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PRP avalia participação positiva da comunidade acadêmica em edital para formação de redes de pesquisa em áreas estratégicas

Em março, a Universidade Federal de Lavras (UFLA), por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP), lançou o “Programa de Apoio à Formação de Redes de Pesquisa em Áreas Estratégicas”. Inédita na instituição, a iniciativa envolveu, como primeira ação, a publicação de edital com chamada para propostas especiais de pesquisa que contemplassem o tema “Consumo de café em instituições públicas: sustentabilidade e qualidade no método de preparo de café em larga escala”.  De acordo com o edital, o projeto selecionado receberá apoio financeiro no valor de 30 mil reais.

Encerrado o período de inscrições em 11/5, o pró-reitor de Pesquisa, professor Teodorico de Castro Ramalho avaliou positivamente a participação da comunidade acadêmica. “Recebemos quatro projetos robustos de pesquisa, que envolvem, no total, 45 proponentes nos grupos de trabalho, entre eles professores, técnicos administrativos e estudantes de graduação e pós-graduação”, relata. De acordo com o pró-reitor, as propostas e as redes de pesquisa que se apresentaram mostram-se multidisciplinares. Ao todo, nove departamentos estão envolvidos nas propostas. “Ficamos felizes em constatar o compromisso com a pesquisa e a vontade de nossa comunidade de produzir, especialmente por não se tratar de apoio financeiro muito alto; por haver a exigência desafiadora de geração de um novo produto/ nova tecnologia em um prazo curto de 12 meses e por tratar-se de um problema de pesquisa bastante aplicado”.

Ainda segundo Teodorico, as propostas são atrativas e diversificadas. “Temos grupos que propõem novas tecnologias para máquinas de preparo do café e grupos que propõem soluções sustentáveis envolvendo resíduos provenientes do consumo de café ou envolvendo embalagens e cápsulas. O trabalho da comissão julgadora não será fácil”, afirma. A seleção será feita por servidores nomeados pela Portaria PRP nº 002, de 14 de maio de 2018, que inclui representantes tanto da PRP como de quatro departamentos da UFLA. A divulgação dos resultados está prevista para 9/6.

Um pouco mais sobre o novo Programa

Com o Programa, a Direção Executiva da UFLA busca contribuir para o desenvolvimento de estudos científicos considerados estratégicos, que apresentem soluções e novas tecnologias para problemas atuais, sob esforços coordenados de forma multidisciplinar, envolvendo diferentes áreas do conhecimento. São também objetivos do programa a inserção de novos pesquisadores em grupos de pesquisa já consolidados; a formação de novos grupos de pesquisa e o estímulo ao surgimento de redes colaborativas entre professores da UFLA.

A linha temática definida para esta edição do Programa busca estimular o desenvolvimento de um método ou tecnologia de preparo de café capaz de solucionar o desafio hoje vivido por instituições públicas que têm consumo da bebida em larga escala. As tecnologias atualmente disponíveis exigem investimentos financeiros altos ou mesmo não atendem ao quesito sustentabilidade – como é o caso do café em cápsulas, que tem utilização questionada em função de as cápsulas não serem biodegradáveis e serem de difícil reciclagem. É, então, necessário conciliar preservação da qualidade do café durante o preparo, sustentabilidade e baixo custo. Assim, ao final do prazo de execução do projeto, espera-se chegar a uma solução, inclusive com possibilidade de patente.

O pró-reitor de Pesquisa explica que a escolha do tema para este primeiro edital baseou-se na extensa trajetória de tradição da UFLA na pesquisa com café, o que garante à instituição e seus pesquisadores competência especializada para avançar com a geração de tecnologias. “Temos diferentes segmentos e pesquisadores envolvidos com a temática – Pólo de Excelência do Café, INCT Café, Agência de Inovação do Café, Centro de Processamento de Produtos Agrícolas (laboratório multiusuário). Mas a intenção, pelo Programa, é que um novo edital seja publicado anualmente, lançando novas temáticas estratégicas. Há apenas a dependência da existência de recursos”, diz.

O Programa de Apoio à Formação de Redes de Pesquisa em Áreas Estratégicas, de acordo com a PRP, além de editais temáticos, deverá incluir a realização de workshops na Universidade, também para discutir temáticas complexas, com envolvimento de equipes de diferentes áreas dedicadas aos temas.

UFLA e InovaCafé comemoram participação na Expocafé 2018

A Expocafé, maior evento nacional de transferência de tecnologias para a cafeicultura, encerrou, na última sexta-feira (18/5), sua 21ª edição. Realizado no Campo Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em Três Pontas/MG, o evento contou com 160 empresas expositoras e público estimado de 12 mil pessoas ao longo de três dias de realização. A Universidade Federal de Lavras (UFLA), idealizadora da feira e hoje parceira e membro do conselho gestor, marcou presença com um estande histórico, concebido pela Agência de Inovação do Café (InovaCafé).

Os visitantes puderam ter acesso a informações e imagens que contaram uma trajetória iniciada em 1998, quando a cafeicultura sul mineira era majoritariamente manual e grande parte dos produtores não tinha acesso à mecanização. “A proposta do estande foi construir um espaço para resgatar a memória da Expocafé e dar destaque àqueles que contribuíram para que ela se tornasse a maior feira de café do Brasil”, destacou o diretor da InovaCafé, Luiz Gonzaga de Castro Junior. “A Expocafé cumpriu e tem cumprido sua missão, que é viabilizar, verdadeiramente, a mecanização para os produtores”, completou.

O estande também trouxe mais uma novidade: a participação da Cafeteria CafEsal, cafeteria escola da Universidade. O time de colaboradores, formado por estudantes, contabilizou 170 litros de café, divididos em café coado e bebida gelada à base de café. “A feira foi uma excelente oportunidade para dar visibilidade à nossa cafeteria escola, que é um laboratório de ensino e pesquisas fundamentado no tripé produção/indústria/cafeteria. Pudemos proporcionar, ainda, condições para que os estudantes vivenciassem a realidade de feiras e grandes eventos, além do contato com produtores de todo o país”, ressaltou Castro Junior.

A Editora UFLA, comemorando 20 anos de existência, também compôs a estrutura do estande, comercializando livros e publicações vinculadas à cafeicultura e ao agronegócio. Para 2018, o diretor da InovaCafé informou que planeja a ampliação do projeto da UFLA ligado à história da Expocafé, com mais memórias, informações, conhecimentos e benefícios para todo o setor cafeeiro.

Impressões – O estande histórico da InovaCafé/UFLA reuniu centenas de visitantes e alguns deles aproveitaram para relembrar a trajetória da feira e de seus próprios negócios. O produtor Rene Pires Eustachio, de 95 anos, que possui propriedades em Casa Branca/SP e Bambuí/MG, contabiliza a participação em 15 edições da Expocafé. “Nasci em uma fazenda de café e desde cedo já tinha intimidade com a lavoura. Formei-me dentista e fiz carreira como ortodontista, mas nunca me distanciei do café. Agora me dedico à cafeicultura e quero acompanhar tudo o que existe de novidade em termos de técnicas e máquinas, para que eu possa aplicar nas minhas propriedades. Para quem tem história, como eu, o estande da UFLA mostrou-se um repositório extraordinário”, atestou.

Armindo Oliveira, ex-produtor de café e hoje proprietário de torrefação na cidade de Crucilância/MG, também registra diversas participações na feira. “A Expocafé consegue juntar todos os elos da cadeira produtiva do café e foi responsável por mudar a mentalidade da região e do país em relação à produção, ao manejo e à tecnologia”, disse. “Vendo as imagens do estande, é impressionante constatar o desenvolvimento da feira e o aumento de sua estrutura”, finalizou.

Ascom InovaCafé

Egresso da pós-graduação da UFLA recebe homenagem em Moçambique

Gonçalves Jotamo Marrenjo foi homenageado em Moçambique, em função de produção acadêmica desenvolvida no PPGCS/UFLA.

O egresso do curso de mestrado em Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras Gonçalves Jotamo Marrenjo foi homenageado por mérito científico na Aula Inaugural 2018 da Universidade Pedagógica de Moçambique, onde é professor. A honraria recebida está relacionada com a produção acadêmica de Gonçalves, desenvolvida durante o período de pós-graduação na UFLA.

Para realizar a pós-graduação entre 2013 e 2015, contou com bolsa do Programa de Estudantes-Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG), viabilizado pela parceria entre Ministério das Relações Exteriores (MRE), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

De acordo com o professor do Departamento de Ciência do Solo (DCS) Yuri Zinn, orientador de Gonçalves, o então estudante participou de duas publicações durante o período. “Logo ao iniciar seu curso, como treinamento preliminar, Gonçalves compilou a literatura sobre mudanças nos teores de Carbono (C) e Nitrogênio (N) dos solos brasileiros cultivados, tabelando os dados e realizando uma meta-análise estatística, parecida com a que desenvolvi no meu próprio doutorado em 2003”, explicou.

Os resultados do estudo foram publicados em periódico científico de importância – Agriculture, Ecosystems & Environment –  e demonstraram que os solos brasileiros cultivados perdem 14% de seu carbono orgânico e nitrogênio em comparação com a vegetação nativa. “Isso é importante não só porque comprova a estabilidade da matéria orgânica do solo no Brasil, em relação a países temperados, mas também porque a razão C:N do solo, considerada um indicador da qualidade do solo, não se altera significativamente mesmo em solos degradados ou melhorados.”, acrescenta o professor.

Yuri relata, ainda, que após esse treinamento, Gonçalves foi a campo amostrar solos para estudo similar, porém não vinculado ao primeiro trabalho. Desta vez o foco foi sobre o cultivo de arroz inundado no Sul de Minas Gerais e deu origem a sua dissertação de mestrado, que gerou trabalho publicado em 2016 no jornal Pesquisa Agropecuária Brasileira, da Embrapa. “Entre outros resultados, esse trabalho apresentou os primeiros estudos de micromorfologia do solo sob arroz inundado no Brasil, em coautoria com outro aluno do Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo (PPGCS), Eduane Pádua, e envolveu parceria tripla da UFLA com a Universidade Pedagógica de Moçambique e a Epamig, à qual pertence a área experimental”, diz Yuri.

De acordo com o orientador de Gonçalves, a premiação recebida pelo egresso evidencia os benefícios das cooperações internacionais, tanto para a UFLA, quanto para a universidade à qual o estudante está ligado. “Ao recebermos alunos de países em desenvolvimento para cursar pós-graduação, iniciamos parcerias importantes não só para a inserção internacional da UFLA, mas especialmente para a própria universidade estrangeira, conforme bem demonstra a premiação oferecida ao ex-aluno. Isso é especialmente importante quando os recursos de fomento são escassos, como é o caso agora”, afirma.

Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.

BRFair, CLAC e UFLA realizam Semana FairTrade em comemoração ao Dia do Comércio Justo

Em maio, mais especificamente no segundo sábado do mês, é comemorado o Dia Internacional do Comércio Justo. Com o intuito de celebrar a data, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) sediará, nos dias 21 a 25, uma série de atividades envolvendo o projeto “Universidades Latino-Americanas pelo Comércio Justo”. A iniciativa será coordenada pela Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil (BRFAIR) e pela Coordenadora Latino-Americana e do Caribe de Pequenos Produtores e Trabalhadores do Comércio Justo (CLAC), em parceria a Agência de Inovação do Café (InovaCafé) e a Cafeteria Escola CafEsal. 

A programação terá início no dia 21, na CafEsal, com a Semana dos Cafés Certificados Fairtrade. Ao longo de toda a semana, será ofertado um cardápio especial com cafés de diferentes produtores servidos em métodos especiais de preparo. A Sugestão da Barista (opção de bebida à base de café que varia semanalmente) também será diferenciada, por meio da harmonização de suco de laranja com certificação FairTrade com os cafés da semana.  

Os dias 22 e 23 serão destinados a reuniões de organizações certificadas e de pequenos produtores. Já no dia 24, no anfiteatro da InovaCafé, acontece reunião da comunidade acadêmica com os produtores da BRFAIR e de associações de cafeicultores e produtores de laranja vinculados ao Fairtrade, apresentando demandas e ideias relacionadas à área de pesquisa e extensão, de acordo com a necessidade de suas cooperativas, comunidades e organizações. À tarde, haverá a culminância das atividades na Cafeteria CafEsal.      

A UFLA é reconhecida pelas suas ações focadas em sustentabilidade e é considerada a instituição de ensino mais sustentável da América Latina. Em 2014, a BRFAIR e a CLAC iniciaram seu relacionamento com a universidade, apresentando o projeto de Universidades Latino-Americanas pelo Comércio Justo. Após cumprimento de alguns critérios, a UFLA foi reconhecida pelo comitê internacional como a primeira Universidade pelo Comércio Justo do Brasil.  

Sobre o Comércio Justo (Faitrade)

O Fair Trade contribui para o desenvolvimento sustentável ao proporcionar melhores condições de troca e a garantia dos direitos para produtores e trabalhadores à margem do mercado. Trata-se de uma parceria comercial, baseada no diálogo, na transparência e no respeito, visando maior equidade no comércio internacional. Além disso, busca-se contribuir para o desenvolvimento sustentável, por meio de melhores condições de troca e garantia dos direitos para produtores e trabalhadores à margem do mercado, principalmente no Hemisfério Sul.

Ascom InovaCafé

UFLA recebe Swami Ramananda em palestra sobre paz e compaixão em tempos de conflito

Na última segunda-feira (14/5), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) recebeu o monge americano de Yoga, Swami Ramananda na palestra “Cultivando a paz e compaixão em tempos de conflitos”, realizada no Anfiteatro do Departamento de Administração e Economia (DAE/UFLA).

Na ocasião, o palestrante abordou sobre como os ensinamentos e práticas do Yoga podem auxiliar as pessoas a encontrar solo firme em meio a tantas turbulências do mundo, tornando-as consciente dos seus medos e conflitos internos, para assim fazer as pazes com seu próprio coração e transmitir essa mensagem de paz.

Swami Ramananda é um monge do Yoga Integral reconhecido mundialmente, que tem se dedicado à prática por mais de 40 anos. Atualmente mora na cidade de Buckingham, Virginia, nos Estados Unidos.

A palestra contou com a presença de cerca de 80 pessoas de Lavras e região, sendo arrecadados alimentos não perecíveis, bem como roupas e calçados, que foram destinados para entidades filantrópicas da cidade.

O evento foi promovido em parceria com o projeto da UFLA de “Yoga e Qualidade de Vida”, coordenado pela professora do DAE, Viviane Santos Pereira e o Centro de Yoga Integral Satchidananda (CYIS).

Interessados em acompanhar outras informações podem solicitar a participação no grupo Yoga na Capela do Facebook.

Luciana Tereza- estagiária Dcom/UFLA, com colaboração da professora do DAE, Viviane Santos Pereira.

Arduino Day 2018/Lavras será realizado neste sábado na UFLA

 O Grupo de Pesquisa NanoMat do Departamento de Física da Universidade Federal de Lavras (DFI/UFLA) promoverá o Arduino Day 2018 – Lavras, no próximo sábado (19/5), das 8h às 18h, no Anfiteatro do DFI. Na sua segunda edição, o evento contará com palestras, minicursos e espaços para mostra de projetos e troca de experiências.

O evento marca o aniversário da plataforma Arduino,  uma ferramenta aberta e livre para o desenvolvimento de projetos de hardware e software. Com ele, é possível, por exemplo, realizar projetos de robótica e automação residencial. Na data ocorrem eventos simultaneamente em vários lugares do mundo, organizados pela comunidade de aficionados com o Arduino ou pelos seus fundadores.

O dia será destinado a palestras, conversas e minicursos para os diversos níveis de conhecimento sobre o assunto. A programação ainda contempla uma automação de tarefas por meio de programação de microcontroladores. Os participantes terão a oportunidade de expor projetos na área e os três melhores ainda serão premiados em dinheiro: 1º lugar- R$300; 2ª lugar- R$150; 3º lugar- R$50.

O Arduino Day é gratuito e aberto a toda a comunidade. Os interessados em participar devem se inscrever aqui. Acesse a programação na imagem acima. 

Mais informações podem ser obtidas no site ou no evento no Facebook.

Luciana Tereza- estagiária Dcom/UFLA.

Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira dá início às atividades da Expocafé 2018

 O 9º Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira deu início, nessa terça-feira (15/5), à programação da Expocafé 2018, realizada na cidade de Três Pontas/MG. Organizado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), por intermédio do professor do Departamento de Engenharia, Fábio Moreira da Silva, e de equipe técnica da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig/Lavras), o evento permitiu o intercâmbio de informações sobre tecnologias e produção mecanizada, por meio de palestras vinculadas ao tema central “Manejo mecanizado e colheita seletiva visando à qualidade do café”.  

O simpósio reuniu pesquisadores, professores, universitários, técnicos e cafeicultores de diversos estados brasileiros.   O dispositivo de honra foi composto pelo professor Fábio Moreira da Silva, o diretor de Operações Técnicas da Epamig, Trazilbo José de Paula Júnior, a responsável da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Café), Roseane Vilela, e o coordenador técnico da Expocafé e pesquisador da Epamig, César Elias Botelho.  

Idealizador do simpósio em 2010, Fábio Moreira referiu-se à Expocafé como “a maior feira da cafeicultura mundial com foco em manejo de lavoura, colheita e toda a tecnologia destinada à melhoria da produtividade do café no Brasil”. Em sua fala de abertura, o professor ressaltou o avanço da cafeicultura em termos tecnológicos. “A atividade, hoje, está mais moderna e renovada, permitindo que a safra seja mais estável. Temos muito o que comemorar em termos de avanços, mas é preciso que momentos como este aconteçam para que possamos debater, aprender e crescer sempre mais, sobretudo em um momento em que a demanda por cafés especiais aumentou substancialmente”, destacou.  

Trazilbo José de Paula Júnior, por sua vez, mencionou a importância do tema cafeicultura para a Epamig, sendo um dos 12 programas de pesquisa da instituição. “Estamos cada vez mais convencidos do importante papel das tecnologias agrícolas e da inovação em todas as etapas, do plantio à pós colheita. O dia de hoje é fundamental para que conheçamos os resultados do que vem sendo realizado, de forma muito proveitosa”, disse.     

Palestras

Após os pronunciamentos, foi aberto o ciclo de palestras. A primeira delas, “Tecnologia de preparo do solo e plantio do cafeeiro”, ministrada por Daniel Veigas Soares, da Reagro, trouxe exemplos de lavouras mecanizadas, destacando fatores como o alinhamento de plantio, com maior comprimento de rua em linhas que facilitam a atuação das máquinas. “Buscamos sempre o bom plantio, o preparo adequado do solo e uma carga equilibrada de produtividade ao longo dos anos”, informou.  

O palestrante mencionou a necessidade de um planejamento prévio, que envolve, antes da preparação do solo, definição de área, variedade, maturação, espaçamento, época do plantio, entre outras necessidades. Ele também explicou sobre a sistematização do terreno, com o cumprimento de etapas que abrangem a aplicação de calcário, se necessário, a passada de grades pesada e leve, a subsolagem e a detecção do ponto de umidade do solo. Ele ainda trouxe informações relativas a plantadeiras e apresentou um exemplo de dimensionamento de máquinas e mão de obra com vistas à melhor organização da atividade.    

O consultor e engenheiro Hélio Casale foi o responsável pela segunda palestra do dia, intitulada “Diferentes manejos para sustentabilidade econômica”. Sua apresentação teve início com a seguinte definição: “O café é uma cultura que dá estabilidade ao proprietário, à economia da região, distribui melhor a renda, ocupa mão de obra na seca, não é perecível e valoriza o solo que ocupa”.

Em termos de manejo, Casale citou quatro tipos. Segundo definiu, o manejo dos matos é feito para manter o solo sempre recoberto de matos mortos ou semimortos, visando reduzir a erosão superficial, regular a temperatura do solo, manter a biodiversidade vegetal e aumentar o teor da matéria orgânica do solo.   O manejo das águas é realizado de forma a cuidar para que toda a água de chuvas ou de irrigação fique retida, sendo lentamente cedida para as plantas, evitando estresse que causa a interrupção do crescimento normal. Já o manejo das plantas objetiva manter hastes verticais com desbrotas logo após a colheita e um repasse em fevereiro de cada ano, visando o Índice de Áreas Foliar (IAF) ideal. Por fim, o manejo equilibrado da fertilidade prevê a análise do solo a cada dois anos, assim como das folhas, que deve acontecer antes de cada adubação e da florada principal.  

Dando sequência às palestras, o engenheiro agrônomo da UTZ-Certified, Eduardo Sampaio, trouxe a temática “Desafios e soluções para a cafeicultura do Brasil em relação às variabilidades climáticas”. Segundo ele, ao produzir cafés é preciso levar em consideração pontos como fraquezas, fortalezas, ameaças e oportunidades. “Como fraquezas ressalto a questão da união, o pouco conhecimento dos concorrentes e das tarifas internacionais e a desconexão entre urbano e rural”, disse. Como fortalezas, foram citados fatores como tradição, pesquisa, clima, cadeira organizada, maquinário, produção e processamento e mercado interno.  

Já em relação às ameaças, Sampaio mencionou o uso intensivo de insumos, temperaturas extremas, radiação excessiva, legislação trabalhista não atualizada, qualidade de mão de obra e custo da terra. Quanto às oportunidades, teve especial menção a demanda por cafés especiais. Como adequações à variabilidade climática, foram destacados o melhoramento genético e plantas modificadas, novas metodologias de implantação/manejo e melhoria da condição climática para o café, independentemente da variedade.    

Outras contribuições

O professor do Instituto Federal do Sul de Minas, José Marcos Angélico de Mendonça, abordou o tema “Inovações na pós-colheita e qualidade do café”. Ele trouxe questões como a fermentação do café, processo de alta complexidade com fatores de ampla variação. “Quando conseguimos atingir o equilíbrio, as condições e o tempo adequado, criamos uma nova roupagem para um café que era tido como defeituoso”, ressaltou. Sobre a secagem, Mendonça reforçou que o limite máximo para que ela ocorra é de 40º. A palestra também trouxe informações sobre as metodologias de avaliação de café utilizadas no Brasil e a descrição de padrões sensoriais, conforme instruções normativas.  

O engenheiro agrícola da Penagos, Ezequiel de Oliveira, deu prosseguimento às atividades, abordando o tema “Novas tecnologias de pós colheita e secagem do café”. Para ele, é preciso atuar na redução da “janela” de colheita do café, por meio de investimentos em tecnologias e máquinas, a fim de processar maior volume em um período mais curto. Promovendo a redução, diminui-se a incidência de café no chão, colhe-se mais cedo e mais rápido, reduz-se os custos de colheita e pós colheita e melhora-se os resultados de bebida da propriedade.  

O tema subsequente, “Estratégias para maior uniformidade de maturação e qualidade de bebida”, foi conduzido pelo agrônomo e suporte técnico da Satis, César Pirajá. Ele trouxe como exemplo de inovação de um produto que promove um ganho na quantidade de frutos cereja e um menor índice de café de chão, por meio de aplicação via folha. Como aconselhamento aos produtores, Pirajá destacou a procura por informações advindas de universidades e centros de pesquisas, assim como novas tecnologias disponíveis, que podem apresentar uma boa relação custo/benefício.  

Por sua vez, a palestra “Gestão da qualidade na produção de café” foi ministrada pela cafeicultora e presidente da Brazil Specialty Coffee Association (BSCA), Carmen Lúcia Chaves de Brito. Ela tratou da importância dos processos de gestão na produção de cafés especiais, dando um testemunho do que ocorre em sua propriedade. Segundo acredita, a construção de uma equipe comprometida e sensibilizada com a produção irá garantir a qualidade do resultado final. Ela também mencionou questões estratégicas do negócio, como investimentos e a constante busca por inovações e melhoramentos genéticos visando resultados qualitativos.  

Encerrando as contribuições do dia, foi ministrada pelo professor Fábio Moreira (DEG/UFLA) a palestra “Avanços tecnológicos na colheita seletiva visando à qualidade do café”. Ele dissertou sobre os parâmetros necessários para realizar a colheita seletiva, como regulagem de máquinas e indicações de duas e até 3 passadas de colhedora, o que tem aumentado a possibilidade de o Brasil fornecer cafés especiais. Ele explicou, ainda, como calcular o índice de colheita, que correlaciona a velocidade com a vibração da máquina, visando a maior eficiência do processo.  

Ascom InovaCafé 

Estande da UFLA na Expocafé traz resgate histórico da feira

O estande da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Agência de Inovação do Café (InovaCafé) na Expocafé 2018,  maior evento nacional de transferência de tecnologias para a cafeicultura e apresentação de novidades em máquinas e equipamentos, foi sucesso de público logo em seu primeiro dia de visitação, nessa quarta-feira (16/5). O local reuniu centenas de pessoas, que puderam passear pela história da feira, cujos primórdios datam de 1998.  

Concebida por uma equipe da UFLA, a Expocafé buscou, logo em sua primeira edição, atuar frente à significativa carência em relação aos equipamentos destinados à cafeicultura, praticamente desconhecidos dos produtores do Sul de Minas, de elevado preço e de baixa eficiência. Assim, o estande conta os principais fatos ligados a essa trajetória, por meio de painéis contendo fotos, artes gráficas e principais marcos ano a ano.  

O estande temático contempla, ainda, ilha da Cafeteria Escola CafEsal, comandada por estudantes da Universidade, com oferta de café e bebida gelada à base de café, além de espaço destinado à Editora UFLA, que comemora 20 anos de existência, com a comercialização de volumes ligados à cafeicultura e demais atividades agrícolas.  

Alisson Mesquita Assunção e Rosilena Mendonça Assunção ficaram encantados com os painéis adesivados no local, ressaltando que a história da feira é a própria história de evolução da cafeicultura. “Eu, que sou cafeicultor, fico impressionado ao constatar o quanto avançamos em termos tecnológicos e de conhecimento. Lembro bem, logo nas primeiras edições, da derriçadora de azeitonas adaptada para a cafeicultura, importada da Itália e trazida para apresentação em dinâmicas de campo”, destacou Alisson.  O estande da UFLA/InovaCafé pode ser visitado até as 18 horas de sexta-feira (18/5).  

Abertura oficial

Na manhã de quarta-feira, aconteceu a abertura oficial da Expocafé 2008, na tenda de eventos local, com a presença maciça de autoridades locais, da região e do estado, entre as quais esteve o pró-reitor de Extensão e Cultura da UFLA, João José Granate de Sá e Melo Marques, no ato representando o reitor José Roberto Soares Scolforo.  

A solenidade também contou com o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento em exercício, Amarildo José Brumano Kalil, o presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Rui da Silva Verneque, o deputado estadual Emidinho Madeira, o presidente da Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), Marco Valério Araújo, o prefeito municipal de Três Pontas, Luiz Roberto Laurindo Dias, além de representantes de órgãos, instituições e cooperativas.  

Após a solenidade, o pró-reitor da UFLA, durante visitação ao estande, destacou a contribuição, ao longo de 21 anos, da universidade pública, que tem como uma de suas principais atribuições servir à sociedade. “Hoje a feira atingiu um nível de profissionalismo e dinamismo tal que permite à UFLA considerar sua missão como inteiramente bem sucedida, permitindo que concentremos em nossas finalidades de ensino, pesquisa e extensão”, pontuou.

Ascom Inovacafé

UFLA participou de evento em Brasília para discussão das estatísticas brasileiras de café

O chefe do Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA), professor Renato Fontes, participou na última sexta-feira (11/5), em Brasília, do Seminário Estatísticas Brasileiras de Café, que teve como tema o “Aprimoramento Doméstico e Alinhamento Internacional”. O evento abordou a questão das estatísticas nacionais e as formas necessárias para que sejam aprimoradas e equiparadas ao modelo internacional, tendo em conta o impacto do tema para o agronegócio do café.

Durante o seminário, o professor apresentou o trabalho da UFLA na área e as possibilidades de contribuição com os agentes do agronegócio do café. “A Universidade, com a constante geração de conhecimento, assume importância no cenário nacional e internacional e contribui para o desenvolvimento de produtos e processos essenciais a esse ramo do agronegócio”, comenta Renato.

O evento foi realizado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a organização foi do Conselho Nacional do Café (CNC). O presidente executivo do CNC, deputado Silas Brasileiro, e o diretor executivo da Organização Internacional do Café (OIC), José Dauster Sette, conduziram as atividades, que contaram com a presença de presidentes de cooperativas cafeeiras do Brasil, diretores do Mapa e superintendentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), diretores da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Associação Brasileira de Café Solúvel (Abics), Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafe) e Confederação de Agricultura e Pecuária (CNA).

 

UFLA e Expocafé: contribuições históricas para a cafeicultura

Em 2018, a Expocafé, a maior feira nacional de transferência de tecnologia e de extensão do agronegócio café, completa 21 anos de existência. Realizado atualmente pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), o evento teve, em seus primórdios, a fundamental contribuição da Universidade Federal de Lavras (UFLA) como idealizadora e realizadora das edições de 1998 a 2009 e, hoje, como parceira e integrante do conselho gestor. Com a intenção de relembrar alguns momentos emblemáticos da história da Expocafé, a UFLA, por intermédio da Agência de Inovação do Café (InovaCafé), desenvolveu um estande, aberto à visitação de 16 a 18 de maio.  

O público poderá ter acesso aos principais marcos da feira ao longo dos anos, além de fotos e materiais gráficos que marcaram sua trajetória. E para entender em que circunstâncias se deu o surgimento da Expocafé, é preciso voltar no tempo, mais precisamente ao cenário da cafeicultura no Sul de Minas encontrado na década de 1990.  

Em 1997, o projeto “Avaliação de métodos de colheita de café” – capitaneado pelo professor de Engenharia Agrícola da UFLA, Nilson Salvador, em parceria com o também professor da área, Fábio Moreira da Silva – era responsável por avaliar máquinas de arruação, colheita e limpeza. A fazenda do “Sr. Juquinha”, um dos grandes produtores de café da região, localizada em Santana da Vargem/MG, foi o local escolhido para a realização do trabalho.   Durante as avaliações, observou-se uma significativa carência em relação aos equipamentos destinados à cafeicultura.

O maquinário existente no mercado era praticamente desconhecido dos produtores, de elevado preço e de baixa eficiência. À época, a colheita era praticamente manual e não havia a preocupação de programar a lavoura para a mecanização de todas as suas etapas. Além disso, as máquinas não eram projetadas para as condições de manejo do café na região, como alinhamento e distância entre ruas, cultivar/variedade de café, número de plantas por cova, declividade do terreno e arruação, por exemplo.  

Outra constatação é de que havia um grande interesse por parte dos produtores de resolver os seus problemas inerentes ao alto custo da colheita e à dificuldade de mão de obra qualificada para a colheita do café. “Mediante essas observações, veio a ideia de procurar atender aos anseios dos produtores e auxiliar, ainda, a indústria no que se refere à divulgação dos equipamentos disponíveis”, relata Salvador.  

A UFLA, dessa forma, resolveu promover a junção do ensino, da pesquisa e da extensão com o sistema envolvendo a mecanização do café. “A ideia era fazer com que aprendêssemos mais, buscássemos problemas no campo para trazer para a universidade e centros de pesquisa, além de usar a extensão para divulgar o que existia em termos de mercado”, resume.  

O professor Fábio Moreira, por sua vez, lembra da primeira pesquisa na área de mecanização realizado no âmbito do programa BIOEx-Café, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 1997. A temática envolvia a utilização de máquinas portáteis para manejo e colheita semimecanizada. No ano subsequente, ele participou de visita à Itália, juntamente com representantes de cooperativas da região, e retornou com muitas novidades em termos de maquinário, entre elas derriçadoras de azeitona para serem aplicadas na cafeicultura. Logo, as inovações passaram a integrar a programação da Expocafé por meio de demonstrações diretamente no campo.  

O evento

Nilson Salvador conta que logo veio o questionamento de onde fazer um evento que pudesse atender todas as necessidades e alcançar bastante êxito. Até então, as feiras de maior porte estavam restritas aos grandes centros e capitais, locais aonde os cafeicultores não chegavam. Foi então que se decidiu pela realização no campo, que era a verdadeira “casa” do produtor, além de ser um espaço que possibilitaria a demonstração de máquinas diretamente na lavoura.   Em abril de 1998, após conversas junto à presidência da União Cooperativa de Agropecuária Sul de Minas (Unicoop), aventou-se a possibilidade de realização do evento no município de Três Pontas/MG.

No mesmo mês, também foi apresentada proposta junto à Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel). Ambas as cooperativas se dispuseram a patrocinar o projeto da feira. Paralelamente, houve visita à fazenda São Sebastião, de propriedade do Sr. Deca Miranda, e o local demonstrou possibilidades de atender à proposta do evento, com energia elétrica, fácil acesso e uma lavoura ao lado. Nilson Salvador relata que saiu de lá com uma responsabilidade enorme: realizar o evento em pouco tempo, mais especificamente em 24 de julho de 1998.   

Em maio daquele ano, comitiva do evento sul mineiro, composta por integrantes da UFLA, de representantes regionais e de grandes cooperativas, encaminhou-se à Agrishow, em Ribeirão Preto/MG, com a incumbência de atrair expositores e provar que havia mercado consumidor na região. “O primeiro contato foi com uma empresa fabricante de colhedoras automotrizes de café, que se mostrou muito resistente. As próprias empresas não acreditavam que as máquinas poderiam trabalhar por aqui, somente no Cerrado Mineiro. Mas saímos de lá com parcerias no segmento de máquinas em geral, de agroquímicos e insumos, transportes, máquinas agrícolas e embalagens”, enumera.  

Com a proposta concreta e a iminência de realização de um evento de porte nacional, a equipe de colaboradores da UFLA foi crescendo. Foi montada, na ocasião, uma completa estrutura, com acessibilidade, estacionamento, restaurantes, água potável, sanitários, recepção, energia e segurança. O saldo foi muito positivo, com um público estimado de 5 mil pessoas e a garantia de continuidade em próximas edições.   “Não posso deixar de mencionar importantes parceiros que auxiliaram na construção dessa história, como cafeicultores e instituições como Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/MG), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Prefeitura Municipal de Três Pontas, cooperativas agrícolas, entre outros”, cita.  

A Expocafé foi realizada na Fazenda São Sebastião até 2002. A estrutura passou a ser insuficiente para o porte do evento, que foi crescendo ao longo do tempo e apresentando novas exigências, com a migração para novo local, que é a Fazenda Experimental da Epamig, utilizada até hoje para sediar a feira. A UFLA manteve-se como realizadora da Expocafé até 2009. Em 2010, foi concedido o direito de realização do evento à Epamig, uma das empresas parceiras e membro do conselho gestor.  

Contribuições para a cafeicultura  

Segundo o professor Nilson Salvador, a Expocafé foi uma alavanca de desenvolvimento da cafeicultura nacional. “Estamos falando do maior evento de café do mundo em relação à mecanização da cafeicultura”, destaca. Para ele, as principais contribuições da feira são inúmeras, a saber: estímulo para que os produtores tenham uma visão mais empresarial e competitiva, produção de cafés de melhor qualidade, manejo adequado da cafeicultura nacional e no exterior, ampliação do cenário de oferta de máquinas agrícolas e melhoria da eficiência operacional e na redução de custos.   Salvador cita, ainda, o aumento da demanda de cafés especiais, o desenvolvimento de insumos relacionados à pós-colheita do café e sua comercialização, o incentivo ao desenvolvimento de políticas públicas para o agronegócio café, o desenvolvimento de novos produtos derivados, o direcionamento de pesquisas voltadas às necessidades do segmento e o incentivo à formação de núcleos de pesquisa no país.  

O ex-reitor da UFLA (2004-2012) e também coordenador do programa BIOEx/Café, Antônio Nazareno G. Mendes, reconhece a importância estratégica da idealização da Expocafé pelos pesquisadores e professores da universidade há pouco mais de 20 anos. “Nos orgulhamos da participação que a UFLA tem nesta parceria, como organizadora do evento por mais de 10 anos e como colaboradora, juntamente com a Epamig, Cocatrel, Prefeitura de Três Pontas e outros parceiros. São incontáveis as contribuições que ela deu à cafeicultura brasileira, particularmente no tema ‘mecanização da lavoura cafeeira’, tornando a produção dos cafés do Brasil  ainda mais sustentável”, opina.  

O ex-presidente da Cocatrel, Francisco Miranda de Figueiredo Filho, em cujo cargo esteve por 21 anos, ressalta que a história da Expocafé se mistura à história da mecanização do Sul de Minas. “Com a feira e a disponibilização de conhecimentos e informações ao produtor, foi possível desmistificar a ideia de que a região era acidentada e inviável para o uso de máquinas. Nossos terrenos são ondulados e, com os tratos adequados e a melhoria das condições de declividade, a mecanização mostrou-se muito possível. A vontade do produtor uniu-se, assim, às possibilidades, fazendo com que mais de 60% das lavouras da região contem, hoje, com algum tipo de mecanização”, afirma.  

Ascom Inovacafé