Cibele Aguiar

Em sessão solene realizada nesse sábado (27), no Centro de Convenções do Hotel Gran Meliã México, em Paseo de la Reforma, na cidade do México, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) recebeu o Prêmio Sapientiae para a Excelência Educativa, outorgado pela Organização das Américas para a Excelência Educativa (ODAEE), composta de 67 renomados profissionais de 21 países. Na cerimônia, que contou com delegações de 17 países, também foi entregue a medalha e diploma “Gestor de Qualidade” ao reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, em reconhecimento ao trabalho em prol de uma educação superior de excelência.

Reconhecido internacionalmente, o Prêmio Sapientiae (do latim Sabedoria, Sapiência) é outorgado anualmente aos mais destacados profissionais e prestigiosas instituições educativas da Ibero-América; visando a promover a melhoria da educação superior, ao avanço da internacionalização, à formação de um grupo de excelência em educação e a fomentar o intercâmbio de experiências educativas entre os países.

A UFLA foi a única universidade brasileira representada na homenagem da ODAEE, em sua sexta edição, premiação recebida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2009, e pela Universidade de Campinas (Unicamp), em 2011.

Na justificativa da Cúpula da ODAEE, o prêmio foi outorgado à UFLA em virtude da trajetória administrativa e dos milhares de egressos que ocupam altos cargos  em nível governamental, em empresas privadas ou profissionais independentes, cumprindo com a missão, visão, política e objetivos da qualidade em uma educação integral. O texto ainda faz referência aos importantes convênios nacionais e internacionais estabelecidos ao longo dos anos em favor de seus estudantes e ao plano de incentivo e capacitação oferecido, “com muito empenho”, a seu quadro administrativo e docente.

Gestor de Qualidade

Além da homenagem à Instituição, o reitor José Roberto Scolforo foi agraciado com a medalha condecorativa “Gestor de Qualidade”, em reconhecimento à transcendência de seu trabalho, que ficará para a posteridade como valioso aporte na difícil tarefa de formar intelectuais para um mundo inovador e competitivo.

Para Scolforo, a premiação é a prova de que a UFLA está no caminho certo para conquistar um novo patamar de excelência, abrindo as portas da Instituição ao mundo, tanto para receber estudantes de muitos países, como enviar estudantes para intercambiar experiências em centros de excelência internacional. “Buscamos ser uma instituição plural e atrativa, com reconhecimento não apenas pela excelência em dada área ou temática, mas pela diversidade e relevância do ensino, pesquisa e extensão que realiza”, completou.

Durante a homenagem, o reitor das UFLA foi convidado pela Organização para participar da Cúpula de Altos Dirigentes de Instituições Educativas da Ibero-América, como membro ativo. O objetivo dessa cúpula é estreitar os laços de cooperação entre a América e a Europa, com ênfase na educação, formação e criação de uma rede de incentivo às alianças e convênios, com vistas à internacionalização das instituições educativas.

O reitor da UFLA estava acompanhado do diretor de Relações Internacionais (DRI), professor Antonio Chalfun Junior, que também

enfatizou a importância da premiação e a qualidade das discussões da Cúpula. Em sua avaliação, a UFLA consolida uma posição de destaque, figurando entre as melhores instituições de ensino superior com crescente reconhecimento internacional.

Em seu pronunciamento, por ocasião do recebimento do prêmio, o reitor compartilhou a homengem com todos os docentes, técnicos administrativos, discentes, com todos que integram a Direção Executiva da UFLA e com as Fundações de Apoio, considerando que o trabalho em conjunto e solidário que se desenvolve na Instituição é que a credencia a ser uma Instituição de qualidade.

Cibele Aguiar

A última edição da revista científica britânica “Nature“, uma das mais importantes do mundo, destaca as novas redes de colaboração entre cientistas, cujas mudanças estão afetando a geografia da ciência. No artigo intitulado “Mobilidade global: ciência em movimento”, o Brasil está entre os países que merecem destaque nessa nova conjuntura global.  

No mapa da ciência global, o Brasil é o único país da América Latina apontado, embora com baixo impacto na ciência, hoje (4%). Porém, quando questionado sobre os países que deverão impactar a ciência na próxima década, o Brasil é apontado por 16% dos entrevistados, sendo escolhido por 12% como provável país para trabalhar.  

Segundo o artigo, os países com mais tradição científica podem deixar de dominar a pesquisa mundial, em contraponto ao crescimento de novas redes regionais de colaboração. Na América Latina, o Brasil é visto como uma emergente rede de pesquisa e colaboração.

Atualmente, a “migração” e a “mobilidade”, por períodos longos ou curtos, permitem aos pesquisadores construírem redes de pesquisa sem realmente se estabelecer em outro país. A pesquisa também revela que os pós-graduandos são muito mais propensos a viver fora do seu país, comparado aos cientistas seniores.

Para muitos economistas, quanto mais rico o país, mais atrativo ele se torna para a pesquisa científica, em razão do Produto Interno Bruto e dos níveis salariais. Porém, o critério econômico não é o único, sendo levadas em consideração também as oportunidades para a carreira em centros de pesquisa de execelência.

Veja o artigo no site da Nature

Cibele Aguiar

No período de 8 a 11 de outubro, o Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada da Universidade Federal de Lavras (UFLA) recebe o professor da University of St. Andrews – Escócia – Peter Edward Gibbs, que ministra o curso “Tópicos de Biologia da Reprodução de Plantas e Taxonomia Vegetal” para estudantes do Programa de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, na forma de disciplina condensada. O curso também é ofertado a estudantes de outros programas de Pós-Graduação da UFLA e da Universidade Federal de Alfenas (Unifal).

Os estudantes estão tendo a oportunidade de cursar uma disciplina com um especialista em taxonomia e biologia reprodutiva de plantas, reconhecido mundialmente pelos estudos sobre mecanismos de autoincompatibilidade em plantas com flores, em especial, os de ação tardia, especialidade do pesquisador.  Esses mecanismos serão abordados quanto às características gerais e ao controle genético e molecular. Além dos tópicos abordados, Peter Gibbs oferece assessoramento ad-hoc para a elaboração de artigos científicos.

Para o coordenador do curso de Pós-Graduação em Botânica Aplicada, professor Evaristo Mauro de Castro, em razão da excelência acadêmica do Peter Gibbs e de sua longa experiência em pesquisa em diferentes áreas da botânica, o curso irá contribuir de forma expressiva para a formação dos estudantes, sobretudo, com experiência de uma disciplina de padrão internacional.

Relação com o Brasil

A interação com universidades brasileiras teve início em 1975, quando o professor Peter Gibbs foi convidado para lecionar na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde permaneceu por dois anos como chefe do departamento de Botânica. No ano 2000, voltou ao Brasil como professor visitante da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com bolsa CNPq, desenvolvendo pesquisas no Triângulo Mineiro por três anos.

Além das pessoas e da comida, o professor Gibbs revela-se um apreciador da vegetação brasileira, rica em vários ecossistemas. Além disso, diz apreciar a colaboração científica com o Brasil, em virtude da seriedade com que o governo trata a ciência e tecnologia, com destaque para as agências governamentais de fomento, como CNPq, Capes, Fapemig e Fapesp.

Para os jovens estudantes que se propõem ao desafio da Botânica, o professor deixa a mensagem de que há muitos estudos sobre a biologia das plantas a serem desvendados. “Há, entretanto, que ser realista neste mundo de alta competição, aprendo as regras do jogo científico”, aconselha.

Cibele Aguiar

Nos dias 2 e 3 de outubro, foi realizado no Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras (DBI/UFLA) workshop com o tema “Impactos das Mudanças Globais no Regime de Fogo, no Funcionamento e na Estrutura de Paisagem Tropicais”, organizado pelo professor João Paulo Rodrigues Alves Delfino Barbosa (DBI), com a participação dos pesquisadores da França, Serge Rambal (Centre National de la Rechercher Scientifique – CNRS) e Florent Mouillot (Institut de recherche pour le developpement – IRD).

O workshop é uma ação do Convênio Bilateral entre a UFLA e IRD, por meio do edital “Projetos Conjuntos de Pesquisa Científica, Tecnológica e de Inovação: França-CNPq/IRD”. Além do workshop, os pesquisadores franceses participam do Simpósio Internacional de Botânica Aplicada, que será realizado na UFLA, de 4 a 6 de outubro.

Esse Workshop é uma das atividades previstas na proposta de cooperação bilateral financiada pelo CNPq e pelo IRD e tem como meta propiciar um ambiente favorável para a formação de recursos humanos e a motivação de pesquisadores para trabalharem no tema. Em adição ã formação de recursos humanos, o projeto também deve contribuir para ampliar o conhecimento das interações entre variáveis climáticas, da vegetação, socioeconômicas e a ocorrência de fogo em diferentes escalas espaciais e temporais, em resposta às mudanças globais, nas paisagens tropicais.

Além desse projeto, os grupos de pesquisa interagem no desenvolvimento das atividades técnico-científicas do projeto CLARIS LPB “A Europe-South America Network for Climate Change Assessment and Impact Studies in La Plata Basin” – World Climate Research Programme (WCRP).

Ciclo de parcerias

A parceria entre a UFLA e o grupo de pesquisa francês é marcada pela troca de experiências e pela formação de recursos humanos em programas de pós-graduação. Na década de 80, o professor Serge Rambal recebeu Ângela Maria Soares, professora do DBI/UFLA, por ocasião do doutorado pleno na Université Montpellier.

Essa interação teve continuidade em 2005, quando o então orientando da professora Ângela, João Paulo Barbosa, foi para França para treinamento de doutorado sanduiche com Serge Rambal e Florent Mouillot, cuja tese abordou os aspectos do clima, do regime de incêndios e da estrutura e do funcionamento da paisagem de Minas Gerais. Em 2010, o professor João Paulo recebeu na UFLA a estudante francesa Nelly Marie-Claire Leblond, que defendeu a dissertação de mestrado no Institut de Recherche pour le Développement ,sob sua coorientação.

Para o professor João Paulo, o desenvolvimento do projeto de cooperação bilateral CNPq-IRD representa um ganho importante para a continuidade da parcerias entre os pesquisadores da UFLA e das instituições francesas.

Relações Humanas

Na avaliação do pesquisador Serge Rambal, a parceria entre Brasil e França é interessante tanto pelas questões científicas e resultados proporcionados pela troca de experiências, quanto pela riqueza das relações humanas, com uma cooperação sempre vista de igual para igual entre os países. “Os estudantes brasileiros que recebo sempre apresentam ótimo desempenho”, enfatizou.

Para Florent, esta cooperação também perpassa pela relação diplomática entre os dois países, sendo esta uma das missões prioritárias do IRD, vinculado ao Ministério das Relações Exteriores. O pesquisador reforça ainda que dentre os países em que o Instituto atua, o Brasil tem se posicionado na liderança científica, como exemplo de suporte à pesquisa e ao ensino superior.