Aproximadamente 200 professores da educação pública iniciaram na Universidade Federal de Lavras (UFLA), no mês de novembro, o curso de especialização “Gênero e Diversidade na Escola (GDE)”. Oferecido gratuitamente, o curso objetiva contribuir para a formação continuada de profissionais e parceiros da educação. A previsão é de a conclusão das atividades ocorra em março de 2016.
Esta é a segunda fez que a UFLA promove o curso, gratuitamente, como especialização. Dessa forma, compromete-se a oferecer formação de qualidade a profissionais ligados à educação básica, mantendo-se em diálogo com os outros níveis do ensino público. O Departamento de Educação (DED) é o responsável pela condução dos trabalhos, tendo o apoio do Centro de Educação à Distância da UFLA (Cead/UFLA). O financiamento do Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi).
A realização dos cursos GDE pelo país é incentivada e financiada pelo MEC/Secadi desde 2006. Na UFLA, a primeira oferta do curso como especialização deu-se entre os anos de 2010 e 2012. Em 2013, foi ofertado na modalidade extensão e, em 2014, teve caráter de aperfeiçoamento. Durante esse percurso, as atividades foram desenvolvidas por uma equipe especialmente formada para trabalhar com o conteúdo, composta de profissionais detentores de conhecimento nas temáticas do GDE e, em sua maioria, com grande experiência na educação básica.
O foco das atividades a serem realizadas durante o curso está nas temáticas de gênero e sexualidade, e suas interfaces com outros marcadores sociais, como raça/etnia e temas diversos que tangenciam as discussões, como direitos humanos, movimentos sociais e contexto escolar. Segundo o professor do DED e coordenador do curso, Celso Vallin, a discussão desses temas no contexto da educação básica é importante porque a escola tem sido local em que a cultura do machismo é reproduzida e transmitida a novas gerações.
Ele explica que os preconceitos de gênero, conjugados a outros marcadores sociais (orientação sexual e raça/etnia, por exemplo), intensificam as desigualdades. “Livros didáticos sempre mostravam mulheres de avental, trabalhando em casa, e homens em posições de poder. Ou, então, retratavam princesas sendo cuidadas, sem assumir posições de responsabilidade. Formamos mulheres e homens machistas. Formamos para a desigualdade”, afirma. Para ele, a problematização desses temas e a desconstrução de preconceitos é necessária à construção de um ambiente escolar que respeite as diferenças e seja promotor efetivo da cidadania de todos e todas.