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Exposição de homenagem a Guimarães Rosa estará aberta ao público durante todo o mês

image051Até o final de setembro, a comunidade de Lavras e região terá a oportunidade de mergulhar na obra de Guimarães Rosa de uma forma diferente. Inspirado no trabalho do escritor, o artista plástico Adriano Alves pintou 14 que telas que estão em exposição no Museu Bi Moreira (MBM), câmpus histórico da Universidade Federal de Lavras (UFLA). As telas representam cenas que são fruto do imaginário do artista, produzidas a partir de obras como Sagarana, Grande Sertão: Veredas, Primeiras Estórias, entre outras.

Além das telas, há painéis que narram a biografia de Guimarães Rosa e destacam suas reflexões, sua forma de interpretar a vida. A ambientação ao mundo do escritor se completa com um espaço criado na sala de exposições para projeção digital das paisagens que tematizaram sua obra. Melodias que remetem aos cenários mineiros também auxiliam na composição do ambiente.

A visitação pelo público pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, com entrada franca. Para agendamento de grupos, o interessado deve entrar em contato pelo telefone (35) 3829-1205.

A exposição “Um olhar para o Sertão” é itinerante e constitui uma homenagem ao escritor mineiro. Por iniciativa do Projeto Crea Cultural, já passou por outros três municípios.  A organização das atividades em Lavras é de responsabilidade das coordenadorias de Cultura e de Museus e Patrimônio, ambas ligadas à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da UFLA. Dando sequência ao percurso da exposição em Minas Gerais, já estão previstas mostras em Sete Lagoas, Itaúna, Alfenas e Morro da Garça.

Confira as informações completas sobre a abertura da exposição, realizada durante as comemorações da Semana de Ciência, Cultura e Arte da UFLA.

Sobre Guimarães Rosa

Tela que retrata a personagem Nhorinhá, de Grande Sertão: Veredas.
Tela que retrata a personagem Nhorinhá, de Grande Sertão: Veredas.

O escritor pertence à terceira geração do modernismo, com fortes características regionalistas. Seus contos e romances, em sua maioria, têm como pano de fundo o Cerrado mineiro. Uma das marcas do escritor, e fator de sua inovação na literatura, é a utilização de uma linguagem fiel à popular. Em suas viagens, conversou com jagunços, coronéis, peões, prostitutas e beatas, sempre anotando as peculiaridades dessas conversas, incorporando-as em suas produções.

A experimentação marcou a escrita de Guimarães Rosa, com a recriação da linguagem e recorrência constante a neologismos.  Renovou o romance brasileiro. O caráter de fábulas de suas histórias revela uma visão global da existência, fundindo tudo numa realidade em que estão presentes os planos geográfico, folclórico, social, econômico, político e psicológico, transmitidos pela sua arte de escritor.

Nascido em Cordisburgo, pequena cidade do interior de Minas Gerais que fica a cerca de 330 Km de Lavras, Guimarães Rosa deu início a seus escritos aos 38 anos, produzindo a uma obra que conquistou o respeito e a admiração do público. Era também médico e diplomata. Morreu em 1967, aos 59 anos, apenas três dias após assumir a cadeira na Academia Brasileira de Letras.

Obras

– Magma (poesias – 1936): não chegou a publicar.

– Sagarana (1946 – contos e novelas regionalistas): livro de estréia. A palavra sagarana é um dos neologismos de autoria de Guimarães Rosa.

– Corpo de Baile (1956 – novelas), obra atualmente publicada em três partes: Manuelzão e Miguilim; No Urubuquaquá, no Pinhém; Noites do Sertão.

– Grande Sertão: Veredas (1956), considerada a obra-prima do escritor e um dos melhores romances da literatura brasileira. Trata-se de um monólogo do início ao fim do livro.

– Primeiras estórias (1962)

– Tutaméia – Terceiras estórias: causou furor no meio literário e dividiu a crítica, porém, fez grande sucesso com o público. Foi o último livro que Guimarães Rosa publicou em vida.

– Obras póstumas: Estas estórias (1969 – contos); Ave, palavra (1970 – diversos).

Às vezes, quase acredito que eu mesmo, João, seja um conto contado por mim.

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Você conhece meus cadernos. Quando saio montado num cavalo, pela minha Minas Gerais, vou tomando nota das coisas. O caderno fica impregnado de sangue de boi, suor de cavalo, folha machucada. Cada pássaro que voa, cada espécie, tem voo diferente. Quero descobrir o que caracteriza o voo de cada pássaro, a cada momento. Eu não escrevo difícil. Eu sei o nome das coisas. Guimarães Rosa

Sobre Adriano Alves, pintor das telas em exposição

Adriano Alves nasceu em São Paulo e mora há mais de 30 anos em Belo Horizonte. Desenhando desde os quatro anos de idade, resolveu trabalhar com arte apenas aos 24. Passou pelo teatro como ator e figurinista. Trabalhou também na criação de adereços para cenários. A inquietação para criar materializou-se na pintura de camisetas e logo foi transferida para telas e papéis, utilizando tinta acrílica. É ilustrador de capas de livros infantis e trabalhou com criação de projetos gráficos para diferentes artistas.

Com a proposta do Crea Cultural para que mergulhasse no mundo de Guimarães Rosa e representasse em tela a produção do escritor, viveu o desafio de sua primeira exposição. Na criação das 14 telas, priorizou cores e tons alegres. “Quando leio os textos de Guimarães, só consigo imaginar cada cena, cada passagem com cor, e o próprio autor descreve as cores”, escreveu Tiago.

Exposição sobre Guimarães Rosa terá abertura oficial nesta segunda-feira (31/8)

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Imagem de um dos quadros de Adriano Alves, inspirado na obra de Guimarães Rosa.

Oferecer um mergulho na obra do escritor Guimarães Rosa por meio da apreciação de pinturas inspiradas nos contos do autor: essa é a proposta da exposição “Um olhar para o Sertão”, que estará aberta ao público no Museu Bi Moreira (Universidade Federal de Lavras – UFLA) durante o mês de setembro. A abertura oficial ocorrerá em 31/8, às 14h, como parte da programação da Semana de Ciência, Cultura e Arte da UFLA.

Os quadros foram pintados pelo artista plástico Adriano Alves e estarão acompanhados de painéis de tecido com material biográfico, que irá contar os passos do escritor brasileiro. Para o coordenador de Cultura da UFLA, professor Silvério Coelho, a exposição tem efeitos que vão além da divulgação e valorização da obra de Guimarães Rosa. “É uma oportunidade para incentivar, principalmente nas gerações mais novas, o gosto pela literatura e pela pintura, tendo como motivação a obra desse grande escritor mineiro”.

A exposição, iniciativa do Projeto Crea Cultural, é itinerante. Na UFLA a organização é de responsabilidade das coordenadorias de Cultura e de Museus e Patrimônio, ambas ligadas à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec). O público poderá comparecer ao Museu Bi Moreira (MBM) para apreciar os trabalhos de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h. O agendamento de grupos poderá ser feito pelo telefone (35) 3829-1205.

A última exposição itinerante que esteve no MBM foi “Leonardo da Vinci: Maravilhas Mecânicas”, com avaliação positiva do público e da coordenadora de Museus e Patrimônio Histórico da UFLA, professora Ângela Maria Soares. “Foi muito gratificante para nós, porque tivemos um número muito expressivo de visitantes e alto comparecimento das escolas, inclusive de outros municípios”, comenta.

Extensão especial da programação

Para complementar a experiência do público com Guimarães Rosa, será realizada às 19h, no Salão de Conveções da UFLA, uma narração de histórias, a ser feita pela prima do escritor – Dôra Guimarães. Professor Silvério destaca que o trabalho de Dôra tem como base o realismo mágico, o regionalismo e os neologismos constantes na obra de Guimarães Rosa. A narração das histórias contará também com a participação de Tiago Goulart, que integrou o Grupo Miguilim por dez anos, tendo também atuado como guia e contador de estórias no Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo.

O evento é aberto a todo o público. A previsão é de que a apresentação tenha duração de 50 minutos.

Um pouco mais sobre Guimarães Rosa

Guimarães Rosa pertence à terceira geração do modernismo, com fortes características regionalistas. Seus contos e romances, em sua maioria, têm como pano de fundo o Sertão brasileiro. Uma das marcas do escritor e fator de sua inovação na literatura é a utilização de uma linguagem fiel à popular. Em suas viagens, conversou com jagunços, coronéis, peões, prostitutas e beatas, sempre anotando as peculiaridades dessas conversas, incorporando-as em suas produções.

A experimentação marcou a escrita de Guimarães Rosa, com a recriação da linguagem e recorrência constante a neologismos.  O caráter de fábulas de suas histórias revela uma visão global da existência, fundindo tudo numa realidade em que estão presentes os planos geográfico, folclórico, social, econômico, político e psicológico, transmitidos pela sua arte de escritor.

Nascido em Cordisburgo, pequena cidade do interior de Minas Gerais, Guimarães Rosa deu início a seus escritos aos 38 anos, produzindo a uma obra que conquistou o respeito e a admiração do público. Era também médico e diplomata. Morreu em 1967, aos 59 anos, apenas três dias após assumir a cadeira na Academia Brasileira de Letras.

Obras

– Magma (poesias – 1936): não chegou a publicar.

– Sagarana (1946 – contos e novelas regionalistas): livro de estréia. A palavra sagarana é um dos neologismos de autoria de Guimarães Rosa.

– Corpo de Baile (1956 – novelas), obra atualmente publicada em três partes: Manuelzão e Miguilim; No Urubuquaquá, no Pinhém; Noites do Sertão.

– Grande Sertão: Veredas (1956), considerada a obra-prima do escritor e um dos melhores romances da literatura brasileira. Trata-se de um monólogo do início ao fim do livro.

– Primeiras estórias (1962)

– Tutaméia – Terceiras estórias: causou furor no meio literário e dividiu a crítica, porém, fez grande sucesso com o público. Foi o último livro que Guimarães Rosa publicou em vida.

– Obras póstumas: Estas estórias (1969 – contos); Ave, palavra (1970 – diversos).