a doação;
– Hidratar-se bastante no dia anterior à doação;
– Uma única doação de sangue pode beneficiar vários pacientes!

 O transporte sairá às 7h da portaria principal da UFLA. Participe e ajude a salvar vidas!

Artigos científicos de estudantes e professores da UFLA estão entre os melhores trabalhos do V Encontro Brasileiro de Administração Pública

O V Encontro Brasileiro de Administração Pública, realizado na Universidade Federal de Viçosa (UFV), reuniu acadêmicos e profissionais nos dias 13 e 14 de junho de 2018. O Encontro foi estruturado na forma de conferências, grupos de trabalho e oficinas. 

Entre os 13 trabalhos científicos considerados os melhores do evento está o artigo “Os Guardiões das Águas no Circuito das Águas de Minas Gerais: Um Estudo a Partir do Modelo de Estruturação dos Sistemas Sociais de Ação Coletiva”, dos autores da UFLA Valderí de Castro Alcântara, José Roberto Pereira e Lindsay Teixeira Sant’anna. O artigo foi um dos homenageados no grupo de trabalho Governança e Cooperação no Setor Público.

Já no grupo Casos de Ensino em Administração Pública, as autoras da UFLA Patrícia Aparecida Ferreira, Marina Aparecida Lima e Andreina Del Carmen de Lima também foram mencionadas entre os melhores trabalhos, com o artigo “Desenvolvimento Sustentável de Três Comunidades Atingidas pela Construção de Uma Usina Hidrelétrica”.

O objetivo do V Encontro Brasileiro de Administração Pública foi promover o livre debate de ideias, o aprendizado fundado na troca de experiências, a divulgação científica de qualidade e a coordenação das ações estratégicas para a consolidação do campo acadêmico da Administração Pública, com ênfase na pós-graduação.

Confira o resultado completo.

Ana Carolina Rocha, estagiária Dcom/UFLA. 

Pesquisa da UFLA publicada na revista Nature Materials aborda novas interações para uso em discos rígidos

Pesquisa da Universidade Federal de Lavras (UFLA) deu um passo a mais na descoberta de uma tecnologia que promete revolucionar a indústria de eletrônicos.  O professor do Departamento de Física (DFI) da UFLA, Alexandre Cotta, descobriu inéditas interações entre materiais magnéticos e grafeno (uma nanoestrutura de Carbono), que se aplicadas aos discos rígidos de computadores os tornarão mais velozes e ampliarão a capacidade de armazenamento de informações.

A empreitada foi materializada no artigo “Significante interação o Dzyaloshinskii-Moriya em interfaces grafeno-ferromagneto devido ao efeito Rashba”, publicado na prestigiada revista Nature Materials, edição de maio (https://www.nature.com/articles/s41563-018-0079-4).

A pesquisa começou em 2013, quando o Alexandre Cotta, na época doutorando, acompanhou experimentos elaborados com grafeno de diferentes grupos de pesquisas no Brasil e no exterior junto ao Centro de Microscopia do instituto norte-americano de pesquisa Lawrence Berkely National Laboratory. 

Para auxiliar na parte teórica do estudo, o pesquisador  contou com a ajuda do vencedor do Prêmio Nobel de Física em 2007, o físico francês Albert Fert, responsável pelo auxílio na elaboração da parte teórica da pesquisa.  

Alexandre Cotta explica que o grafeno pode ser mais eficaz como condutor de eletricidade, e sua interação com materiais magnéticos gera pequenas mudanças em sua estrutura eletrônica, ampliando  propriedades magnéticas e elétricas, o que aplicado aos processadores os tornará mais rápidos, resistentes e com maior capacidade de armazenamento de informações. 

O sub-chefe do Departamento de Física (DFI), professor Joaquim Paulo da Silva, reforçou que a descoberta abre novos rumos na consolidação do curso e na internacionalização da universidade. “Contamos com um grupo de jovens professores que vem mostrando sua importância para o país, com a publicação de artigo científico numa revista desse porte, apoiado por um Prêmio Nobel. O potencial inovador dos nossos pesquisadores é muito grande e veio para consolidar o grupo da Física na universidade”, comemorou.

Pollyanna Dias, jornalista- bolsista Dcom/Fapemig  

 

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

Novo horário de funcionamento da Livraria UFLA

Com o objetivo de melhor atender à comunidade acadêmica, o horário de funcionamento da Livraria UFLA foi alterado e planejado, levando em conta o Calendário Acadêmico da Universidade.

Assim, durante o período letivo o horário de funcionamento será:

De segunda a quinta-feira: das 7h às 21h.

Sexta-feira: das 7h às 20h.

Durante os períodos de recessos e de férias acadêmicas será:

De segunda a quinta-feira: das 7h às 19h.

Sexta-feira: das 7h às 18h.

Ana Carolina Rocha, estagiária Dcom/UFLA. 

Dade oferece três oficinas de formação continuada para docentes da UFLA- inscrições até 22/6

A Diretoria de Avaliação e Desenvolvimento do Ensino (Dade) oferecerá três oficinas de formação continuada para docentes da UFLA. As inscrições podem ser realizadas até 22/6 no SIG. O local de realização das oficinas será no Polo INES/UFLA (câmpus histórico, em frente à DIRED). 

 

  • Oficina 1 – Introdução às Práticas de Metodologias Ativas 

Data de realização: 28/6 das 14h às 17h.

Ementa – Apresenta um panorama das principais práticas de metodologias ativas disponíveis visando oferecer variadas possiblidades a serem utilizadas em diferentes contextos de sala de aula. Propõe uma reflexão acerca dos componentes fundamentais para a utilização de Metodologias Ativas: o papel do professor, o protagonismo dos estudantes e a avaliação integrada. Na oficina serão propostas atividades visando trabalhar com as seguintes metodologias: Aprendizagem por pares; Sala de aula invertida; Aprendizagem baseada em problema e Rotação por estações de trabalho.

 

  • Oficina 2 – Produção de recursos audiovisuais como estratégia de ensino e aprendizagem 

Data de realização: 21/6 e 28/6 das 14h às 17h. 

Ementa – Demostrar as diferentes estratégias e técnicas de produção de recursos audiovisuais.  Planejar e elaborar uma vídeo-aula no estúdio.

 

  • Oficina 3 – Construindo Objetivos de Aprendizagem

Data de realização: 22/6 das 9h às 12h. 

Ementa – Por meio da metodologia de sala de aula invertida serão apresentadas as aplicações práticas das três dimensões da Taxonomia de Bloom no que se refere ao plano de ensino, plano de aula e avaliação da aprendizagem.

Para mais informações acesse: www.dade.ufla.br 

Márcio Lacerda discutiu práticas de gestão eficiente em evento promovido pelo CA de Administração Pública

É fato: o Estado brasileiro é  recordista em arrecadação de tributos e, em contrapartida, entrega serviços precários para a população.  Para discutir melhores práticas de gestão pública , o Centro Acadêmico de Administração Pública da Universidade Federal de Lavras (UFLA) recebeu o empresário e administrador  Márcio Lacerda na última sexta-feira (8/6). Cerca de 50 alunos de vários cursos da Universidade acompanharam a palestra no anfiteatro Magno Antônio Patto Ramalho (Ramalhão).  

A partir de sua experiência como gestor público, Mário Lacerda frisou que, nos últimos 20 anos, “o Brasil melhorou muito”, mas ponderou que “o serviço público ainda está longe de ser um instrumento que presta serviço de qualidade para a sociedade”. O empresário disse ainda que “os gestores devem formar equipes com profissionais melhores do que eles próprios, enquanto a chefia deve focar o seu  talento para coordenar os demais”. 

O palestrante defendeu também que os pilares que devem nortear a gestão pública no país são a expansão da infraestrutura, exportações e, sobretudo, a geração de emprego e renda. “Sem economia mais dinâmica, não é possível melhorar as questões sociais e nem sair do fundo do poço onde chegamos”, declarou. 

Universidade

Depois de visitar alguns pontos do câmpus da UFLA, tendo sido recebido pelo reitor, professor José Roberto Soares Scolforo, e pró-reitores da universidade, Márcio Lacerda enfatizou a importância das boas práticas de gestão pública para garantir a qualidade das universidades públicas  no país. “O Brasil gasta 5% do PIB com educação. E a qualidade da administração pública está muito ruim, como um todo.  É preciso replicar o bom exemplo da UFLA para outras universidades brasileiras”, disse o empresário.

Na ocasião, o reitor ressaltou o bom desempenho da UFLA.  Scolforo afirmou que, com ferramentas adequadas e vontade dos gestores, é possível conjugar a implementação de melhorias nos serviços prestados à população, com responsabilidade fiscal.

Sobre o palestrante

Márcio Lacerda é empresário e administrador de empresas do setor das telecomunicações.  Em 2003, Márcio Lacerda assumiu a função de Secretário-Executivo do Ministério da Integração Nacional. De 2007 a 2008 foi Secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais.  O empresário foi eleito prefeito de Belo Horizonte em 2008 e reeleito no primeiro turno em 2012.   

Pollyanna Dias, jornalista- bolsista Dcom/Fapemig  

 

II Simpósio de Inovação, Empreendedorismo e Gestão Pública é realizado na UFLA

Nessa segunda-feira (11/6) foi realizado o II Simpósio de Inovação, Empreendedorismo e Gestão Pública (II Siegep), no Anfiteatro do Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA). Promovido pelo Núcleo de Inovação, Empreendedorismo e Setor Público (Niesp) do DAE, o simpósio teve como tema central “Ambientes de Inovação no Setor Público”.

Com o objetivo de difundir o conhecimento nas áreas de inovação, empreendedorismo e gestão pública, a segunda edição do evento reuniu cerca de 90 participantes, entre discentes da graduação e pós-graduação, professores e diferentes profissionais da comunidade lavrense, interessados em discutir a temática.

As atividades foram iniciadas no período da tarde com a apresentação de artigos completos, na modalidade oral, além de trabalhos em forma de pôsteres. Já no período da noite, a solenidade de abertura foi realizada pela coordenadora do núcleo e professora do DAE, Daniela Meirelles Andrade, que na ocasião, agradeceu a presença de todos e ressaltou a importância do papel da universidade em promover o intercâmbio entre diferentes setores, órgãos e instituições.

O diplomata Juliano Alves Pinto iniciou a palestra “Diplomacia da Inovação”, abordando o conceito de inovação dentro do Ministério de Relações Internacionais (ou Itamaraty): “Essa área de inovação é uma área nova dentro do Itamaraty. O conceito de inovação foi trazido por mim quando voltei de São Francisco, em vista da experiência que outros países já vêm fazendo, principalmente a China (…). O Brasil precisa percorrer um caminho semelhante se quiser continuar de alguma forma competindo internacionalmente nessa área”. Além disso, apresentou a relação existente entre inovação e diplomacia e o papel do Itamaraty, que é o responsável pela atuação do Brasil no exterior.

Ao final, foi realizada a mesa redonda “O Público e o Privado nos Ecossistemas de Inovação”, com a participação do palestrante, Juliano Alves Pinto; o coordenador do núcleo e professor do DAE, Dany Flávio Tonelly; o professor do Departamento de Direito (DIR/UFLA), Felipe Guerra David Reis; a professora do DAE, Eloísa Helena de Souza Cabral; o membro do grupo e doutor em Administração pela UFLA, Daniel Leite Mesquita; e o mestre em Administração Pública pela UFLA, Herman Resende Santos.

O simpósio teve o apoio do Programa de Pós Graduação em Administração (PPGA/UFLA), Programa de Pós Graduação em Administração Pública (PPGAP/UFLA), Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec/UFLA) e DAE.

Texto: Luciana Tereza

30 anos da Constituição Federal e os rumos da democracia é tema de entrevista de professor da UFLA

 Nas últimas três décadas, o Brasil consolidou o voto direto, realizou sete eleições presidenciais com alternância de partidos políticos no poder, garantiu a independência de suas principais instituições, cresceu economicamente e ampliou os direitos sociais. A maturidade do regime democrático ainda foi medida com cidadãos cobrando uma pauta diversificada de reivindicações, entre elas mais transparência. Por outro lado, ainda falta garantir direitos civis básicos e o país continua vítima da violência e corrupção. Esse é o Brasil depois de 30 anos da promulgação da Constituição 1988.  No balanço do período, avanços e crises marcaram a democracia brasileira, tema da entrevista com o professor do Departamento de Ciências Humanas da Universidade Federal de Lavras, Marcelo Sevaybricker.

  • A Constituição brasileira completa 30 anos. A Carta Magna foi a grande conquista? Depois de 21 anos de ditadura militar no Brasil, a Carta de 88 consolidou a aspiração e a luta de vários atores e movimentos sociais que combatiam não apenas a repressão e o autoritarismo, mas vários problemas do país que tiveram sua solução ou encaminhamento interrompido com o golpe de 1964. Além disso, ela criou um importante horizonte de expectativas a partir do qual antigos, mas também novos atores e movimentos sociais emergiram na cena pública nacional, com novas pautas e reivindicações.
  • E qual é a principal falha?  Acho que não foi ter efetivado material e especificamente alguns direitos e políticas públicas, que ficaram aguardando legislação especial, como, por exemplo, a tributação de grandes fortunas e heranças, que poderia tornar a sociedade brasileira um pouco menos injusta. Mas é preciso ponderar também a correlação de forças progressistas no país, no final dos anos 80, para avaliar em que medida essa efetivação seria factível.
  • A Constituição assegurou efetivamente direitos fundamentais? Sim e não. É fato que alguns direitos, como o do voto, passaram a ser gozados, de fato, universalmente. Outros, até mais elementares (como acesso à justiça), ainda são privilégios de algumas classes e raças no país. Ainda convivemos com cidadãos de primeira e de segunda classe em pleno século XXI, o que é uma lástima.
  • Qual é a importância do processo democrático brasileiro? A manutenção da democracia é crucial. Há que se lembrar da famosa frase do Churchill, de acordo com a qual a democracia é a pior das formas de governo, com a exceção de todas as outras. No contexto das sociedades modernas, a democracia eleitoral – ainda que não seja condição suficiente para resolução de todos os problemas comuns do povo – certamente é mais capaz, do que qualquer outra forma de governo de garantir os direitos fundamentais, que você mencionou, promover bem-estar, etc. Nesse cenário atual em que normas constitucionais são violadas, em que os resultados eleitorais não são plenamente respeitados, em que cidadãos e cidadãs, paradoxalmente, saem às ruas pedindo a volta dos militares, creio que deveríamos pensar e falar mais seriamente sobre as vantagens de se viver em uma democracia. E se a gente considerar a história da política brasileira, fica evidente que a democracia é uma nota de rodapé. Nós não vivemos sob regime democrático na maior parte da histórica do país. Também por isso, devemos valorizar o que conquistamos de 1980 pra cá.
  • Em que estágio está a democracia brasileira? Amadurecemos enquanto uma nação democrática? Nas últimas três décadas, nós tivemos um processo de expansão dos partidos, que se consolidaram como instituições de representação em nível nacional. O eleitorado cresceu. Consolidou-se um sistema que ainda que não seja rigorosamente bipartidário, acabou se tornando efetivamente quase bipartidário, ou seja, entre duas siglas (PSDB e PT). Segundo especialistas, isso é também indício de uma estabilização do regime democrático brasileiro. Também avançamos na garantia de direitos sociais. No século XX e XXI, o regime democrático é associado à promoção de certos direitos sociais. A ideia de que além de garantir os direitos fundamentais, como políticos, de participação política, e os civis, também é necessário garantir um mínimo de justiça social.
  • Crises políticas comprometem a democracia ou são passageiras?  Na medida que é um sistema de aberta contestação pública – diferentemente de uma ditadura por exemplo – a democracia está inerentemente mais suscetível a crises.  Isso faz parte da natureza democrática, inclusive a existência de grupos antidemocráticos faz parte. Então, faz parte da história da democracia vivenciar crises. Por exemplo, logo após o processo de redemocratização do País, no início dos anos 1990, nós elegemos um presidente da República – Fernando Collor de Melo –  e em seguida vivenciamos um processo dramático de crise com o impeachment dele, mas que conseguiu se solucionar sem colocar em risco o próprio sistema. A questão é saber avaliar a natureza da crise que vivenciamos hoje e que saída podemos encontrar, factualmente, para ela.
  • Para onde vai a democracia brasileira? É muito difícil fazer qualquer prognóstico. Qualquer tipo de previsão da democracia brasileira hoje, em pleno 2018, dado o grau recente de instabilidade das instituições políticas. O cenário político brasileiro nos últimos anos se deteriorou com muita força e rapidez. As instituições políticas (partido, Executivo, Congresso Nacional, Judiciário) não têm se comportado dentro de uma normalidade, de certo padrão, o que torna difícil para qualquer analista da política fazer uma previsão razoável do que está por vir. Nesse aspecto, destacaria dois fenômenos que indicam um cenário pouco promissor da democracia nacional: de um lado, uma crescente ilegitimidade da classe política e das instituições políticas, tais como os partidos e o Congresso Nacional e, de outro lado, um processo de judicialização da política e de politização do judiciário, do qual a Lava-Jato é a maior expressão. O resultado, a curto prazo, desses dois fenômenos, é de aprofundamento da incapacidade das instituições de processarem o conflito e da maior probabilidade de soluções antidemocráticas, como temos visto.
  • É ano eleitoral. Quais são os maiores desafios para os partidos e candidatos? Independentemente de o cidadão se situar ao centro, à esquerda ou à direita, já seria uma meta razoável garantir a realização das eleições. Um dos grandes desafios é manter o calendário eleitoral com o mínimo de respeito às regras eleitorais. Alterações propostas no calor do momento – como adoção de semi-presidencialismo, ou a proibição de certas candidaturas – serão sempre interpretadas como soluções de conveniência e tenderão a tirar a legitimidade daqueles que saírem vitoriosos no pleito deste ano. Um sistema democrático é aquele no qual os indivíduos podem competir pelo poder segundo regras claras e respeitadas por todos participantes. E, num regime democrático, os perdedores de uma eleição tendem a aceitar a derrota. Ele entende que daqui a quatro anos poderá competir novamente e, portanto, concorda com o mandato do adversário.  Com a realização das eleições, talvez as instituições políticas que estão deterioradas possam se recuperar. Isso pode gerar um cenário institucional um pouquinho melhor do que temos agora.
  •  De que forma o eleitor deve se blindar da disseminação de notícias falsas, as chamadas “fake news” nas redes sociais,  para não ser vítima de informações sem credibilidade?  Se a gente considerar que a televisão está em 98% dos lares do Brasil e a internet apenas em metade deles, é preciso reconhecer que os grandes meios de comunicação ainda têm um impacto e poder ideológico muito forte. Com o surgimento das novas mídias e fontes alternativas de informação criou-se uma imprevisibilidade. De qualquer modo, o eleitorado brasileiro não é tão preparado para o exercício do voto. Não temos trinta anos de prática democrática ininterrupta. E o aprendizado do voto exige a decantação de uma cultura, valores, hábitos, etc. Além disso, nós não temos do ponto de vista educacional qualquer tipo de discussão e preparação mais sistemática. Por exemplo, a escola básica é absolutamente precária e vive condições deletérias de funcionamento. Que eleitor é esse que majoritariamente se forma nas escolas brasileiras? Que tipo de informação ele tem? Que capacidade crítica de analisar as informações? Infelizmente, o eleitor será refém das notícias fantasmas e toda forma de manipulação que possam aparecer em 2018. Não existe milagre e o que se fazer para deixar o eleitor prevenido em relação às notícias falsas, enquanto o Brasil não apostar mais em desenvolver uma política educacional séria de longo prazo para todos os cidadãos. Agora, é bem verdade, como notou a filósofa alemã Hannah Arendt, que a mentira é parte integrante da política. Assim, mais uma vantagem de viver em uma sociedade democrática é que essa mentira é constantemente posta à prova e não se tem um controle hegemônico da circulação de informações.
  •  Nos últimos anos, a população ocupou as ruas em defesa de várias pautas. Na sua avaliação, a democracia brasileira será marcada pelo crescimento da pluralidade de atores e demandas? Pode haver uma maior pluralidade, mas acredito que estamos num momento de crise da democracia nacional e não de expansão do regime democrático. Temos um conjunto de problemas absolutamente prioritários que não foram solucionadas, como por exemplo as grandes desigualdades sociais no país, e pautas mínimas como a universalização dos direitos civis básicos. Um trabalhador brasileiro, numa grande cidade do país, não sabe se o policial que fiscaliza a rua é seu protetor, ou o seu inimigo. Além disso, essas novas demandas, como as causas associadas ao movimento contra a homofobia, por exemplo, estão vivendo um processo reativo de questionamento público muito forte, o que, é verdade, não é uma particularidade do nosso país. O assassinato recente da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, é prova de que a reação a essas demandas pode se tornar absolutamente violenta.
  • Qual será o tema mais sensível no processo eleitoral de 2018? Em primeiro lugar, a economia. O que vai dividir os candidatos e servir de critério para a escolha do eleitor é a capacidade do presidenciável melhorar as condições econômicas do país: aumentar o emprego, controlar a inflação, promover políticas de habitação popular. Além disso, dado que a discussão sobre política no país, nos últimos anos, foi muito centralizada em torno à questão da corrupção e que os principais quadros dos mais importantes partidos estão sendo associados a escândalos de corrupção, creio que esse tema também produzirá algum efeito na cabeça de determinados seguimentos do eleitorado. E, penso, que um efeito, em geral, ruim, pois acaba produzindo a sensação de que todos políticos profissionais são corruptos. Isso pode incitar o eleitor a anular o seu voto, ou a escolher alguém pela simples razão desse se apresentar como honesto. O problema é que política não é moral. Não basta ser honesto. O grande número de candidatos que se apresentam como não-políticos é sintoma desse fenômeno. O surgimento de novos partidos, que se autodeclaram diferentes dos partidos tradicionais, também. 

 

 

Pollyanna Dias, jornalista- bolsista Dcom/Fapemig  

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.